#7
🥀⛓️
Devilish, Chase Atlantic, tocava no volume máximo, leds vermelhas dominavam o quarto enquanto os gemidos constantes da garota montada em Suna misturavam-se completamente a música.
A garota com as pernas fracas, os cabelos bagunçados e a respiração ofegante já implorava para trocar de posição, por mais que gostasse do jeito que estavam.
Com maestria, Suna inverteu as posições, colocando-a deitada com as pernas em seu ombro e já voltando a estocar sem delicadeza alguma na loira, que cravava as unhas nos lençóis.
Gotas de suor escorriam por sua têmpora, sua respiração estava ofegante, sua mente quase em branco pelo efeito de muito álcool e outras coisas as quais não se lembrava. Com olhar estreito para o belo corpo da loira, acompanhava com os olhos a tatuagem de dragão na lateral de sua coxa, e em como ela contrastava em sua mão agarrando fortemente o quadril.
A garota chamava seu nome quase em uma súplica, sinalizando que não iria demorar para chegar em seu ápice, e Suna, estava bem longe de acompanhá-la, mas após perceber que a garota não aguentaria mais, esperou ela se desfazer nele para sair de dentro e se levantar para ir tomar banho.
Soltou um suspiro entrecortado ao sentir a água gelada escorrendo por seu corpo em chamas, as gotículas se prendendo em seus cílios bloqueando sua curta visão, o som da água contra o piso branco o deixava em alerta. Seu corpo era um misto de sentidos, ele não estava sóbrio, ainda estava excitado, um turbilhão de pensamentos corriam por sua mente, Suna não estava bem.
Saiu de volta para seu quarto com uma toalha enrolada na cintura, sentindo sua pele se arrepiando ao pisar no chão gelado.
— Aguenta mais uma? - a loira disse sem olha-lo nos olhos, enrolava uma mecha do cabelo loiro platinado nas pontas dos dedos enquanto fuzilava a tela do próprio celular, mas levantou o olhar para ver o sorriso ladino de Suna.
— Você sabe que eu aguento, mas você... Tá acabada, gatinha.
Ela deixou o celular de lado engatinhando para a ponta da cama — Dúvida da minha capacidade? Rin, você tem que parar de ter tanta confiança em si mesmo, como sabe que é tão bom?
Ele soltou uma risada anasalada desacreditado terminando de colocar a cueca box, caminhando lentamente até a garota, pegando seu rosto sem um pingo de delicadeza, levantando com força exigindo contato visual, forçando-a se perder em seus olhos amarelados — Eu não sei, amor... Me diz você? — A loira contraiu suas coxas mordendo o lábio inferior — Sua reação já é bastante. E segundo, você tem que ir, seu namorado está te esperando.
Suna se deitou do lado vazio da cama, pegando seu celular vendo as milhares de mensagens que inarizaki deixou mas apenas arrastou para o lado, não gostava de notificações.
— Nós terminamos já faz duas semanas. Agora é definitivo.
— Sabe que dizer isso pela oitava vez não passa credibilidade alguma, não sabe?
— Você é injusto, tente entender que dessa vez é pra valer - Ela disse séria.
Mas ela já o enganou vezes demais.
Suna não iria deixar se levar novamente.
Suna a olhou de canto, soltando um suspiro cansado — Não dou três dias, vocês sempre voltam. E você, sempre vem pra mim quando está prestes a voltar com ele — Suna virou de costas para ela — Gosta de aproveitar seus últimos momentos de solteira comigo, não é?
— Não gosto que fale como se fosse a minha segunda opção. - A loira pousou a mão nas costas desnudas, passando as unhas de leve no local — Você sabe muito bem que eu gosto de você.
— Se gosta tanto assim então por quê não fica comigo? - Suna continuou virado — Por que não largar o cara que te faz mal e ficar com alguém que realmente goste de você? — Suna apertou os olhos ao não ouvir nenhuma resposta.
Mayumi, talvez a pessoa que mais goste em todo campus, uma garota energética, gentil, extrovertida, linda, inteligente, mas com um péssimos gosto para namorados. Estava junto de um garoto de outra fraternidade a três anos, eles terminam e voltam quase todo mês, e Suna, o melhor amigo, sempre está a disposição para consolar o coração partido da melhor amiga.
