4⚡CHAPTER SEVEN: PORTANTO, EU EXISTO
Chapter Seven; Portanto, Eu Existo
DeVoe finalmente havia sido descoberto. O tal Clifford estava se tornando uma peça no tabuleiro do Time Flash. Será que, finalmente, eles conseguiriam ficar um passo à frente do vilão? Será que, depois de tantos truques e mentiras, essa seria a jogada final?
— Estou mirando para a porta da frente. — Harry afirmou, usando sua bazuca.
— Eu e a Nevasca vamos surgir aí com uma brecha se for preciso. — Cisco disse.
Barry, Jane e Joe andaram calmamente até a porta de onde supostamente o grande vilão moraria. Era uma moradia simples, bonita. Com um toque sútil de antiguidade. Parecia uma residência totalmente normal, e nada estranha que remetesse à um gênio do crime. Jane se aproximou e tocou a campainha. Alguns minutos se passaram, e uma mulher os atendeu. Cabelos pretos, rosto rosado, vestido azul com flores amarelas.
— Oi, como posso ajudar?
Ela estava extremamente alegre.
— Pode sim, senhora. — Joe disse. — Eu sou o detetive Joe West e esses são meus parceiros Barry e Jane.
— Está tudo bem?
— Está sim. Gostaríamos de falar com Clifford DeVoe, ele está? — Jane a perguntou.
— Ele está sim. Posso saber qual é o assunto em particular, detetives?
— Só precisamos fazer algumas perguntas.
— Algo está errado? Meu marido está com problemas?
— Seu marido? — Barry a perguntou.
— Não, senhora. — Jane a acalmou.
Um homem surgiu de trás da mulher. Cabelos quase brancos, roupa casual e, o que mais os chamava atenção, ele usava uma cadeira de rodas. Que tipo de gênio do crime era deficiente?
— Olá, senhores. — Ele disse. — Sou Clifford DeVoe. Como posso ajudar?
⚡
— Espero que não esteja muito doce. — A mulher os serviu com limonadas.
E provaram. Estava sensacional. O equilíbrio perfeito entre o limão, o açúcar e a água.
— Isso está...
— Incrível.
— Minha esposa, Marlize, é incrível. Não sei como ela consegue arranjar tempo de cuidar de mim e ainda mantém a casa impecável. E o macarrão com queijo dela é inigualável. As vezes, penso que sou o homem mais sortudo de todos. — Todos ficaram sem graça, afinal claramente ele não era um super vilão. — Senhores, como posso ajudar?
— O nome "DeVoe" apareceu em uma investigação nossa e... Só queríamos fazer algumas perguntas, se não formos incomodar. — Jane disse.
— Por que, especificamente, o meu marido? DeVoe é um nome comum.
— É, eu diria que existem, pelo menos, 1.100 indivíduos, aproximadamente, na área de Central City. — Clifford disse.
— O nome foi indicado pela ligação com quatro casos criminais separados. — Joe os disse.
— Então vocês acham que meu marido é testemunha desses crimes?
— Não, gostaríamos de eliminar ele da lista de suspeitos. — Barry disse.
— Não pode estar falando sério. — Marlize disse.
— Está tudo bem, querida. Prossigam.
— Bom, professor, o que te trouxe a Central City?
— Eu cresci na África do Sul. Após estudar história e econometria na Universidade Joanesburgo, assumi um cargo em Oxford. Foi onde eu e Marlize nos conhecemos.
— Ele me conquistou e estamos juntos desde então.
— Aceitei um cargo de titular na Universidade de Central City para me tirar de Oxford. Isso foi há, exatamente, quatro anos.
— Uma pergunta... Conhece Ramsey Deacon? — Jane o perguntou, colocando fotos do homem na mesa. Aquele era o meta que havia se tornado Kilgore.
— Não... — Disse analisando as imagens atentamente. — Eu deveria?
— E a Becky Sharpe? — Barry o perguntou, colocando mais uma foto à mesa.
— Não, receio que não...
— Ralph Dibny? — Jane o perguntou, adicionando cada vez mais fotos.
— Não.
