prologue
𝗣𝗥𝗢́𝗟𝗢𝗚𝗢
❝ dia ruim ❞
O som do despertador tocando tirou Elisabeth de seu sonho, bem na hora que iria descobrir quem foi quem havia feito aquilo. Era sempre a mesma coisa, sempre o mesmo sonho. Ela olhou para o relógio para desligá-lo e viu que era seis da manhã.
A mesma se levantou e a primeira coisa que fez foi desejar bom dia para a sua gata, que estava dormindo em sua cama, dando um beijo em sua cabeça e em seguida foi direto para o banheiro. Primeiro lavou seu rosto para acordar completamente e logo se olhou no espelho. A sua cara de cansada era bem evidente, olheiras quase aparentes, inchaço no mesmo local, a pele meio opaca. Elisa estava realmente cansada, havia trabalhado até três da manhã e havia dormido as quatro, já estava acostumada com isso, dormir duas horas por dia era algo normal de sua rotina. Ela escovou seus dentes e depois pegou sua necessaire com suas poucas, bem poucas, maquiagens e fez uma maquiagem bem básica, usando corretivo, pó, blush, e rímel, apenas para esconder a cara de cansada que tem, também deu uma ajeitada em seu cabelo, o deixando solto mesmo. E pronto, agora ela está parecendo com a Elisabeth Lewis que todos veem no dia a dia.
Ao sair do banheiro, ela foi direto para seu guarda-roupa e procurou uma roupa confortável para trabalhar. Optou por usar uma calça jeans escura com uma camiseta branca e um all star de cano alto preto, este que já está todo desgastado, no pé. Ao ver que estaria meio frio, também pegou uma jaqueta também na cor preta.
Quando ficou pronta, pegou sua mochila e foi para a sala, Nala a seguia para a cozinha ao ver que sua dona iria colocar mais ração em seu pote, e assim fez Elisa, ela colocou mais ração no pote do animal já que não sabe que horas vai chegar em casa, bom, assim como todos os dias.
A morena se despediu de sua gata com um abraço e logo saiu de casa. O caminho até o shopping que trabalhava não era muito longe, bom, para outra pessoa poderia ser longe, mas para a Lewis que vive andando a pé, não era longe.
O dia estava lindo, com o céu azul e com um sol agradável. A temperatura era fria, mas não deixava de ser um tempo bom, um clima que apesar do frio, te dá motivação para sair de casa.
Uns vinte minutos depois, Elisa chegou no shopping. Com passos rápidos, ela foi até a praça de alimentação, que é onde fica a sorveteria que trabalha. Ao chegar lá, a morena desejou bom dia para todos e foi para a área de funcionários colocar seu uniforme. Após se arrumar, ela começou o seu turno. Normalmente Elisa atende as pessoas ou organiza e limpa o local, varia da movimentação.
Aos poucos o movimento na praça de alimentação estava aumentando. Uma festa de aniversário estava começando ali, então os pedidos na sorveteria também estava aumentando.
—Nossa, como o movimento está agitado aqui. — uma voz conhecida fez a Lewis olhar para a pessoa.
—Vanessa! Oi! — a cumprimentou com um sorriso. — O que faz aqui? Não deveria estar no trabalho?
Vanessa estava com sua roupa de policial que usa sempre que vê a Lewis. Por isso ela estava se perguntando se a Shelly não estava em seu horário de trabalho.
—Estou na minha pausa. Aproveitei e vim te ver. — ela sorriu. — Mas vejo que está ocupada, então não irei tomar muito do seu tempo.
—Tudo bem. Vai querer o mesmo de sempre? — perguntou, a loira assentiu com a cabeça e logo Elisa começou a preparar o seu pedido, uma casquinha mista. Quando terminou de preparar o pedido, ela entregou a casquinha para Vanessa. — Como está indo o seu trabalho?
As duas começaram a conversar. Elisabeth deveria se concentrar mais em seu trabalho do que conversar com Vanessa, não é? Mas uns dois minutinhos não vai fazer mal a ninguém.
Enquanto isso, ainda na praça de alimentação, Mike estava conversando com seu amigo em relação a um livro. Mas o olhar do Schmidt não estava cem por cento focado na conversa, e sim estava focado em Elisabeth Lewis, essa que estava conversando com Vanessa na sorveteria.
—Quem é a garota? — perguntou o seu amigo, Jeremiah, quando percebeu que Mike não prestava atenção na conversa e sim em Elisabeth.
—O que? — O Schmidt perguntou quando voltou a atenção para o amigo.
—A garota que trabalha na sorveteria, você não tira os olhos dela já faz algum tempo. Quem é ela?
