capítulo vinte e três

ARI REMOVE A NÉVOA QUE EMBAÇA O ESPELHO com a mão. Ela suspira, girando os ombros para relaxar enquanto escova o cabelo molhado. Ela nunca pensou que organizar um casamento seria tão estressante, principalmente o de sua prima. Bella nunca gostou de grandes festas, principalmente se forem em sua homenagem.

Na verdade, ela ainda não gostam deles, mas Alice Cullen insiste em fazer o casamento do ano. Ela sabe que tem boas intenções, que só quer o melhor para seu irmão e sua futura cunhada, mas lidar com a rejeição de Bella e o entusiasmo de Alice por ideias novas e extravagantes é bastante cansativo.

— Por que você não participa mais da organização? — sua pergunta tem um tom acusatório quando ela entra na sala, onde Charlie está deitado confortavelmente folheando alguns arquivos policiais. Ari nem sabe como consegue dormir depois de ler tantos crimes.

— Eu participei, deixei Alice tirar minhas medidas para o traje. Além disso, ela não quer mais Swans sem nenhum senso de moda. — o homem se defende enquanto Arizona cai para o outro lado da cama. As sobrancelhas de Charlie se erguem, examinando seu rosto. — Uma tarde longa?

— Isso é um eufemismo. Bella não sabe usar salto então insiste em andar descalça enquanto Alice defende que ela só precisa praticar. Mesmo que falte menos de uma semana.

— Andar descalço ficaria muito... boêmio.

Ela não pode deixar de sorrir com o termo enquanto se acomoda nos travesseiros, observando enquanto Charlie coloca os arquivos de lado para vasculhar a gaveta da mesa de cabeceira.

— Uh-huh. — ele murmura vitorioso antes de lhe mostrar o envelope quadrado. — Alice já enviou todos os convites.

Ari levanta-o para abri-lo e vê o elegante convite com os nomes dela e de Charlie gravados em elegantes letras douradas. É lindo, mas o papel treme entre seus dedos quando a menina percebe uma realidade que até agora não havia levado em conta.

— Os convites...— ela levanta o olhar claro para Charlie, que a olha um tanto confuso com sua ansiedade repentina. — Renée terá recebido seu convite.

— Eu acho. — responde sem saber exatamente para onde vai a conversa.

— Ela virá ao casamento.

— Deveria, ela é a mãe de Bella.

Ari franze a testa diante da calma do parceiro.

— Por que isso não te deixa nervoso?

— Por que isso te deixa nervosa?

Arizona deixa o convite de lado com um suspiro que parece mais um bufo.

— Ela é minha tia. Você é o ex-marido dela. E ela não sabe... — sua mão acena no espaço entre eles.— Não acho que ela reagirá bem. E não quero fazer um show no dia do casamento.

— Podemos convidá-la para jantar no dia anterior, aqui em casa. Minimizaremos os danos. — as mãos masculinas cobrem as femininas e o amor que ele sente pela menina brilha em seus olhos. — Ou não podemos dizer isso. O que você preferir.

— Temos que contar a ela. Não quero fingir que não estamos juntos no casamento e não quero me esconder.

A mão de Charlie sobe para acariciar sua bochecha com uma ruga de preocupação entre as sobrancelhas.

— O que ela dizer mudaria alguma coisa em nosso relacionamento? — ele questiona com um tom que oscila entre cauteloso e preocupado.

Arizona nega imediatamente.

— Não, claro que não, é só... — ela dá de ombros, desculpas brilhando em seus olhos. — Não gosto de confrontos diretos.

— Você ameaçou Edward.

A boca da garota se abre de surpresa antes de ela falar.

— Como você sabe disso?

— Ele me contou e depois disse que éramos um bom casal. — o homem franze a testa, um tanto pensativo. — Talvez eu devesse ter atirado nele naquele momento.

— Nada de atirar na família. — Ari lembra, ao que ele revira os olhos, arrancando um sorriso dos lábios da garota. Arizona se inclina em direção a ele até deixar um beijo suave em seus lábios. — Obrigada.

— Por que?

— Por não me deixar entrar em pânico.

— Faz parte do meu trabalho. — Charlie brinca antes de traçar um caminho de beijos ao longo da mandíbula da garota, descendo lentamente até seu pescoço, arrancando um suspiro dos lábios femininos.

— E isso também? — Ari murmura quando os dedos do delegado se esgueiram por baixo de sua camiseta, uma roubada de seu próprio armário que serve de camisola. As mãos dela repousam sobre os ombros dele, relutantes em fazê-lo parar enquanto ela olha de soslaio para a porta fechada da sala. — Bella está no quarto dela...