— E a Mina Chaytan?
— Mina Chaytan... Esse nome é familiar. — DeVoe disse, segurando a foto.
— Essa não é a nativo-americana que foi embora de repente? — Marlize disse. — Sabe, aquela antropóloga que trabalhava lá?
— Sim, eu me lembro. Fiquei muito triste em vê-la partir.
— Eram colegas. — Joe disse. — Ela te falou sobre o trabalho dela?
— Não, não... Mas a Mina era uma mulher animada. Pessoas como nós, que veem a educação como vocação, costumam ser assim.
Analisando a casa do homem, viu um quadro na parede perto do sofá. Era um Samurai enfrentando inimigos. Muito similar ao Samuroid. Seria uma pista?
— Aquela pintura é linda.
— É um samurai. Eles eram inimigos formidáveis. Eles costumavam a ser inimigos verdadeiramente implacáveis para seus oponentes.
— Já passou um tempo no Japão?
— A história feudal do Japão medieval é a minha especialidade.
— Então você deve falar a língua.
— Hai, tadashi akademikkuna kankyō de nomi kanōdesu.
— Ele também fala francês, italiano, mandarim e outras. — Marlize disse.
— Eu amo dar aula! Me dá a oportunidade de ampliar perspectivas, mas você não pode somente inspirar as pessoas a serem melhores. De alguma forma, você precisa mudar o pensamento delas. Mudar o raciocínio dos indivíduos de formas especificas.
— O Clifford, meu marido, é muito entusiasmado quando o assunto é esse, mas ele precisa descansar. Há mais alguma coisa em que possamos ajudar?
— Não, obrigado. Se tivermos mais perguntas, entramos em contato. — Joe disse.
Logo depois, os três saíram de dentro da casa. Barry ainda estava em dúvida quanto aquele DeVoe. A inteligência, a ideia de querer mudar o pensamento das pessoas, o amor pelo Japão medieval... Tudo parecia fazer parte do plano dele. Jane pensava exatamente da mesma forma. Ele parecia alguém bom demais para ser uma verdade.
— E então? — Harry perguntou. — É ele?!
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— Não sei, pessoal. — Joe disse. — Esse professor de faculdade de ama macarrão com queijo não me parece um super vilão gênio do crime não.
— Ah, fala sério. — Barry disse. — Não seria a primeira vez que alguém se finge de bom.
— Mas ele é simpático.
— Sabe quem também parecia simpático? — Jane perguntou. — O Thawne... O Zolomon... Pessoal, o Conselho de Wells nos deu o nome dele por uma razão.
— Eles deram um nome em...
— 1.110.
— 1.122, para ser exato. — Harry disse.
— Esse Clifford DeVoe foi selecionado, dentre todos... Não é um pouco suspeito?
— Não se procurar na internet. — Cisco disse. — Tudo que ele disse é verdade.
— Tem algo estranho nesse cara... — Jane afirmou. — Ele gosta de Samurais.
— E quem não gosta? Já assistiu Zatoichi, o Espadachim?
— Um excelente filme. — Harry disse.
— Supera todos sobre samurais. — Cisco afirmou.
— Pessoal, se o Conselho de Wells tiver razão, esse DeVoe fez vocês me tirarem de dentro da Força de Aceleração e criarem os metas.
— Só estamos dizendo que, talvez, seja uma boa ideia continuar investigando esse DeVoe. Algo me diz que ele não é quem diz ser. — Jane afirmou, pensativa.
— Tudo bem, é bom termos certeza. — Caitlin disse.
— Concordo. — Afirmou Joe.
— Certo... Cisco, Harry, vocês vão querer ver o tipo de rastro digital que esse cara deixa.
— Mãos à obra. — Cisco a respondeu.
— E Caitlin, você tem amigos na UCC. Vamos ver com o que estamos lidando.
— Beleza.
— E pai, vai na CCPD. Investiga o passado dele.
— Pode deixar.
— E você, Barry...
— O que eu faço?
— Beije meus lábios.
