02 - fraternidades em guerra





Quando ele se apresentou eu não tive nenhum tempo de responder ou algo assim, pois o barulho alto de uma moto se fez presente justamente a onde estávamos, chamando a atenção de nos dois para a pessoa.

Era Chifuyu.

Ele pilotava uma cb 400 vermelha e preta.

—— Você está aí Baji, sumiu assim que te levei pro camarim - comentou parando à nossa frente —— [Nome]? não sabia que conhecia o chefe.

Eu fiz uma careta, chefe?

—— Não nos conhecemos, nos encontramos aqui por acaso. - Keisuke mencionou e eu apenas concordei.

—— Não precisam mentir, eu não ligo. - vi um riso brotar na garganta do loiro. Porém Baji revirou os olhos.

—— Leve [Nome] para casa, irei pegar minha moto. - ele deu de ombros e começou a caminhar para o outro lado.

Chifuyu e eu permanecemos parados ali sem entender muita coisa. O corpo muito bem desenhado de Keisuke começou a sumir pela noite, e eu me vi subindo na moto do garoto loiro, eu não iria reclamar ou algo assim, estava perdida, e qualquer ajuda nessa hora seria bom, e ele sabia muito bem onde eu morava. Ouve uma época em que Amaya namorou Chifuyu, então eu via o loiro mais vezes dentro do nosso apartamento do que na faculdade.

Quando a moto parou em frente ao meu prédio, eu lhe entreguei o capacete e arrumei meu vestido que tinha subido um pouco no percurso. Vi o garoto desligar o motor e me encarar um tanto curioso.

—— O que foi? - perguntei por educação, a verdade era que eu estava afim de subir e me trancar no quarto.

—— Não sabia que você curtia caras como Baji. - fez um bico e eu ri em frustração ao ouvir aquilo.

—— Não estou interessada nele, nos encontramos por acaso. - cruzei meus braços, encostando no poste atrás de mim.

—— Aham, sei muito bem, o que você está aprontando então? - vi o loiro repetir o meu ato de cruzar os braços.

—— Por deus Chifuyu, quando te dei intimidade para falar assim comigo? - eu estava me sentindo encurralada pelo garoto.

—— O que? [Nome] você já me viu apenas de toalha pelo apartamento de Amaya, tudo o que mais temos é intimidade, gatinha. - ele piscou com um sorriso divertido no rosto.

Quando eu ouvi aquilo, senti minhas bochechas esquentar, como eu odiava minha amiga quando isso acontecia, não era o primeiro garoto que eu me assustei quando acordei vendo quase pelado andando pela casa. Diversas vezes eu acordei vendo bundas grandes e bem redondas largadas no sofá. Morar com Amaya era praticamente um show de pornografia ao vivo.

Bem que me falaram, o pessoal que cursa medicina são sempre os piores.

Eu ignorei Chifuyu, apenas mandando um vai se fuder, e subindo logo em seguida após isso. Quando entrei no elevador, tomei um baita susto ao ver minha doce amiga me esperando plantada na porta, era quase como se fosse uma mãe esperando a filha voltar após uma fuga de casa.

—— Onde você se meteu porra? - foi tudo o que ela disse, porém ignorei passando para dentro do apartamento, e me jogando no sofá.

Não estava afim de conversar agora, e também não iria conversar amanhã, se pudesse ignorar-lá para sempre eu faria.


[...]



—— [Nome]? E como está indo seu artigo? Sabe que a data limite está chegando, não é? - cruzei nos corredores com minha professora de literatura.

Ela era uma ótima mestra, suas aulas eram de longe as melhores, porém a pressão que ela colocava de uma forma passiva me deixava tensa.

—— Estou pensando ainda, mas tenho algo em mente já. - contei parte da verdade. Sobre pensar em escrever um artigo de Keisuke Baji eu iria omitir completamente.

—— Fiquei empolgada quando li seu roteiro do ano passado, foi maravilhoso, e acho que esse artigo agora é um bom começo para você. - vi ela mexer em alguns papéis.

