04 - situações desconfortavéis
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—— Você não pode ficar brava comigo, [Nome].
Amaya repeti diversas vezes a frase dita a cima enquanto em me escondia pelo quarto a dias. Eu já havia entendido a muito tempo o lado da garota mas ainda sim, nada me impediu de criar uma birra por hora, era pura infantilidade, isso é fato. Mas eu não queria dar a ela esse gostinho de que eu não conseguia ficar tanto tempo sem falar com ela assim. No final da história, nem Amaya soube como agir quando Keisuke a pegou xeretando em seu quarto, apenas contou a verdade assim como Maev tinha feito para ele, e ele me por contra a parede falando que Amaya tinha me dedurado para ele pondo a culpa em mim, era apenas inventança para me provocar. O que me deixou um pouco com ódio, visto que eu agi incrivelmente mal na frente dele, de fato parecendo um cordeiro assustado.
—— Se você continuar me ignorando, vou comprar seus doces favoritos e não te dar nenhum. - a ruiva se apoderou da porta marrom do meu quarto.
—— O certo seria você me chantagear pelo contrário, não? - fiz uma careta.
Ótimo não consegui ignorar ela.
—— Que seja. - Maya se jogou na minha cama, deitado do meu lado enquanto eu permanecia sentada com meu notebook no colo.
—— Por que está aqui? Em suas aulas vagas você normalmente fica com Draken, certo? - arqueei uma sobrancelha.
Era um ótimo momento para perguntar sobre isso, fazia dias que minha curiosidade sobre os dois batia no meu cerebelo buscando informações sobre esse casal às escondidas.
—— Eu gostaria mesmo, porém Draken é a porra de um garoto todo confuso, ele não supera nunca a merda da ex dele.
Pousei meus olhos castanhos observando atenta as reações corporais da minha amiga, que estava observando o teto branco do meu quarto, e eu sentia uma tristeza imensa invadir suas feições só de pensar no loiro.
—— Não sabia que ele tinha ex. - falei leve fazendo ela me olhar dolorosamente.
—— Não é uma ex de verdade, é alguém que ele gostava mais novo, porém eles se separaram depois. - seu corpo se virou para o lado me dado as costas.
Eu larguei meu notebook no chão e me deitei ao lado da mais baixa, a abraçando e trazendo seu corpo para mim, quase como um consolo enquanto sentia seu peito tremer. Amaya não era alguém que escondia seus sentimentos, e também nunca fora alguém que ficasse em uma relação amorosa por muito tempo, seu espírito livre sempre a fazia terminar as relações de uma forma precoce, então, não era nada comum eu ver a garota se entristecer por mais uma relação que não estava dando certo. Amaya conhecia Draken a um bom tempo, e talvez ter evoluído essa amizade não tenha sido a melhor escolha no momento.
—— Mas ainda é ex, sujeito no passado amiga, se ele quisesse essa pessoa ainda com certeza estaria com ela, as vezes não é a pessoa que ele não superou, mas sim os momentos.
—— Você não entende, ele não deixou ela porquê quis. - seu corpo saiu de meu abraço me encarando sentada agora, e estava um pouco sem graça.
—— Então deixou por quê motivo? - eu perguntei mas vi Amaya ignorar simplesmente negando com a cabeça, mostrando que não era a hora de falar sobre isso.
E eu apenas concordei esperando ela continuar sobre mais alguma coisa;
—— Essa pessoa, é a irmã do Mikey, Draken sempre fora apaixonado nela. - vi ela se jogar de novo na cama e soltar um grito de frustração.
—— Não sabia que Manjiro tinha irmã. - lhe respondi. Ultimamente estou percebendo que eu não sei nada sobre os universitários.
—— É ele tem... - a voz dela morreu quase como se quisesse continuar mais alguma fonte, porém eu ignorei essa percepção.
—— Bem, e onde ela está agora?
—— Longe...bem longe. - pegou uma toalha em meu guarda-roupa. —— Irei tomar um banho, cansei desse assunto, vamos sair mais tarde?
Eu ainda a examinava de longe, e o fato de Amaya mencionar a irma mistériosa de Mikey para mim, me fazia pensar que possivelmente minha colega estava envolvida em um triângulo amoroso, onde ela era nitidamente a segunda opção ali, quase como se estivesse sobrando. Por hora tive uma pequena raiva do loiro alto.
—— Maev me convidou para ir até a república hoje. - lhe respondi simplista.
—— Sim, Mikey trouxe um novo integrante, talvez ele queira apresentar a todos. Provavelmente ele vai lutar com Baji ou coisa do tipo. - só de ouvir o nome dele me fazia arrepiar de uma forma não boa.
—— Você vai então? - perguntei.
—— Iremos.
