American Supernatural Story (Roanoke)
Season 6 – Roanoke:
Leitora/Dean Winchester
***
— Dean, você tem certeza que o caminha é esse, né? – Pergunto para o Winchester que parece mais perdido que Daredevil em tiroteio.
— Claro, eu só... – Ele ergue o celular em busca de sinal.– Só preciso checar se o caminho é mesmo esse... eu tenho certeza de que tem um posto em algum lugar por aqui.
— Se estivermos perdidos, Dean eu mato você.
— Calma, baby, vamos achar – Ele fala, olhando em volta.
Acompanho seu olhar e isso apenas me desanima ainda mais. Não havia nada alem de mato para todos os lados, eu não conseguia acreditar que me meti nessa furada.
— Eu devia ter ficado com Sam no motel – Resmungou enquanto o sigo, passando por cima das varias moitas de galhos secos.
— Você é ótima reclamando, poderia ajudar? – Ele pergunta aborrecido.– Seu celular tem sinal?
Tateio pelos meus bolsos a procura de meu telefone e em seguida levo uma das mãos ao rosto.
— Merda! Esqueci a droga do celular no impala – Falo, irritada.
— Ótimo, parabéns.
— Cala a boca, idiota.
— Espera, acho que encontrei alguma coisa – Ele fala, dando alguns passos em direção a uma arvore bem alta.
— O que?
— Essa arvore – Aponta para ela e eu já abro a boca para xinga-lo.– Espera, estou falando sério, isso não te lembra nada?
Olho para a arvore que é bem alta mesmo e penso por longos segundos.
— Talvez esse sol infernal tenha queimado meu cérebro – Falo sem obter nenhum resultado.
— Não é daquele programa de TV estúpido que você e Sam adoram? Onde encontraram uma garota?
Olhei mais uma vez para a arvore e consegui me lembrar.
— Não – Digo, arregalando os olhos.– Não foi a garota, foi o casaco dela. Só um minuto... estamos na Carolina do Norte e essa arvore...
Um estalo se da em minha cabeça e eu agarro a jaqueta de Dean, arrasto ele ouvindo seus protestos por mais ou menos uns cinco minutos até encontrar o que imaginei estar procurando.
— Oh meu Deus!! – Exclamo quando vejo a casa principal de "My Roanoke Nightmare".– Não acredito.
— Uma casa velha, eba – O loiro debocha. Dou um tapa em seu ombro.
— Tem noção de onde estamos? Dean é o maior point do terror depois de Amityville!
— S/n, nossa vida é um point do terror, não acredito que ainda curta essas coisas depois de tantos casos.
— O que posso fazer? Algumas garotas curtem boybands, eu curto Serial Killers.
— Okay, então já que você já viu a casa sinistra, podemos ir atrás de um posto de gasolina – Dean fala dando a volta.
— Não, calma ai – Falo, agarrando seu braço. – Vamos entrar.
Dean olha para meu rosto por um minuto inteiro, como se não acreditasse que sugeri aquilo.
— Esta brincando? S/n, logo vai escurecer e o caminho até o posto é longe, depois ainda temos que voltar e pegar Sam no motel.
— Por favor, Dean – Peço, fazendo um biquinho que só costumo fazer quando quero apelar. Seguro o loiro pela gola da jaqueta puxando-o para mais perto e olhando dentro de seus olhos. – Só um pouquinho, prometo te dar um presente.
Dean deu um sorriso carregado de malicia, segurando minha cintura e me puxando para perto.
— Um presente? – Eu concordo.– Então está bem. Só cinco minutos.
Dou um sorriso enorme e me solto de seus braços correndo para a casa.
Quando entramos, um cheiro horrível inunda minhas narinas me fazendo engasgar e tapar o nariz. Dean faz o mesmo quando entra logo atrás de mim.
— Que diabos aconteceu aqui? – Pergunta vendo a escada principal totalmente destruída.
— Pode ser cenográfico – Digo, olhando em volta.
— E esse cheiro? É cenográfico também?
— Isso ta parecendo sangue – Falo vendo algumas manchas no pé da escada.
— Fica aqui – Dean toma minha frente, pegando sua arma e destravando-a. Ele sobe as escadas devagar seguindo as manchas de sangue e eu o acompanho depois de pegar minha própria arma.
No alto da escada, encontramos uma sequência de portas e barulhos que parecem ser choramingos. Tomo à frente e vou até a porta de que parece vem o som.