E assim fez. Com tantas coisas acontecendo desde que Barry saiu da Força de Aceleração, os dois mal arrumavam tempo para o próprio relacionamento. O casamento estava próximo. Jane estava pronta para ser Jane West Allen, e Barry estava pronto para se casar com ela. O maior medo deles era DeVoe atrapalhar tudo. De uma certa forma, doía pensar que eles nunca poderiam viver totalmente em paz e sempre haveriam metas surgindo para atrapalhar as coisas. Esse era o preço em serem o Flash e a Fúria Escarlate.
— O casamento está tão perto, querida...
— Uma semana.
— Não posso acreditar que isso é real.
— Nem eu, mas é. — E o beijou novamente. — É bem real.
— Sabe, as vezes eu sinto como se... Como se eu fosse o cara mais sortudo de todos.
— E eu a mulher mais sortuda. — Logo depois, Jane olhou para baixo com olhares sérios de mágoa. Ela havia lembrado de algo.
— O que foi, querida?
— Nada não, eu só... Eu só lembrei da Iris.
— Ah...
— Ela adoraria ver o casamento, Barry. Eu queria tanto que ela tivesse tido seu final feliz... Com o Eddie, ou alguém que realmente a amasse. Como o nosso relacionamento. Ela merecia isso...
— Ela deu a vida dela para que você pudesse continuar seguindo com a sua, feliz por ter tido uma irmã que te amou como nenhuma outra irmã no mundo.
— Depois de tanto ver "Iris West-Allen" naquele jornal, eu realmente esqueci como ela sempre se importou comigo e se eu estava feliz. Ela jamais faria aquilo...
— O Thawne realmente mexeu conosco com aquele jornal, como se o futuro dele fosse a única possibilidade, mas nós provamos o contrário.
— Pelo menos ele realmente se foi.
— Thawne era um grande inimigo... Ele nos manipulou completamente. E, no final das contas, o único objetivo dele era voltar para o tempo dele. Acima de tudo, ele foi um grande professor e me ensinou, exatamente, a como vencer inimigos realmente poderosos.
— Professor...
E foi aí que Jane teve uma grande ideia.
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— A história se move em ciclos. Portanto, devemos aprender com o que veio antes para construirmos o caminho para o que está por vir. — DeVoe explicou a seus alunos da faculdade. — Porque os que não aprendem com a história, estão condenados a repeti-la. — O sinal, indicando o intervalo, tocou. — Turma liberada.
Todos saíram da sala, menos Barry e Jane. DeVoe ficou surpreso com as presença dos dois ali.
— Sr. Allen e Sra. West. — DeVoe os disse. — Duas vezes em um único dia, hein.
— É, desculpe nós por incomodá-lo de novo.
— Olhem, eu tenho uma pilha de provas para corrigir...
— Entendemos que você está mesmo ocupado, mas isso não irá demorar. — Jane afirmou. — Nós só queríamos perguntar sobre...
— Onde você estava há quatro anos, na noite de 7 de janeiro? — Barry o perguntou.
— Sinceramente, Senhor Allen, eu não faço a mínima ideia. Até onde vai essa investigação de vocês?
— Não temos liberdade para discutir isso com você.
— Você usa transporte público?
DeVoe deu risadas da pergunta de Jane.
— Como o quê? Um metrô? Imagine-me em uma cadeira de rodas dentro de um...
— Ônibus.
— Como é que é?
— Desculpe, eu só estou sendo meticuloso.
— Certo. Eu prefiro app de caronas. Tem pró-cadeira de rodas. Sinceramente, como o meu meio de transporte é importante para uma data da qual eu nem me lembro?
— É um mistério.
— Mistérios são para romancistas e arqueólogos, Sra. West. Vocês deveriam me tirar da lista de suspeitos. Mas, ao que parece, vocês estão mirando em mim.
— Claro que não, Sr. DeVoe. Isso é só um procedimento padrão.
— Parece perseguição.
— Certo, vamos embora.
Em super velocidade, Jane pegou a caneca que Clifford usava. Ele nem havia notado. Logo depois, os dois voltaram correndo para os Laboratórios STAR. Jane deu a caneca para Cisco e Caitlin analisarem. Em poucos minutos, veio o resultado.