—Ah, ninguém importante. Estudamos juntos no passado. — ele respondeu, sem rodeios.
—Bom, eu te cubro por uns cinco minutos só para você ir lá falar com ela. Aproveita que ela está no balcão recebendo e preparando alguns pedidos.
Mike pensou em recusar, mas pensou bem e aceitou. Poderia ser sua chance de finalmente poder falar com ela. Ele agradeceu o amigo e foi em direção a sorveteria. A Lewis ainda conversava com Vanessa.
—Elisa, estão precisando de você na despensa. — falou uma mulher que trabalhava lá.
—Tudo bem, já estou indo. — ela voltou sua atenção para Vanessa. — Preciso ir, depois você passa lá em casa.
—Quando você estiver em casa, eu passo lá. — ela deu um riso fraco. — Bom trabalho, Elisa.
—Obrigada, para você também. — disse com um sorriso.
Elisabeth foi até a despensa, que é onde estariam precisando dela. Claro que Mike viu ela saindo do balcão, e ficou meio decepcionado por mais uma vez, sua chance de falar com ela dar errado.
Elisa deve ter ficado mais de vinte minutos na despensa arrumando algumas caixas que precisavam ser organizadas. Depois que terminou, ela voltou para o balcão. Onde viu um movimento fora do normal e bem estranho. Havia alguns policiais e paramédicos não muito longe da praça de alimentação.
—O que aconteceu? — perguntou para um de suas colegas.
—Um dos seguranças acabou de brigar com um homem. — explicou. — Não sabemos o por quê, mas ele acabou de ser levado pela polícia.
—Ah sim. — foi o que ela disse.
Elisabeth atendeu alguns clientes por alguns minutos. Estava indo tudo bem, assim como todos os dias, ela estava se saindo bem. Mas é claro que algo tem que dar errado.
A Lewis viu uma criança meio perdida na praça de alimentação, estava sozinha, não havia nenhum responsável com ela. Elisa pediu licença para seus colegas e foi até a garotinha, pelo menos iria levá-la até o segurança para ficar mais segura e achar mais rapidamente seu responsável.
Já que ela sabe muito bem o que acontece com uma criança que fica sozinha em um local que pode ter pessoas de má fé.
—Olá pequena. — ela cumprimentou a garota com um sorriso no rosto, a menina a olhou o rosto molhado por causa das lágrimas. Com certeza deve ter chorado porque se perdeu do responsável. — Onde está os seus pais?
—Eu... Eu perdi a minha mamãe... — ela disse com a voz um pouco embargada e logo começou a chorar de novo.
—Ei, ei, fica calma, tudo bem? Eu vou te levar até o segurança e aí ele te ajuda a achar a sua mamãe, okay?
A garotinha assentiu com a cabeça. Elisabeth segurou a mãozinha da pequena e começou a andar com ela até achar o segurança mais próximo na praça de alimentação. Se a criança estava lá, é porque a mãe deve estar por perto.
—Ei! — a mais velha ouviu alguém gritando em sua direção, e ela se virou, vendo uma mulher mais velha que parecia estar bem irritada. — Para onde você está levando a minha filha?! — perguntou com raiva enquanto puxava a garota para perto de si.
—Ah, então você que é a mãe dela? Eu estava a levando para o segurança, e... — Elisa foi interrompida.
—Deixa de ser mentirosa! Você estava sequestrando a minha filha! — vociferou a mulher. Isso fez a Lewis franzir o cenho um pouco confusa.
Ao ver em como o clima entre as duas estavam meio tenso, o segurança que estava perto delas, que era o segurança que Elisa ia levar a menina, se aproximou das mulheres.
—Alguma coisa de errado por aqui? — perguntou o homem.
—Tem sim! Essa funcionaria estava tentando sequestrar a minha filha!
—Eu só estava levando a criança para o segurança para ficar mais fácil de achar a mãe! — Elisa já estava começando a ter sua voz um pouco alterada porque já estava ficando irritada com essa acusação injusta e do jeito que a mulher falava com ela. Aos poucos algumas pessoas do shopping e funcionários paravam ao redor deles para ver a discussão.
—Ou vocês tomam uma providência ou eu chamo a polícia! — disse a mulher. — Se eu não tivesse chegado a tempo, ela teria sequestrado a minha filha!
—Por Deus! Eu já te disse! Eu não estava sequestrando a sua filha! Eu só queria ajudar!
—Elisabeth, vamos manter a calma. — o segurança tentou acalmar a situação. — Primeiro, vamos conversar com a menina que viu tudo. — sua atenção foi para a pequena garotinha que estava de mão dada com a mãe. — Essa mulher, — ele aponta para Elisa. — estava tentando te sequestrar?
