03. the bonfire
— 𝗥𝗔𝗗𝗜𝗢𝗔𝗖𝗧𝗜𝗩𝗘१ ،
१ ، # 𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 003
[ a fogueira ]
Os garotos corriam e brincavam entre si, rindo alto, enquanto outros se espalhavam em pequenos grupos, engajados em conversas tranquilas ou segurando copos de bebida. Alguns jogavam piadas de um lado para o outro, em meio às gargalhadas que ecoavam pelo ar...
O novato estava sentado ao lado de Newt, ambos imersos em uma conversa sobre o que significava ser o novo na Clareira. A noite havia caído, e a escuridão envolvia o lugar, iluminada apenas pela luz suave das tochas que queimavam ao redor.
— Que baita primeiro dia, não é, fedelho? — Newt comentou, olhando para o novato, que observava os arredores com um misto de fascínio e apreensão.
Newt então se virou para o lado, pegando uma bebida que estava repousada ao seu lado. Com um gesto despreocupado, ele entregou a garrafa ao garoto.
— Pega, toma uma coisa mais forte — disse ele com um sorriso cúmplice.
O novato hesitou por um momento antes de levar a garrafa aos lábios e virar a bebida de uma vez. Assim que o líquido desceu pela sua garganta, sua expressão mudou drasticamente.
— Que horror! O que é isso?? — exclamou ele, fazendo uma careta de desgosto. A bebida era amarga e picante, um verdadeiro choque para seu paladar.
— Não faço a menor ideia! — Newt riu alto, a alegria em seu rosto iluminando a cena. — É receita do Gally. Segredo industrial.
— Mas ele continua sendo um idiota — respondeu o novato, ainda tentando se recuperar do gosto horrível.
— Ele salvou a sua vida hoje. Acredite, o labirinto é um lugar muito perigoso — Newt disse com seriedade, sua expressão mudando ao lembrar da gravidade da situação em que haviam se encontrado.
O garoto fez uma pausa, refletindo sobre as palavras de Newt. A ideia de estar preso ali começava a se concretizar em sua mente.
— Estamos presos aqui, não é? — perguntou ele finalmente, a incerteza evidente em sua voz.
— No momento sim — Newt confirmou com um aceno de cabeça, seus olhos fixos nas sombras dançantes das tochas.
Um silêncio pesado se instalou entre eles. O ambiente parecia carregado de ansiedade e novas descobertas. Mas esse silêncio logo foi quebrado por passos firmes se aproximando deles.
— E aí meninos, sobre o que estão falando?? — Rachel apareceu com um sorriso curioso e se sentou ao lado de Newt. A energia dela trouxe um novo ânimo à conversa, quebrando a tensão que pairava no ar.
— A mesma ladainha de sempre — Newt diz, sorrindo, enquanto observa o movimento ao redor da fogueira. A luz dança em seu rosto, destacando a alegria em seus olhos.
— Aaah sim! — Rachel responde com uma risada leve, seu tom brincalhão ecoando na noite. Ela estava com um pedaço de carne na mão, o cheiro defumado pairando no ar.
Rachel se vira para os garotos, seu sorriso iluminando ainda mais a escuridão ao redor.
— Aceitam?? — ela pergunta, estendendo a comida na direção deles. Newt, sem pensar duas vezes, pega um pedaço da carne com entusiasmo.
O novato hesita por um momento, sua expressão de desconfiança clara. No entanto, a curiosidade é maior e ele finalmente aceita o que Rachel lhe oferece.
Ele então morde um pedaço e logo faz uma pergunta.
— Afinal, que carne é essa??? — ele pergunta, a voz cheia de incredulidade.
— Ah, é só carne de lagarto, sabe? Aqueles bem nojentos — Rachel diz entre risadas, piscando um olho para Newt.
O garoto não consegue segurar a reação. Ele cospe a carne imediatamente, fazendo uma careta horrível enquanto Newt e Rachel caem na gargalhada.
— Tô zuando com você, novato! — ela ri ainda mais alto. — Acho ótimo que vocês acreditam em tudo que eu falo!
As risadas são contagiantes e logo todos estão se divertindo juntos, trocando histórias e brincadeiras sob o céu estrelado. A energia é leve e alegre, como se as preocupações do labirinto estivessem longe dali.