— Bom, o DeVoe não é um meta. — Caitlin disse. — O DNA dele é completamente normal, diferente dos de meta-humanos, que são reescritos pela matéria escura.
— E vocês, Cisco e Harry? Acharam algo?
— Bom, ele nunca foi preso, paga todos os impostos e a hipoteca, tem um plano de aposentadoria bem razoável. — Cisco disse.
— Ele faz doações ao Sierra Club, é voluntário num orfanato e participa de campanhas publicitárias contra a violência. — Harry disse.
— Também não achei nada na CCPD. — Joe disse.
— Eu falei com alguns amigos de Oxford, e eles disseram que o DeVoe é um pouco distraído, mas todo mundo gosta dele. — Caitlin disse.
— Pessoal, tem algo errado com esse cara. — Barry disse.
— Será que é por que ele usa cadeira de rodas? Pode te lembrar do Thawne.
— Não! É que ele é perfeito demais. Eu tenho a sensação de que ele esconde algo. Jane, querida, diz que concorda comigo, por favor.
— Eu concordo que ele pode ser um vilão, mas não levarei isso como fato. Você viu quando fomos até ele na faculdade? Ele se sentiu ameaçado. Ele estava com medo, Barry. Isso não anula o fato de que ele pode ser sim quem estamos procurando, mas ele também pode ser mais uma vítima do plano do verdadeiro DeVoe.
— Gente, é ele. — Barry afirmou, com certeza absoluta.
— Achei que tínhamos parado de acusar as pessoas como vilões. — Caitlin o disse.
— Quer saber?! Cansei. — Ele disse. Logo depois, pegou a caneca de DeVoe e a deu nas mãos de Cisco. — Vibra. Vibra e me diz que estou certo, anda.
Cisco agarrou o objeto, fechou seus olhos e se concentrou. Luzes começaram a piscar, e ao abrir os olhos, ele estava na casa de DeVoe. Clifford e sua esposa jantavam macarrão com queijo. Ele parecia saboroso. Os dois estavam tão felizes, e tão concentrados. Cisco havia ficado até mesmo com fome depois de ver aquilo. Segundos depois, ele voltou ao normal.
— Meu Deus... Você estava certo. — Cisco afirmou. — Aquele macarrão parece mesmo incrível.
— Droga...
— Viu só, Barry? — Caitlin disse. — Isso não parece coisa de vilão.
— Querido, o que te incomoda tanto?
— Os meus instintos me dizem que é esse cara.
— Barry, existe alguma chance de isso ser por causa do casamento? Talvez você...
— Não estou nervoso. — Garantiu.
— É que você não está agindo da mesma forma que sempre age.
— Jane, o Kadabra e a Gideon nos alertaram sobre alguém chamado DeVoe. Esse cara pode estar por trás de tudo. Os metas do ônibus, minha saída da Força de Aceleração, O Samuroid, a primeira grande derrota da Fúria Escarlate...
— Barry, existe a possibilidade de você estar tão focado em achar o cara que se precipita ao saber e ver as coisas, não procurando outras possíveis alternativas.
— Não, eu... — Repensou. — É, talvez, mas eu...
— Olhe só, em sete dias eu me casarei com o homem que eu amo. Precisamos estar preparados emocionalmente para isso, se não vou chorar feito criança. Então, por favor, volte a ser você.
— Vamos fazer alguma coisa.
— Tem muita papelada na delegacia, não dá.
— Então vamos cuidar disso. Juntos, sabe?
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— Já resolveu o caso da mandíbula? — Barry perguntou, espantado.
— Sim, já resolvi. Com certeza foi acidente de carro. Não foi assassinato.
— Caramba, isso foi rápido. Certo, anota isso e eu anoto os meus resultados do caso do assassinato em Metrópolis.
— Beleza. — A loira o respondeu, segurando um caderninho de anotações.
Uma policial se aproximou do laboratório forense. Ela estava com olhares sérios. Cabelos pretos, olhos castanhos. Jane e Barry conheciam a mulher. Era a Detetive Daisy Korber. Mas por que ela estava ali? E por que estava tão sério? Geralmente, ele vivia rindo e contando piadas.