O garoto não admite, mas se pudesse voltar no tempo e escolher entre não conhecer Mayumi e ter ela para si, ele escolheria não conhecê-la. Ela era uma espetacular amiga, mas uma péssima companhia, ela era indecisa e tão quebrada quanto ele, machucou muitas pessoas ao decorrer do próprio relacionamento conturbado, e uma delas, talvez o pior estrago, foi Suna.
Maldita hora em que aceitou ir embora com ela naquela noite.
Suna queria poder ter continuado como amigo, se mantivessem essa relação talvez ela não é estivesse tão machucado no fim.
O fim sempre vai ser a pior parte de um relacionamento, ou o talvez. Talvez é a incerteza, e um relacionamento incerto já é predestinado a ter um fim.
Quando começaram sabiam que esse ia ser desfecho da história, eles só adiaram por tempo demais.
— É melhor você ir. - Suna disse inexpressivo — E Por favor, se terminar de novo, procure outra pessoa.
— Suna...
— Vai. - Ele se virou encarando-a — Por favor Mayumi... Não me faça repetir.
E assim a garota se foi, sem mais insistências, sem um adeus. Foi um ponto final curto e grosso, sem poréns.
Era assim que Suna terminava suas relações, sempre sem aberturas para uma continuação.
[...]
— Oê! Achei que tinha morrido! - Atsumu gritou de onde estava sentado, em um sofá em formato de L no canto da grande sala da fraternidade — Não atendeu minhas ligações... Me senti uma namorada sendo traída.
A sala era bem espaçosa, o meio-loiro fez questão de quase todos os cômodos da casa serem enormes, para comportar cada vez mais pessoas. Tinha de arcades a uma mesa de sinuca, um bar nos fundos, um lustre enorme feito de muitas coisas esquisitas, que Atsumu insistia em subir toda festa, poltronas e mesas espalhadas e uma televisão grande demais para o gosto de Suna, mas não podia reclamar, Atsumu é o dono. Ele que escolhe.
— Mal dormi, tô' virado desde ontem - Se sentou preguiçosamente ao lado do amigo, ainda se sentindo mal pelo acontecimento da noite anterior — Mas... O que tem pra hoje?
— Uma reuniãozinha com os outras fraternidades, só os de dentro, sem externos hoje a noite — Osamu respondeu pelo irmão se juntando aos outros dois, estendendo logo em seguida um garrafa de energético para Suna — Toma aí amigão, tá precisando.
Suna sorriu fraco sem agradecer verbalmente, apenas virou o líquido da garrafa, percebendo assim que engoliu que estava com sede desde que chegou na fraternidade.
Deixou as conversas passarem despercebidas, não estava com cabeça para diálogos naquele momento, só queria que todos chegassem logo para começar com a bebedeira e poder esquecer todos os seus problemas.
Ultimamente ele lidava com seus problemas assim, ou enchia a cara o máximo que podia, ou se matava de tanto se esforçar na faculdade.
Fotografar era sua paixão, o método que escolheu para deixar sua marca no mundo. Capturar a arte que o universo proporcionou por trás de uma câmera, registrar o que há de mais belo na vida apenas com uma imagem.
Pessoas que não entendem a complexidade que há por trás dessa arte, o quão difícil é expressar uma vastidão de sentimentos, cores, ângulos, luzes, em uma imagem para pessoas simplesmente dizerem que é um trabalho simples, que não existe paixão dentro, que algo frivolo e superficial, sendo resumido em apenas registrar um momento. Mas não, não importava o que as pessoas pensavam de seu sonho.
Fotografia era a vida de Suna.
Ele não trocaria isso por nada, mas fotografar enquanto estava puto com a vida não ia ser nada legal, seu curso era precioso demais para estragar com fotos ruins.
Saboreava uma cerveja importada vendo seus amigos se perderem na multidão, a reuniãozinha acabou não sendo tão pequena assim. Talvez tenha saído um pouco do controle.
Suna caminhava pela extensão da casa, trombando com conhecidos e sendo parado por desconhecidos interessados, mas ele não estava na vibe de "transar por uma noite" naquele momento, sem paciência para outras pessoas em seu encalço.
Foi para o lado de fora vendo outras fraternidades chegarem, Nekoma e Karasuno, obviamente, estavam ali. Com a mais nova mascote ao lado.
Hana insistia que não gostava deles mas ainda sim sempre estava junto a eles. Ela era ruim de admitir isso.
A garota também não estava com a melhor cara do mundo, o humor da mesma nunca foi muito agradável e receptivo, mas Suna reconhecia de longe alguém puta com a vida de verdade.
