CAPÍTULO II
Eu tava muito chapada naquela madrugada. Tipo, pra caralho.
Enquanto pegava meu café da manhã no refeitório da Divisão, arroz branco, natto e ovo frito tradicional, e café bem preto pra me manter acordada, aquele herói me seguia em silêncio. Um único copo de café em suas mãos foi o que notei quando nos sentamos em uma das mesas do fundo, olhares furtivos e alguns nada discretos das garotas sendo lançados sob o Todoroki, mas ele nem sequer se incomodou.
Também não dei muita importância, já que minha mente insistia em lembrar daquela noite turbulenta.
Dias antes de estarmos sentados tomando café, Todoroki estava me salvando de ter minha bunda chutada por algum idiota que eu tinha ferrado.
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TRÊS SEMANAS ANTES
- Queencard, I'm hot! My boob and booty is hot! Ah... Como é que era mesmo? I'm a star, star, star... I am a Queencard, You wanna be the Queencard?
As pontas roxas dos meu cabelo castanho claro caiam sob os meus olhos enquanto saltitava na madrugada pelas ruas de Musutafu, os postes de luz servindo de apoio quando os segurava e pendia meu corpo em giros rápidos e desengonçados.
Noites de farra significavam que eu estava recorrendo para diversões de procedência duvidosa só para distrair minha mente dos infernos que ela carregava.
Beber sozinha era deprimente e conhecer as baladas da cidade era meu erro mortal, mas terminar a noite desacompanhada era sinal de que não havia nada novo para experimentar.
Culpe a bebida por não perceber um homem com o dobro do meu tamanho se aproximar pelas minhas costas e agarrar a gola do meu vestido, nem por impedir que me jogasse com tudo na parede do beco ao lado.
A dor se espalhou na parte de trás da minha cabeça, meus olhos desesperadamente tentavam focar minha visão, mas não rápido o suficiente para conseguir me esquivar das mãos deles que cravaram em meu pescoço, minhas unhas logo arranhando os braços do agressor.
- Olha só quem resolveu dar as caras por aqui! - ele grunhiu enquanto arrancava o ar dos meus pulmões - Perdeu a vadia da sua guarda costas, Lilith?!
- Aí cara... - resmunguei com a visão desfocada, minhas pernas sem sucesso tentando atingir o alvo à minha frente - Não fode a minha noite com essa sua cara de merd -
Antes que conseguisse sequer terminar de ofendê-lo, aquele desgraçado se aproveitou para me jogar com tudo no chão, meu ombro batendo com força assim como minhas mãos que tentaram impedir o baque da minha cabeça, ficando esfoladas com aquilo.
Arfando em busca de ar, levantei meus olhos gravando os detalhes do rosto bruto daquele homem, a cabeça raspada e roupas de couros se destacando, mas não tanto quanto o sorriso diabólico em seu rosto quando arremessou uma lâmina pequena, mas como o corte fino o bastante para fincar no chão após raspar em meu braço.
A dor que se espalhava, enquanto minha mão se manchava de vermelho tentando conter o sangramento, finalmente havia começado a me manter acordada de verdade.
Sempre sai com as botas um número maior que usava para conseguir deixar o canivete de prontidão, mas eu estava tão zoada que qualquer movimento brusco a mais acabaria me fazendo desmaiar.
- Vê se fecha a matraca ou vou arrancar sua língua antes de te matar!
- Nossa, que medo... Até parece que vou morrer pra um cuzão que nem você!
Aprendi muitas coisas em trinta anos.
Uma delas era brincar com a morte constantemente.
Porém, só pensava naquele instante no quanto eu deveria ter dado ouvidos a minha chefe e não encher a cara quando eu estivesse sem ela por perto.
Nunca acontecia nada de bom, mas eu ainda insistia em repetir meus erros.
"Lista de foragidos, 16º página, canto da folha... Os caras do contrabando de drogas, é claro", me lembrei prestando atenção no rosto daquele merda.
- O que eu te fiz, hein? -perguntei com um sorriso irônico se espalhando pelo meu rosto - Te joguei de alguma ponte numa porradaria ou a gente já saiu pra beber? Mas você não é tão bonito pra ser a segunda opção...
- Vadia de merda! - gritou antes de desferir um chute contra meu abdômen - Por sua culpa perdi meus homens para aqueles heróis desgraçados, então tá na hora de tirar alguma coisa deles!