[...]
Já foram parar em algum lugar o qual vocês sabiam que iriar se arrepender no exato momento em que pisasse o pé la?
Pois eu sim, e era assim que eu me sentia a partir do momento em que entrei novamente dentro da enorme casa domada pela Toman ao campus. Literalmente tinha bem menos gente do que a última festa patrocinada que fui deles, mas ainda sim, o local estava cheio, isso porquê Maev comentou que era apenas o pessoal da república, eu não sabia que era composta por tanto membro assim. Havia algumas mulheres também, a maioria deviam ser conhecidas ou algum tipo de namorada dos garotos, entretanto ainda sim, a maior parte eram homens, o que estava começando a me deixar desconfortável para um caralho.
Amaya e Maev se encontravam pela sala, conversando com alguns amigos, e eu descobri que Mae tem uma queda gigante - praticamente um penhasco - por um membro cujo apelido é Smiley. Trocamos apenas duas palavras com ele, mas deu para notar de longe a forma como ela perde totalmente a postura na frente dele, porém da para entender o lado dela, acho que não há quem consiga se manter totalmente firme com o rosado lhe dando um daqueles sorrisos largos e gentis para ela. Já Maya não havia ainda falado com Draken, ela no momento estava insegura para encarar o outro por qualquer que fosse o motivo, então apenas estava o ignorando, mas não foi como se ele tivesse mostrado que se importou muito, visto que nem olhar para ela, ele olhou. Mas eu ainda sim, sentia que ele observava(?).
Confuso de entender o casal, eu me afastei e parei na cozinha enquanto a festa ainda começava pela casa, virando alguns copos de balalaika eu tentava me entreter com qualquer coisa que fosse possível chamar minha atenção no momento, já que me sentia sobrando a par de tudo.
—— Bebendo vodka sem fazer careta, devo ficar impressionado ou preocupado? - uma voz um tanto grave e alegre se pôs atrás de mim, e quando eu me virei vi perfeitamente o corpo mais baixo de Manjiro Sano.
Eu e ele aparentava ter quase a mesma altura, porém eu ainda parecia ser mais alta.
—— Hm? Talvez os dois? - respondi meio confusa pela interação repentina.
—— Lembro de você na luta passada, não pensei que bebia tanto assim. - cruzou os braços e eu me permitir notar seus músculos se pressionarem para frente.
—— Eu bebo quando não tenho nada para fazer. - dei de ombros, era uma verdade, comecei descobrindo o álcool muito nova como consequência me dando uma resistência ótima.
—— Você não tem nada para fazer em uma festa? Gostaria que eu te arranjasse algo mais interessante? - seu corpo se moveu mais para à frente e eu me encostei no balcão.
—— Depende, o que seria? - levantei o copo vermelho derrubando o líquido pelos lábios até descer para dentro, enquanto o encarava eu vi um sorriso satisfeito crescer em seus lábios.
Se isso fosse o inicio de um flerte eu estava começando a ficar muito curiosa sobre onde isso iria parar. É Manjiro Sano, não é possível que eu esteja tão casualmente conversando com ele desse modo.
Porém antes que ele me respondesse vi Draken surgir pela porta da cozinha fazendo algum tipo de sinal indicado alguma coisa para o menor, e eu observei apenas em silêncio.
—— Bem, parece que o evento da noite irá começar, se depois ainda tiver entediada me procure. - quando ele passou por mim foi impossível não prender a respiração pela sua presença magnífica que ele carregava.
E quando me senti segura o suficiente para me virar, acompanhei os loiros para fora da cozinha sabendo muito bem o que viria a seguir. Quando cruzamos o fundo da república, um incrível espaço tomou meus olhos, havia uma piscina enorme e envolta luzes azuis com roxo davam um acabamento no espaço. Andando aleatoriamente pelo jardim que já se encontrava lotado pelo pessoal de dentro, parei ao lado de Maev que me olhava curiosa com um amigo ao seu lado.
—— Onde estava?
—— Na cozinha tomando todos os copos de vodka. - ela apenas riu concordando.
—— Aquele loirinho assustado ali é o novo membro da república, Takemichi se eu não me engano, e Mikey o colocou para lutar contra Baji quase como se fosse um ritual completo para que ele seja aceito de vez.
Eu prestei muita atenção quando ela disse aquilo, e observando bem, havia um círculo se formando quase perto da piscina enquanto um garoto que já aparentava estar machucado parou no centro dele. E percebi outra coisa, eu não tinha visto até agora Keisuke pela fraternidade, já estava me sentindo frustrada por ele sempre aparecer de última hora nos lugares.