— Barry, Jane, venham logo. O Singh está exigindo vocês, e é sério.
— O que houve, Daisy?
— Apenas venham. — Respondeu Jane de forma agressiva.
Os dois, preocupados, seguiram Daisy até a sala do Capitão Singh, onde viram algo que realmente não esperavam. Clifford DeVoe e sua esposa Marlize. Os dois estavam de frente para o capitão, mas o que isso tinha haver com eles?
— Senhor Allen e Senhorita West. — Singh disse. — Fechem a porta. Prossiga, professor.
— Primeiro minha casa, depois na minha aula. Qual é o próximo lugar? O quarto onde dormimos?
— Barry e eu só queríamos...
— Em nome do Departamento de Polícia de Central City, gostaria de pedir desculpas pela intromissão, professor DeVoe.
Barry e Jane ficaram em silêncio. Não poderiam crer naquilo.
— É, desculpe a nós por incomodar você, Clifford. — Barry disse.
— Professor DeVoe. — Marlize o corrigiu.
— Obrigado pela reclamação. — Singh os disse. Logo depois, DeVoe e Marlize saíram. — Fizeram uma reclamação de vocês. Disseram que vocês os intimidaram.
— Não fizemos isso. — Jane garantiu.
— Por que estavam, exatamente, incomodando eles?
— Por causa de um caso.
— Que caso?
— Um caso sobre... Sobre...
— Façam-me um favor, afastem-se do bom professor e da mulher dele.
— Capitão — Barry disse. —, o DeVoe parece muito...
— Muito o quê? A não ser que a resposta seja "culpado por um crime" você está muito errado, Senhor Allen. Você também, West. Deveria saber disso. Não se aparece na casa de alguém fazendo perguntas. Seguimos o protocolo.
— Sim, senhor.
Logo depois, Barry e Jane voltaram ao Laboratório Forense. Depois daquilo, Jane estava com certeza de que DeVoe não era quem estavam procurando. Ele se sentiu ameaçado e violado. Por outro lado, Barry estava com ainda mais certeza daquilo.
— É ele, Jane! É ele!
— Barry, como pode ter tanta certeza?
— É ele! Escute... A mulher dele está ajudando ele. Ela não é só uma ótima dona de casa que faz um macarrão com queijo perfeito, ela é obediente à ele. Ela tem dois doutorados, sabia? Um em engenharia mecânica e outro em robótica avançada. É assim que eles trabalham. Ele cria os planos e ela os executa. Ela é tipo um gênio da mecânica.
— Então acha que DeVoe e sua mulher são super vilões?
— Sim.
— Barry, ouça o que está dizendo.
— O quê? Pensei que concordasse comigo.
— Até certa parte sim, mas todos temos limites. O DeVoe já fez uma reclamação de nós!
— Eu sei, mas...
— Olhe... Cisco, Harry, meu pai, Caitlin... São os melhores dos melhores, e não acharam nada no DeVoe. Vamos nos casar em uma semana, Barry. Por favor, pelo bem do nosso emprego e sanidade, tente deixar para lá. Se ele for mesmo quem você diz que ele é, ele vai se revelar. Agora, eu vou para casa tomar um banho bem quente e descansar. Devia fazer o mesmo.
— Eu vou, mas tenho uma coisa para fazer antes.
— O quê?
— Nada de mais.
⚡
— Pessoal. — Barry chamou a todos ao entrar no córtex. — Achei uma coisa na cabeça do Samuroid. Isso aqui é um mini microfone. Eu estava aqui no córtex ontem e investiguei melhor a cabeça do robô, e encontrei isso. Advinha para onde ele apontava?
— Enviou um sinal para o IP dele, Snow? Bom. — Harry disse.
— Eu não enviei nenhum sinal. — Caitlin o respondeu.
— Então como descobriu que era ele, Barry? — Jane o perguntou, desconfiada.
— Isso aqui nem está ligado. — Cisco disse. — Impossível enviar ou rastrear IP de uma coisa que não funciona.