—— Já sabe sobre o tema ou algo assim? - me perguntou e eu dei de ombros.

—— Talvez sobre lutas. - falar aquilo me fez pensar em Baji socando com orgulho Kisaki naquela luta.

Estremeci por um momento.

—— Lutas? Violência então? - me disse e eu fiquei um pouco confusa, não sei se o tema violência seria o grande destaque disso, talvez mas o porquê das lutas.....

—— Mais ou menos isso. - eu disse no fim lhe deixando partir.

Mas eu ainda tinha muita coisa para pensar, ter em mente que queria escrever sobre o lutador implacável da Toman, não seria tão fácil, e também era só uma hipótese, eu ainda tinha muito o que refletir sobre isso. Mas, bem que seria interessante saber mais sobre Keisuke.

Eu estava na aula quando minha amiga me convidou para almoçar com ela, e assim que terminei de realizar minhas tarefas de informática, eu fui. Caminhava por todo o local, até entrar no restaurante que ficava ao lado da universidade, era quase como um encontro de alunos ali, a maioria vinha para cá, visto que a comida da faculdade era demasiado cara para ficar comprando todo dia.

Logo quando entrei avistei a imagem meio bagunçada de minha amiga, porém o que me surpreendeu foi uma outra garota ao seu lado. Não me lembrava dela ter dito que teríamos companhia, mas no fim dei de ombros me sentando a frente das duas mulheres ali. Amaya tinha seus cabelos longos presos em um coque, e carregava em sua face uma ressaca carregada pelo final de semana passado. Já a outra, tinha cabelos médios e ruivos, e seu óculos quadrado disfarçava metade do seu rosto, e notei que não a conhecia, mas não era totalmente estranha.

—— [Nome], essa é a Maev, ela cursa enfermagem, nós conhecemos hoje. - nos apresentou e eu estendi minhas mãos para a garota.

Enquanto um papo jogado rolava na mesa, aproveitei para pedir a minha comida e as meninas as delas. E enquanto nosso pedido não chegava eu comentei:

—— Nunca te vi pelo campus, mas você não me parece estranha, Maev - mordi meus lábios. Por incrível que parece ela me lembrava alguém, talvez fossem as sobrancelhas.

Vi a garota rir.

—— Talvez seja, porque eu sou prima de Keisuke Baji. - estiquei minha sobrancelha quando ouvi aquilo. Fazia total sentindo, o que mudava era o cabelo e o sorriso mais delicado, porém a expressão dos olhos eram iguais.

—— Quando eu descobri isso, agarrei nela, isso é ótimo né? Você precisa de fontes fiéis para fazer o seu artigo sobre ele.

Quando eu ouvi aquilo, eu a olhei incrédula.

—— Contou para ela? Porra Amaya, não vai rolar nenhum artigo se todo mundo ficar sabendo. - cruzei meus braços quando vi um garçom trazendo nossos pedidos.

—— Tudo bem, eu não vou contar para ele, acho até legal o que você quer fazer, posso te dar umas informações sobre ele se quiser.

Olhei para a garota que me encarava atenta a tudo, mas por um acaso, eu estava achando aquilo fácil demais. Não era assim que uma jornalista trabalhava, as fontes dificilmente chegavam até mim.

—— E você vai ganhar o que com isso? - me encostei na mesa e vi um sorriso brotar no rosto dela. Encarei Amaya que deu de ombros.

—— Eu quero uma coisa que esta com Baji, se pegar, te falo tudo o que sei sobre ele, é uma informação por uma informação. - ela se inclinou na mesa, sussurrando a última parte, quase como se fosse um segredo — O que era mesmo.

—— O que é? - investi vendo até a onde eu poderia conseguir ir com aquilo.

—— É a chave do meu carro, eu perdi para ele em uma aposta, mas eu quero de volta, saca? Eu não imaginei que Baji levarei a sério a droga daquela aposta. - a garota comentou choramingando, e eu ri baixo, ouvir aquilo parecia loucura.