—— E onde ele está? - encarei a ruiva que apenas me deu de ombros. E antes que eu pudesse comentar algo Chifuyu surgiu repentinamente ao meu lado, sobrando no meu ouvido;
—— Perguntando por Baji? está ansiosa para encontrar ele depois da luta de novo? - eu senti meus pelos da nuca se arrepiar e pulei para frente pelo susto.
—— Que diabos? De onde você surgiu? - estava começando a refletir sobre em que momento aquele garoto começou a criar uma intimidade tão grande comigo.
—— Bem isso não importa, ele está ali. - vi Chifuyu apontar para o outro lado do local, onde a multidão estava se afastando lentamente.
O som distinto de uma batida de coração começou a ecoar nos meus ouvidos, e eu semicerrei os olhos para tentar ver o que estava acontecendo. Um holofote que de repente veio sobre ele em vermelho escuro fez com que o som de batida parasse repentinamente, e uma música alta de metal tomou o lugar por completo. E finalmente eu consegui ver por inteiro aquele homem que estava, sem camisa, o cabelo caindo perfeitamente até os ombros, caminhava pela multidão quase como um felino, seus movimentos tão suaves e graciosos nem pareciam que ele estava indo para um luta de trote. Parecia que ali era como um grande baile e ele era como um rei que todos ansiavam pela chegada.
Mas no momento, minhas sobrancelhas se juntavam em confusão quando todos ao redor dele o tocavam enquanto ele caminhava no meio daquela multidão, que batiam em suas costas ou apenas passavam a pontos dos dedos em seus braços. O comentário de Maev sobre ele não gostar de ser tocando começou a fazer mais sentindo agora. Eu também não gostaria de ser tocada se as pessoas fizessem comigo esse tipo de atitude enquanto ansiavam por mim, quase como se fosse algum tipo de deus antigo que os abençoava.
—— Por que estão tocando ele? - eu perguntei ao vento mas vi o olhar do platinado cair em mim.
—— Você tem que toca-lo quando ele passar, é o ritual do trote, como se fosse a mão de todos lutando contra o novo membro. - quando ouvi aquilo achei um absurdo.
Por quê todos nessa maldita fraternidade tinham que ser tão infames e violentos?
—— Mas ele não gosta de ser tocado. - eu fiz uma careta e arregalei os olhos quando percebi que falei aquilo alto demais.
—— Como sabe disso? - seus braços se cruzaram para mim.
—— Eu apenas sei, sou jornalista lembra?
Respondi de uma forma rápida buscando acabar com aquilo de uma vez, porém percebi ainda seu olhar curioso em mim, mas ignorei quando notei que Keisuke estava caminhando em minha direção, seus olhos travaram nos meus assim que me virei. Engoli em seco, observando todas aquelas mãos tocando seu peito nu e braços sob o brilho da luz vermelha. Quando ele me alcançou, eu mantive minhas mãos ao lado do meu corpo, porém meus olhos foram incapazes de desviar dos dele. As mãos estendidas atrás de mim, o tocava em todos os lugares, e eu me sentia muito inquieta enquanto observava isso acontecer. Logo, eu percebi que era porque eu não queria que essas pessoas o tocassem, porque eu sabia muito bem que ele não queria aquilo.
Ele procurou meus olhos, parando muito quieto enquanto minhas pupilas vagavam para baixo observando as mãos que pousavam sobre ele. Eu sabia que ele não desejava aqueles toques, mas ninguém mais parecia saber ou, se gostava, não se importavam. Nossos olhos se encontraram dessa vez de uma forma mais forte, quase como se ele quisesse me falar alguma coisa. Foi aí que eu entendi, Keisuke Baji estava me dando permissão para que eu pudesse toca-ló quando estendeu sua mão direita para mim. Eu levantei minhas sobrancelhas ao mesmo tempo em que levantei minha mão. Seus olhos seguiram enquanto eu gentilmente apenas rolei a ponta de meus dedos contra o seus. Senti que sua pele estava quente ao toque, ligeiramente mais escorregadia de óleo ou alguma outra substância macia. Puxei minha mão de volta mais rápido do que eu queria, observei seus lábios se erguerem um pouco nos cantos antes de continuar se movendo no meio da multidão até encontrar o novo membro. Enquanto eu segurei minha mão rente ao meu peito, ainda sentido sua presença ali.
—— Hmm, isso foi um tanto curioso. - Chifuyu assobiou me fazendo encara-lo.
—— O que? Existem limites e respeito sobre a outra pessoa. - dei de ombros apenas tentando prestar atenção na luta que se iniciaria logo.
