00. aquele em que as gêmeas nasceram

A noite estava calma e tranquila, a brisa era fresca e não deixava que o ar se tornasse quente. Se ouvia o farfalhar das folhas em movimentos suaves e que relaxavam quem escutava, era uma ótima noite, afinal.

Em algumas casas não muito longe do bosque, uma em especial estava iluminada, era possível ouvir toda a correria e bagunça que acontecia lá dentro, mães e tias corriam de um lado para o outro, apressadas, algumas buscavam toalhas, outras acalmavam os homens que estavam na sala com os semblantes preocupados, o motivo? Carla Wheeler estava dando à luz.

Um grito cortou o ar de repente e em seguida, o silêncio. Não muitos minutos depois um choro fino e alto soou pela casa, o bebê havia nascido. Carla, deitada na cama, exaurida e toda coberta por suor, sorriu e esticou os braços para pegar sua pequena, contudo, parou. Outro grito saindo de sua garganta, as mulheres ali presentes no recinto se entreolharam assustadas e Martha, a parteira, se adiantou para a mulher.

- O que diabos está acontecendo lá? – John Wheeler perguntou angustiado, ao tentar passar para o quarto, foi impedido por uma de suas tias, que balançou a cabeça e lhe disse para ficar ali. – Ora mulher! É minha esposa lá dentro, deixe-me passar agora!

Foi preciso estuporar o homem.

No quarto, Carla estava assustada. O que estava acontecendo afinal? Já havia tido sua filha, na teoria, a dor não deveria ter passado?

- Você vai ter que aguentar mais um pouco, querida. – Martha a encarou após apalpar seu ventre cuidadosamente. – Há outro bebê aqui dentro.

Mais alguns minutos depois, e finalmente a outra criança estava em seus braços.

- Gêmeas. – John sussurrou baixinho, já haviam o acordado e ele estava, no momento, ao lado da esposa, observando os dois pacotinhos rosados em seu colo. Seu olhar demonstrava enorme amor e carinho pelas filhas, assim como os de sua mulher. – Como vamos chamá-las? – perguntou baixinho acariciando a pequena bochechinha de uma das meninas.

- Essa aqui, - Carla apontou para o bebê com os olhos arregalados, parecia sem um pingo de sono e agitava as pequenas mãozinhas. – vai se chamar Florence. E essa, - olhou para a outra garotinha, esta dormia a sono solto, era claramente mais tranquila que a irmã. – é a Genevieve.

- Florence e Genevieve. – John sorriu. – Minhas pequenas preciosidades.

E os dois ficaram ali, apenas sorrindo um para o outro, envoltos em uma bolha que não tinha nada além de amor.