—— E onde esta a chave? - foi Amaya que comentou, ambas a olharam.

—— Provavelmente esta no quarto dele, dentro da república. - ela cruzou os dedos e eu revirei os olhos.

—— Que ótimo, você quer que eu pegue algo dentro do quarto dele? Nem nos sonhos mais escuros do diabo eu faria isso. - eu tinha completamente noção de onde eram meus limites, e ficar o mais distante de Keisuke era um deles.

—— Eu posso pegar. - Amaya disse. E eu nunca a olhei tão confusa como agora.

—— Eu irei lá mais tarde, na república sabe, vou ir ver Draken, posso ver para ir mais cedo e se Baji não estiver lá, posso tentar procurar ou algo assim.

Quando eu ouvi aquilo, eu estreitei meus olhos para ela, Amaya era próxima demais de Draken, porém nunca se passou pela minha cabeça que os dois poderiam ter alguma coisa, mas ouvir algo que eu não sabia, me fez refletir sobre isso. Foi tão casual o que ela comentou, que é quase como se ela fosse muitas vezes visitar Draken.

—— E você acha que isso daria certo? - comentei chamando atenção das duas garotas.

Chegava um momento que parecia que eu era a única que tinha uma consciência ali, eu sei que Amaya estava tentando me ajudar por saber como eu gostava de escrever e principalmente por ser algo que possa me ajudar futuramente, no meu último trabalho, tive uma grande influência dela junto. Mas escrever um artigo era diferente do que imaginar uma história e roterizala. Eu não ia escrever um artigo sobre Baji assim pelas costas, eu queria achar um jeito de me aproximar e conhecer ele, e talvez transforma isso num artigo, não pensava em por seu nome no trabalho, seria apenas uma inspiração, quase como uma fonte real.

Porém, eu sabia muito bem que chegar no rapaz e simplesmente dizer isto, ele negaria com toda a certeza, então no começo eu precisava apenas me aproximar dele sem uma real intenção. Todavia, não parecia de todo modo ruim, ter algumas informações úteis sobre ele com Maev, que era sua prima e deveria conhecer muito bem o moreno, mas o problema era, até onde isso daria certo?

—— Eu posso tentar, a hora que irei ver Draken não tem ninguém dentro da fraternidade, e eu vou aproveitar para dar uma bisbilhotada sabe, não é como se eu nunca tivesse feito isso. - ela riu e eu a olhei indignada, então ela realmente estava saindo de uma forma mais séria com o loiro.

—— Depois você irá me contar tudo sobre o que está rolando entre você e Draken, sua pervertida. - vi ela se fingir de sonsa, apenas ignorando meu comentário.

—— Mas assim, se eu conseguir pegar a chave, preciso que você vá lá pegar, tenho medo do Ken ver ou algo assim. - deu de ombros e eu mordi minha língua.

—— Quer que eu pegue como? Vai teletransporta a chave? - bebi minha coca-cola que já estava ficando quente.

—— Sei lá, eu te mando uma mensagem caso achar, e você vai na Toman me procurar, inventa uma história caso alguém te ver, falando que precisava me dar algo, alguma coisa assim, mas eu vou ficar na frente da república, você só precisa ser rápida.

—— E quando o Baji ver que a chave do carro sumiu? Faremos o que? - essa era a última pergunta que pairava minha mente.

—— Isso eu resolvo depois, posso dizer inúmeras coisas para ele. - a ruiva piscou e eu apenas concordei de relance.

Ela comentou, e depois começou falar sobre como era a chave e onde deveria estar, eu permaneci quieta ainda processando tudo o que rolaria daqui para frente, e apesar tudo, eu não sentia que seria coisa boa. Mas eu havia concordando, e só fiquei esperando alguma mensagem de Amaya que encontrou a chave ou algo do tipo, para acabarmos logo com isso.