Dean se posiciona do outro lado e contamos silenciosamente até três, no três Dean mete o pé na porta. Quando a mesma se abre encontramos um homem aparentemente em choque segurando o que me parece um pé de cabra.
— Ei, calma – Dean pede, abaixado a arma.– Viemos ajudar.
Eu reconheço o homem imediatamente.
— Você é Dominique Banks, foi você quem fez o Matt em...
— Por favor não fala naquela droga de serie – Pede, parecendo desesperado. – Vocês são da produção do programa? São o que? Foram as garotas que mandaram vocês?
— Não – Respondo.– A gasolina do nosso carro acabou e o idiota do meu namorado disse que conhecia um posto por aqui. Nos fez andar por horas.
Dean me lança um olhar aborrecido.
— Quem esta aí?
— Eles vieram nos ajudar, Shelby – Dominique fala, correndo para uma porta no quarto. Dean e eu trocamos olhares e vamos atrás dele encontrando-o debruçado sobre uma mulher ensanguentada.
— Meu deus, o que aconteceu aqui?– Pergunto ajoelhando ao lado da mulher loira e a reconhecendo por ser realmente Shelby.
— Estamos presos aqui! – Dominique se levanta, ele anda de um lado a outro.– Coisas estranhos começaram a acontecer, coisas ruins, tentamos contato com a produção mas ninguém apareceu. As meninas foram atrás de ajuda mas sumiram a quase dois dias...
— Espera, o que vocês faziam aqui? – Dean questiona.
— Estávamos gravando uma nova temporada – Dominique explica.
Ele e Dean começam a conversar, eu me volto para Shelby que esta terrivelmente abalada.
— O que houve, querida? – Pergunto em tom baixo, pondo a mão em seus ombros. – Eu me chamo, S/n, vou ajuda-la a sair daqui.
— Não – Ela balbucia. Ela esta tremendo muito.– E-eu não posso sair.... ninguém pode sair... eu voltei por ele, eu não posso sair sem ele.
— Ele? – Repito sem entender.– Ele quem? De quem esta falando?
— S/n – Dean me chama. Eu levanto e digo a Shelby que já volto e então sigo até onde Dean está. Dominique volta para perto de Shelby.
— O que foi?
— Olha isso – Ele aponta para a janela. Olho através dela e encontro um circulo que esta começando a se formar no céu. Ele é de um vermelho incrivelmente forte.
— Aquilo é... a lua?
— A lua de sangue – Ele diz, seu tom era profundo.– S/n, nós temos que sair daqui.
— Dean, a gente não pode sair e deixar eles aqui. Também não temos gasolina e nem sinal. E aquilo não era real.
— Não? S/n, eu era o primeiro a duvidar daquele programa estúpido, mas olha para isso. Não tem como não ser real. Sabe o que Dominique me contou?
Eu nego.
— Que Shelby esmagou a cabeça do marido com um pé de cabra – E então eu entendo o que ela quis dizer.– E sabe por que? Porque ele estava transando com alguma criatura no porão.
Engulo em seco. A razão para que Sam e eu gostassemos tanto do programa era por não ser real. Eu respiro fundo, fechando os olhos e tentando enxergar uma solução. Um grito me faz abri-los novamente e correr direção ao banheiro, ao chegar lá, encontro Shelby engasgando com o próprio sangue e Dominique parado sem saber o que fazer.
— O que...
— Ela fez isso – Ele interrompe Dean, defendendo-se em seguida.– Eu não pude evitar, foi muito rápido.
Dean ergueu sua arma e apontou para Dominique, eu abaixei seu braço na hora.
— Ficou doido? O que ia fazer?
— Você viu a garota morta? Ela não estava em condições nenhuma, muito menos de se matar. Eu não confio nele.
— Dean, se acalma – Peço. – Ele é só um ator, ta bom? Não vamos tomar atitudes precipitadas.
Dean respira funda e concorda. Ele se vira para Dominique.
— Essas garotas de quem voce fala, quem são?
— Audrey, ela fez a Shelby, Lee e Monet – Responde, passando a mão no rosto para limpar o suor.
— Okay – Dean concorda.– Vou atrás delas, se não voltaram em tanto tempo é melhor que alguem vá procura-las.
— Eu vou com você – Falo.
— Nem pensar, vai ficar aqui onde é seguro.
— Dean, eu assisti aquela coisa, nenhum lugar nessa terra é segura durante a lua de sangue. Eu vou com você – Falo.
