05 - você sabe transar? aposto que não!












— Meu deus, me desculpe. - eu praticamente gritei exaltada em busca de ver o quão acertado ele eu tinha feito, porém recuei minhas mãos quando ele se afastou para trás.

— Que merda, você sai socando qualquer pessoa sem ver assim? - ele me empurrou sem força para o lado abrindo a porta que antes eu tentava buscar como refúgio.

Quando ele passou por mim dando de ombros eu o segui sem pensar duas vezes, ainda buscando atrás alguma silhueta do outro homem de mais cedo. Parando para prestar atenção no lugar, aquele provavelmente devia ser o quarto de Baji, o local tinha o mesmo cheiro que o corpo dele exalava, fazendo com que meu corpo recuasse em alerta, pois de repente tudo em volta virou ele, era como se transformasse no homem a minha frente, invadindo meu espaço pessoal e qualquer ar puro que meus pulmões pudessem alcançar.

— Porra, você tem uma mão pesada. - ao ouvir aquilo eu sorri um pouco vitoriosa com aquilo.

— Eu sei, cresci com um policial em casa, fui ensinada a me defender um pouco. - disse me encostando na parede. Meu pai sempre foi agente do governo, então ele era extremamente cuidadoso e paranoico com tudo em volta.

— Está me dizendo que você sabe lutar, então? - ele rodava o quarto em busca de uma camiseta e quando ele agarrou uma branca lisa qualquer suas mãos arrancaram com facilidade o moletom preto que ele vestia.

E eu infelizmente não pude desviar os olhos do seu corpo exposto, o seu físico era bonito demais para não ser olhado, os braços bem desenhados, fazia um conjunto perfeito com as cicatrizeis avermelhadas que ele tinha espalhadas pelo corpo e algumas tatuagens nas costas e no abdômen. Por um momento eu fiquei refletindo se as cicatrizes eram pelas lutas ou por algum outro motivo suspeito. Mas eu não me atrevi a perguntar, apenas continuei a passar meu olhar por ele, subindo da cintura até chegar no seu pescoço com algumas marcas e finalmente seus olhos. Vendo que ele já me flagrava a muito tempo observando seu corpo eu ruborizei, não por ser pega, mas por ter gostado de ser pega quando vi ele sorrir baixo e negar com a cabeça.

Por deus, esse homem era real? Tudo nele exalava a bebidas, sexo e drogas, Keisuke Baji era o perfeito esteriótipo de badboy que encontramos em livros ou na imaginação mais pecaminosa de qualquer mulher. E por Cristo, por que caralhos eu tinha que sempre o encontrar quando estava sozinha? Isso era um pecado para o meu corpo e mente sã.

— Eu te fiz uma pergunta. - vi seus braços cruzarem e admirei um pouco o movimento que seus músculos acabaram de fazer.

Por um momento eu olhei para ele perdida, mas acabei retomando de onde paramos.

— Não muito. - respondi — Meu pai não teve tanto tempo para me ensinar tudo do que sabia.

Eu completei minha resposta e vi sua feição em um instante entender tudo. Meu pai infelizmente faleceu quando eu tinha apenas quinze anos, ele foi assassinado no seu ramo de trabalho, e o culpado nunca foi encontrado. Com o tempo minha mãe e e superamos isso, mas a falta que ele faz sempre irá deixar um vazio enorme dentro do peito e em casa.


— Acho que ele ensinou o necessário. - ele comentou por fim se olhando no espelho com os pontos abertos em sua sobrancelha.

— Me deixe limpar isso para você. - falei buscando o bote de algodão que ele tinha pegado, mas vi seus olhos negarem.

— Eu posso fazer isso sozinho.

Foi simplista, mas eu não interferi, apenas me aproximei mais o encarando de soslaio.  O vendo limpar seu corte e colocando o esparadrapo sem pressa alguma, uma ideia sem filtro algum se passou pela minha cabeça. Eu precisava me aproximar de Baji, só assim eu poderia ter uma biografia dele para o meu tão sonhando artigo da faculdade, e nessa conversa eu percebi que tínhamos uma coisa em comum. Socar alguém, poderia começar por aí.

Eu posso te fazer uma pergunta? - proclamei assim que vi ele terminar o que começou de frente ao espelho no canto do quarto.

— Já não está fazendo? - arqueio sua sobrancelha e eu revirei os olhos. — Faça. - deu de ombros e eu molhei bem meus lábios antes de dizer;

— Sabe eu sempre tive interesse em aprender a me defender para caso precisasse, então, porquê não, talvez você possa me ensinar a lutar? - eu disse sentindo todas as suas pupilas pesadas caírem sobre mim.

Aquilo parecia uma ótima vantagem para mim, era um momento perfeito para conseguir passar mais tempo com ele.

— Você quer que eu te ensine a lutar?

Na verdade, eu quero que me deixe conheço-lo melhor para a minha história, e por hora, isso é a única coisa que consigo pensar para que você possa me permitir passar o máximo de tempo com você.

— Sim?! quero dizer, você disse que mando bem com socos, mas sabe eu não sei me defender totalmente, e você poderia me ensinar isso já que é o melhor lutador que já vi. - cuspi palavras uma em cima da outra, na minha cabeça essa ideia soava melhor do que estava sendo.

— Não sei onde você quer chegar com isso, do nada assim quer que eu te ensine como se defender? Por deus [Nome], se me pedisse para te ensinar a transar seria bem mais normal que isso.

Ele falou aquilo com tanta normalidade que foi  quase impossível não me engasgar com a saliva. Eu olhei atenta para ele, que estava com um sorriso divertido do rosto quase como se tivesse adorado a situação.