Ser assistente de uma das maiores líderes do país já colocava uma bela recompensa pela minha cabeça, mas minha lista de delitos e inimigos era ainda pior.
Minha sorte era ter um anjo da guarda esperando na reserva.
Todoroki devia estar em patrulha nas ruas e uma mulher cambaleante num beco, claramente embriagada, tentando se recuar de um homem com o dobro do tamanho dela aparentemente não era um bom sinal em nenhum universo.
- Se afaste dela agora - Todoroki disse - Não vou pedir duas vezes.
Ele se aproximou tão silenciosamente o encarando com um olhar gélido como sua individualidade, chamando a atenção de nós dois para o queridinho do país.
Enquanto ofegava pela dor que havia se espalhado com o chute, o desgraçado na minha frente avançou com tudo para cima daquele herói, mas no fim, sendo tão veloz quanto meus olhos podiam ver, bastou um toque rápido de gelo em seu braço para que o fizesse entender a gravidade da situação.
A diferença de poder era mais notável do que nunca. Pessoas como eu só poderiam admirar e invejar as individualidades de ataque.
- Eu disse que não ia pedir duas vezes.
Ainda atordoada, meus olhos encontraram os dele, reconhecendo mais um dos amigos da minha chefe de quem tanto ouvia falar nos noticiários e nas mais famosas capas de revistas.
Só que nunca tive a chance de admitir que talvez as admiradoras malucas dele tivessem alguma sanidade quando descreviam a beleza dele.
O deslumbrante Herói de Fogo e Gelo.
Talvez fosse a adrenalina, ou mais uma das experiências de quase morte, percebia meu coração acelerado cada vez mais em meu peito e quando aquele herói segurou minha mão me ajudando a ficar de pé, uma queimação ainda maior se espalhou em meu peito enquanto encarava aquele olhar firme sobre mim.
- Acho que preciso te agradecer - disse antes de sentir meu estômago se revirar brutalmente - mas não fique bravo se eu acabar vomitando no seu uniforme...
Cobrindo minha boca com as mãos, nunca agradeci tanto pelas latas de lixo acumuladas nos becos.
Para minha surpresa, logo senti a presença daquele herói ao meu lado, uma de suas mãos deslizando pelo cabelo puxando as mechas coloridas para trás, enquanto sua outra mão descansava em minhas costas.
Aquele idiota não devia sair por aí sendo tão legal com as pessoas.
Nem deixando o poder de fogo dele se espalhar por onde suas mãos me tocavam.
Enquanto respirava ofegante, só conseguia pensar que era a primeira vez que sentia o toque de alguém tão suave quanto algodão.
- Tudo bem agora? - ele perguntou preocupado no momento em que minhas pernas falharam, me sentando no chão com o rosto queimando de vergonha.
- Que saco... - sussurrei limpando meus lábios com a ponta dos dedos - Não era assim que essa noite deveria terminar...
Não sentada na beirada da ambulância depois de ser atendida, um cobertor em minhas costas enquanto um policial fazia perguntas idiotas.
Shoto Todoroki era do tipo aliado de valor inestimável.
Porém, não era como se aquilo importasse ali. Eu só tive o azar de esbarrar com um homem como ele no meu pior momento.
"Kira vai me matar se tiver que me buscar de madrugada outra vez na delegacia", pensei comigo mesma esfregando os olhos cansada.
Enquanto meu salvador conversava com os policiais, dando as primeiras informações sobre o homem que havia me atacado, o idiota do meu agressor se soltou das algemas avançando para cima do bicolor com mais daquelas ondas de poder ainda mais amplificadas.
O policial ao meu lado logo se colocou em minha frente, com a arma de prontidão nas mãos, enquanto os outros se colocavam no apoio para Todoroki.
Era a única chance, então não perdi a chance de escapar daqueles idiotas.
- Ei Senhor Policial! - chamei cutucando o ombro dele.
No instante em que ele se virou, meus dedos encontraram a testa dele, memórias tediantes de seu dia no trabalho inundando minha mente, dois segundos antes dele cair desacordado aos meus pés. Quando o paramédico veio em nossa direção, joguei a coberta dos meus ombros sobre ele, aproveitando seu momento de surpresa para empurrá-lo contra a lateral da ambulância e correr noite adentro.