MINHO ON:
Eu a observava de longe, seus longos cabelos pretos
caindo sobre suas costas e rosto; era um cabelo enorme e brilhante sob a luz da fogueira. Ela parecia tão feliz naquela conversa descontraída com Newt e o novato. Seu sorriso era contagiante; ela era como um sol em meio à escuridão do nosso mundo. Quando não estava por perto, tudo parecia triste e sombrio, mas assim que ela aparecia, o lugar se enchia de alegria.
MINHO OFF
— Bom meninos, vou indo! Mas não pensem que vocês vão se livrar de mim, viu? — ela se levanta sorrindo e dá uma rápida olhada para os dois antes de sair.
O novato observa Rachel ir embora, seu olhar ainda fixo nela enquanto o silêncio volta ao grupo. Ele se vira para Newt e faz um breve comentário.
— Vocês parecem se gostar bastante.
Newt sorri ao ouvir isso e se volta para o garoto.
— Rachel e eu somos como irmãos — ele explica com sinceridade nos olhos. — Eu a amo como se fosse alguém da minha família; uma irmã mais nova. Não somos nada além disso. Meu amor por ela não passa de um amor fraternal... diferente do amor do Minho — ele acrescenta com um sorriso maroto.
— Minho?? Pera, não estou entendendo — o garoto diz a Newt com confusão evidente no rosto.
Newt então se vira para trás e aponta para um grupo de jovens que está sentado próximo à grande fogueira.
— Tá vendo aqueles garotos ali? — ele diz olhando atentamente para eles. — São os corredores; conhecem mais sobre o labirinto do que qualquer um de nós. É aquele ali no meio; é o Minho... Se tem alguém que pode nos tirar daqui, são aqueles caras, mas ninguém quer ser um corredor, esse lugar é sinistro demais.
O novato, com uma expressão de desafio e curiosidade, se volta para Newt e pergunta:
— E se eu quiser ser corredor?
Newt, percebendo a determinação no olhar do Novato, responde com um tom firme e um pouco exasperado:
— Você não ouviu nenhuma palavra do que eu disse?? Ninguém quer ser um corredor.
Uma pausa tensa se instala entre eles, e então Newt completa:
— E além disso, você tem que ser escolhido.
O novato franze a testa, confuso e intrigado.
— Escolhido por quem?
De repente, borburinhos animados ecoaram pela clareira, vindo de um grupo de garotos reunidos ao redor da fogueira. O calor das chamas iluminava seus rostos enquanto eles se divertiam em uma animada brincadeira de luta, rindo e se empurrando. Gally estava se gabando por ter vencido todas as lutas até agora, seu sorriso arrogante refletido na luz da fogueira. Rachel, atraída pelo barulho, parou para observar a cena e logo avistou o próximo garoto que Gally havia derrotado estirado no chão, ofegante e com um brilho de incredulidade nos olhos.
— VAMOS LÁ, QUEM É O PRÓXIMO?? — Gally gritou, sua voz poderosa cortando o ar noturno. — ESTÃO COM MEDO??
Os garotos ao redor riram e trocaram olhares desafiadores. Rachel sentiu uma onda de adrenalina percorrer seu corpo. Sem hesitar, ela deu um passo à frente e entrou no círculo formado pelos outros.
— Eu sou a próxima! Vamos ver se você é tão bonzão quanto diz ser — Rachel exclamou, arregaçando as mangas com determinação.
Newt e o Novato se aproximaram, curiosos para ver o duelo que estava prestes a acontecer. Logo atrás deles, Minho, Ben e os clareanos também chegaram, formando uma pequena multidão ansiosa para assistir à luta.
Gally começou a se preparar, fazendo algumas flexões e estalando os dedos.
— Vamos lá, Rachel! Vou facilitar pra você, já que é mulher. Porque isso faz toda diferença, não é mesmo? — ele provocou com um sorriso desdenhoso.
Os garotos em volta começaram a murmurar e rir da provocação de Gally, criando um clima de expectativa no ar.
— Vamos lá, Gally! Me mostra do que é capaz! — Rachel desafiou com confiança.
Os dois se posicionaram, prontos para a luta. Assim que o sinal foi dado, eles começaram a rodar em torno um do outro. Gally lançou um golpe direto na direção de Rachel, mas ela desviou com agilidade e contra-atacou com um chute certeiro que o fez cair no chão. As risadas explodiram entre os espectadores enquanto ele se levantava rapidamente.
