|Capítulo 78|

P.O.V Narradora


A neve cobria suavemente o campo aberto, um manto branco contrastando com a tensão que pairava no ar. De um lado, os Cullen e seus aliados estavam em posição, cada testemunha mantendo-se firme. Bella segurava Renesmee junto a si, seu olhar determinado. Do outro lado, os Volturi avançavam em perfeita sincronia, seus mantos vermelhos criando um contraste macabro contra o branco imaculado.

Lobos emergiram da floresta, postando-se atrás dos Cullen. Jacob, na forma de lobo, rosnava baixinho, seus olhos fixos nos líderes Volturi. O silêncio era quebrado apenas pelo som dos flocos de neve caindo suavemente.

Aro parou no centro e observou Renesmee com um sorriso quase divertido. Então, seu olhar se voltou para Bella, e ele abriu os braços, como se estivesse encontrando uma velha amiga.

— Jovem Bella, a imortalidade lhe caiu bem — disse ele, sua voz melodiosa carregando um tom de falsa gentileza.

Bella não respondeu de imediato. Com passos firmes, começou a avançar, trazendo Renesmee consigo. Edward caminhava ao seu lado, a mandíbula travada, os punhos cerrados. Jacob os acompanhava de perto, seus músculos tensionados sob a pelagem castanha.

Emmett, que estava ao lado de Rosalie, deu um passo à frente e se juntou ao grupo, com um olhar firme e sério com a ameaça que pairava no ar.

Caius, visivelmente menos paciente, olhou para Renesmee com puro desprezo e foi o primeiro a romper o silêncio.

— Isso... — cuspiu ele, apontando um dedo esguio para a criança — Isso é uma afronta à nossa espécie. Uma abominação.

Bella segurou Renesmee mais firmemente, sentindo a pequena mão quente apertar a sua. Edward rangeu os dentes, e Jacob avançou um pouco, deixando um rosnado escapar.

Aro, por sua vez, apenas sorriu, como se estivesse entretido com a tensão crescente.

— Ah, mas vejamos, meu caro Caius... — Ele inclinou a cabeça, os olhos brilhando com curiosidade. — Talvez devêssemos ouvir o que eles têm a dizer. Afinal, jovem Bella sempre nos surpreendeu, não é mesmo?

O ar era pesado de expectativa, mas foi quebrado quando Renesmee, com sua expressão doce e inocente, deu um passo à frente, sua curiosidade infantil desafiando o clima tenso.

Aro observava a menina com um brilho peculiar nos olhos. Sua expressão era de fascínio e encantamento.

— E quem seria essa encantadora criaturinha? — perguntou ele, sorrindo de maneira quase afável.

Renesmee, sem hesitar, se aproximou alguns passos.

— Oi, Aro — saudou ela, sua voz clara e delicada

Aro soltou um riso baixo e estendeu a mão, pretendendo tocar a dela. Mas, antes que pudesse, Renesmee ergueu a própria mão e a pousou suavemente no rosto dele.

O corpo de Aro enrijeceu imediatamente. Seus olhos se arregalaram conforme a enxurrada de imagens e lembranças fluía de Renesmee diretamente para sua mente. Ele ficou imóvel por longos segundos, absorvendo cada fragmento daquela comunicação única.

Edward observava atentamente e, antes que alguém perguntasse, ele explicou com a voz firme.

— É assim que ela cumprimenta as pessoas.

Aro piscou algumas vezes, como se estivesse voltando à realidade. Sua expressão mudou do choque inicial para um deleite absoluto. Ele soltou uma risada de puro encanto, suas mãos se juntando diante do peito.

— Ah... fascinante! Verdadeiramente fascinante! — ele exclamou, os olhos brilhando de curiosidade.

Bella, mantendo a calma, puxou Renesmee suavemente para si, envolvendo-a com um gesto protetor. Edward deu um passo ligeiro à frente, mantendo-se atento a qualquer sinal de perigo.

Aro virou-se para Bella, seu tom agora repleto de surpresa genuína.

— Então... você gerou essa criança enquanto ainda era humana? Que notável.

O semblante de Caius, que até então observava a cena com impaciência, se contraiu em uma expressão de descrença e desgosto. Ele deu um passo brusco à frente, sua voz saindo afiada como uma lâmina.

— Isso é impossível! — declarou ele, a raiva latente em cada palavra.

Os Volturi trocaram olhares, e a tensão se intensificou ainda mais

A neve continuava a cair suavemente, mas o clima estava longe de ser tranquilo. Bella, Edward, Emmett e Jacob retornaram para perto dos outros, mas os olhos de Aro ainda os seguiam com um misto de fascínio e desprezo.

