Castle On the Hill
Leitora/Sam Winchester
***
Sai da recepção do motel e acabei esbarrando em alguem. Eu deveria parar de andar tao distraida.
— Ah, desculpe – Peço sorrindo, o cara no qual tropecei responde:
— Não tem problema eu também... S/n?
Olho diretamente no rosto da pessoa e o reconheço imediatamente.
— Sam!! – Dou um grande sorriso e em seguida um forte abraço nele. Sam retribuiu com igual animação.
— Ah, meu Deus, quanto tempo – Falo me afastando. – Você parece ainda maior.
— E você parece ainda menor – Brincou.
— Mas meu soco ainda dói – Ameaçou em tom de brincadeira. – Uau, Sam, eu nunca pensei que fosse reencontrar você.
Sam foi meu melhor amigo de faculdade. Eu cheguei a ter uma queda, ou melhor, penhasco por ele. Mas ele tinha namorada então procurei superar. Mas depois da morte de Jess, Sam foi embora com o irmão e nunca mais deu notícias, faz quase doze anos.
— E eu, pequena – Diz, passando os braços em volta dos meus ombros. – Senti tanto a sua falta.
— Nem me fale – Falo enquanto passo meu braço na cintura dele e o abraço de lado.
— Vamos no meu quarto, podemos conversar melhor lá.
— Sem nem um vinho primeiro, Sam? – Pergunto em tom sugestivo. Ele ri alto, mas percebo o rubor fofo em suas bochechas. – Ainda um jovenzinho envergonhado.
— E o que faz por aqui? – Perguntou.
— Estou de passagem. Vou passar a noite e amanha pego a estrada novamente. Estou voltando para casa.
— Tennesse?
— Isso. Vou ver minha família, rever alguns amigos. Minha irmã vai se casar e eu não posso perder – Falo sorrindo.
Sam concorda e me puxa para mais perto, estreitando nosso abraço.
Vamos juntos até o quarto dele que por acaso era ao lado do meu, quando entramos, tem outro cara la dentro, ele estava sentado na cama e limpava tranquilamente um cano cerrado.
— Hein, Dean, trouxe alguem, vem S/n – Sam avisa quando entramos. O rapaz loiro me olhou e abriu um sorrisinho malicioso, ate se lembrará da arma e engolir em seco.
— Ahn... isso aqui... – Começou tentando esconder a arma.
— Tudo bem, não precisa explicar – Digo sorrindo quando ele faz uma pausa.– Estão caçando, não é?
Dean arregalou os olhos e encarou o irmão. Sam soltou uma risada.
— É estamos, você sabe como Montana é nessa época – Concordou.
— E como sei, Cowboy – Digo, olho para Dean e explico.– Meu pai também caçava. Nas férias íamos para viagens de até duas semanas de caça. Montana tem muitos ursos nesse período, ele adorava.
Dean faz uma expressão de alívio que eu não entendo.
— Claro, ursos – Diz. Então ele muda completamente de assunto.– Mas e então, S/n, de onde conhece o Cowboy ai?
Ri por causa do apelido que costumava chama-lo.
— Eramos melhores amigos em Stanford – Respondo.
— Eramos? Quer dizer que alguem tomou meu lugar?
Lanço um sorriso a Sam.
— Isso nunca aconteceria – Falo.
Nos sentamos na cama vazia e começamos a conversar. Sam estava muito curioso sobre como ficaram as coisas depois que ele abandonou a faculdade. Eu mal imagina a falta que ele fazia antes de estar com ele novamente. Em algum momento da conversa, Dean levantou-se e disse que precisava resolver alguns assuntos, me despedi dele e então o loiro saiu.
— E como estão todos? Clare, Tyler, Paul? – Perguntou.
— Estão bem, não consegui manter contato com todos, sabe como é – Falo, ele concorda um pouco triste.– Mas estão todos seguindo suas vidas. Paul esta se casando, pela segunda vez.
— Serio? Uau – Falou.– E Clare?
— A última vez que falei com ela foi à alguns meses. O irmão dela morreu à um ano – Conto.
— Sinto falta deles – Comentou.
— Eu também. Sinto falta de todos nós – Falei, em seguida completei em tom mais baixo. – Principalmente de você.
Sam sorriu, mas não chegou aos olhos.