Gally não se deixou abalar. Com um movimento rápido, ele conseguiu distraí-la e lhe dar um empurrão que fez com que ela acabasse sendo arremessada para cima de Thomas.
— Foi mal — ela disse, e logo voltou pra luta, mas Gally logo a derrubou no chão.
Os garotos gritaram animados com a reviravolta da luta. Porém, Rachel não estava pronta para desistir. Com uma rasteira rápida e habilidosa, ela derrubou Gally novamente e o segurou no chão.
— Quem tá pegando leve agora? — ela debochou dele enquanto olhava nos olhos dele com um sorriso triunfante. Levantando-se lentamente, ela olhou para Gally ainda caído e completou: — Da próxima vez tenta não contar vitória antes da hora, principalmente se for pra lutar comigo!
As risadas aumentaram ao redor enquanto os garotos começavam a discutir quem seria o próximo desafiante.
Todos riram, e o orgulho no olhar de Newt, Alby, Chuck e, principalmente, de Minho era visível. Gally se levantou, sua postura desafiadora evidente, e caminhou em direção a Rachel.
— Foi uma boa luta — ele estendeu a mão em direção à garota.
Rachel sorriu, um brilho de satisfação nos olhos, e pegou a mão de Gally. Com um gesto confiante, ela saiu do círculo e se posicionou ao lado de Newt e Minho. Gally parecia pronto para mais uma luta; era impressionante como ele se mantinha firme e destemido. Logo,O novato foi empurrado para o centro da roda, e Gally o desafiou com um sorriso provocador.
— Como é que é, novato? Vamos ver do que você é capaz!
Os gritos animados da multidão ecoaram ao redor enquanto todos começavam a gritar o novato e aplaudir, incentivando-o a entrar na disputa. Com o coração acelerado,o novato deu um passo à frente.
— Tá legal, as regras são simples, garoto. Eu vou tentar te jogar para fora do círculo, e você vai tentar ficar por 5 segundos — Gally debocha do garoto com um sorriso malicioso.
Gally então inicia o ataque com um empurrão forte no garoto. O garoto cambaleia rumo aos clareamos que o jogam de volta para o círculo. Antes que pudesse se firmar no chão novamente, Gally o derruba com facilidade. Rachel observava com curiosidade; era nítido que ela estava torcendo pelo novato.
— Vamos lá, novato! Não acabamos ainda — Gally diz com desprezo.
O garoto se levanta rapidamente, seu rosto vermelho de frustração.
— Para de me chamar de novato!
— É pra parar? Do que quer ser chamado? Trolho? — Gally provoca, fazendo todos rirem. — O que acham, garotos? Ele tem cara de trolho?
Thomas parte pra cima de Gally novamente, mas sua tentativa é em vão; ele acaba caindo no chão mais uma vez.
RACHEL ON:
O garoto parecia determinado a vencer Gally, mas suas habilidades de luta eram claramente limitadas; isso eu não pude deixar de notar.
— Quer saber? Você vai passar a ser trolho — Gally diz com risada sarcástica.
Todos riam do novato; eu particularmente não estava rindo. Mesmo considerando Gally como um irmão, ele continuava sendo um idiota. Então vi o novato surpreender a todos ao derrubar Gally no chão. A roda explodiu em zoações contra Gally e aplausos para o garoto. Mas logo Gally usou meu velho truque: chutou os pés do novato fazendo-o cair e bater a cabeça no chão. O garoto ficou ali por um momento; a dor em seus olhos era transparente enquanto os murmúrios da multidão preenchiam o ar. Minha única preocupação era saber se ele estava bem.
Então vi os lábios do garoto se moverem em um sussurro quase inaudível. Mas então algo mudou; ele se levantou com determinação renovada e gritou com toda a força que tinha:
— THOMAS! Eu lembrei do meu nome! EU SOU O THOMAS!
Sua voz ecoou pela roda enquanto ele expressava sua alegria intensa por ter recuperado a única memória que lhe restava. A multidão ficou em silêncio por um momento antes de explodir em aplausos e gritos animados. Mas toda essa animação deles foi interrompida por um barulho estrondoso vindo do labirinto. Eram os verdugos...
— O que foi aquilo? — Thomas perguntou, assustado, com os olhos bem abertos.
