#15
Mayumi simplesmente a obrigou ir na maldita festa, Hana estava cansada, não dormiu a noite inteira e só queria um longo date entre ela e sua cama, mas não, teria que ser uma boa amiga pelo menos um vez e acompanhá-la na maldita fraternidade.
— Hana, meu bem, quando vai parar de reclamar? - Mayumi disse simplista sem desviar os olhos do celular.
— Quando eu estiver deitada na minha cama. - a morena revirou os olhos encostando no banco de trás do carro de Kuroo.
O garoto dirigia com um sorriso singelo e discreto no rosto, mantendo calma uma conversa casual com Kenma que estava sentado no banco da frente, milagrosamente, sem o seu psp em mãos.
— Aposto que quando passou a noite inteira acordada com seu namorado secreto você não não reclamou dizendo que queria sua cama.
A loira respondeu simplista fazendo-a calar a boca de vez, Hana apoiou o cotovelo na porta do carro e travou o olhar na estrada movimentada a noite.
Era inevitável não pensar em Suna quando tudo ficava quieto e a noite tão recente ainda clareava sua mente com momentos frescos na memória. Ainda conseguia sentir os toques dele em seu corpo e lembrar da combustão que ele causou nela.
Suna realmente foi um erro completamente inesquecível, daqueles que martela a cabeça das pessoas que os cometeram.
Era contra tudo o que desejou para seus anos na faculdade? Era. Foi uma decisão imprudente, que muito provável iria fazer a amizade, que ela criou um inesperado afeto, acabar? Sim, com certeza iria.
Foram horas que passou ao lado dele, uma parcela insignificante comparada aos anos de sua vida e os anos que se passarão daqui em diante, mas porque parecia ter sido tão significativo?
Não foi a primeira vez dela, não foi com alguém que ela gostava e tinha um sentimento forte nutrido por anos. Foi apenas uma transa casual com um cara estranhamente atraente que cursa Fotografia em uma faculdade pública.
Um cara que, infelizmente - ou talvez não - ela havia criado uma conexão.
Não daquelas de filme dadas como amor a primeira vista ou aquele tipo de conexão que você tem com um conhecido que acabara de descobrir que tem os mesmo gostos que você. Era algo complexo de se explicar. Ainda mais para Hana, que teve apenas 3 pessoas antes de Suna.
Três pessoas as quais se relacionou, sendo casuais ou não, foram só três.
Mas nenhuma a fez se sentir como quando esteve com Suna.
Ninguém a desejou da mesma forma que ele. A maneira como ele a olhava, por cima ou por baixo, era quase devota.
Hana era só mais uma para Suna, mas ele a fez sentir como se ela fosse a porra de uma deusa.
— Ei, Hana! - Mayumi estalou os dedos na frente de Hana a fazendo se assustar com o barulho.
— Cara, esse daí fez história - Mayumi riu anasalada — Te fez até ficar distraída! - a morena revirou os olhos, ajeitando a bolsa e conferindo se nada havia caído no carro — Já chegamos, vamos entrar.
A casa estava estranhamente cheia, bem, já era de se esperar que estivesse assim já que se tratava de umas das grandes festas da fraternidade Inarizaki mas ainda sim tinha um ar diferente. Talvez ameaçador.
O grupo de Hana caminhava com dificuldade pela casa, mal dava para enxergar em meio a fumaça, a luz azulada e aos corpos se mexendo fazendo contra mão, dançando ou se agarrando com alguém. Todos estavam eufóricos e a música era tão alta que seus pensamentos eram afetados pelo som.
Definitivamente não era um lugar agradável para Hana.
— Puta merda - Hana conseguiu ouvir sua amiga falar quando se afastaram da concentração da festa e foram para os fundos. Mayumi passou o braço pela cintura de Hana a trazendo para mais perto, como um sinal de proteção — Atsumu não avisou que seria aberta. - a loira murmurou obviamente brava com isso.
As festas de fraternidade, por maiores que fossem, se limitavam aos campus, nunca a ponto de ter aberta localização para literalmente qualquer pessoa.
Isso significava drogas, muitas drogas, não daquele tipo que jovens que tinham contatos traziam em quantidade moderada para render uma grana, e sim, a ponto de ter pontos específicos dentro da casa com gente que real mexia com isso.
— Foi uma má ideia te arrastar pra esse lugar - Mayumi a abraçou, descansando sua cabeça no topo na da de Hana — Me perdoe, gatinha.
— Não foi nada. - A morena ofereceu um daqueles protótipos de expressão que Mayumi aprendeu recentemente que significavam um sorriso de compressão — Contanto que eu consiga ir embora sem ter que me preocupar se você está ou não envolvida com um traficante, eu ficarei tranquila.
Mayumi deu a ela uma risada curta e nervosa, como se estivesse de fato envolvida com um, mas vindo da loira, não era muito difícil de acreditar.
— Tem algum grupo em especial que queira evitar ou eu posso te levar pra conhecer meus amigos sem receio de que você já os odeie? - A loira desviou do assunto, puxando um assunto descontraído enquanto guiava Hana pelos fundos.
— Acho que eu posso fazer um esforço para conhecê-los, mesmo que já secretamente os odeie - Hana disse inexpressiva, olhando para as pessoas ao seu redor.
Em pouco tempo, Mayumi descobriu que falas com pouca emoção ou até mesmo com nenhuma, significavam e continham muito esforço e tamanho sentimento para Hana, ela aprendeu a apreciar os comentários que pessoas de fora considerariam ignorantes e rudes, mas aquele era o jeito de Hana, o jeito que ela mostrava que se importava com ela.
— Estou ansiosa pra te apresentar meu melhor amigo - Mayumi disse alegre.