Pego minha arma e recarrego com cartuchos de sal.
— Aqui, fica com isso – Entrego para Dominique. – Isso são balas de sal, caso algum dos espíritos da casa apareça, atire, vai resolver. Pelo menos por um tempo.
— Isso é loucura, não vou atirar em fantasmas.
— Só obedece se quer sobreviver – Dean fala, ficando irritado.
Saímos do quarto e descemos as escadas. Dean vai direto para a porta da frente, mas eu o seguro.
— Não, eu sei de um caminho mais seguro.
Nos guio pela casa, tentando me lembrar da passagem onde Shelby... ou Audrey, tanto faz, atravessam.
Descemos até o porão e o cheiro de carne podre só piora.
— Esse deve ser o Matt – Digo, vendo o corpo com o crânio esmagado.
Dean segura minha mão e eu continuo andando até o outro lado do cômodo chegando na passagem. Suspiro aliviada por ter encontrado o caminho e nós dois entramos.
***
— Pega a sua lanterna – Peço para Dean. O túnel é totalmente mergulhado no breu.
— Não tenho uma lanterna comigo, S/n – Dean responde.
— Então seu celular – Reviro os olhos.
— Aqui.
Estando a mão para pegar o aparelho, mas acabo tocando em outra coisa.
— Agora não, Baby – Dean ri no escuro.
— Idiota, acenda essa luz – Digo, tensa demais para rir.
Ele acende a lanterna do celular e eu pego de sua mão, iluminando todo o túnel.
Iniciamos uma caminhada pelo lugar, passando por varias teias de aranha e algo que tenho certeza ser um rato.
— S/n, abaixa! – Dean exclama erguendo a arma para atirar em alguma coisa a nossa frente.
Encaro a figura pálida que está um pouco mais a frente e seguro o braço de Dean.
— Não. Não atira nele.
— O que? É um fantasma, S/n!
— É Edward Mott – Falo, olhando novamente para Edward que ainda esta em silêncio. – Ele não vai nos machucar.
— Não quero mais almas atormentadas agregadas a essa terra – A voz do fantasma ressoa pelas paredes do túnel. – Se querem sobreviver me acompanhem.
Ele ergue uma tocha e da meia volta seguindo adiante no túnel. Eu o acompanho, Dean mesmo hesitante não me deixaria ir sozinha e segue comigo.
***
Saímos do túnel praticamente no centro da floresta. Eu não conheço aqui e Dean também não, mas o fantasma de Edward não se importa com isso, desaparecendo logo depois.
— Para onde agora? – Dean pegunta, olhando em volta. Ele tirou a jaqueta e a amarrou na cintura.
— E-eu não sei – Confesso. Eu não sabia o que fazer. Não sabia para onde as meninas tinham ido e agora eu teria que me virar para nos tirar daqui.
Dean percebeu meu nervosismo.
— Calma, ta tudo bem –Ele me abraça. Dean sempre sabe quando eu não estou bem e também sempre sabe o que fazer para me fazer sentir melhor.– Somos caçadores lembra? Podemos com isso.
— Dean, se tudo o que eles mostravam é real, não temos muita chance – Digo, minha cabeça deitada em seu peito. – São muitos, até para nós.
— Confia em mim? – Ele pergunta, levantando minha cabeça e me fazendo olha-lo nos olhos.
— Confio.
Dean pressiona seus lábios nos meus fazendo com que metade do meu medo suma.
— Vem – Chama, segurando minha mão.
Seguimos pela floresta a procura das outras atrizes.
***
Alcançamos uma casa de fazendo. O lugar era bem sinistro e estava silencioso. Aquela casa me da arrepios, não simplesmente por ser a casa dos Polks, mas por me lembrar um dos meus primeiros casos como caçadora. A familia Bender.
Dean me sentiu tremer.
— O que foi? – Dean pergunta.
— São os Polks – Digo, minha voz falha.– Eles são como os Bender, Dean.
A mandibula dele endurece.
— Você não vai entrar lá.
— Eu não vou deixar você ir sozinho – Falo.
— S/n, eu me lembro daquele caso, eu me lembro de como você ficou aterrorizada. Eu não vou vê-lá assim outra vez.
Eu realmente não queria entrar lá, mas não podia deixar Dean entrar lá sozinho. Eu nunca me perdoaria se alguma coisa acontecesse com ele.
— Eu vou com você, Dean.
