2.2

   Som de passos, vozes, depois uma porta batendo, foi o que havia lhe despertado, você se remexeu na cama de maneira preguiçosa, a coberta ainda estava em cima de você, nenhum pé gelado estava chutando sua panturrilha daquela vez, você franziu o cenho confusa enquanto afundava o rosto no travesseiro tateando o lado da cama ao seu lado em busca do homem que havia dormido com você enquanto vocês assistiam um filme de ação qualquer, você abriu os olhos, aos poucos levantando o rosto do travesseiro e olhando para o acolchoado, estava vazio, somente você estava ali.

   — Suna?

   Você chamou com a voz falha, confusa enquanto se sentava na cama, bagunçou os cabelos de leve enquanto bocejava de maneira preguiçosa, não fazia a mínima noção de que quanto tempo havia dormido, mas parecia tarde.

   — Sim?

   Uma voz rouca extremamente familiar respondeu, você levou o rosto rapidamente em direção a porta se detendo com Suna ali apoiado contra o batente, tinha um suporte de copos em uma de suas mãos e uma sacola de papelão com o nome de uma padaria do outro, ele abriu um sorriso curto, você suspirou enquanto levantava os braços se espreguiçando ali.

   — O que é isto?

   Perguntou apontando com a cabeça para as coisas em suas mãos, ele deu de ombros.

   — Comida, Kenma trouxe para nós antes de ir para o hospital, digo, ele mandou a Kyoko buscar, a pobre mulher está sofrendo na mão dele, não, bem feito para ela.

   Ele disse conversando mais consigo mesmo do que com você, você soltou um riso baixo e apenas assentiu enquanto se levantava da cama ainda se sentindo meio bamba.

   — Leve lá pra baixo, eu só vou me arrumar e já desço.

   — Sim, senhora.

   Ele murmurou se desencostando do batente da porta, um sorriso em seus lábios, deu meia volta, você conseguia escutar o som dos seus pés descalços descendo a escadaria curta. Suspirou pesadamente andando de maneira de preguiçosa em direção ao banheiro, lavou o rosto com água morna e escovou os dentes se encarando no espelho, sua cara estava com leves marcas de travesseiro, uma bagunça.

   Saiu do banheiro e arrancou as roupas do pijama colocando um vestido verde claro e florido que chegava em seus joelhos e um suéter branco por cima, colocou meias felpudas e quentes e praticamente deslizou os pés pelo chão amadeirado quarto a fora, desceu a pequena escadaria andando em direção a cozinha se detendo com Suna que colocava pratinhos e talheres sobre a mesa, ele levantou os olhos dourados em sua direção, sorriu, apontou para uma das cadeiras como se pedisse para que você se sentasse.

   — Eu sei que vai parecer meio estereotipado o que vou perguntar agora — ele disse dando uma pausa enquanto você se sentava na cadeira rente a mesa o encarando de modo confuso — mas você gosta de croissant, certo? Seria estranho você não gostar porque bem... Você é francesa.

   Você riu antes de assentir enquanto dava um gole no copo de chá a sua frente.

   — Eu amo croissants não se preocupe, eu sou uma francesa de carteirinha.

   Ele assentiu enquanto comia devagar, você foi deixando a comida de lado pouco a pouco enquanto o tempo ia passando, cada vez mais seus olhos se focando contra o rosto de Suna, cerrou os olhos pensativa, ele levou o olhar até você, sorriu confuso.

   — O que foi?

   — Seus traços.

   Você murmurou antes de dar mais um gole no chá, ele franziu o cenho.

   — Meus traços?

   — Seu rosto é completamente desenhável, eu posso desenhar você? Eu preciso entregar um retrato para a faculdade de qualquer jeito.

   Ele arregalou os olhos pouco a pouco, parecia que não sabia muito bem o que dizer, assentiu devagar por fim.
 
   — Pode... mas me deixe bonito.

   — Okay — você disse rindo enquanto se levantava, levou os olhos até ele —, vamos?

   — Vamos.

   Ele respondeu dando um último gole no chá antes de se levantar por fim, vocês subiram a escadaria curta em direção ao seu quarto, Suna se sentou na ponta da cama enquanto você pegava uma tela pequena em uma das malas que você havia separado apenas para os seus materiais e um lápis escuro, andou em direção a cama se sentando ao lado de Suna que parecia nervoso com tudo aquilo, você sorriu levemente se ajeitando na cama em posição de índio arrumando o vestido entre suas pernas para não subir.

   — Vire de frente para mim, Suna.