— Por agora quero me ensine apenas a lutar. - cruzei meus braços ainda o encarando e vi as presas afiadas de seu sorriso aparecerem ainda mais.

— Então está me dizendo que mais tarde irá me pedir para ensiná-la a transar? - ele repetiu meus atos e eu quis matá-lo pela resposta.

— Para sua informação, eu sei transar muito bem, não preciso pedir que alguém me ensine isso.

— Aposto que não sabe - ele caminhou para perto de mim, e eu me movi para trás — Me diz [Nome], você sabe tocar alguém? sabe como satisfazer um homem? já tocou em um pau pelo menos?

— Alguém já te ensinou a fazer algumas dessas coisas? Ou pelo menos te dar prazer próprio? Pois eu duvido que já. - ele completou passando a língua pelos dentes afiados.

E eu caí sentada na cama quando ouvi suas últimas palavras, e ele estava bem a minha frente me olhando de cima, com aquele sorriso enlouquecer cravados nos lábios vermelhos de ponta a ponta, e por um momento eu me peguei imaginando como seria beija-los.

— Por que essa curiosidade toda? Está interessado? - faltou ar em meus pulmões quando seu olhar caiu justamente para onde eu o desejava, nos meus lábios.

— Gosto de como você é boa nas respostas ratinha, mas fique tranquila mulheres como você não me interessa. - ele inclinou seu corpo jogando o peso do seu braço no colchão ao meu lado e se aproximando do meu ouvido para susurrar. — Nenhum pouco.

E eu quis morrer por ter soltado a respiração justamente quando ele soprou baixo próximo ao meu lóbulo, com aquela maldita voz calma demais como se soubesse o tom que meu corpo gostava de ouvir. Vi ele se levantar e se afastar de mim, levando toda a onde de calor que subiu mais rápido do que eu esperava, ainda o vendo se afastar para a porta do quarto, eu o ouvi dizer mais uma coisa antes de sair:

— Tudo bem, eu aceito de ensinar a lutar mas será sob as minhas regras ratinha.

E eu ainda estava sentada tentando controlar o meu cérebro para raciocinar o que raios tinha acabado de acontecer aqui. Desde que momento a conversa saiu de lutar para que tipo de transa eu faço? Por deus, eu queria matar Keisuke Baji, ele era um inferno de homem que sabia sempre como controlar o jogo ou uma conversa, e eu já estava ficando irritada porquê era a segunda vez que terminávamos uma conversa onde ele tinha a última fala e ainda me chamava de ratinha.

Essa coisa toda já estava começando a me aborrecer e logo logo eu com certeza iria fazer um artigo sobre ele, mas não admirando sua história e sim detonando sua imagem para todo mundo, já que eu estava com ódio.

Assim que tive forças para me levantar, respirar fundo e sair do quarto, quando girei a maçaneta cruzei justamente com uma loira ao abrir a porta, ela me olhou de cima a baixo e fez uma expressão um tanto irritada. Mas eu apenas dei de ombros passando por ela e olhando de relance para seus olhos azuis. Foi aí que me toquei num instante, era Lissandra Bassly, a única com quem ele ficava pelos campus da faculdade dito justamente por Maev quando tive aquele conversa com ela noutro dia. Eu olhei para trás dando um último relance na loira, que ainda estava parada de braços cruzados me olhando fixamente como se tivesse esperando uma explicação ou resposta.

E foi a observando que eu entendi porquê ela era o tipo do Baji na verdade ela era o tipo de qualquer um, Lissandra era alta, loira com mechas que batiam até sua cintura, o corpo dela era realmente perfeito, sem nenhuma mancha ou marca do cotidiano, o vestido curto preto dava destaque nos saltos a deixando mais magra do que aparentava ser. A loira era surreal de linda, até eu se fosse um homem ou atraída por mulheres desejaria ficar com ela.

— Ele não está aí. - eu disse percebendo que estávamos uma encarando a outra.

— Disso eu sei, mas quero saber o que você estava fazendo ali. - ela jogou a cabeça para o lado me analisando de cima a baixa novamente. E por um momento eu me senti enjoada, me senti mal por estar tão mal vestida na presença dela, já que eu estava vestindo uma calça jeans preta e uma regata verde simples. Sim, era essa definição perfeita para mim perto dela, simples. Talvez foi esse tipo de mulher que Baji quis dizer quando mencionou que não se interessava por mulheres como eu.

E pensar sobre isso me fez murchar de dentro para fora.

— Nada, apenas confundi com o banheiro. - lhe respondi sem humor.

Vi ela morder o lábio procurando vestígios para ver se eu estava mentindo, mas eu não liguei muito pois não devia explicações a ela, já nem sabia dizer o porquê de eu ainda estar aqui mantendo essa conversa.

— Fica do outro lado do corredor. - disse por fim se dando por vencida, e eu apenas concordei seguindo o que ela falou, mesmo que eu não estivesse realmente procurando o banheiro, pois era lá onde eu queria me esconder até essa maldita festa acabar.

Porque eu já não estava mais nem um pouco confiante para descer e encarar alguém depois dessas duas cenas que tive na noite de hoje.






NOTAS

Saiu curto mas prometo que os próximos sairão maiores, eu só precisava soltar esse capítulo logo kkkk.

E aí o que acharam deste? Keisuke é realmente um filho da puta em, ele não tem nenhum filtro verbal e se acha o rei do mundo, o pior tipo de homem possível.

(off: sentaria muito nele



*desculpe erros ortográficos amores e até o próximo.

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