— E você? Por onde andou? – Pergunto disfarçando o maximo minha pontada de mágoa.
— Por aí, sabe. Dean e eu fazemos alguns trabalhos – Falou, parecendo querer mudar logo de assunto.
— Ainda viajando com o irmão – Murmuro.– Pensei que seria passageiro, que você só precisasse de um tempo depois do que aconteceu com a Jess.
— Uma coisa levou a outra.
— Por que não voltou, Sam? – Perguntei sem conseguir me controlar.
— Eu queria, acredite em mim, queria mesmo. Mas minha família precisava de mim – Falou.– Tanta coisa aconteceu. Havia momentos em que eu queria largar tudo e voltar ao nosso antigo dormitório, torcendo para que você estivesse lá. Que nada tivesse mudado. Mas eu isso nunca aconteceria.
Seguro a mão dele, mudando o foco do meu olhar, não queria que ele visse a pequena lagrima fujona.
— Eu queria voltar para aquele tempo – Falo, baixando a cabeça. – Mas eu lembro de como foi quando você foi embora.
— Eu não queria. S/n, eu juro que se pudesse mudaria tanta coisa.
— Mas você ainda deixaria Stanford – Falo.– Porque seu irmão precisava de você, ainda precisa. Eu não tenho mágoa por você ter ido embora, não tenho raiva disso. Só queria que tivesse me ligado, mostrado que... que você sentia minha falta da mesma forma que eu sentia a sua.
Pronto. Acho que nunca me senti tao aliviada em toda a minha vida. Depois de doze anos, tanto tempo eu finalmente falei aquilo que me sufocou esses anos todos.
Sam tirou a mão da minha, achei que ele estava irritado mas ele me surpreendeu ao me dar um beijo. Percebi que nunca havia superado Sam, que a falta que sentia dele não era apenas por ele ser meu melhor amigo. Quando Sam me beijou, percebi que mesmo tanto tempo depois, eu ainda o amava como na época da faculdade e que nada mudou meu sentimento por ele apensar de tudo a nossa volta ter se transformado. Eu apenas não sabia o que Sam sentia por mim, mesmo com aquele beijo, ainda estava perdida.
— Por que fez isso, Sam? – Pergunto quando ele se afasta.
— Para mostrar a você que não foi a única a sentir saudades. S/n, eu nunca deixei de pensar em você. Eu amava você, mas nunca soube se era correspondido. Quando fui embora queria apenas que você ficasse segura, eu não tenho garantia de nada nessa vida que eu levo. Achei que me afastando completamente de você estaria te protegendo. Não imaginava que estava magoando você.
Alguem poderia ter raiva de Sam? Ele sempre sabia o que dizer, como dizer e a hora de dizer. Ele era tao doce que as vezes chegava a acreditar que ele não existia realmente.
— Eu sempre amei você, Sam – Revelo.– Eu sempre confundi esse sentimento, só tive certeza do que sentia alguns dias antes de você começar a namorar com a Jessica. Mas você estava tão feliz... eu não queria atrapalhar.
— Você nunca iria atrapalhar.
Agora eu tomei a iniciativa de beija-lo. Afundei meus dedos em seus fios castanhos, puxando-o para mim. Sam retribuiu, abraçando meu corpo e me puxando para cima de seu colo.
Me afasto de seu rosto, e o encaro por alguns segundos em silencio até que dou uma leve risada.
— Preciso agradecer ao meu medo de avião por me fazer vir de carro. Nunca teria encontrado você se não fosse por isso.
— Talvez tivesse encontrado. Ou eu finalmente iria atrás de você, sou um idiota por ter deixado tanto tempo passar.
— É, você é – Concordo com outra risada, voltando a beija-lo.
— Tenho algumas coisas para contar à você – Ele murmurou, senti o clima pesar novamente. – Mas não agora, tudo bem? Acho que não seroa a melhor decisão aceitar aquilo. O que quer que o deixasse assim era com certeza muito sério, mas eu estava tao feliz que deixei passar.
— Tudo bem – Falo.– Acho melhor irmos para o meu quarto, seu irmão pode voltar.
Sam ri.
— Tem razão – Concorda.
Levanto de seu colo e seguro sua mão, puxando-o para fora do quarto e pegando o caminho do meu.
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