O líder dos Volturi estreitou os olhos e soltou um suspiro quase teatral antes de dizer com frieza:

— Pelas nossas leis, essa criança deve ser eliminada.

As palavras cortaram o ar como uma lâmina. Bella imediatamente colocou Renesmee atrás de si, os braços levemente abertos em proteção. Edward avançou meio passo à frente delas, seu olhar feroz fixo em Aro. O campo pareceu prender a respiração.

Então, do outro lado, o som de passos se destacou contra a neve. Alice e Jasper surgiram, caminhando com confiança em direção ao centro do campo. Alice, com seu sorriso travesso, piscou discretamente para Bella antes de continuar.

Guardas Volturi se moveram para impedi-los de avançar, mas Alice manteve a postura firme.

— Aro — chamou ela, sua voz carregada de convicção. — Você vai se arrepender se não me ouvir.

Aro arqueou uma sobrancelha, sua paciência se esgotando. Seu tom carregava uma ponta de irritação quando respondeu.

— Então venha até mim, minha querida. Mostre-me.

Alice não hesitou. Ela caminhou até ele, ignorando os olhares ameaçadores dos Volturi. Quando chegou perto o suficiente, Aro ergueu a mão, pronto para tocar a dela. Mas antes que ele pudesse, Alice deu um passo para trás e sorriu.

— Acham que só vocês têm uma bruxa aliada? — ela disse, sua voz cortante. — Errado. E algo me diz que minha bruxa é muito melhor que a de vocês.

Aro franziu o cenho, confuso, mas manteve o olhar curioso. Alice, sem dizer mais nada, virou-se na direção da floresta.

O silêncio foi interrompido pelo som de passos leves na neve. Beatrix surgiu da penumbra, caminhando para o centro do campo. Ao seu lado, Seth se mantinha em sua forma de lobo, o corpo tenso e preparado. Beatrix, com o queixo erguido e os olhos brilhando de determinação, encarou Aro sem medo.

O líder dos Volturi sorriu, um riso baixo e divertido. Ele lembrava daquela garota. Quando a vira pela primeira vez, ela não passava de uma jovem bruxinha com a língua afiada. Ele duvidava que seu poder fosse significativo.

— Isso é um jogo interessante, Alice — comentou Aro, olhando para ela de esguelha. — Mas ninguém aqui é capaz de me derrotar.—ele virou-se para os Cullen e seus aliados, sua expressão agora fria e implacável.— E saibam disso, não terei piedade. Nem com vocês, nem com suas testemunhas.

A tensão explodiu em ação. Guardas Volturi seguraram Alice à força. Carlisle deu um passo à frente e gritou.

— Não!

Mas antes que qualquer um dos Cullen ou os lobos pudessem avançar, Beatrix ergueu a mão. Uma barreira mágica se formou instantaneamente entre os dois grupos, impedindo qualquer avanço.

Os Volturi olharam para ela com surpresa e, pela primeira vez naquela noite, Aro sentiu uma ponta de incerteza.

— Você não me conhece mais além? — Sua voz era doce, mas carregada de um desafio sutil. — Duas pessoas? Uma rainha que teve seu trono roubado e uma filha morta?

Aro manteve sua expressão imperturbável, mas riu nervosamente. Ninguém jamais havia ousado mencionar o que realmente aconteceu com Regina, muito menos acusá-lo diretamente. 

Beatrix deu mais um passo à frente, seus olhos brilhando em um tom verde intenso. Marcus, que até então observava a cena com desinteresse, arregalou levemente os olhos. 

— Esses olhos... São os olhos de Regina. — ele murmurou, atraindo a atenção de todos os vampiros ao redor.

Um murmúrio de surpresa ecoou pela sala. Os olhares se voltaram para Aro, que manteve a postura rígida, mas agora havia uma sombra de desconforto em sua expressão. 

— Regina desapareceu. Ela morreu. Abandonou todos nós. — Aro declarou, tentando recuperar o controle da situação. 

Jasper, sentindo a tensão crescente, puxou Alice para mais perto de si, como se já previsse o que estava por vir. 

— Não, Aro.—Beatrix inclinou a cabeça, estudando Aro com um olhar afiado. 
—Você é o culpado de tudo. Regina está viva, mas se escondeu. E todos sabemos o motivo.

— Mentira.— Aro estreitou os olhos e, com uma risada forçada, balançou a cabeça.—Eu mesmo cuidei para que Regina nunca mais fosse um problema. Ela está morta.

O silêncio que se seguiu foi quebrado por Marcus, que agora olhava para Aro com um ódio profundo. 