A pequena garota olha para Elisa e depois olha para a mãe. A mulher mais velha olhou para a criança com um olhar sério, o que fez a criança se estremecer de medo.
—Sim... — ela disse com a voz baixa, isso fez a Lewis arquear a sobrancelha confusa. — Ela estava tentando me sequestrar.
Elisabeth ficou completamente em choque com a resposta da criança. Normalmente criança não mente, por que essa mentiu?
—É mentira! — a morena disse em desespero. — Eu juro!
—Uma criança não mente! Se vocês não forem fazer nada em relação a isso, a polícia vai resolver! — a mulher disse pegando o seu celular para ligar para a polícia.
─━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━─
Elisabeth batia seus pés freneticamente contra o chão e estalava os seus dedos enquanto esperava o seu número ser chamado. Ela não acreditava que estava na delegacia, e o pior de tudo, que havia perdido o seu emprego fixo. Tudo isso por causa de uma grande injustiça. Com certeza aquele olhar da mãe para a pequena garotinha foi uma forma de ameaça, mas por que? Com certeza deve ser para não se envergonhar por ter se enganado com algo tão absurdo.
—Número 29. — ouviu seu número ser chamado.
Imediatamente ela se levantou e caminhou com passos rápidos até a sala do senhor Raglam. Assim que entrou na sala, ele já estava lendo seu currículo, então Elisa apenas se sentou e esperou o mesmo iniciar algum assunto. Nesse meio tempo, a morena observava a sua sala, a sala que nunca imaginou que iria entrar em sua vida. Era o típico cômodo que imaginava de uma delegacia, bem sem graça e sem vida.
—Sequestrando uma garota em plena luz do dia, Elisa? Qual é a sua? — disse quando terminou de ler o seu currículo e olhava para a mesma. A Lewis arqueou a sobrancelha.
—Eu não estava sequestrando aquela garota. Foi um erro e uma grande injustiça.
—Não é isso o que foi relatado.
—Olha para o meu currículo! — diz apontando para a pasta nas mãos do homem. — Eu nunca tive problemas em um trabalho!
—Você teve muitos empregos. — novamente ele olhou para o currículo. — Aliás, a maioria deles são bicos, você só teve dois empregos fixos nos últimos quatro anos, mas em compensação, mais de vinte bicos. — ele a olhou de novo. — Porque tantos bicos?
—Acho que isso não é bem da sua conta. — ela o respondeu de uma forma ríspida, e só depois percebeu o jeito que falou com o homem que provavelmente pode a ajudar. — Me desculpe, eu não deveria ter falado desse jeito.
—Exatamente. E ainda assim, você está aqui para receber a minha ajuda. Estou tentando decifrar quem você é, senhorita Elisabeth Le... — Steve começou a ler o seu nome em seu currículo, mas logo parou de ler e a encarou, como se tentasse a reconhecer ou se lembrar dela. Isso fez a Lewis ficar confusa com essa ação repentina. Senhor Raglam fechou a pasta com o seu currículo e jogou na mesa. — Café?
—O que?
—Você quer café? — perguntou novamente enquanto se levantava e ia até a cafeteira. — Eu acabei de fazer.
Elisa era, vamos dizer, uma viciada em cafeína. Esse vício começou a entrar em vigor quando ela começou a trabalhar sem parar. O café a ajudava a se manter acordada e disposta para realizar suas tarefas do dia.
—Sim, por favor. — ela aceitou.
O Raglam colocou café em duas xícaras e se virou para entregar uma das xícaras para a Lewis.
—Eu vou ser muito sincero com você, Elisa. — começou a dizer enquanto entregava a porcelana para a mesma. — No seu currículo, obviamente antes dessa situação, diz uma coisa e a mãe daquela criança diz outra, por causa do depoimento dela e de você ter sido demitida, já percebemos o quanto vai ser difícil você arrumar outro emprego, não é?
—Eu aceito qualquer coisa. Tipo, qualquer coisa mesmo. Qualquer emprego disponível. — ela diz bebendo um pouco do café.
—Não, não. — Steve se sentou novamente. — Olha, eu entendo isso, é só que, não é tão fácil.
—Ah sim. — disse um pouco desanimada. Ela terminou de beber o café e colocou a xícara na mesa e se levantou. — Obrigada pelo café, e pelo... É, obrigada. — Elisa começou a caminhar em direção a saída da sala.
—Na verdade, eu tenho um emprego para você. — essa frase fez a Lewis parar de andar e olhar novamente para o mais velho. Isso fez um pouco de esperança surgir dentro de Elisa.
