3.8
— Yaku disse que vamos embora amanhã.
Kenma murmurou com a voz baixa sentado ao seu lado naquela enorme toalha posta sobre a areia de frente para o mar calmo, você piscou devagar levando o olhar em sua direção, era de manhã, o sol ainda não estava em seu auge, então o clima ainda estava meio frio, por esse motivo o homem de cabelos loiros estava completamente empacotado ao seu lado, uma toca preta protegia seus fios loiros, ele suspirou levando os olhos cor de mel até você.
— Vai ser a sua última semana de tratamento antes da cirurgia, não vai?
Você indagou com a voz baixa e ele assentiu antes de encolher os ombros, desviou o olhar para as ondas que se quebravam sem muita violência contra algumas rochas, ele sorriu curto.
— Yaku disse que como é apenas mais uma semana talvez meu cabelo não caia inteiro, mas que é bom corta-lo um pouco depois, para que ele nasça mais saudável.
Ele disse com a voz aliviada, talvez estivesse mais preocupado com seu cabelo do que com a própria cirurgia; Suna andou novamente em direção ao vocês se sentado ao seu lado, tinha um suporte de papelão para copos em suas mãos, ele sorriu, tanto você quanto Kenma levaram os olhos em direção a ele.
— Chocolate quente, vocês querem?
Ele indagou e Kenma praticamente voou por cima de você fazendo com que você soltasse um grito agudo tendo seu corpo jogado contra a toalha enquanto o homem tentava desesperadamente roubar o copo térmico de chocolate quente do suporte de Suna segurava, ele olhava de um lado para o outro como se estivesse praticando um assassinato.
— Me dê logo isso antes que a Kyoko veja, a mulher não deixa eu fa...
— Não deixo você o que?
A mulher de cabelos escuros indagou aparecendo por trás de vocês e Kenma arregalou os olhos segurando mais forte o copo térmico contra suas mãos antes de bebericar com cuidado, você riu revirando os olhos pegando o próprio copo, Suna sorriu virando o rosto para olhar a mulher.
— Ele estava dizendo que você não deixa ele faltar um dia de tratamento sequer.
Suna murmurou arqueando uma das sobrancelhas e Kyoko arregalou os olhos suavemente se sentando ao lado de vocês na toalha gigantesca, encarou Kenma quase que indignada.
— É para o seu bem, você não pode faltar no tratamento — ela disse com a voz séria e Kenma assentiu pacientemente dando mais um gole em seu chocolate quente soltando um suspiro aliviado, a mulher franziu o cenho —, o que você está tomando?
Kenma arregalou os olhos se engasgando com a própria bebida levando os olhos cor de mel até a mulher.
— Chá de camomila.
— Oh, é meu favorito, você pode me dar um gole?
— Não.
A mulher franziu o cenho.
— Por que não?
Kenma suspirou desesperadamente olhando para os lados antes de voltear os olhos em direção a mulher.
— Eu não quero que você pegue leucemia, é horrível, acredite.
Ele disse sério fazendo com que Suna risse baixo enquanto você se engasgava com sua própria bebida, Kyoko franziu o cenho completamente confusa.
— Leucemia não é contagiosa, Kenma.
— Nunca se sabe, é melhor não arriscar, eu compro um chá de camomila para você depois.
•••*•••*•••*•••
— Eu não acho que ela realmente tenha caído nisso que o Kenma disse.
Você disse enquanto arrastava seus pés na areia andando de maneira preguiçosa, Suna riu baixinho antes de assentir, segurava a sua mão com cuidado entrelaçando seus dedos os apertando entre os seus, Kenma havia voltado para o hotel junto a Kyoko dizendo que queria dormir um pouco.
— Ela com certeza sabia que ele estava bebendo chocolate, deve ter ficado com pena e deixado ele tomar.
— Kyoko tem um coração mole as vezes então.
Você disse sorrindo curto, Suna suspirou levando os olhos dourados em sua direção, apertou mais a mão contra a sua, o som das ondas se quebrando contra as rochas era alto, fazia com que você sentisse toda a tensão de seu corpo se esvair pouco a pouco.
— Ela com certeza tem um coração mole.
Ele murmurou lhe puxando para mais perto, você riu baixinho olhado para trás vendo como o hotel já estava longe, volteou o rosto em direção ao Suna arqueando uma das sobrancelhas.
— Por que você está me levando tão para longe? Não vai me matar vai?