— Escuta, fica aqui, se eu não voltar em quinze minutos você entra, ta bom? – Eu concordo, Dean me entrega sua faca que costuma guardar na bota e se levanta, se esgueirando pelas folhas do mato em volta.
Sento-me no chão de terra, pondo minha cabeça entre as mãos, uma ideia faz com que eu pegue o celular de Dean que ficou comigo e verifique o sinal. Aliviada por ver que tem alguma coisa, tento ligar para a policia para avisar dos corpos na casa.
— Alô...
— O-oi – Começo com a voz falha assim que atendem.– Eu me chamo S/n, aconteceu um acidente na casa perto da rota....
A ligação caiu. Soco o chão totalmente frustrada.
Fico sentada alí esperando por mais cinco minutos quando o aparelho toca.
— Sam!! – Atendo após ver o nome no visor. O sinal havia voltado.
— S/n, o que diabos aconteceu? Você saíram a quase seis horas para ir até uma lanchonete. Não telefonaram mais e não atendiam também.
— Sam, gracas a deus – Falo, respirando mais rápido. – Escuta, não faz perguntas, lembra da fazenda dos Polks?
— Do programa de TV?
— Isso, Sam, daquele maldito programa – Falo.– Estamos presos naquela floresta, a gasolina acabou e encontramos a casa do programa. Estavam gravando uma nova temporada mas todos estão mortos, Sam, vem pra cá, a Lua de Sangue...
De algum lugar, alguem me acertou uma pancada forte, me fazendo apagar.
***
Quando acordo, sinto minha cabeça doer. Minha vista esta turva e eu demorou um tempo até que ela fique normal.
Olho em volta e percebo que estou amarrada em uma cadeira, do meu lado eu reconheço Audrey e Monet. Para o meu pavor, Dean não esta lá.
— Quem é você? – Monet pergunta.
— S/n – Respondo.
— Como eles pegaram você?
— Eu e meu namorado, nós... espera, vocês o viram? Ele é alto, loiro...
— Ela acordou! – Alguem grita para outra pessoa entrando na sala. Da porta, uma velha baixa e com cara de louca entra.
— Mais uma aquisição – Ela sorri sem praticamente nenhum dente.– Estamos tendo sorte esse ano.
Ela se aproxima de mim e segura meu rosto, apertando minhas bochechas a ponto de me machucar. As lembranças de meus momentos na casa dos Bender me invade, quase incapacitando-me. Mas uma coisa me faz reagir:
— Se você o machucou – Falo, minha voz abafada devido a minha boca ainda sendo apertada. – Eu juro que vou empalar sua cabeça.
— Não sei de quem a mocinha está falando – Ela ri cínica.
— Eu sei que você é louca, mas surda não é – Falo, recebendo um tapa em meu rosto.
— Levem-na – Fala para um dos esquisitos de seus filhos que vem e me desamarra. Tento lutar mas ele é bem mais forte e consegue me carregar para outra sala. Lá eu encontro uma mulher que acho que seja Lee e para meu desespero Dean esta lá. Ele esta amarrado, seu braço esta sangrando igual a sua cabeça com um ferimento.
— Dean...– Murmuro. Ele não se mexe, ainda esta desacordado. Minha visão se borra com minhas lágrimas e eu uso ainda mais força para tentar me libertar, mas ele me joga contra uma cadeira e me prende ali.
— Cuide dela, quero a carne fresca – A velha maluca fala, deixando o comodo.
Seu filho que fica se aproxima da mesa e pega uma faca. Ele se aproxima de mim e consigo sentir sua hesitação quanto a me cortar.
— Você não quer fazer isso – Digo, encolhendo-me o máximo que posso na cadeira.
— Eu tenho que fazer isso – Ele diz, dando de ombros.
— Por que? Vocês tem porcos, ou tinham, sei lá... por que não come a carne deles?
Ele se abaixa bem próximo a mim, sua pele é horrível, cheia de erupções e seu cheiro me da enjôo. Detive minha respiração ou iria vomitar e dei meu melhor sorriso.
— É um história longa de família.
— Podemos polpar tempo – Digo, segurando-me para baixar meu tom de voz.– Ja esteve com uma garota antes?
Ele parou por um minuto, eu pude ver seus olhos na fraca luz, eram de um azul intenso.
— Não.
— Nunca?
— Não tem muitas garotas por aqui.
— Nem imagino o porque – Murmuro. Volto a encarar seus olhos e tento chamar sua atenção mais uma vez.– Escute, se me soltar...
— Não posso solta-la.
