𝐁𝐈𝐑𝐃𝐒 𝐎𝐅 𝐀 𝐅𝐄𝐀𝐓𝐇𝐄𝐑
"There is no curse more twisted than love"
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𝑰 𝒘𝒂𝒏𝒕 𝒚𝒐𝒖 𝒕𝒐 𝒔𝒕𝒂𝒚
'𝑻𝒊𝒍 𝑰'𝒎 𝒊𝒏 𝒕𝒉𝒆 𝒈𝒓𝒂𝒗𝒆
'𝑻𝒊𝒍 𝑰 𝒓𝒐𝒕 𝒂𝒘𝒂𝒚, 𝒅𝒆𝒂𝒅 𝒂𝒏𝒅 𝒃𝒖𝒓𝒊𝒆𝒅
'𝑻𝒊𝒍 𝑰'𝒎 𝒊𝒏 𝒕𝒉𝒆 𝒄𝒂𝒔𝒌𝒆𝒕 𝒚𝒐𝒖 𝒄𝒂𝒓𝒓𝒚
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Maldições e espíritos.
Ele era uma espécie de xamã que lidava com exorcismo do sobrenatural. E quanto mais ele falava, mais parecia estar chapado. Ou talvez, fosse eu que estivesse sonhando novamente com coisas estranhas.
Os poderes eram coisa de televisão e quadrinhos. Não é? Só que as mãos que me sufocavam desapareceram por completo na presença dele.
- É só um sonho - afirmei - É claro que seria.
- Sim, eu com certeza sou um sonho total, mas será que dá pra se concentrar?
- Não sei como respondê-lo. Não entendo sobre essas maldições. Não sou uma bruxa.
Os olhos daquele cara se arregalaram em minha direção, antes de se curvar para o lado e cair em risadas. Estávamos sentados na calçada em frente um mercado vinte e quatro horas e já que era noite, não havia muitas pessoas nas ruas para olhar estranho para a cena. Segundo o garoto, eu sofri um ataque das coisas estranhas contra as quais lutava e naquele instante, estava com um curativo improvisado no joelho e nas palmas das mãos, que acabaram raladas com a queda, enquanto o garoto de cabelos brancos ao meu lado degustava mais um mochi de morango de sua sacola de doces.
- O que foi? - perguntei confusa.
- Vocês, não feiticeiros, são engraçados às vezes, só isso - respondeu enquanto se levantava - Vamos.
Caminhando com um adolescente estranho, que devia ter a minha idade, usava óculos escuros em plena noite e um uniforme de um colégio que eu desconhecia, devia estar mais preocupada do que o normal, mas não. Meu corpo parecia estar orbitando ao redor daquele estranho dos meus sonhos que estava me deixando para trás ao andar.
Se você for, eu também vou.
Porque sempre foi você.
- Qual é o seu nome?
- Pode me chamar de Gojo.
Ele se distraiu com o celular em suas mãos, mas não podia ignorar as perguntas que surgiam em minha mente com sua presença.
- É educado pedir que outra pessoa também se apresente, sabia?
- Ah é? - disse deixando os óculos perderem na ponta de seu nariz para me encarar com aqueles olhos vibrantes.
- Sonho idiota... - resmunguei com um bufo irritado e desviei o olhar.
- Falando nisso, disse que eu era um sonho. Apesar de saber bem disso, quer explicar?
- Tive outros sonhos com você recentemente, Gojo - respondi experimentando o som do nome dele em meus lábios.
Ele balançou a cabeça pensativo, parando de andar enquanto isso.
- Entendo... Parece que havia mesmo algo de errado com aquela maldição. E pelo visto, com você também.
- Definitivamente um idiota - sussurrei revirando os olhos.
- Aposto que agitei suas noites, né? - disse com um sorriso travesso se abaixando ao nível do meu rosto.
Desviando o olhar, minhas orelhas queimavam com sua provocação.
- Isso vai parar agora que... - minha voz se perdeu por um breve instante tentando encontrar as palavras certas - ... você fez aquela coisa estranha desaparecer?
- Talvez - respondeu voltando a caminhar com a postura relaxada - A mente humana às vezes pode tornar o limite entre os sonhos e a realidade algo nublado e fraco. Então, é como se essa barreira não conseguisse mais segurar as emoções ruins dos pesadelos. Com o que tem sonhado pra conseguir uma maldição daquelas?
E se eu estiver ficando triste, por favor, não me salve.
Não há mais nada a perder sem meu amor.
- Não me lembro bem - respondi esfregando as mãos - Só sei que são como flashes de uma vida que não era a minha em uma época distante. Parecia muito real pra ser imaginação da minha parte.
Para minha surpresa, não houve nenhuma risada ou zombaria das minhas palavras.
Estava completamente maluca no instante em que deixei que ele me acompanhasse até em casa, porque Gojo passou a invadir e tomar seu próprio espaço em minha vida sem pedir permissão. Ele aparecia sem avisar, sumia por tempos e voltava apenas para se jogar no meu sofá, ocupando todo o espaço disponível com seu corpo esguio.
Gojo falava sobre tudo e nada, mas apesar de sua voz estar sempre se espalhando pelo ambiente, ele era reservado sobre si mesmo, sempre controlando as aparências e emoções com sorrisos e risadas.
Não me impressionei quando descobri seu nome porque não entendia o peso que carregava, mas me lembro da desconfia se dissipar e dos meus olhos suavizarem em sua direção a cada segundo que eu passava ao seu lado. E até mesmo do fogo que tomava minhas veias todas as vezes que ele se divertia ao me irritar.