Eu caminhava atentamente pelos campus, buscando Amaya, ela havia me mandado uma mensagem para ir até a república, provavelmente porque achou aquela maldita chave, e então eu seguia para a república que tanto causava nos corredores da faculdade.

Para alimentar a grande rivalidade entre os universitários, as fraternidade eram o talento de toda a faculdade, e eram apenas três casas que dominavam todo o campus e as extensões da universidade. Eram a Toman, Bonten e a Valhalla, e cada uma delas continha um estereótipo interno tão malditamente enraizado, moldando todas gerações que entravam para as fraternidades que chegava a ser até ridículo.

Sabe, não existia claramente uma separação nível Hogwarts, até porquê já estávamos na faculdade, porém o pessoal costumava fingir que sim. A Toman tinha uma rixa sem fim com a Valhalla, porque só entrava na Valhalla quem não conseguia entrar na Toman, então ali continua universitários frustados e enfurecidos com a outra república, o que em dias de festas causava muitas brigas e desentendimentos, e tudo isso se tornava uma grande atração para quem quer que passasse.

A Toman por ser uma república mais antiga, era a mais desejada, e isso era um fato, ela funcionava quase como uma monarquia, porque o lugar de líder era passado de irmão para irmão, e era exatamente por isso que ficava difícil superar a Toman, tudo o que eles tinham ali, era uma família.

E por último, existia a Bonten, criada recentemente como um ato de rebeldia, era a menor e a mais vandalizada das fraternidades, ela pertencia aos cães vira-latas, aos alunos que não eram bons em quase nada e que desrespeitavam na maioria das vezes, as regras. Carregando um símbolo quase como tatuagem, Bonten era conhecida pelos campus por ser uma fraternidade que mexia com coisas ilegais, diversas atividades de fraudes e drogas ilícitas. Era algo que corria os corredores da faculdade, mas ninguém tinha provas o suficiente para levar isso a fora, então se tornava mais uma república de garotos problemas ou outra coisa.

Mas as outras repúblicas não era como se funcionasse diferentes, elas só eram mais discretas, pois a forma mais viável da Toman ganhar dinheiro de forma ilegal e rápida, eram com suas lutas clandestinas, e a Valhalla, tinham um grande envolvimento com a fabricação de drogas, metade daqueles membros eram alunos de química e bioquímica.

Eu estava quase entrando no prédio de dois andares que abrigava a sede da Toman quando ouvi meu nome ser chamado a distância. Tive que me virar para conferir se escutei certo.

Alguns metros atrás de mim, Kazutora sorria esperando que eu me derretesse de amores por ele como uma completa idiota — e surpreendendo a mim mesma, eu não o fiz. Nem parecia que eu havia desperdiçando meu verão correndo atrás dele.

Kazutora me alcançou com alguns passos largos e longo andávamos lado a lado dentro do edifício. E por um momento eu percebi que Amaya ainda não tinha aparecido na minha visão.

Eu sentia que estava entrando em uma grande enrascada a partir desse momento.

—— Toman? está se escondendo aqui agora? - ele murmurou, seus olhos percorreram o salão com curiosidade, sem esconder o fascínio ao contemplar o interior das instalações da fraternidade.

Aquela talvez fosse a primeira vez dele ali dentro, e como era a minha também, me surpreendi por ser tão bem cuidada, tudo ali parecia caro mas repleto de personalidade dos próprios membros, era incrível.

—— O que você está fazendo aqui, Kazutora?

—— Estava procurando você. - ele deu de ombros, enfiando as mãos nos bolsos da sua calça social escura. Eu quase sorri para a resposta carregada de sinceridade, mas tive medo que esse gesto lhe enviasse o sinal errado.

A decoração do hall consistia em um par de poltronas verdes, inúmeros retratos dos membros e formandos estavam emoldurados de uma forma extravagantes, e troféus e medalhas nas paredes. Janelas amplas com vista para a entrada principal do campus, permitiam a entrada de luz e ar fresco. No segundo piso, imaginei que ficavam os quartos e salas de lazer, visto que o primeiro andar tinha apenas uma sala enorme e a cozinha ao fundo.