— Então teremos que ficar em silêncio. — ele responde, roçando os dentes na delicada pele do pescoço dela antes de subir até sua orelha, enquanto suas mãos deslizam descaradamente pelo corpo dela. — Você pode ficar quieta, querida?

Há algo no tom baixo e rouco de Charlie que faz Arizona morder o lábio inferior, sentindo o desejo correr através dela como um raio, deixando-a tensa e desejando mais do que apenas as carícias daqueles dedos em sua pele.

Quando os olhos escuros encontram os claros, há um brilho desafiador neles.

— Claro que posso. — sussurra a garota, aproximando-se dos lábios dele. Estão tão próximos que quando ela volta a falar, os dois se tocam, como uma carícia cheia de promessas. — E você, Chefe Swan?

— Ah, vou ficar com a boca ocupada. — Ari só vê o brilho do sorriso dele antes de ser empurrada contra o colchão, provocando um pequeno grito que é meio riso, meio surpresa. Ela cobre a boca rapidamente, lembrando que tem que ficar em silêncio enquanto sente os dedos do outro deslizarem entre suas pernas, deslizando a calcinha para baixo. Os olhos de Charlie estão pesados ​​de desejo quando encontram os seus. Um sorriso selvagem ocupando seus lábios. — Boa menina.

E Arizona tem mais dificuldade em ficar quieta do que pensava quando o rosto de Charlie afunda entre suas pernas.

— Você deve estar brincando. É uma piada, certo?

A pergunta de Renée quebra o silêncio que se instalou entre os quatro adultos após revelar o principal motivo daquele jantar. Para revelar seu relacionamento com ele.

— Renée... — Phil começa a dizer, mas sua esposa levanta a mão em direção a ele, silenciando-o enquanto continua olhando feio para Charlie.

— Ela é sua sobrinha.

— Não, é sua. Não temos laços de sangue. — responde o homem com calma, mas com firmeza.

Então o olhar de Renée vai para Arizona, cujo corpo está tão tenso que parece que ela vai pular da cadeira.

— Você é vinte anos mais nova! — a garota nem pisca diante daquela acusação, à qual ela está imune neste momento. Então Renée ataca do outro lado. — Seu pai sabe disso?

As mãos de Arizona fecham-se com força sobre a mesa, as sobremesas permanecem intactas.

— Meu pai namorou uma garota de dezoito anos logo depois que minha mãe morreu. — seu tom é mais frio que o vento que sacode os galhos das árvores lá fora. — Você não tem o direito de comentar sobre meu relacionamento.

— E Bella? — ela retruca, sua atenção voltando para Charlie.

— Bella sabe disso e nos apoia. — o tom de Charlie tornou-se um tanto hostil assim como seu olhar. — Olha, você pode aceitar ou não. É indiferente para mim. Só queríamos contar a você antes do casamento.

— Nós agradecemos. — Phil consegue dizer antes que sua esposa o silencie. O rosto do jogador de beisebol é muito mais gentil que o de Renée e ele quase dá um sorriso ao vê-los. — No final das contas amor é amor, certo?

— Phil! — Renée o repreende mas ele encolhe os ombros.

— Você pode ir embora se não gostar. Apenas tente ser civilizada amanhã. — as palavras de Arizona são confirmadas com um aceno de Charlie.

Renée se levanta com raiva, joga o guardanapo na mesa e com um último olhar de desgosto sai de casa, batendo os saltos no chão de madeira.

— Sinto muito por isso. — Phil murmura antes de se despedir rapidamente e seguir sua esposa.

Arizona solta um suspiro que faz seus ombros caírem quando a porta da frente se fecha, deixando-os sozinhos.

— Você acha que ela vai fazer um show amanhã? — ela finalmente pergunta em um tom um tanto cansado enquanto a mão de Charlie repousa sobre a sua, em um conforto silencioso.

— Uma parte de mim espera que sim, então Alice irá atrás dela por ter estragado o casamento.

Isso faz Ari cair na gargalhada inesperada, imaginando a pequena duende furiosa com Renée. Ela sente que esta menina poderia ser um perigo real se quisesse.

Os lábios de Charlie se curvam para cima com a risada dela, mas seus olhos olham para ela com alguma preocupação.

— Você está bem? — questiona.

A garota demora um pouco para responder, mas acaba concordando.

— Honestamente, não me importo com o que ela pensa. — seus olhos encontram os escuros e um sorriso mais relaxado aparece em sua boca enquanto ela aponta para os pratos ainda cheios de um suculento bolo de chocolate. — Devíamos comer sobremesa, pelo menos vamos gostar.

— Para ideias como essa eu te amo.

— Ah, eu sei.

E assim, entre risos e carícias, Arizona e Charlie saboreiam calmamente uma sobremesa destinada a quatro pessoas.

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