Entretanto, acabei cometendo o erro de me render a curiosidade e meu rosto voltou para a direção daquele herói uma última vez, apenas para ser recebida pelas chamas dele subindo pelo ar, iluminando toda a rua como o sol da manhã.
O Herói ali era ele, não eu.
Depois de me esgueirar, ainda cambaleante, por becos escuros, usando velhos truques do trabalho para evitar acabar sendo detectada, me movi com cautela até chegar em casa, o corte enfaixado em meu braço me mantendo acordada, assim como a dor que se espalhava em cada músculo do meu corpo enquanto respirava pesadamente apoiada na porta de casa.
No fim, acabei com a minha noite sentada no chão do meu banheiro com mais uma lata de cerveja e o kit de primeiro socorros ao meu lado, suor escorrendo pelas minhas têmporas enquanto respirava cansada, o vestido amarrotado, cabelo desgrenhado e sangue se espalhando pelas faixas que cobriam o ferimento do meu braço e escoriações pelo corpo.
Porém, acima de tudo isso, o que eu sentia com mais intensidade era o formigamento que aquecia a palma da minha mão direita.
"Como a individualidade dele pode aquecer alguém mesmo estando tão distante assim?"
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"Ele nem sequer deve lembrar dessas coisas com a vida ocupada que tem"
- O que espera ganhar com isso? - Todoroki perguntou ao meu lado me tirando dos meus devaneios.
- Hum? Como assim?
- Seu trabalho vai acabar sendo prejudicado.
- Já falei pra não se preocupar - respondi deixando os hashis de lado, percebendo que Todoroki já havia terminado com o próprio café - Eu só faço o que a minha chefe quer, mas é bem comum por aqui fazermos serviços especiais para os heróis. Sabemos o quanto seu trabalho é pesado, então devemos ajudar sempre que possível.
- Parece algo que a Kira diria.
- É claro que parece, foi ela que nos ensinou isso, querido - falei com um sorriso suave - Mas sempre que vocês heróis resolveram recorrer diretamente à minha chefe, são por questões realmente sérias.
- Bakugou tem andado ocupado com o cargo de Número Um e estamos em mais uma onda de crimes, tem sido difícil encontrar tempo pra casos assim - Todoroki respondeu, sua voz caindo em um tom ainda mais sério ao fim - Porém, agora é diferente.
Aquilo já estava na cara, mas ele não parecia do tipo que falava mais que o necessário, então respirei fundo antes de começar a pressionar aquele ponto.
- Então gracinha, eu meio que preciso saber o que você e seu colega das explosões estão escondendo da gente. E não tente mentir, não é nada educado de se fazer com uma mulher.
Foi quase imperceptível, mas vi quando os lábios de Todoroki se torcerem irritados como uma criança contrariada, o que sumiu rapidamente, diferente do cenho franzido por baixo dos filhos bicolores que caiam em sua testa.
- Não dei bobeira no trabalho como o Bakugou disse - respondeu com a voz tensa - A individualidade dela é que é o problema.
- Acredito em você, aquele cara exagera demais. Heróis do seu tipo não caem por qualquer coisa.
- O que quer dizer? - perguntou confuso.
- Poder de ataque, defesa, técnicas específicas, resistência ampla e simpatia com qualquer um... - disse apoiando o rosto entre as mãos enquanto o observava com um sorriso - Ficha técnica tão completa... É solteiro?
Ele piscou indiferente, um silêncio caindo entre nós enquanto as garotas nas mesas ao nosso redor nem sequer disfarçavam mais os olhares apaixonados.
- Ok, não temos que falar sobre isso - falei suspirando - Então, me conte sobre essa mulher com quem você lutou, o que aconteceu e tente dar um nome ou algo assim que vou acabar esquecendo.
- Há algumas semanas, o Departamento de Polícia recebeu uma denúncia anônima de um carregamento de bombas que estavam sendo transportados para o centro de Musutafu. Era algo sério demais para ser considerado só como um trote e como Bakugou e eu estávamos de patrulha em uma área próxima fomos chamados para verificar.
- Não houve notícias sobre essas bombas terem sido ativadas, então?