E eu andava pelo hall buscando a presença de Amaya, porém aquela garota não estava em lugar nenhum, o que me deixava ansiosa por estar em lugar que eu não devia. Enquanto me locomovia pela sala, Kazutora não trocou nenhuma palavra comigo, ao julgar pela sua expressão em seu rosto, ele deveria ter percebido que eu não cederia ao seu charme com facilidade — caras como ele, estavam acostumados com tudo o que era fácil.

E no verão passado eu já tinha aprendendi muito bem a minha lição, não iria ficar correndo atrás de quem estava afim de joguinhos. Eu não tinha tempo para isso, não estava mais no ensino médio, e romances imaturos não podiam mais atrapalhar a minha vida.

—— Escuta, porque estamos aqui? Que eu saiba você ainda não virou membro da Toman, também nem sei se eles aceitam mulheres. - chamou a minha atenção tocando no meu ombro, e eu o olhei de soslaio.

Talvez ele também estivesse um pouco tenso por pisar em um território que não devia. As repúblicas dentre a faculdade, se respeitavam muito, elas só se enfrentavam fora do campus, e um membro de outra fraternidade entrar na casa de uma sede sem ser convidado, era algo de se estranhar. Mas eu não o obriguei a me acompanhar, na verdade ele começou a me seguir por conta própria. Mas como Amaya me ressaltou que esse horário nenhum dos membros estavam na república, eu não liguei muito.

Graças a intimidade que nossos pais possuíam, Kazutora e eu, desde pequenos frequentávamos os mesmos círculos sociais. Mas ouve uma época no ensino fundamental que ele se afastou, foi mandando para algum reformatório, e quando voltou estava totalmente diferente do que eu o conhecia, então nós afastamos por hora, e como o destino adora jogar coisas do passado na minha vida, nos cruzamos pela faculdade, eu ainda o ignorava, não estava afim de estabelecer uma conversa com ele depois do que tivemos. Ele havia deixado de ser um amigo a muito tempo, e essa aproximação forçada que ele sempre tentava, me deixava frustrada, porque Kazutora era alguém que gostava das coisas do seu jeito, e se não fosse, ele infernizava até ficarem. E no verão passado quando me deixei levar por ele em uma festa, foi o caos e o ápice para eu ter a certeza de que devia me afastar dele de verdade, e de tudo o que ele representava, eu não iria mais cair em joguinhos dele, correndo atrás de mim, só para depois me descartar, como ele fazia com inúmeras garotas que ficavam com ele pelo campus.

Mas antes que eu pudesse responder algo ou mandar ele embora, Keisuke Baji surgiu na porta da enorme sala, carregando um sorriso cheio de escárnio.

Que ótimo, quem precisa aparecer, estava vindo a passos pesados justamente na minha direção, me senti tensa vendo isso. Não cruzei mais com o moreno depois daquela luta que assisti dele, e esperava o encontrar de uma forma que fosse totalmente planejada por mim, se ele descobrisse o que eu e Amaya estávamos aprontando, com certeza ele faria alguma loucura, do tipo querer ferrar com a minha vida.

Aquele olhar que Keisuke carregava era bizarro, havia um enorme prazer doentio em odiar e ser odiado nele.

De repente o ar de toda a atmosfera ao meu redor começou a faltar, assim que vi seu olhar antes de pronunciar;

—— Kazutorac, aqui? No nosso saguão. A que devemos a honra da visita? Gostaria que eu preparasse um café? - um falso tom de surpresa permeava a pergunta.

Novamente, Kazutora era da Valhala, e só o fato dele estar no edifício da Toman, era um argumento bom o suficiente para começar uma discussão, e pelo jeito Baji não iria hesitar em se mostrar um idiota.