As duas pararam em um canto mais afastado, arranjaram bebidas nesse pouco tempo em que caminharam e agora estavam conversando sobre o melhor amigo de Mayumi.
— Pensei que você tivesse dito que vocês dois tinham se afastado por um tempo.
— Sim, quase não nos falamos, mas pretendo arranjar um pretexto para voltarmos usando a minha mais nova aquisição de amizade, quero mostrar você a todos.
— Sou um brinquedo por acaso? - Hana cruzou os braços franzindo o cenho.
— Não, só é uma das minhas melhores companhias que por algum motivo, ninguém conhece.
A morena suspirou, temendo o que estava por vir. Já bastava as interações com a Karusuno e Nekoma, e a incrível atração que tinha pela Inarizaki, era o suficiente de contato, na verdade, muito mais do que ela considerava aceitável em sua concepção.
Mas por Mayumi faria um esforço.
— Se ele for chato e inconveniente, assim como você - a loira mostrou a língua a ela, logo entrelaçando seus dedos e voltando a andar para o aglomerado de pessoa do outro lado da piscina — Não vou medir esforços para ser o mais insuportável possível.
— Não brinca que você é assim por natureza? - a garota debochou de Hana levando um empurrão como resposta, fazendo-a rir — Mas é sério, acho que você vai gostar de- Olha! Ele está alí!
Hana virou rapidamente para olhá-lo mas seus olhos travaram especificamente na pessoa a sua frente.
Puta merda.
Era Oikawa quem estava sentado ali, na mesma festa a alguns metros dela.
Não era possível.
Ela já havia esquecido o quão desesperadamente evitou os lugares em que ela achava que ele frequentava e por um bom tempo, acreditou que não o viria pelo campus já que estudantes de medicina de anos diferentes geralmente não tinham os horários coincidentes.
— Merda - Hana murmurou atraindo a atenção de Mayumi para si.
— O que foi? - a loira perguntou preocupada.
Hana estava desesperada com o coração a mil, não estava preparada para encarar seu irmão, não tinha cabeça para dialogar com ele sem ao menos partir para a violência, Oikawa era a pessoa a quem ela menos queria ver nos últimos tempos.
— Conhece o Tooru Oikawa? - a morena perguntou com a voz já trêmula e sua amiga estranhou entortando o lábio.
— O playboy da Aoba Josai? É claro que conheço!
— Pois então, não deixe ele vir até mim. Eu vou dar só uma volta, só me deixa sair daqui sem ele me ver, por favor.
— Espera, Hana! - A loira queria explicações mas entendeu o desespero da amiga, então apenas concordou com a cabeça indo rapidamente na direção de Oikawa e seu grupo de amigos.
Aparentemente ele já havia visto Hana, pois estava acompanhando ela com o olhar enquanto se levantava.
Mayumi apertou o passo tirando a bebida de alguém no caminho, planejando fazer um mini show para distrair o garoto.
Quando se aproximou o suficiente dele, a loira fingiu um esbarrão, com força o suficiente para colidir com ele e o mesmo não poder ignorar já que a bebida se espalhou no corpo dos dois.
— Porra! Não sabe por onde anda! - Oikawa olhou para si mesmo sem nem ao menos encarar Mayumi, uma bebida rosa e açucarada acabara de manchar a camisa branca de um dos garotos mais ricos do campus — Que merda...
— Foi maaaal! - Mayumi forçou uma voz irritante, tentando com sucesso parecer alterada — Não queria ter feito isso com alguém tão bonito...
A loira mordeu o lábio inferior, olhando para o moreno com luxúria esperando ele se contorcer pela vergonha alheia a tempo de Hana sumir dos fundos.
— Sai daí, maluca. - ele deu alguns passo, olhando para todos os lados na esperança de encontrá-la, mas Hana já havia sumido. — Caralho, obrigada! - Ele fuzilou Mayumi com o olhar recendo um beijo lançado por ela como resposta.
Mayumi sorriu vitoriosa quando ele se virou disparando para a saída, a loira se sentou no lugar onde Oikawa estava, sem cumprimentar ninguém, apenas tirou sua camiseta, deixando apenas o top rendado como vestimenta. Alguns minutos se passaram de conversa entre a garotas e os meninos da Inarizaki, menos com Suna que a encarava com uma curiosidade mortal.
— Que porra foi essa, Mayumi? - essa foi a primeira vez que escutou a voz de Suna desde aquela noite.
— Oi, Rin. Bom te ver também. - Atsumu sorriu para loira entregando uma garrafa a ela. — E aí? Quais as novidades?
— Não se faça de tonta, você nem está bêbada, por que fez aquilo? - Suna revirou os olhos vendo a expressão cínica da amiga.
— Olha aqui Suna-
Hana corta a fala de Mayumi quando aparece ofegante entre os dois, como se tivesse corrido por um bom tempo antes de chegar ali.
A loira sorri para a amiga que estava com as bochechas avermelhada, com o vestido curto e soltinho amassado e com os cabelos bagunçados.
Ela estava ansiosa para apresentá-los um para o outro mas foi surpreendida quando Suna se levantou, estranhamente preocupado, pousando a mão com cuidado no braço de Hana e com a voz calma perguntar a ela:
— Você está bem?
O tom preocupado e instantâneo de Suna a fez se tocar na hora que a morena não era uma estranha para ele e muito menos só uma conhecida. O Suna Rintarou que Mayumi conhecia iria olhar com desinteresse para qualquer um que se encontrasse na mesma situação que Hana, mas não, ele praticamente disse foda-se para ela e foi correndo para em direção a Hana.
Mayumi não conseguiu se conter de pensar sobre a relação dos dois e em como isso não fazia o mínimo sentido para ela.
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