- Pegamos eles antes que colocasse o plano em prática. Enquanto a polícia cuidava dos criminosos, percebi alguém à espreita e tomei a liberdade de lidar com aquilo sozinho, só que não consegui pegar as características porque acabei a seguindo até os túneis do trem no subsolo. Diria que a condição da individualidade dela eram os olhos, começaram a brilhar no instante em que se virou na minha direção. Foi como se meu corpo inteiro estivesse virado -
- Pedra? - sussurrei.
"Não..."
- Sim. Você... sabe quem é?
"Não pode ser..."
"Não depois de tanto tempo..."
Cada palavra que saiu dos lábios dele só levavam minha mente a um caminho possível, ainda que não quisesse acreditar, ainda que minhas mãos estivessem se fechando em meu colo para esconder os tremores, ainda que sentisse todo o sangue drenado do meu próprio corpo.
Só uma pessoa era capaz de fazer aquilo.
Tanto comigo, quanto com aquele Herói.
- Conheço muita gente, Todoroki - respondi forçando minha voz a sair - Só pela sua descrição posso me lembrar de alguém com essa individualidade...
"A única capaz de ir atrás de você assim..."
- E quem seria? - perguntou com uma pontada de ansiedade na voz.
- Estamos lidando com alguém chamada no submundo de Medusa. É problema em pessoa, ainda mais do que eu.
- Esse é o nome dela?
- Na verdade, só codinome - "Assim como o de todos eles" - É mais seguro mudar as identidades legítimas para certos tipos de vida. Se envolver com terrorismo com certeza é uma dessas.
- Então, sabe onde ela está?
- Não, não nos vemos há anos, mas sou a mais qualificada no país para encontrá-la.
Engolindo em seco, minha mente tentava se recompor depois de ser inundada com aquelas informações e logo uma dúvida surgiu como foco principal.
- Me diz, deveria pensar que tenho sorte de estar eu mesma cuidando desse assunto? - perguntei seriamente - Pode imaginar que a situação se tornaria um desastre se minha chefe acabar esbarrando com ela?
- Kira é a única de nós que pode obter vantagem pela individualidade se uma luta estourasse com aquela mulher - ele respondeu - Mas não deixaria a situação chegar a esse ponto. Preciso acabar com essa situação o mais rápido possível. Não posso permitir que ela repita aquilo com meus colegas.
"Um encontro e ele já percebeu a desvantagem dela? Kira não precisa lutar de olhos abertos pra saber as posições de uma luta... Você é esperto, gracinha, mas a Medusa é ainda mais"
- Ilusões, hein? - falei esfregando os olhos frustrada - Não me leve a mal, só que com a vida pública que vocês heróis levam, imagino que tenha sido uma bandeja de prata cheia de traumas.
Ele se manteve em silêncio, seus olhos caindo para a mesa fria de metal. Mesmo com aquele controle impressionante sobre si mesmo, era óbvio que minhas palavras o haviam afetado de alguma maneira.
Todos no país haviam sido apresentados à turbulenta história da família Todoroki graças ao irmão mais velho dele. Além disso, aquele herói ainda havia lutado na Grande Guerra e perdido muito mais do que eu poderia entender.
- Me diz Todoroki, o quanto estou livre pra fazer coisas de procedência duvidosas? - perguntei chamando sua atenção.
- Como assim? Não tem recursos aqui para usar?
- Tem... Mas algumas vezes gracinha, você precisa fazer sacrifícios morais, se é que me entende - respondi com a voz baixa seguida de uma piscadela.
"Como invadir o Departamento de Polícia e furtar todos os resultados das investigações deles... Não seria a primeira vez de qualquer forma"
- Não - Todoroki respondeu com um olhar mais gélido que seu poder - Prefiro que evite esses sacrifícios morais.
- Vou dar o meu jeito se é isso que você quer, mas -
- BASTARDO DE MERDA, TEMOS QUE TRABALHAR, VEM LOGO!
Para a surpresa e sustos de alguns, Dynamight invadiu o refeitório irritado como sempre, mas acompanhado da minha chefe que sorria abertamente ao lado dele.
- Desculpa Shoto, mas é melhor se apressar! - ela disse antes de voltar a atenção para o próprio noivo.
- A chefe precisa mesmo dar um jeito no seu amigo - resmunguei revirando os olhos - Ele acabou com meu encontro!
- Quando podemos começar? - Todoroki perguntou ignorando completamente os gritos do amigo.
