capítulo dezesseis
ARIZONA ABRE A PORTA NO MOMENTO EM QUE Bella grita lá em cima que descerá em cinco minutos. Diante dela está Edward Cullen, com um sorriso educado e olhos de uma cor que a lembra de mel.
— Boa tarde. — ele cumprimenta de forma amigável e Ari lhe dá um sorriso divertido pela tentativa de gostar dele.
— Entre, aproveite que Charlie não está lá para atirar em você. — ela se afasta para o garoto passar e fecha a porta atrás deles. — Bella descerá em cinco minutos.
Edward concorda com as palavras dela e seu sorriso se torna um pouco menos artificial e mais relaxado quando eles passam para a cozinha.
— Acho que não fomos apresentados oficialmente. — ele estende a mão esbranquiçada para ela. — Eu sou Edward Cullen.
— Arizona Higginbotham. — ela aperta a mão e percebe que o garoto está com a pele extremamente fria. Não está tão frio lá fora, ela pensa. — Gostaria de tomar um café ou chá quente enquanto espera pela Bella?
O sorriso de Edward se contrai levemente, como se ele tivesse adivinhado o que a garota está pensando, mas talvez seja culpa de Ari, porque quando fala seu tom ainda é gentil e educado.
— Não, obrigado. Você é sobrinha da Renée, certo? Bella me disse que você está aqui há alguns meses.
— Sim, a verdade é que não esperava ficar tanto tempo mas...
— Mas Forks tem seu charme, né?
O rosto de Charlie passa pela mente de Arizona, o brilho em seus olhos quando ele disse que a amava, e ela acaba balançando a cabeça com um sorriso mais amplo.
— Sim, sim, acho que sim. — Edward lhe dá um sorriso conhecedor, como se a entendesse e ela cruza os braços, apoiando-se levemente na mesa de madeira. Charlie é quem faz os interrogatórios, mas ela também não é ruim nisso, pelo menos ela pensa assim. — E me diga, Edward, você espera ficar muito tempo?
Edward coloca as mãos nos bolsos da calça jeans, seu sorriso desapareceu um pouco e há uma certa solenidade em seu olhar enquanto ele fixa seus olhos dourados nos azuis dela.
— Enquanto Bella quiser que eu fique.
Arizona balança a cabeça e estala a língua antes de encontrar as palavras certas.
— Vou deixar uma coisa bem clara, Edward. Charlie pode ter ameaçado atirar em você, mas se você machucar minha prima novamente, não será necessário. — ela se inclina um pouco para frente, seu olhar não tem a simpatia de antes e foi substituído por uma frieza gelada. — Eu mesma cuidarei de você. Vou enterrá-lo e depois plantá-lo sobre seu corpo para que ninguém suspeite e você possa apodrecer na solidão. Entendido?
Edward pisca algumas vezes, como se não acreditasse que uma pessoa tão gentil pudesse estar naquele nível de perigo, mas ele deve ver algo no olhar de Arizona que o faz assentir novamente.
— Entendido.
O sorriso que a garota lhe dá é leve novamente, eliminando a tensão do ambiente.
— É assim que eu gosto, que a gente se entenda.
Quando Edward sai de casa com Bella e eles entram em seu carro, o vampiro olha para a casa dos Swan em silêncio, pensativo.
— O que está acontecendo? — Bella questiona.
— Acho que algumas pessoas são assim. — um sorriso divertido aparece nos lábios de Edward enquanto ele liga o carro enquanto murmura novamente. — Tal por isso.
Bella apenas olha para ele com uma sobrancelha levantada, sem entender nada.
★
Quando Ari chega em casa do trabalho, ela vê o carro da polícia estacionado do lado de fora, embora não haja sinal do caminhão vermelho. Charlie voltou antes dela mas quando ela entra em casa ela não o vê em lugar nenhum, apenas o som de um martelo vem de algum lugar da propriedade.
— Charlie? — ela chama da cozinha, numa voz alta o suficiente para que o som do martelo pare repentinamente.
— Aqui atrás!
A menina segue em direção à porta que dá acesso ao quintal, que está entreaberta. Charlie olha para ela sorrindo com o martelo ainda na mão e um enorme quadrado de madeira no chão cheio de terra escura, recém colocado ali.