Eu particularmente achava toda essa rinha entre repúblicas uma palhaçada. Era quase como se eles buscassem os mínimos motivos idiotas para socar a cara de alguém.

—— Não te interessa, Keisuke - de todas as respostas possíveis do mundo, Kazutora escolheu logo a errada. —— Com certeza não estou aqui para comprar briga com você.

—— Desse jeito fica fácil, o que aconteceu com a sua autoconfiança? Talvez não seja tão corajoso quando está sozinho. - sacarmos, era justamente o tom que Baji usava.

—— Ele veio aqui comigo. - tomei finalmente a frente impedindo Baji de chegar mais perto.

Eu sabia muito bem que deveria ter ficado quieta, mas o ego de Keisuke, mais o orgulho de Kazutora, estavam começando a me deixar irritada.

Senti quando seu olhar castanho pairou sobre mim, mostrando que ele finalmente havia notado a minha presença.

—— Acontece, ratinha, que aqui não é lugar para armar uma confraternização entre as fraternidades. - ele retrucou, pausadamente, olhando bem nos meus olhos, quase como se falasse como uma criança. Mas eu parei um pouco de racionar quando ouvi o apelido áspero sair de sua boca.

Que caralhos era ratinha?

—— Kazutora. Você sabe muito bem que não deve pisar a porra desse pé imundo aqui dentro. Mas sabe, se você escolher ficar, vai descobrir logo, como nós tratamos os alunos da Valhalla. - vi ele mudar o tom para completar a frase: — Então vaza.

Toda a diversão e sarcasmo havia sumido do rosto de Baji. Naquele momento os olhos castanhos estavam surpreendentemente frios, como se sustentassem a ameaça.

Uma risada entrecortada escapou por meus lábios.
Domínio.

Aparentemente, eu era a única achando a situação ali um tanto ridícula, porque ambos estavam ocupados demais transmitindo ondas de ódio pelo olhar - Se isso fosse possível, é claro.

E eu estava preocupada em onde minha melhor amiga havia se metido. Eu sabia que fazer isso era uma enrascada, e ter Baji bem na minha frente me deixava nervosa sobre pensar nisso.

—— [Nome], depois quero conversar com você. - Kazutora se inclinou para perto e depositou um beijo gentil no meu rosto. Sem esperar para ver minha reação, ele seguiu para fora.

Mas que porra ele havia feito?

Uma risada baixa me despertou do transe. Baji tinha se posicionado atrás de um balcão, com os cotovelos apoiados preguiçosamente na superfície, e sorria da maneira mais depravada possível, mostrando suas afiadas presas caninas. Dessa vez, além de malícia, seus olhos adquiriam um brilho de diversão, como se achasse algo terrivelmente engraçado.

—— É melhor eu sair também, antes que você ache que estou realmente interessada no que tem a dizer. - murmurei, me afastado da sala e indo cruzar a cozinha, precisava procurar a droga da Amaya, e tentar afastar Keisuke do meu caminho.

Que raios, ela tinha se enfiado a onde?

Mas fui surpreendida por Baji. Ele avançou seus passos decididos até parar na minha frente, muito perto. Eu queria perguntar o que ele estava fazendo, praguejar alguma coisa, mas as palavras simplesmente não achavam um caminho certo para a minha boca. Observei confusa quando o garoto se inclinou na minha direção. Baji esticou um braço por trás do meu corpo, e senti todo o meu corpo ficar em alerta, e só quando sua mão ficou visível novamente, eu reparei que ele havia pegando uma chave, num portas-chaves atrás de mim. Seus lábios se repuxaram maldosos, como se o efeito que teve sobre mim, o agradasse.

Me senti envergonhada com o que ele disse a seguir;


—— Está procurando por está chave aqui, ratinha?








NOTASS

Vish a merda vindo a partir daí, parece que ninguém aqui nessa faculdade pensa direito 🥴🥴🥴

até o próximo capítulo amores e desculpe algum erro pelo caminho.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top