— Foi você.— Sua voz saiu baixa, carregada de fúria. —Você tirou de mim a mulher que eu amava? A mãe da minha filha?— os olhos de Beatrix encontraram os de Marcus, e naquele instante, um reconhecimento silencioso passou entre eles.— Eu tenho uma neta que não reconheci?

O peso daquela revelação caiu sobre todos na sala. Aro olhou ao redor, vendo a mudança de expressões dos guardas e clãs presentes. Ele deu um passo para trás, mas logo endireitou a postura. 

— Eu sou o rei de vocês. — sua voz ecoou pela câmara. 

— E você matou a minha mãe.—Beatrix cerrou os punhos, sua raiva transbordando. 

Aro olhou diretamente para ela, um sorriso frio surgindo em seus lábios. 

—E eu mataria de novo.—  ele inclinou a cabeça, os olhos brilhando com crueldade. — Na verdade... Agora mesmo, eu vou matar você.

Aro estava prestes a atacar Beatrix quando Marcus, num movimento rápido e inesperado, entrou na frente e empurrou Aro para trás. 

A surpresa foi visível no rosto de todos. Aro se endireitou rapidamente, olhando para Marcus com um misto de choque e desprezo. 

— Não irá tocá-la.— Marcus declarou com firmeza, seus olhos sombrios refletindo uma fúria reprimida por séculos. — Você nos fez reis, me fez acreditar que Regina havia desaparecido e que ela entregou o trono a você. Mas tudo era mentira, não era?

Aro estreitou os olhos, seu rosto assumindo uma expressão de paciência forçada. 

— Tornei vocês líderes. — ele respondeu, a voz suave, mas carregada de veneno. 

Caio, que até então observava em silêncio, cruzou os braços, refletindo sobre aquelas palavras. Durante séculos, ele confiara cegamente em Aro, mas agora começava a perceber que talvez tivesse sido manipulado desde o início. 

—Você sempre desprezou Regina... Sempre falava dela como uma traidora — murmurou Caio, seu tom mais contido, mas carregado de dúvidas. 

—Regina não era digna do trono.—Aro soltou um suspiro pesado, perdendo a paciência— Aurora foi apenas um dano colateral necessário. E agora, Beatrix precisa ser eliminada antes que destrua tudo pelo que lutamos.

A sala mergulhou em uma discussão acalorada. Cada membro dos Volturi começou a debater, alguns questionando Aro, outros ainda fiéis a ele. A tensão crescia a cada segundo, um caos prestes a explodir. 

Beatrix levou as mãos à cabeça, sentindo a pressão daquele momento. O tumulto era ensurdecedor, as vozes se misturando em um turbilhão de acusações e dúvidas. 

Jasper e Alice observavam algo raro e inquietante: Jane e Alec estavam paralisados, seus olhos arregalados em puro medo. Jamais os haviam visto assim antes. 

Alice, tomada por um pressentimento, se aproximou rapidamente, puxando os gêmeos para longe da confusão. Jasper seguiu seu exemplo, afastando outros vampiros da zona de tensão crescente. 

—Fiquem longe disso. — Alice murmurou para Jane e Alec, que, pela primeira vez, não contestaram. 

No centro da sala, Aro ainda tentava reafirmar sua autoridade, mas sua voz foi interrompida por um grito cortante. 

— CALE A BOCA!— Beatrix berrou, sua voz ecoando com um poder desconhecido. 

A tensão em todos se congelou. Todos olharam para ela. 

Os olhos de Beatrix brilhavam intensamente enquanto ela ergueu as mãos. Uma onda de energia pulsou ao seu redor, crescendo em um vórtice invisível. 

Aro mal teve tempo de reagir antes que Beatrix lançasse um feitiço contra ele. A magia o atingiu em cheio, lançando-o para trás com violência.

Aro se levantou encarando ela, ninguém ousaria intrometer, Seth estava louco atrás da barreira mágica, Emmett com cuidado segurava o lobo para não fazer nenhuma loucura, Leah e Scott em formato de lobo estavam ao lado dele.

Aro se levantou com raiva, os olhos brilhando em fúria, mas antes que pudesse reagir, Beatrix lançou outro feitiço. A magia atingiu o chão sob seus pés, o lançando contra a neve com brutalidade. Ele caiu de joelhos, ofegante, sua expressão uma mistura de choque e frustração. 

Beatrix se aproximou lentamente, seu olhar fixo nele, carregado de ódio e dor. Sua respiração estava pesada, seus punhos cerrados enquanto absorvia a cena diante de si. Por tantos anos, Aro havia sido o responsável por tanto sofrimento. Mas agora, ele estava caído diante dela, vulnerável. 