- Relaxa, sei que como um dos Big Three você é bem ocupado. Eu lido com os preparativos pra você.
- Mas -
- Tudo bem Todoroki, estou mais do que acostumada com essas situações - falei rapidamente balançando as mãos em sua frente - Depois da minha chefe, sou a melhor rastreadora desse lugar. Três dias e levanto informações sobre ela, se me der cinco vou achar sua localização.
- Tem tanta certeza sobre isso?
- Sou uma garota bem esperta. Vou dar um jeito de entrar em contato logo.
Depois de acenar brevemente, Todoroki se dirigiu em direção ao colega loiro que reclamava sem parar enquanto o acompanhava até as portas do refeitório, os olhos dos agentes presentes nunca deixando os dois, o espaço dividido entre surpresa e risos baixos pela aparição estranha dos heróis. Porém, logo minha própria atenção se voltou para a minha chefe, que se aproximou sorrateiramente pelo meu lado.
- Tudo bem por aqui, Lilith?
- Me diz você, chefe - falei com um sorriso de canto - Sua pele está mais brilhante do que nunca, aposto que teve um ótimo café da manhã, hein?
- Pervertida. Não tem trabalho pra fazer não, Lilith? - Kira disse enquanto seu rosto era tomado por vermelho, sua visão enfurecida rodando pelo salão com sua voz ainda mais elevada - Nem o resto de vocês, por acaso?!
Enquanto segurava a risada dos agentes dela se atrapalhando pelo refeitório, desviando os olhares e esbarrando uns nos outros enquanto voltavam às suas atividades de rotina, minha chefe corou furiosamente com os braços cruzados na frente do peito, mas logo sua postura se recompôs e seu olhar acinzentado se suavizou quando ela se virou para mim.
- Eu diria pra você não se meter em problemas Lilith, mas seria em vão. Então me mantenha informada se a situação acabar requerendo minha atenção.
- Para de se preocupar e vai cuidar do seu casamento! Eu consigo cumprir meu trabalho sem acabar na cadeia pelo menos uma vez!
- Ok, ok! - respondeu entre risos se virando e caminhando em direção à saída do refeitório - Vou ter que confiar no Shoto pra cuidar de você por enquanto!
"Desculpa Kira, mas tenho que fazer isso sem você dessa vez"
Com o cargo de assistente de anos, já havia me acostumado com os bastidores do show em que os malucos que cuidavam da cidade se metiam.
Tantas missões que assumi e participei das sombras, mas nenhuma delas fazia meu corpo gelar tanto quanto a simples ideia de ver a Medusa outra vez.
Ainda mais quando sabia que a situação acabaria envolvendo a relação caótica daqueles dois irmãos nascidos do fogo.
Enquanto desaparecia do refeitório, girava meu cartão de acesso entre os dedos, minha foto estampada trazendo uma sensação apertada no meu coração.
"Isso é ruim... Se a chefe souber que a Medusa está na cidade vai acabar fazendo besteira, principalmente por saber que está se envolvendo com os heróis dela"
Acordos haviam sido feitos no passado.
Mesmo odiando muitas coisas sobre a sociedade de heróis e vilões em que vivíamos, eu ainda sabia da importância de nunca esquecer os passos que haviam nos levado a caminhos desastrosos e de pura destruição.
Pela primeira vez em anos, senti a tensão se espalhar pelo meu peito enquanto lembranças começavam a surgir novamente.
Como uma manipuladora de mentes, me lembrar era fundamental e esquecer nunca foi uma opção.
"Por que justo um Todoroki?", pensei enquanto caminhava solitária pelos corredores, "Se ela continua com aquele caráter, deve ter feito com que aquele homem visse os mortos... principalmente o irmão mais velho"
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☆(N/A): Eu realmente sou péssima em manter ritmo de atualização. .. mas em minha defesa eu tava quase tomando pau em administrativo, então tive que estudar pra valer.
Bem, muitos capítulos terão esse estilo. Lilith é alguém que sabe demais então precisa mostrar o que aconteceu no passado para se entender o que está acontecendo no presente e os motivos e sentimentos por trás de tudo isso.
Enquanto isso eu tô apanhando pra aprender a escrever sobre o Shoto! Bakugou já era difícil, mas esse cara tem tantas coisas pra serem tratadas.
Enfim, obrigada por lerem e até o próximo capítulo, bjs :)
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