— Mas estava ligado. — Barry afirmou. — Estava fazendo um zunido.
— Zunido?
— É, ele tem nos ouvido a semanas. Eu poderia ter provado, mas a mulher dele iria me ver.
— Ver?! — Jane o questionou. — Barry, você invadiu a casa do Clifford DeVoe?!
— Eu não...
— Barry, diga que não fez isso.
— Bem...
— Ah, cara... — Cisco exclamou.
— Pessoal, não prestem atenção nisso! — Barry disse. — Precisam focar no que eu descobri! Esse cara parece modesto e fraco, mas ele não é. Ele é poderoso e inteligente, e estava à dez passos na nossa frente. Agora está á nossa frente. Estamos de igual para igual. Temos uma chance de...
— Acalme-se, Allen. — Harry disse. — Acalme-se.
— Eu estou bem.
—Não queremos que faça mais alguma coisa que se arrependa. — Cisco disse.
— Mais uma coisa?! O que eu fiz?!
— Para começar, arrombamento e invasão de domicílio.
— Meu Deus! Eu não entendo como vocês não veem o que está de fato acontecendo! Ele deve ter câmeras ou microfones em todo os lugares! a CCPD, O Laboratório Forense, aqui! Ele está sempre sabendo o que estamos pensando ou falando, e é assim que ele sempre sabe como nos manipular. Ele nos estuda!
Joe ligou para Jane logo depois.
— Oi, pai.
— Filha, venha até a CCPD agora. Chame o Barry.
Logo depois, ele desligou.
— Barry, precisamos ir até a CCPD.
Os dois correram e, em questão de segundos, estavam de frente para a porta do escritório de Singh. Marlize estava ali novamente. A mulher chorava de desespero enquanto era consolada pelo capitão.
— Eu não me sinto mais segura, sabe?! Achei que a polícia devia proteger as pessoas.
— Não fiz nada... — Jane afirmou.
— Não você, ele! — Apontou para Barry. — Ele invadiu a nossa casa! — Logo depois, Singh deu uma foto nas mãos de Jane e Barry. A foto mostrava Barry, de roupas pretas, dentro da casa de DeVoe. Barry sabia que aquilo fazia parte de um teatro. Era tudo plano dele. Ele havia espalhado câmeras para poder usar isso contra Barry. Por outro lado, Jane não acreditava que Barry realmente havia feito aquilo. Era um crime. — Somos boas pessoas, não merecemos isso!
— Isso não vai acontecer, novamente, Senhora. Eu garanto que o Senhor Allen vai parar com tudo isso, imediatamente. É uma promessa.
— Obrigada, capitão. — E então ela saiu dali, mas antes disso, deu um forte tapa no rosto de Barry. — Nos deixe em paz, seu monstro!
— Falei para se afastar deles, Barry! — Singh disse.
— Capitão, preciso que me ouça.
— Duas semanas fora. E isso não é um pedido, é uma ordem.
— Está me suspendendo?!
— Tem sorte de eu não prendê-lo. Use esse tempo para pensar sobre como quer o seu futuro na polícia. Como um bom forense ou um bom detento. Quanto a você, West, pode continuar trabalhando normalmente, afinal foi o Allen que invadiu a casa deles. Mas estou de olho em você, Jane. É bom que não descumpra minhas ordens.
⚡
— E então? — Barry perguntou. — Como foi o primeiro dia lá sem mim?
— Cansativo. Nossa, eu estou morta de cansaço.
— Hoje o Singh me mandou a medida protetiva. Devo manter distância de 150 metros de Clifford DeVoe. Ainda não posso acreditar que isso é sério.
— Barry, você não é assim. Precisa parar.
— Não posso.
— Não pode ou não quer?
— Não sei mais, querida. Eu enfrentei tantos vilões... Pessoas que machucariam quem eu amo, destruiriam tudo de bom em um lugar sem nem ligar. Mas esse cara parece mais perigoso que todos os outros juntos. E ainda não sabemos quase nada sobre ele. Me assusta muito, Jane.
— Barry, quantas vezes já enfrentamos o desconhecido?
— É diferente.