— Apenas minhas mãos – Digo, mordendo o lábio, mais para conter a ânsia de vômito. – Eu sei que você vai me matar, você pelo menos vai ter algum proveito.
Ele se aproxima, claramente duvidando de minhas intenções. Mesmo assim ele se abaixa diante de mim e solta uma de minha mãos, antes que eu evitasse ele esta atacando meus lábios e eu precisei esforçar-me muito para não vomitar. Assim que minha outra mão estava solta, peguei a faca guardada no cós da calça, agradecendo por eles não terem me revistado e enfio no pescoço dele.
Vejo o homem sufocar com o próprio sangue e cair morto diante de mim. Corto o resto das cordas que prendem minhas pernas e fico de pé, correndo ate Dean logo em seguida e percebendo com horror que ele estava acordado.
— Dean...– Me abaixo a sua frente e corto suas amarras. Ele fica de pé e sem olhar para mim caminha até Lee, soltando suas cordas e a ajudando a ficar de pé.
— Vamos sair daqui – Diz ainda sem me encarar.
— Espera – Lee fala, se apoiando no ombro dele.– Monet e Audrey.
Caminho na frente dos dois, entrando na sala onde estava antes e encontrando a velha maluca tentando arrancar um dos dentes de Audrey. Recupero a arma de Dean que estava na mesa e atiro na cabeça da mulher.
— Oh, meu deus – Audrey esta chorando. – Obrigada...
Ela agradece quando estou soltando suas cordas.
— Onde está Monet? – Lee pergunta.
— Eu não sei, ela fugiu e eles foram atrás dela.
— Vamos antes que voltem – Chamo, saindo da casa e todos atrás de mim enquanto voltava para a floresta.
***
Chegamos na passagem para a casa. Atravessamos em silencio e aquilo me matava. Dean nem me olhou nem por um minuto, aquilo estava me deixando nervosa.
Chegamos no porão e lá estava o corpo de Matt, Lee precisou de ajuda para atravessar aquele comodo e em fim chegamos na sala. Subimos as escadas para que Lee pudesse se deitar e lá encontramos Dominique.
Audrey vai até o banheiro buscar remédios e grita ao ver o corpo de Shelby
— O que aconteceu aqui??– Audrey pergunta para Dominique.
— Ela se matou – Ele responde.
— Eu conheço Shelby, ela é egoísta demais para se matar – Lee grita.
— Ela matou Matt e surtou – Digo.– Ela se matou, nós todos vimos.
— E quem são voces – Ela pergunta em tom desafiador.
— Pessoas dispostas a salvar a vida de vocês – Dean intervêem.
— Conseguiram chegar ate o trailer da produção? – Dominique pergunta.
— Estão todos mortos – Audrey responde.
Ouço alguns gritos vindo do lado de fora da casa, caminho até a janela, vendo a lua de sangue brilhar do lado se fora e um grupo de pessoas se formar em frente a casa com tochas. Uma mulher estava na frente, a Açougueira.
— Ela está aqui – Digo. Essa única frase carrega uma onda de compreensão e pânico por todos no cômodo.
Um barulho do lado se fora do quarto me faz deslocar-me até a porta para checar e então algo me agarra pelos braços e me joga metros à frente. Era um homem, com uma cabeça de porco, ele vinha em minha direção e eu não conseguia ouvir mais nada e minha visão estava turva devido a uma batida de minha cabeça na parede.
Uma dor horrível na lateral de meu corpo me faz gritar. Então mais uma vez tudo escureceu.
***
Abro meus olhos sentindo a dor primeiro que qualquer coisa. Olho para o lado e Dean esta sentado na ponta da cama.
— O que aconteceu? – Pergunto, minha voz arranhando.
Dean se vira na hora na minha direção.
— Aquele espírito... ele acertou você com alguma coisa e cortou quase metade da sua barriga – Ele respondo, Dean parece cansado.– Você ficou apagada por umas quatro horas. Já esta amanhecendo.
— Onde estão os outros?
— Dominique morreu, depois que consegui tirar você da mira daquela coisa ele mirou nele.
Passei as maos pelo rosto, eu estava começando a chorar, eu não conseguiria conter-me dessa vez.
— Me desculpa. Por favor – Digo entre os soluços. – Eu sei que esta com ódio de mim, e você tem razão em estar. Eu trouxe você para cá, eu fiz você entrar aqui, e agora todos vamos morrer, desculpe.