Hana era complicada de entender e linda demais para se esquecer, Suna, naquela noite, não estava interessado em sexo casual, mas não iria gasta-la sendo um pé no saco sozinho.
Então ele seria um pé no saco de Hana está noite.
[...]
— Sabe, Kageyama, eu não sinto falta de estar na Karasuno - Hana olhava para os próprios pés balançando enquanto estava sentada na mesa — Não é que eu não goste de vocês, eu adoro vocês na verdade, mas lá não era meu lugar.
Totalmente desesperada e confusa Hana se encontrava agora pedindo conselhos para aquele que repreendia no ensino fundamental e médio por não saber a matéria.
Kageyama talvez fosse a pessoa que mais compreendia Hana ultimamente, o garoto cabeça dura, de humor questionável e um tanto quanto raivoso, tinha uma enorme paciência com ela.
Talvez porque ela fosse mais parecida com ele do que pensava.
— Eu não contei a vocês porque não queria que ficassem chateados comigo, por ter ido sem dar nenhuma explicação.
— Você se importar com nossos sentimentos é um grande avanço, pensei que fosse uma casca oca — Kageyama disse inexpressivo recebendo um tapa em reprovação.
— Olha só quem fala... - Hana soltou uma risada anasalada — Tudo está tão entediante, parece que eu estou vivendo em círculos.
— Espero que isso não seja uma desculpa para voltar a usar drogas - Ele a olhou pelo canto do olho esperando alguma resposta — É sério Hana!
— Não vou voltar a usar. - Hana agora olhava para frente, sem nenhum ponto específico, só fitava o nada enquanto falava — Posso fuder com minha vida de maneiras mais interessantes.
— Essa merda de curso te consome... Por que continua nele?
Hana se surpreendeu com a fala repentina do garoto, ele geralmente era tão desligado, costumava apenas escutar os desabafos.
— Porque essa a única coisa que me faz lembrar dela. - Hana disse com uma frieza irreconhecível na voz — Preciso fazer isso para poder dormir em paz.
— Você não dorme. Não dorme porque é atormentada por ela.
Era verdade, o fantasma da mulher a atormentava durante sono, nos estudos, na vida, nunca a deixava. O peso sempre nas suas costas.
— Preciso conseguir, vou mostrar a ela que eu não sou uma fracassada.
— Ela morreu - o moreno disse sério — Tem que deixar no passado. Você está sofrendo por conta dela e se forçando a fazer isso.
Não era tão simples assim, "deixe no passado", "esqueça isso de uma vez", "largue o curso", entre outras coisas as quais não suportava ouvir.
— O que seu avô acharia se tivesse largado o vôlei? - Hana disse na intenção de machucar e inverter a situação.
Era quase inevitável não fazer isso, foi um método que utiliza desde criança para sair de situações que claramente não gostava de estar e não tinha respostas o suficiente para sair.
Se odiava profundamente por isso.
Mas era assim que funcionava, menos pessoas era menos responsabilidades para si.
— Eu odeio isso em você.
— E eu odeio que façam me perguntas que eu não quero responder. Viu como eu me sinto?
— Não compare o que eu tive com o meu avô com a sua relação conturbada que teve com sua mãe.
— Não comparo, mas assim, são semelhantes a maneira como nós reagimos, certo?
Kageyama não suportava o jeito como ela falava nesses momentos, o tom de voz enjoativo e manipulador, cínico e cruel.
Não era Hana ali, e sim, o espectro da criação que ela recebeu. O reflexo perfeito de sua mãe.
— Tchau, Hana. Quando voltar a ter o mínimo senso, volte a falar comigo.
Não respondeu a despedida, apenas continuou a olhar para frente, com a expressão indecifrável.
Ela não sabia ao certo se sentia mal, ou triste, ou algo do gênero. Talvez Kageyama estivesse certo.
Ela era uma casca oca.
Não sentir nada para outras pessoas deveria ser assustador, mas para Hana, era comum.
Ela nunca sentiu algo de verdade.
O sentimento inócuo e a apatia eram seus mais antigos companheiros.
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N/A: eu e minha cara de pau aparecendo aqui depois de 1500 anos sem dar as caras no wattpad.
Mas assim, sempre tenho meus surtos, desculpa por isso amorecos!!
Espero que tenham gostado do capítulo, prometo que não vou demorar tanto assim para atualizar novamente.
Playlist da fanfic na bio!!
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