— Diferente como?
Barry se aproximou ainda mais de sua noiva, tocando suas mãos levemente.
— Desde que eu saí da Força de Aceleração, tenho estado feliz... Feliz, de verdade. Meus amigos estão seguros, Joe será um pai de novo, e eu vou me casar com o amor da minha vida em uma semana. Tenho mais a perder agora do que jamais tive.
— Barry, você tem medo do DeVoe usar a sua felicidade contra você?
— Usar vocês contra mim.
— É, mas... E depois que a Cecile tiver o bebê? E depois que nos casarmos? E depois que nós tivermos um filho ou filha? Conforme o tempo passar, teremos mais a perder. E vilões sempre virão atrás de nós. Você não pode deixar isso te consumir. Só precisa viver o momento e encarar como vier.
— Como você consegue... Não se assustar?
— Nós somos heróis. Eu sou a Fúria Escarlate, sempre serei alvo de vilões. Essa é a nossa vida.
— Eu te amo.
— Eu também te amo.
Logo depois, tocaram os lábios um do outro suavemente enquanto se aqueciam em um dia frio. Ambos estavam extremamente felizes em finalmente estarem próximos do dia de se casarem. O que eles não imaginavam era que o professor simpático escondia uma das maiores mentes do crime, e já estava com seu plano totalmente elaborado. Ele sabia exatamente o que fazer, como reagir à perguntas e todo o resto. Até agora, tudo estava indo como ele havia planejado. O Time Flash estava nas mãos do manipulador, e nem sabiam disso. O Pensador já estava dez passos à frente dos heróis, e se eles se quer pensassem nisso, ele já estaria mais na frente. Sempre se locomovendo, planejando e manipulando. Jane estava decidida a fazer algo no dia seguinte, sem nem avisar Barry ou os outros. Ela queria resolver aquilo sozinha.
⚡
— Suponho que queira uma uma ordem de restrição como a do Sr. Allen, Sra. West.
— Pode chamar a polícia. — Jane o desafiou.
— Bom... Pretende me machucar?
— Eu queria olhar nos seus olhos e perguntar... — DeVoe a encarou, esperando a pergunta a seguir. — Quem você é de verdade?
DeVoe arregalou os olhos, guardou os papéis que estavam em suas mãos e se aproximou da loira, com sua cadeira de rodas. A encarou fixamente, pronto para respondê-la da maneira mais surpreendente, ou não, possível.
— Quem está perguntando? Jane West... Ou a Fúria Escarlate?
— Desgraçado. Como você...
— Ah, por favor. Seu segredinho foi uma das revelações mais simples que desvendei. Eu nasci na mesma noite que o seu noivo, Jane. Dia 7 de janeiro. Foi quando o Acelerador de Partículas explodiu e encheu Central City com novos metas, ocasião causada por mudanças de genes causadas pela matéria escura. Assim como o seu noivo, eu também fui atingido por um raio.
— O Barry sabia... E eu não ouvi. Como os testes não revelaram que você é um meta?
— Sou mais inteligente que você e seu time, Fúria Escarlate. Você e sua "equipe científica" não elaboraram estratégia, ação ou alguma tentativa coordenada para qual eu não estou preparado. Tudo que vocês pensam que podem usar contra mim, eu já pensei antes e me preveni.
— Samuroid... Os metas do ônibus... Foi você.
— Exatamente.
— Mas por que resolveu se revelar agora, DeVoe?!
— Porque eu não tenho nada a temer de você.
— Eu pensaria melhor antes de dizer isso para mim, velhote. Eu tenho uma equipe compostas pelas mentes mais brilhantes do multiverso.
— Sei... O tal Conselho de Wells! — DeVoe disse dando gargalhadas. — Aqueles patetas conseguiram identificar meus poderes, Sra. West? —Jane só queria socá-lo, mas isso só pioraria as coisas. — Você pode reunir todos os gênios do planeta e ainda assim não poderá me superar.
— Muitos metas vieram atrás de mim e das pessoas que eu amo. Sabe o que todos têm em comum? Eles falharam. Thawne, Zolomon, minha sósia, Savitar... Todos caíram.