Arizona levanta ambas as sobrancelhas, seus olhos viajando entre a estrutura e o rosto sorridente do homem, que parece expectante.
— Eh... você pode me dar uma pista sobre tudo isso? — a mão da garota acena para cobrir o jardim.
— É um jardineiro. — o sorriso de Charlie vacila um pouco e ele coça a nuca, lançando um olhar um tanto incerto para o vaso de madeira. — O cara da loja me disse que era melhor eu mesmo montar, que não vendiam o tamanho que eu procurava.
A boca de Ari se abre, mas nenhuma palavra sai. El a fecha novamente enquanto dá vários passos à frente, aproximando-se da plantadeira. Tem quase um metro e meio de comprimento e alguns metros de largura. Imaginou cheio de flores, dando um toque de cor às frondosas árvores que cercam o quintal.
— Isso... isso é... — ela engole em seco, percebendo como seus olhos estão se enchendo de lágrimas, de modo que quando ela olha para Charlie, ele é uma figura um tanto embaçada. — É a coisa mais legal que alguém fez por mim.
Charlie deixa cair o martelo, que cai na grama úmida da chuva recente, e pousa as mãos no rosto de Arizona.
— Você tem um padrão muito baixo, querida. — a voz do homem é cheia de ternura assim como o seu olhar. — Eu só queria contribuir um pouco com seus objetivos.
— Você faz parte dos meus objetivos. — Arizona garante antes de aproximar seu rosto do dele e beijá-lo com todo o amor que ela mesma não consegue expressar em palavras.
Quando seus lábios se separam, há vestígios de sujeira nas bochechas de Ari por causa das mãos manchadas de Charlie, mas ela apenas ri enquanto o homem tenta limpá-la com os dedos e manchá-la ainda mais.
— Eu quero contar para Bella. — anuncia o delegado quando o riso feminino diminui, mas ainda está em seus olhos brilhantes. — Eu quero parar de nos esconder.
As mãos de Ari repousam sobre as suas enquanto seu tom suaviza enquanto ele fala novamente.
— Tem certeza? As pessoas vão falar, Charlie.
— Você se importa com o que eles dizem?
— Você não sabe, mas você é uma figura na comunidade.
— Então eles saberão respeitar minhas decisões. E nos respeitar.
O tom de Charlie é firme, cheio de segurança, Ari está contagiado com esse sentimento. Que ele não se importa exatamente com o que as outras pessoas dizem. Ela quer andar por aí segurando a mão dele, quer sair para namorar ou se gabar desse homem. Este homem maravilhoso que fez dela uma jardineira.
— Então contaremos para Bella quando ela chegar em casa. — a garota cede e sua mão desliza para pousar na camisa do homem, logo acima de seu coração. — Mas vai demorar um pouco para ele voltar...
Charlie levanta uma sobrancelha com a mudança no tom de sua voz, o sorriso que ela dá a ele junto com o olhar sob seus cílios. Suas mãos deslizam pela cintura dela, puxando-a para ele.
— A verdade é que eu preciso de um banho... — ele se inclina sobre ela, deslizando os lábios por sua bochecha até chegar em sua orelha — Você quer vir comigo?
— Ah, mas acabaríamos muito mais sujos, Chefe Swan. — ela pronuncia seu título como uma carícia provocante que faz Charlie apertar os dedos em seu quadril.
— Estou contando com isso. — e sem dizer mais nada ele se abaixa para agarrá-la, carregando-a no ombro enquanto Arizona solta um grito de surpresa que termina em gargalhadas.
— Não seja um Neandertal! — exclama a garota divertida ao ver o mundo de cabeça para baixo de sua posição.
A risada de Charlie se mistura com o gritinho de Arizona enquanto ela dá um tapa na bunda enquanto caminha em direção à casa.
— Vou te mostrar como é ser um Neandertal. — ele avisa, sem poder deixar de sorrir ao fechar a porta atrás deles com um movimento do pé.
Porque entre essas paredes estão eles, só eles. E enquanto sobe as escadas com Arizona em seu ombro, as risadas e reclamações dela o fazendo rir, ele descobre que nunca se sentiu assim por ninguém. Quem nunca esteve tão feliz.
E que ele nunca amará ninguém como ama Arizona.
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