— S/n, eu não estou com ódio de você – Sua voz esta mais suave do que eu imaginava. – Eu confesso, estava com quando vi você com aquele monstro, mas quando vi você quase morrendo nos meus braços... você estava tentando nos salvar.
Me inclino sob as ataduras para abraça-lo, Dean devolve o abraço, depositando um beijo meu pescoço.
— Eu vou tirar a gente daqui – Digo, fechando os olhos e o abraçando ainda mais forte.– Vou concertar meu erro, eu juro.
Dean acaricia minhas costas, beijando outra vez meu pescoço.
— Não vou deixar mais ninguém machucar você – Ouço sua voz abafada contra minha pele.
Sinto seus lábios nos meus e levo minhas mãos até sua nuca, beijando-o de volta. A boca macia de Dean contra a minha, levou-me a outro estado de espírito.
— Eu amo tanto você – Digo, me afastando dele. Dean segura meu rosto.
— Eu amo você – Diz de volta.
A porta se abre de repente e Lee entra seguida de Audrey e de um cara.
— Ela esta viva – Audrey sorri.
— Ótimo, vamos voltar para aquela fazenda – Lee diz.
— Por que? – Pergunto.
— Monet ainda esta lá – Ela diz.
— E aparentemente são os únicos com um carro abastecido em quilômetros – O cara diz.
— Quem é ele? – Pergunto.
— Outro ator – Dean responde.
— Como ele chegou aqui?
— Eu vim de uber.
— E o celular? – Falo.
— Nenhum – Audrey suspira. – A produção deixou explícito. Sem celular.
Tento me levantar, Dean me ajuda a ficar de pé.
— Então vamos. Salvamos Monet e depois vamos embora desse inferno – Digo.
***
Saímos da casa pela porta da frente, já era dia e não haviam sinal nenhum da Açougueira. O caminho até a fazenda não foi longo, eu sentia meu corpo queimar a cada passo.
— Quando ouvirem o som do carro, venham o mais rápido que poderem – Dean fala, olhando para as meninas.
Elas concordam e saem em direção a casa. Enquanto o ator e Dean vão até a caminhonete velha, algo me chama atenção no meio de alguns arbustos.
— Dean – Chamo, indo até o objeto, é o celular dele.
— O que foi?
— Seu celular – Pego o aparelho.
— Quase dez ligações perdidas de Sam – Ele vê o visor.
Pego o celular da mão dele, pensando em telefonar para Sam, mas ouvimos um grito logo depois do barulho do ronco de um motor.
— O que foi isso? – Pergunto.
Dean vai na direção do som, eu não posso segui-lo pois não consigo andar se apoio.
— Ele ta morto – Falou se referindo ao cara que estava conosco.
— E o carro?
— Sumiu.
— Merda, merda, merda! – Grito.– Eu não aguento mais esse pesadelo, Dean! Esse lugar é um inferno!!
Ele passa a mão pelos cabelos e segura em minha cintura me dando apoio.
— Vamo embora daqui – Fala.
— Mas e os outros?
— Chamamos a policia no caminho. Chega, S/n, você precisa de um medico ou essa ferida vai matar você – Dean estava próximo a seu limite.– Não podemos ficar aqui. Aqueles monstros estão mortos, o que sobrou fugiu, mas eles não são as únicas coisas a serem temidas.
— Eu sei, Dean – Falo.– Hoje é o último dia do ciclo da lua de sangue, é o pior de todos, nunca saíremos vivos dessa floresta.
O olhar de Dean era determinado, ele continuou andando, os sons de gritos ecoavam pelas árvores, eu sabia que eram do grupo de colonos que andavam com a Açougueira, eles estavam atrás dos sacrifícios.
Continuamos pelo terreno íngreme de lama e com alívio encontrei a estrada
Eu não conseguia andar, estava ficando febril e Dean precisou me pegar no colo e continuar. Um barulho de motor de carro fez com que eu levantasse a cabeça do peito dele e encontrasse um carro. O veiculo parou no meio da rua e Sam saiu de dentro dele.
— Finalmente encontrei vocês – Fala, correndo até nós. – Vocês estão bem? O aconteceu?
— S/n precisa de um medico – Dean fala me levando até o carro e me colocando no banco se trás.
Os dois embarcam no carro e Sam começa a dirigir.
— Seu celular, o meu perdeu o sinal – Ouço Dean pedir. Ele digita alguns números.– Alô, é da polícia?....
Eu tentei ouvir o resto, mas já estava inconsciente.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top