   Você sussurrou com a voz branda, ele engoliu em seco antes de assentir virando o corpo em sua direção também subindo as pernas para cima do acolchoado, piscou devagar.

   — Assim?

   — Isso.

   Você murmurou se aproximando mais segurando o quadro pequeno entre uma de suas mãos enquanto a outra apoiava a ponta do lápis contra a tela branca, seus olhos corriam do rosto de Suna até a tela de maneira rápida enquanto desenhava contra o quadro de maneira quase que automática, seus olhos pararam contra o rosto do maior por alguns segundos, os olhos dourados correram por suas feições devagar antes de fixar os olhos nos seus, Suna estava sério demais, você riu sem jeito desviando o olhar.

   — Não me olhe desse jeito.

   — Desse jeito como?

   Ele indagou arqueando uma das sobrancelhas e você volteou o olhar em sua direção o vendo curvar o corpo para mais perto do seu, você engoliu em seco sentindo a respiração quente se chocar contra seu rosto, sentia seu coração bater quase que descontrolado contra seu peito.

   — Assim... — você murmurou com a voz baixa, apertou forte a tela contra suas mãos, encolheu os ombros — Como se fosse me beijar.

   Suna sorriu, abaixou os olhos dourados para seus lábios, pendeu a cabeça para o lado.

   — Talvez eu beije.

   Ele sussurrou, você conseguia sentir seu coração batendo forte contra sua caixa torácica, o quarto estava tão silencioso que tinha medo que Suna pudesse escuta-lo, você levantou os olhos em direção ao rosto do mais velho o encarando ali, engoliu em seco, ele corria os olhos contra seus traços lhe fitando com cuidado, levou uma das mãos em direção ao seu rosto tocando sua bochecha com as pontas dos dedos acariciando com cuidado quase como se tivesse medo que você quebrasse com o mais simples dos toques, fixou os olhos dourados contra os seus como se pedisse permissão, você apenas assentiu de um modo tão fraco que achou que nem havia sido perceptível.

   A respiração de Suna era quente, ele cheirava a menta e chá de camomila, ele aproximou mais o rosto do seu, seus narizes se tocaram de maneira delicada, você fechou os olhos devagar sentido sua respiração acelerada, Suna aproximou os lábios dos seus, eles se roçaram de leve antes de lhe beijar de modo delicado a mão grande correu em direção a sua nuca lhe puxando para mais perto, os lábios de Suna eram quentes contra os seus, molhados, ele empurrou a boca mais contra a sua aprofundando o beijo pouco a pouco, suas línguas se tocaram devagar e um gemido baixo e abafado escapou de sua boca, Suna sorriu contra seus lábios e desceu as mãos em direção as suas retirando a tela e o lápis de suas mãos os jogando em um canto qualquer da cama, subiu as mãos em direção a sua cintura lhe puxando para mais perto afastando seus lábios em um estalo, riu com a voz rouca.

   — Você não tem noção do quanto eu queria fazer isso, Ma chérie.

   Ele sussurrou contra seus lábios e você abriu um sorriso trêmulo o sentindo apertar as mãos contra sua cintura lhe puxando sem dificuldade alguma para cima fazendo com que você se sentasse contra suas pernas lhe puxando para mais perto. Seus lábios se encontraram mais uma vez dessa vez de modo mais faminto, como se tentassem pagar por toda a tensão que vinha os rondando nas ultimas semanas.

   — Suna... — você chamou com a voz abafada entre os estalos baixos entre seus lábios o escutando murmurar um "Hum?" e você suspirou baixinho mordiscando de leve seu lábio inferior o puxando devagar antes de o soltar escutando Suna rir com a voz falha enquanto afastava o rosto lhe encarando — Não faça nada que você não consiga terminar, nós temos que estar no hospital em uma hora.

   Você murmurou o escutando resmungar baixinho enquanto passava as mãos pela parte de trás do começo de suas coxas se infiltrando por dentro do vestido lhe puxando para mais perto de modo quase que bruto fazendo com que seu corpo se chocasse contra o dele com força, você arfou baixinho o sentindo rir contra seus lábios, ele assentiu.

   — Vamos estar lá em uma hora, não se preocupe.

   Ele sussurrou e você assentiu aproximando seus lábios dos dele lhe beijando devagar o sentindo adentrar cada vez mais com as mãos dentro de seu vestido, as pontas dos dedos deslizavam com cuidado contra o começo de sua bunda fazendo com que um arrepio percorresse seu corpo por completo. Por algum motivo você sentia que não estariam no hospital em uma hora.

  

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