Ela olhou ao redor, seu olhar pousando sobre os outros vampiros "seu povo" e então em sua família. Todos observavam em silêncio, esperando seu próximo movimento. 

Beatrix respirou fundo, tentando conter a raiva queimando dentro dela. 

— Por mais que eu queira vingança, não vou fazer isso.—  sua voz ecoou pelo campo gelado, carregada de firmeza. Ela virou-se para Marcus e Caio, que a observavam atentamente. — Isso é com vocês.

Ela se afastou, deixando Aro nas mãos daqueles que mais tinham motivos para julgá-lo. 

Aro engoliu em seco, tentando manter a compostura, mas sua voz tremia ao falar: 

—Meus amigos, escutem...

Mas Marcus e Caio não hesitaram. Eles avançaram, olhos cheios de fúria, ignorando suas palavras. O grito de Aro cortou o silêncio naquela manha enquanto seus antigos aliados finalmente o puniam por sua traição. 

Beatrix não olhou para trás. Ela caminhou até sua família, desfazendo a barreira mágica que os protegia. Assim que a barreira desapareceu, Renesmee correu até ela. 

— Tia Bea! — a pequena chamou, sua voz embargada pela emoção. 

Beatrix se ajoelhou e a abraçou com força, sentindo o calor familiar da criança contra seu peito. Seu coração finalmente encontrou um pouco de paz naquele momento. 

Ao erguer o olhar, encontrou Bella e Edward observando-a, os olhos cheios de alívio e orgulho. 

Ao redor deles, as testemunhas começaram a se aproximar. Um a um, eles olharam para Beatrix e, lentamente, caíram de joelhos. 

Não foram apenas as testemunhas até mesmo os próprios Volturi que restavam, aqueles que por séculos seguiram Aro, agora reconheciam algo maior diante deles. 

Beatrix olhou para cada um, sentindo o peso daquele momento. Ela não era apenas uma jovem lutando por vingança. Ela era seria uma líder.Ela era a esperança de um novo começo.

(...)

O salão do trono dos Volturi nunca esteve tão diferente. As tochas ardiam com uma luz intensa, refletindo nas paredes de pedra antiga, e o ambiente, antes carregado de frieza e medo, agora parecia vivo, pulsante. Vampiros e lobos ocupavam o grande espaço, algo que antes seria impensável. 

No centro, Regina estava de volta, imponente, trajando um vestido preto que realçava sua presença dominante. Seu olhar percorreu cada rosto presente, seu semblante firme, mas carregado de algo novo: esperança. 

Beatrix passou pela multidão, seu vestido azul esvoaçando conforme ela subia os degraus do trono. Ao se virar, seu olhar encontrou Seth e Renesmee entre a multidão. Um sorriso suave tocou seus lábios, e ela lhes deu um aceno discreto. 

Quando Regina deu um passo à frente, o silêncio tomou conta do salão. Todos aguardavam suas palavras. 

— Hoje marcamos o início de um novo legado. —  sua voz ecoou firme, carregada de convicção. — Vampiros e lobos, por séculos inimigos, lutaram lado a lado. Criaram uma aliança que nunca antes existiu.—seus olhos se voltaram para os vampiros, cada um deles atento.  — A partir deste dia, não lutaremos mais por dominação. Não mataremos sem necessidade. Os inocentes viverão.— um murmúrio se espalhou pelo salão, alguns trocando olhares entre si. Beatrix observava tudo, a emoção crescendo dentro dela.  — Os tempos mudaram. Humanos e vampiros podem coexistir. Laços podem ser formados. O medo não governará mais.— Regina continuou, sua voz carregada de determinação. 

Do meio da multidão, Tanya deu um passo à frente, cruzando os braços. 

— E os restantes Volturi? — ela perguntou, o tom desafiador. — Seus métodos eram baseados no controle absoluto. Como garantimos que isso não se repetirá?

Regina ergueu o queixo, olhando diretamente para ela. 

— Os Volturi não serão mais governantes. Seremos guardiões, protetores do equilíbrio —  ela declarou. 

— Aro transformou nosso reinado em um império de medo.—Marcus, que estava ao lado, assentiu.— Isso acaba hoje.

Os murmúrios cresceram novamente, mas agora pareciam mais favoráveis. 

Beatrix olhou para sua avó, depois para os lobos misturados entre os vampiros. Ela então deu um passo à frente ao lado de Regina e, com a voz firme, declarou: 

— Esse é o nosso futuro. E nós vamos protegê-lo. Juntos. 