— Eu estudei você e seu futuro. Sei exatamente como venceu cada um que citou aí, e também como você venceu os que ainda estão por vir. Eu sei cada passo que vocês vão dar.
— Não me subestime.
— Subestimo sim. Todos esses anos você e seu noivo fizeram maravilhas detendo gorilas telepáticos, metas que atiravam gelo e fogo, seres de outros universos, mas todos eram crianças brincando com armas. Thawne, Zoom, Savitar, Evil Jane... Todos são inúteis se comparados ao pensamento ilimitado. Essa é a minha vantagem.
— Então essa é a sua habilidade. Seu intelecto foi aumentado com o acelerador do Thawne.
— Você pode ser a velocista mais rápida, Jane. Mas eu tenho a mente mais veloz.
— Eu prometo que você vai perder, DeVoe. Você vai cair, e eu ainda estarei de pé.
— Você sim, mas e as pessoas que você ama? Seu pai Joe, sua melhores amigos Caitlin e Cisco, seu irmão Wally, ou, quem sabe... O seu noivo, Barry Allen?
— Se você chegar perto deles...
— O quê? Vai me matar? — Sorriu. — Lembre-se do futuro. — No futuro, DeVoe havia sido a primeira grande derrota marcante da Fúria Escarlate. — Essa será sua primeira grande derrota. A perda da pessoa que você mais ama.
⚡
— Eu tenho que contar uma coisa a vocês. — Jane disse à equipe, no córtex. — Confrontei o DeVoe.
— O quê?! — Barry a perguntou. — Mas você mesma disse que...
— Eu sei, mas...
— Filha, ele pode dizer pro Singh e fazer você receber uma ordem de restrição. — Joe a disse.
— Ele sabe que eu sou a Fúria Escarlate e que o Barry é o Flash.
— Então o Barry tinha razão... — Caitlin disse.
— Eu disse, pessoal.
— Não acreditamos em você. — Cisco disse.
— Sinto muito. — Joe se desculpou.
— Não sintam. Está tudo bem. — Barry garantiu.
— Pessoal, o DeVoe tem enganado a todos nós.
— Como? — Harry perguntou.
— São os poderes dele. — Jane disse. — Ele tem uma inteligência além de tudo que já imaginamos. Ele orquestrou tudo. Ele nos movimentou como peças de xadrez em um jogo que não sabíamos que estávamos jogando.
— Como paramos alguém assim? —Caitlin os perguntou.
— Somos bem inteligentes. — Cisco afirmou.
— Talvez não. — Harry afirmou.
— Pessoal, será preciso a ajuda de todos para detê-lo. — Jane afirmou.
— Parece que vão precisar de ajuda. — Uma voz conhecida disse, chegando ao córtex.
— Wally! — Jane disse, abraçando-o com a maior força que conseguia.
— Como vai, irmã?
— Filho! — Joe disse, extremamente feliz enquanto abraçava seu filho. — É tão bom te ver.
— Como foi em Blue Valley? — Barry o pergunta.
— Uma loucura.
— O HR também veio?
— Não, nós nos separamos quando eu fui convocado pelos Lendas.
— Pelos Lendas?!
— Pois é, passei um tempo com eles. Foi muito maneiro, de verdade! Eu enfrentei um demônio chamado Mallus.
— Demônio? — Cisco o questiona. — Como se metas já não fossem suficientes.
— Achou o que procurava?
— Não sei, para ser honesto.
— Estamos felizes por voltar, irmão.
— E o andamento com o ônibus de metas? Acharam quem está por trás?
— Sim, um professor de história de 43 anos que ama macarrão com queijo.
— Esse cara é um super vilão?
— O pior. — Jane afirmou. — Ele é o pior que já enfrentamos.
— Irmã, Barry... O que acham da gente botar os trajes e partir pra cima dele? O Flash, o Kid Flash e a Fúria Escarlate de novo.
— É melhor darmos uma pausa agora. — Jane afirmou. — Formular um plano. Descansar e... — Jane olhou para Barry. — Se casar.
PRCIOU_STILES ©
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