Segundo ele, eu ainda era inocente e sortuda, pois não conhecia o estrago que a Sociedade Jujutsu podia fazer na vida de um feiticeiro. Tinha algo em seu olhar que revelava sua dor, como se estivesse faltando uma parte de si mesmo. E foi isso que passou a arrancar uma parte de mim sem que eu me desse conta, pois a dor em seus olhos me matava por dentro aos poucos.
Em noites solitárias, me pegava encarando o teto do quarto com perguntas sem respostas soltas pela minha mente. Por que algo tão estranho sobre o mundo de maldições e jujutsu em que ele havia crescido não era loucura? Por que eu aceitava aquilo sem questionar? Por que uma parte minha agia como se o conhecesse?
Assim como suas idas e vindas, os meses se passaram e logo estávamos prestes a completar dezoito anos. Minha vida não havia mudado muito, estava terminando meus estudos, com um trabalho de meio período num mercado e distante de todos. Em comparação com o homem que vivia em meus sonhos, a monotonia me acompanhava como uma velha companheira de guerra.
Nos conhecemos em uma noite qualquer e em quase um ano, meu coração não me pertencia mais.
Eu quero que você veja como você me parece.
Você não acreditaria se eu te contasse.
E então, ele compartilhou comigo seu desejo de se tornar professor e formar uma nova geração de feiticeiros fortes para serem seus aliados e que pudessem mudar o mundo ao qual ele pertencia. Eu contei que desejava algo que não estava ao meu alcance, o que o fez rir e dizer que desistir sem tentar era a pior escolha a se fazer.
Mesmo depois de tanto tempo, o feiticeiro ainda não havia descoberto o que havia de errado em mim para atrair sonhos de memórias que não pertenciam a nossa época, nem o porquê de sua imagem estar tão presente em minha mente, mas parecia que esse mistério o incomodava no fundo de sua mente cada vez mais.
Então me diga, o que é o amor?
O que seria aquilo que a espécie humana chama de amor e que, segundo ele, se tornou a maior maldição dentre todas?
Que sentimento é esse?
Seus lábios brilhavam a cada palavra que ele soltava no ar com aquele tom doce como mocchi de morango. Nem parecia que suas fortes mãos haviam arrancado meu coração e deixado um buraco negro no lugar que necessitava cada vez mais de sua luz.
Gojo reclamou de alguma 'missão idiota' para qual haviam o designado e, enquanto pulava do sofá da minha sala, só podia notar no peso se acumulando em meu peito.
Não quero dizer adeus.
- Até logo, Gojo... - respondi a ninguém já que sua presença havia desaparecido ao meu redor. Girando a xícara de chá que já estava fria em minhas mãos, comecei a sentir o vazio de sua presença se espalhar em meu peito.
Seja lá qual fosse mais uma das maldições que ele precisaria eliminar naquele momento, tenho absoluta certeza que não chegava aos pés da que caminhava ao meu lado, mas não podia ser vista pelo portador do Seis Olhos. As mãos que agarravam meu coração, esmagando a carne e aquecendo quando estava em sua presença iriam me matar pouco a pouco porque sabia que o Mais Forte nunca seria capturado por uma energia tão mortal.
Aves da mesma pena, deveríamos ficar juntos, eu sei, até o dia em que eu morrer.
Uma mera mortal não tinha nada a oferecer aquele que consideravam como um deus mortal na Terra.
Não há mais nada a perder sem meu amor.
E eu não sei por que estou chorando.
Eu não acho que poderia te amar mais.
Pode não demorar muito, mas querido, eu vou te amar até o dia que eu morrer.
Até a luz deixar meus olhos.
- Volte logo, Satoru... - sussurrei a quem pudesse me ouvir nos céus, sentido uma lágrima solitária se perder em meu rosto - ...por favor. Por favor.
A cada sonho, a cada lembrança, a realidade parecia cair sobre meus ombros como o peso do mundo de um modo que não dava mais para ignorar os fatos. Seja lá que tipo de maldição era aquela, entrelaçou meu destino ao de Satoru Gojo.
Eu te conheci em outra vida.
Você tinha aquele mesmo olhar em seus olhos.
Eu te amo, não fique tão surpreso.
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Satoru Gojo não entendia porque suas poucas horas de sono em meio a missões e reuniões havia começado a ser invadida por sonhos com alguém que nunca tinha visto em sua vida, nem entendia porque aquela mulher aparecia ao lado dele em épocas que a humanidade não se lembrava mais.
Nem entendia porque ansiava por sonhar quando o sol dava lugar as estrelas.
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☆ (N/A): Feliz 2025!! Começando o ano já com o pé direito nos trabalhos!
Explicação rápida: entendo o básico das explicações do Gege sobre as maldições e tal, parece que minha cabeça buga toda vez que falam disso no mangá. Estou falando isso porque essa história é mais poética (eu acho) e diferente das outras, não vou ficar aprofundando em poder. Eu quero falar sobre o Gojo e tudo o que alguém como espectador pode sentir sobre um personagem como ele.
Eu sou absolutamente apaixonada nas músicas da Billie, então cada capítulos acompanha uma música que eu escolho pra ouvir sem parar na hora de escrever. Eu mesma só decido na hora e não vou ficar presa só no álbum novo kkkk
Enfim, até o próximo capítulo, bjs :)
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