— Aquilo, meu amigo... era um verdugo. — Gally respondeu, tentando parecer tranquilo, mas a tensão estava estampada no rosto dele. — Não se preocupa, tá seguro com a gente. Nada passa por esses muros.
O vento soprava fraquinho, trazendo um frio que fazia todos se encolherem um pouco. As sombras balançavam nas paredes do labirinto, e as tochas piscavam, deixando tudo ainda mais tenso. Thomas olhou em volta, buscando um pouco de conforto na presença dos amigos.
Alby então levantou a mão e falou firme: — Galera, hora de dormir. A gente precisa estar pronto pro que vier amanhã.
O pessoal começou a se dispersar devagar, com olhares nervosos e alguns sussurros. A atmosfera estava pesada enquanto cada um ia para seu canto, tentando afastar os pensamentos sobre os verdugos e o que isso poderia significar para eles todos ali.
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Me deitei na minha rede, que balançava devagar ao lado da do Minho e do Chuck. A rede do novato ficava mais à frente, mas eu não conseguia parar de olhar para ele, ele me parecia muito familiar. Tentei dormir, mas era impossível. Todas as noites eram a mesma coisa.
Os sonhos começavam tranquilos, tipo uma lembrança distante. Uma mulher aparecia, sussurrando: "Cuel é bom". Essa frase ficava na minha cabeça, mas eu não conseguia entender o que significava. Aí, tudo mudava. Eu via um garoto sendo torturado, mas o rosto dele era só uma mancha borrada. O desespero dele me deixava mal.
Depois a cena mudava para uma sala de cirurgia fria e iluminada. Médicos se moviam ao meu redor, falando um monte de coisas que não faziam sentido. Ao meu lado, tinha outro garoto segurando minha mão com força; mesmo sem ver o rosto dele, sentia que estávamos conectados. Então os pesadelos começavam: mortes e torturas que me deixavam angustiada.
Mas o que me acalmava era o calor do Chuck segurando minha mão. Meu pequeno Chuck, meu irmãozinho. Ele sempre estava ali, mesmo nos momentos mais escuros. Às vezes eu me perguntava como sabia que era ele; mas não precisava pensar muito...eu perguntei e ele confirmou com aquele sorriso dele que sempre me fazia sentir melhor.
Era como se a presença dele fosse um porto seguro no meio do caos dos meus sonhos. Enquanto tudo ficava sombrio e as cenas horríveis se desenrolavam na minha mente, eu fechava os olhos e me agarrava à sensação do toque dele, uma lembrança de que ainda havia algo bom no mundo, mesmo quando tudo parecia desabar ao meu redor.
Logo dei um pulo assustada. Olhei ao redor e vi que todos estavam dormindo, mas o novato estava inquieto, parecia que os pesadelos também o assombravam. Mas, para minha surpresa, ele logo se acalmou. Voltei a olhar para cima e percebi que estava sentindo aquele calor em minhas mãos de novo. Quando olhei, não era o Chuck quem estava segurando minhas mãos... era o Minho.
Fiquei confusa. Era a mesma sensação de todas as noites, mas não era o Chuck. Tantas perguntas começaram a rodar na minha cabeça. Não sabia o que pensar naquele momento. Decidi parar um pouco e admirar Minho dormindo, observando cada traço do seu rosto. Ele tinha um jeito tranquilo quando estava em paz, mas, de repente, se mexeu, e num impulso eu finjo que estava dormindo.
Senti sua mão se soltar da minha e depois ele acariciou meu rosto suavemente tirando uma mecha de cabelo caída sobre meus olhos. Meu coração disparou! Assim que percebi que ele voltou a dormir, abri os olhos novamente e tentei entender o que estava acontecendo. Minho e eu sempre nos tratamos como família, mas ele não era exatamente o tipo carinhoso. Às vezes parecia que ele não gostava muito de mim, como se desprezasse garotas como eu. Mas então tinha esses momentos inesperados...
Era tanta confusão na minha cabeça! Desisti de pensar e deixei a mente viajar enquanto tentava voltar a dormir. O silêncio da noite envolvia tudo, e eu me permiti relaxar, mesmo com todas aquelas perguntas ainda ecoando na minha mente.
