Leitora/Sam Winchester

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- Hey, Sammy... acho que ainda tenho tempo de dizer algumas coisas, tenho exatamente uma hora e meia antes que...- Suspiro.- ...que aconteça.
Olho em volta e engulo o bolo que se formou em minha garganta. Sinto como se o espaço a minha volta estivesse se fechando. Volto para a câmera ainda gravando a mensagem e contínuo:
- Eu sei que você está uma arará comigo, tenho certeza de que quando acordou essa manhã e encontrou a cama vazia, quis sair de pijama para me encontrar. Cowboy... - Uso o apelido que dei a ele.- Fiz isso pelo seu bem. Não me importo com minha morte enquanto souber que você vai estar bem.
Encaro a câmera do notebook, imaginando que o estava vendo. Fechei os olhos com força, tentando evitar que as lagrimas caíssem, não queria que Same visse chorando quando encontrasse o video. E eu sei que ele me encontraria.
- Cowboy, eu não fiz isso porque amo você. Você sabe que o amo, já falei milhões de vezes, mas quero que saiba que o real motivo não foi o amor que sinto por você. Vender minha alma para traze-lo de volta não foi apenas por mim. Dean precisa de você, o mundo precisa de você. Você é especial, Sam. Nunca encontrei ninguém com um coração tão grande quanto o seu. Desde o dia em que pulou em frente a um lobisomem para me salvar, eu soube que você era o homem da minha vida.
Olho o relógio, estou gastando minhas últimas horas gravando essa mensagem, tentando me ocupar ou ficaria louca.
- Sam... me perdoe por fugir. Eu sei que você passou os últimos meses tentando me salvar, mas a questão é que não existe salvação. E fugir no meio da noite foi o único jeito de evitar mais dor. Não quero morrer ao seu lado. Não quero ver você sofrer.
Uma única lágrima escapa, limpo-a o mais rápido possível.
- Só... faça valer a pena. Lute. Seja um caçador ou um universitário, seja o que você quiser, apenas não desista. Eu acredito em você, Cowboy, eu amo você.
Encerro o video ali. Levanto da cadeira e ando até a porta retirando as ervas que usava como proteção contra os cães infernais.
Assim que o faço as alucinações começam.

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Sam Pv's

Dean estaciona o impala em frente ao quarto do motel e meu coração dispara ao ver a porta arrombada. O relógio marcava meia noite e quinze. Quinze minutos atrasados. Quinze minutos que poderiam significar a perda da mulher que amo.
Desço do carro e corro até o quarto, passando pela porta. Todo o sangue de minhas veias parece ter se transformado em ácido. Meu corpo ferve e sinto uma dor tão forte e real, como se eu estivesse mergulhando em uma banheira de agua fervente.
S/n esta caida no chão, ao lado da cama. Seu peito esta destroçado e toda sua roupa esta suja de sangue. Seu rosto... o rosto que beijei a menos de doze horas estava manchado de sangue. Seus olhos sem vida estavam abertos, petrificados.
Caminhei até ela, levantando-a do chão e abraçando seu corpo.
Nunca me senti tão impotente. Nunca senti tanta raiva de mim mesmo quanto agora, sabendo que S/n esta morta por minha culpa, por um pacto que ela fez por mim.
Pego seu corpo e a levo para o carro, colocando-a no banco de trás e ficando ao seu lado. Dean entra no banco da frente, no motorista. Ele coloca algumas coisas no passageiro, coisas dela, como sua bolsa e computador.
- Tem algo nele que você vai querer ver - Meu irmão murmura apontando para o computador antes de ligar o carro.
Algo no computador? Uma mensagem dela? É bem a cara de S/n despedir-se assim.
Mas eu não poderia ver nada agora. Não com seu corpo ainda quente em meus braços.