—Sério? — a morena voltou e se sentou novamente. Raglam estava com um pequeno sorriso no rosto. — É o que?
—É uma vaga de segurança. São duas vagas, na verdade. — Elisabeth ficou um pouco pensativa. Ela nunca foi segurança, e nem sequer cogitou nessa profissão. — Vou abrir o jogo, não é o máximo, tá? Alta rotatividade, como se diz no mercado, mas, pode ser seu próprio chefe. Mais ou menos. — essa parte acabou interessando a Lewis. — E só precisa se preocupar com uma coisa. Não deixar ninguém entrar. E, é claro, manter o lugar limpo.
—Então não é uma coisa, são duas coisas.
—Você quer o emprego ou não?
—O salário é bom? — questionou.
—Não muito. Mas, o horário é pior.
Ela já percebeu que se o horário é ruim, é porque com certeza teria que trabalhar a noite. Mas não é tão ruim para Elisabeth, essa que vira a noite trabalhando e dorme apenas duas horas por dia. Até que esse horário iria a beneficiar do que o contrário.
Há uns dois meses atrás, ela fez uma prova para ganhar uma bolsa de estudos no curso de Design de Moda, obviamente se ela conseguir a bolsa, estudaria na parte da manhã, que é o horário em que estaria trabalhando. Trabalhar a noite vai ser melhor para ela, e ainda daria para ela fazer os bicos que faz normalmente.
—Tudo bem, eu aceito. Quando eu começo? — o mais velho deu uma risada.
—Não é tão fácil, Elisa. São duas vagas, e para você começar a trabalhar, a outra vaga precisa estar ocupada também, o que não é o caso agora.
—E por que isso? Eu posso muito bem trabalhar sozinha até acharem outra pessoa para a vaga.
—Acredite, você não vai querer ficar sozinha naquele lugar.
—Bom, eu vivo sozinha com a minha gata, então fique ciente de que isso não vai ser problema.
—Siga o meu conselho, vai ser melhor para você. Quando a outra vaga estiver ocupada, o que eu creio que não vai demorar muito, eu entro em contato com você e aí sim, vocês dois podem começar.
Elisabeth não tem outra escolha a não ser aceitar. Ela deixa seu contato com Steve Raglam e sai da sala para voltar para sua casa. A Lewis não imaginou que isso aconteceria justo com ela, que sempre foi uma boa funcionária e nunca teve reclamações, mas é claro que aquela mulher teve que acabar com sua vida profissional que antes era perfeita.
Demorou umas meia hora para ela chegar em sua casa. Assim que ia entrar, viu um aviso colado na porta. Era um aviso de inadimplência. Elisa pegou o papel, o que a fez revirar os olhos assim que leu do que se tratava.
—Caramba, eu só atrasei um dia! — murmurou para si mesma e logo entrou dentro de sua residência. Sua gata imediatamente veio a receber. — Ei, Nala, mamãe chegou mais cedo hoje. — disse enquanto fazia carinho no bichano. — Mas infelizmente não poderei te dar muita atenção, preciso de dinheiro e tenho alguns consertos para fazer.
Primeiro, Elisa verificou se os potes de água e comida de Nala estavam cheias e depois limpou sua caixa de areia. Após isso, ela foi para o seu quarto e se sentou na mesa onde havia sua máquina de costura. Sua vizinha havia peço para consertar algumas de suas roupas, e vai ser bom para conseguir algum dinheiro agora, além do dinheiro do bico de garçonete em um bar que vai fazer durante a madrugada.
A Lewis só espera que esse emprego que o senhor Raglam ofereceu para ela aconteça logo. Porque perder o seu único emprego fixo é um grande problema para Elisabeth.
O que ela não espera, é que por causa desse emprego de segurança, que tudo na sua vida irá mudar.
─━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━─
Oioi gente! Finalmente prólogo postado! Desde já quero pedir desculpas pela demora, mas é porque eu estava com mais duas fics (uma para concluir, inclusive já conclui), então agora vai ficar mais fácil de atualizar essa aqui. Pretendo seguir um cronograma de postagem, e espero muito que dê certo😃
Não teve tantas interações entre nosso casal principal, porque nesse prólogo só queria mostrar um pouco de como era a vida da Elisa antes de aceitar a vaga na Freddy's. Mas prometo que vai ter muitas interações deles dois🫶🏻
Esse emprego não vai ser uma boa coisa em... Bom, por parte, mas ainda sim...
O que acharam do prólogo?
Peço perdão pelos erros ortográficos, tento ao máximo evitá-los, mas tem vezes que passa despercebido.
Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top