RACHEL OFF
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Era de manhã bem cedo, e o sol começava a aparecer, jogando uma luz dourada na clareira. Thomas acordou de repente, com o coração na boca, mas Alby foi rápido e tampou a boca dele antes que um grito saísse. Com um gesto, ele chamou Thomas para dar uma volta pela clareira, onde a brisa fresca trazia uma paz estranha.
— É pacífico, né? — disse Alby, olhando em volta. — Eu sei que é difícil acreditar, mas nem sempre foi assim... tivemos dias sombrios.
Thomas prestou atenção enquanto Alby falava, o tom sério dele contrastando com a beleza do lugar.
— Perdemos muitos garotos por causa do medo e do pânico. Mas a gente evoluiu! Estabelecemos ordem, conseguimos paz.
Alby parou perto das grandes paredes do labirinto e virou para encarar o horizonte da clareira. O sol brilhava em seu rosto decidido.
— Mas por que você tá me contando isso? — Thomas perguntou, meio perdido.
— Porque você e a Rachel não são como os outros. Vocês são curiosos, e agora você é um de nós! Tem que entender o que isso significa.
Alby então entregou uma faca para Thomas e apontou para a grande parede cheia de nomes dos clareanos, vivos ou mortos. Os nomes pareciam contar histórias de coragem e sacrifício.
Thomas se aproximou do muro e começou a olhar cada nome riscado. O peso da responsabilidade começou a apertar seu peito.
— O que aconteceu com eles? — ele perguntou baixinho, quase como se tivesse medo da resposta.
— Como eu disse... dias sombrios, Thomas — respondeu Alby, com uma expressão séria. A clareira agora parecia um pouco menos tranquila, como se as memórias dos que partiram ainda estivessem ali, flutuando entre as árvores e as paredes do labirinto.
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O sol estava alto, iluminando a clareira enquanto os garotos se dividiam em pequenas tarefas. Thomas, com as mãos sujas de terra, olhava fixamente para os enormes muros do labirinto, um misto de curiosidade e frustração em seu olhar.
— Alguém tentou escalar até o topo? — ele perguntou, a voz cheia de esperança.
Rachel, agachada entre as plantas, colhendo verduras frescas, soltou um suspiro ao ouvir a pergunta.
— Tentamos, mas a hera não chega até lá em cima — respondeu ela, sem desviar o olhar do que estava fazendo. Newt se aproximou, cruzando os braços sobre o peito.
— É uma boa pergunta, mas pra onde a gente iria? — completou ele, olhando para os muros como se esperasse uma resposta deles.
Thomas franziu a testa e insistiu:
— Tá, mas e a caixa? Da próxima vez que ela subir...
Rachel cortou suas palavras com firmeza:
— Não! Já tentamos isso. A caixa não volta a descer se tiver alguém nela.
A frustração começou a crescer dentro de Thomas.
— Tá bem, mas e se nós... — ele começou novamente, mas foi interrompido por Newt.
— Nós já tentamos isso, tá? Duas vezes!! Acredite em mim, qualquer coisa que você pensar, nós já tentamos — Newt disse com um tom de exasperação que revelava sua paciência se esgotando.
Rachel se levantou de repente, decidida.
— A única forma de sair é pelo labirinto. Você quer ser útil? — Ela entregou um balde para Thomas. — Toma, pega mais fertilizante.
Thomas aceitou o balde relutantemente, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Ele lançou um olhar para Newt e Rachel enquanto eles observavam sua saída em direção ao bosque.
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THOMAS ON
"É só pegar o fertilizante, Thomas." "Tem certeza? Gente, não posso ajudar de outra forma?" "Não, só pega o fertilizante. Você sabe onde fica, lá no meio do bosque." Eles só poderiam estar de palhaçada comigo! Aquela Rachel consegue ser muito chata às vezes, mas, se bem que, ela não deixa de ser familiar.
THOMAS OFF
Thomas caminhava pelo bosque denso, os raios de sol filtrando-se pelas folhas altas, criando padrões dançantes no chão coberto de folhas secas. Ele andou e andou até avistar algo que o fez parar abruptamente: uma lápide rudimentar feita de galhos e pedras. Seu coração disparou ao se aproximar. O nome "George" estava gravado ali, e uma sensação estranha o envolveu.
A atmosfera ao redor parecia pesada; o canto dos pássaros havia cessado. Ao se abaixar para examinar melhor a lápide, ele notou ossos espalhados ao redor—um frio na espinha percorreu seu corpo. Ao levantar a cabeça, deu de cara com Ben.