Não dei chance para que ele me respondesse, e um tipo de juramente foi posto antes de darem inicio para a luta. Eu não estava muito longe do espaço que tudo acontecia, mas ainda ficava um pouco confuso de se ver pelo agito de todos que os assistiam. Porém conforme o tempo passava, e as luzes eram jogadas no centro dos dois que lutavam, eu comecei a me sentir sufocada com a visão, eu só capitei Baji socando sem parar o rosto do outro membro que não tinha a oportunidade nem de reagir ou se defender. Takemichi estava apanhando feio, porém nunca se dava por rendido, comecei ficar estressada com essa visão, parecia que ele preferia apanhar do que se render e perder. Para mim, parecia algo tolo.
Aquilo era uma violência patética, então me virei em busca de sair daquele lugar logo, porém o braço de Chifuyu me segurou forte.
—— Onde você vai? - disse alto.
—— Para dentro, essa luta está horrível e chata.
Assim que ele soltou eu corri para dentro, sentindo alguns olhares sobre mim porém ignorei todos. E quando alcancei a sala me joguei com força no sofá buscando o controle do meu corpo. Não era frescura ou algo do tipo, eu tentava ignorar mas só estava me auto-sabotando cada vez mais que buscava ver Keisuke Baji, não importava onde, ele era alguém violento e buscar o seguir só ia me levar ao nada, como alguém conseguia socar a cara de outra pessoa que estava nitidamente quase apagando de desmaio? Por deus, onde estava a piedade desse homem? Ele era realmente tão irascível assim?
Quando o tempo começou a se passar, a sala se enchia novamente por corpos suados e barulhentos, enquanto eu estava encostada na parede com um copo de uísque misturado com algum outro tipo de álcool. Eu já não tinha mais vista de onde Amaya e Maev estava, porém eu também não me importei em saber, eu não queria ter que dar satisfação de onde eu estava ou sobre o que estava fazendo no momento. Me sentia cheia de problemas rodando minha cabeça e confusa com o que eu tinha que enfrentar pela frente, talvez ter vindo aqui hoje realmente tenha sido uma péssima ideia.
Comecei a caminhar pelo local em busca de conhecer mais a fraternidade e me afastar da música alta que batia pelo hall, eu sabia muito quem tinha ganhado a luta no fim, então buscava o máximo de distância do que poderia sair daquilo. Buscando as escadas, e entrando pelos corredores eu já nem sabia em que lugar da república estava, fiquei apenas andando sem rumo por aí. E quando uma porta se abriu bem na minha frente revelando ser o banheiro, e saindo de lá um homem alto e com um porte físico grande eu me assustei.
—— Desculpe, não imaginei estar ocupado. - eu estava abrindo a porta por puro reflexo e intuição, minha bexiga clamava por um banheiro, mas com o ocorrido de surpresa a vontade passou na hora.
—— Que isso gatinha, se você quiser uma ajuda pode me chamar. - ele me deu livre passagem para o corredor enquanto me olhava de cima a baixo.
—— Obrigado, mas estou bem. - acenei tentando sair de sua visão.
Mas era quase como se eu sentisse que aquele homem ainda estava atrás de mim, em um desespero momentâneo eu busquei a porta no final do corredor, sentindo passos cada vez mais forte baterem nas minhas costas, e quando estava pronta para virar a maçaneta sem nem sabendo onde aquilo iria dar, uma mão agarrou meu braço com força, e minha mente imaginando ainda ser aquele homem do acaso, eu fiz algo por puro reflexo.
Sem nem passar levantei meu pulso muito bem fechado, igualmente com meus olhos também fechados, enquanto sentia meu golpe atingir algo a minha frente. E quando abri devagar meus cílios eu me espantei com a imagem a frente.
Eu tinha acabado de dar um soco em Keisuke Baji.
Um grito de surpresa escapou pela minha boca tapada por meus dedos, e o homem levava sua grande mão em cima dos seus supercílios, que antes já estava machucado e agora parecia ter aberto os pontos recém feitos.
—— Mas que porra você ta' fazendo [Nome]?
Foi a primeira vez que ele usou meu nome para se dirigir diretamente a mim, e eu fiquei tensa enquanto meu corpo se arrepiava com a voz áspera e perversa do moreno. Eu não tive culpa de atingi-lo, foi por puro reflexo por ter achado que aquele homem estava me seguindo, era alto defesa, e Baji não poderia ficar tão bravo assim, afinal foi ele que não se defendeu.
Essas coisas literalmente só aconteciam comigo.
NOTASS
*desculpe erros ortográficos, capítulo está sem revisão.
POIS É olha quem voltou vadias, gostaro? Setembro amarelo a gente faz caridade né.
Pelo jeito nossa personagem só faz merda e só se mete em cilada, não? Dar um soco na cara de Baji foi a mais para mim, com certeza ele vai esfolar ela.
Esse capítulo foi de 8 a 80 muito rápido.
até o próximo amores
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