Você indagou com a voz dramática e o homem de cabelos escuros riu baixo antes de revirar os olhos, parou de andar, você estancou os pés na areia virando o corpo em sua direção o sentindo soltar sua mão ficando de frente para você.
— Bem... eu queria entregar uma coisa para você ontem, mas tivemos toda a confusão com Kenma e eu não achei o momento certo.
Ele disse com a voz baixa, Suna mexia em seus dedos de maneira nervosa, você piscou devagar confusa, encolheu os ombros aproximando mais o seu corpo do mais velho levantando o rosto para o encarar.
— O que é?
— Você pode fechar os olhos só por alguns segundos?
— Suna Rintarou, por que eu tenho que fechar os olhos? Você não planeja me jogar no mar, né? Eu não sou uma boa nada...
— Por deus, feche logo os olhos!
Ele reclamou rindo e você sorriu antes de assentir fechando os olhos de modo desconfiado, conseguiu escutar Suna respirar fundo quase que de maneira desesperada.
— Cinco segundos, posso abrir?
— Não! Pelo amor de deus, mulher, fique com os olhos fechados até eu falar.
— Céus, está bem está bem.
Você disse rindo fazendo com que seus ombros tremessem de leve, sentiu os dedos de Suna segurarem sua mão com cuidado a levantando com cuidado, você suspirou, sua pele era morna, ele acariciou as costas de sua mão com o polegar de maneira delicada.
— Ontem de manhã eu estava andando na praia e encontrei aqueles vendedores ambulantes, sabe?
Ele começou com a voz suave, você sorriu ainda com os olhos fechados.
— Aqueles que vendem toalhas e cordões?
— Esses mesmos.
— E o que isso tem haver com o fato de eu estar de olhos fechados?
— Pare de ser tão impaciente, céus.
— Está bem, continue.
Você disse rindo e mesmo que naquele momento seus olhos estivessem fechados você tinha a plena certeza que Suna estava revirando os olhos, ele coçou a garganta em um tosse baixa, apertou mais sua mão entre seus dedos longos.
— Você já ouviu falar sobre o Akai Ito? — ele indagou com a voz baixa e você assentiu sem saber muito bem ao o que aquele assunto estava levando, Suna suspirou — Eu não quero me afastar de você, mesmo que você esteja longe, ou se estiver chovendo, ou até mesmo se um dia nós brigarmos e você me mandar dormir no tapete, eu não quero me afastar de você, por isso eu quero que você fique com isso.
Suna disse em um sussurro baixo e você sentiu ele passar algo por sua mão parando sobre seu pulso, sentia seu coração bater quase que desesperado contra seu peito, abriu os olhos devagar abaixando os olhos para suas mãos se detendo com uma pulseira avermelhada ao redor de seu pulso, Suna possuía uma da mesma cor em seu próprio pulso, duas bolinhas prateadas de imã estavam levemente soltas, coladas uma na outra fazendo com que sua pulseira estivesse ligada a de Suna. Você suspirou pesadamente levantando o olhar até o homem, ele tinha uma feição assustada em seu rosto, engoliu em seco.
— Eu gosto de você, Ma chérie, gosto tanto que eu fico assustado — ele voltou a dizer com a voz dessa vez trêmula, desviou o olhar do seu, piscou devagar antes de respirar fundo —, se você quiser, a gente pode... sabe? Ficar juntos de verdade.
— Você está me pedindo em namoro, Suna?
— Se a resposta for sim eu estou.
Ele murmurou ansioso e você riu baixinho antes de assentir o puxando para mais perto de você aproximando seus rostos com cuidado, conseguia sentir sua respiração quente contra seu rosto, você sorriu tocando seus narizes com cuidado.
— Então a resposta é sim.
Você sussurrou escutando o homem soltar um riso aliviado antes de levar a mão livre em direção ao seu rosto lhe trazendo para mais perto, seus lábios se encontraram de maneira delicada, conseguia sentir ele sorrir contra seus lábios a cada estalo baixo, você respirou fundo afastando seus lábios com cuidado abaixando os olhos para suas mãos ainda juntas.
— Elas não são bonitas?
Ele murmurou com a voz baixa abaixando o olhar dourado para as pulseiras avermelhadas presas uma na outra, você assentiu sem conseguir tirar o sorriso de seus lábios enquanto afastava as pulseiras devagar fazendo com que as bolinhas prateadas se soltassem, levou as mãos até a nuca do mais velho o trazendo para mais perto sorrindo contra seus lábios.
— São lindas.
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