Ben era um dos corredores que costumava explorar o labirinto com Minho e Rachel antes que ela fosse expulsa do grupo. Agora, no entanto, algo estava terrivelmente errado.
— E... Ben não é? — Thomas gaguejou, a tensão crescendo entre eles. Sua voz falhou ao encarar o rosto de Ben, onde o ódio estava estampado em cada linha. O rapaz estava ofegante, quase parecendo espumar pela boca.
— Tá tudo bem?? — Thomas perguntou hesitante.
Ben não respondeu; em vez disso, lançou-se sobre Thomas com uma fúria descontrolada. Os dois caíram no chão coberto de folhas secas e galhos quebrados.
— Sai de cima de mim! — Thomas gritou desesperado.
— É CULPA SUA!! EU VI VOCÊ! — Ben gritou com uma intensidade que fez Thomas tremer — VOCÊ FEZ ISSO!! EU VI VOCÊ!!!
Confuso e apavorado, Thomas olhou para os olhos de Ben e viu a dor misturada com raiva. O aperto nos pulsos e no pescoço aumentava; ele precisava se soltar. Com um esforço frenético, esticou uma das mãos até encontrar uma pedra afiada sob a folhagem seca. Em um impulso desesperado, bateu na cabeça de Ben.
Ben se levantou rapidamente e começou a correr atrás dele como um predador em busca da presa. A adrenalina corria nas veias de Thomas enquanto ele gritava por socorro.
Os clareanos próximos ouviram os gritos e correram na direção do tumulto. Rachel e Newt foram os primeiros a identificar a cena caótica: Thomas correndo desesperadamente com Ben logo atrás dele.
Antes que pudessem chegar perto o suficiente para intervir, Ben alcançou Thomas e o jogou no chão com força brutal.
— EU VOU TE MATAR! — gritou Ben como se estivesse possuído por uma força obscura.
Rachel não hesitou; agarrou uma pá próxima e correu em direção a Ben com determinação nos olhos. Com toda sua força, acertou a pá na cabeça dele, fazendo-o desabar no chão como um boneco de pano.
— Segura ele! — ordenou Rachel enquanto se aproximava rapidamente.
— O que tá acontecendo?? — Newt perguntou confuso enquanto tentava entender a cena caótica diante deles.
— Fica calmo! — Gally chegou para ajudar a conter Ben.
Os murmúrios dos clareanos aumentaram à medida que tentavam desvendar o que havia acontecido. Rachel observava atentamente os dois rapazes no chão enquanto a situação se desenrolava.
— Ele me atacou! — afirmou Thomas, ainda atordoado pela agressão inesperada.
Ben começou a recuperar a compostura lentamente; seus olhos estavam cheios de desespero enquanto Rachel se aproximava dele com cautela.
— Não, não! — ele balbuciou repetidamente como se estivesse tentando afastar alguma verdade terrível.
— Levantem a blusa dele! — Rachel ordenou com autoridade.
— NÃO! EU NÃO QUIS FAZER ISSO!! — implorou Ben em desespero enquanto eles levantavam sua blusa e revelavam uma picada inflamada na barriga—um sinal claro do ataque do verdugo.
Rachel fechou os olhos por um momento, sentindo o peso da situação. Alby então tomou frente da situação com um olhar grave.
— Ele foi picado... — disse Alby com um tom sombrio — à luz do dia??
As súplicas de Ben ecoaram no ar: "Por favor... me ajudem", seu choro era quase insuportável para quem ouvia.
Todos estavam paralisados pela tristeza e pela incerteza do que fazer em seguida. Alby respirou fundo e deu sua ordem final:
— Levem ele para o amanssador — sua voz carregava um peso imenso de tristeza e responsabilidade.
Os garotos pegaram nos braços e pés de Ben enquanto ele relutava contra eles, suas súplicas ecoando na clareira
OIE DIVOOOS 😍🩷
Finalmente né ?? KKKKKKK, um capitulo longo pra vocês aí, espero que gostem viu.
Deixando claro aqui, VOLTAMOS GALERAAAA, provavelmente eu mude a oc, isso ainda está em aberto. Mas a boa notícia é que vamos ter capítulos SIM!
Não se esqueçam de votar e comentar, isso vai me motivar ainda mais 🩷
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