O salão foi tomado por um silêncio carregado de significado. E então, um a um, cabeças se inclinaram em respeito.

Beatrix sentiu a leve pressão das mãos de Regina em seus ombros, um gesto silencioso de encorajamento. Respirou fundo, tentando conter o nervosismo que apertava seu peito. Diante dela, a grande sala do trono estava dividida. De um lado, os Cullen e os lobos, observando atentamente. Do outro, as testemunhas que haviam vindo para lutar contra Aro, cada uma com expressões curiosas. E no meio, os membros remanescentes dos Volturi, ainda assimilando todas as mudanças. 

Seu olhar vagou pela multidão até encontrar Jane, Alec e Demetri. Os mais jovens entre os Volturi, criados para seguir ordens sem questionar. Naquele momento, uma ideia surgiu em sua mente, e, sem precisar dizer nada, ela sentiu Edward captar seus pensamentos. 

Beatrix deu um passo à frente, endireitando os ombros antes de falar. 

— Crianças nascidas como eu, como Renesmee, ou aquelas que foram transformadas ainda jovens terão uma chance de viver sem medo.— Sua voz soou firme, atravessando o silêncio do salão. — Chegou a hora de mudarmos isso— qlguns vampiros trocaram olhares, confusos, enquanto os lobos permaneceram atentos. Beatrix respirou fundo antes de continuar.  — Onde antes só havia destruição e isolamento, agora haverá um futuro. Um lugar onde híbridos, hereges, vampiros e lobos poderão crescer e aprender juntos.— ela olhou para Renesmee, que estava ao lado de Rosalie e Bella. A pequena sorria, segurando a mão da mãe, ansiosa pelas palavras da tia.  —Vamos construir uma escola. — Beatrix anunciou, e dessa vez o burburinho tomou conta da sala. — A Escola Blossom. Um refúgio para todos os seres sobrenaturais. Um lugar onde ninguém será tratado como uma ameaça, mas sim como alguém com um futuro. Onde poderão aprender, se desenvolver e, acima de tudo, valorizar a amizade e a família.

— Uma escola?— Jane franziu a testa, cruzando os braços.—Como garantir que não vire um caos? Lobos e vampiros nunca foram... compatíveis. 

—Então é hora de provar que podemos ser.—Beatrix a encarou, um pequeno sorriso nos lábios. 

— Você acredita mesmo que outras espécies irão se expor?—Alec quem deu um passo à frente, sua expressão mais ponderada.— Que irão aceitar isso?*

— Elas já estão entre nós — respondeu Beatrix. — Sabemos que existem mais do que apenas vampiros e lobos. Bruxas, metamorfos, caçadores... Eles se escondem porque têm medo. Mas se dermos um passo à frente, eles também poderão fazer o mesmo.

Um silêncio caiu sobre o salão. A ideia parecia impossível, mas ali, no meio de tudo, existia uma esperança real. 

Foi então que Regina se aproximou, colocando a mão no ombro da neta e olhando para todos. 

— Essa é a nossa chance de mudar tudo. De começar de novo. E eu não vou deixar que desperdicemos isso.*

Os Volturi mais jovens pareciam pensar no assunto, enquanto os Cullen e os lobos trocavam olhares. Carlisle, que havia permanecido quieto até então, finalmente falou. 

—Se isso der certo... Será o maior avanço que o nosso mundo já teve.

Beatrix assentiu, sentindo um alívio leve no peito. Ela sabia que esse era apenas o começo, mas, pela primeira vez, o futuro parecia promissor.

(...)

A noite estava silenciosa no palácio Volturi. O vento frio soprava suavemente pela varanda, fazendo os cabelos de Beatrix se moverem levemente. Ela observava a paisagem de Volterra, perdida em pensamentos, quando sentiu uma presença ao seu lado. 

Marcus se aproximou devagar, seu olhar carregando uma melancolia que há muito tempo fazia parte dele. 

— Eu devia ter reconhecido você antes. — sua voz era calma, mas carregada de arrependimento. — Quando veio salvar Edward, quando olhei nos seus olhos... Eu deveria ter percebido. 

Beatrix desviou os olhos do horizonte e o encarou. 

— Você não tinha como saber. — respondeu suavemente. 

— Aurora foi afastada de mim quando ainda era uma criança...—Marcus suspirou, suas mãos se fechando ao lado do corpo.—E quando Regina desapareceu, tudo que me restava morreu junto com ela. — ele a olhou com tristeza. — Mas Regina me mostrou uma foto de Aurora... e quando vi você, Beatrix, foi como olhar para ela de novo. 

Um sorriso pequeno surgiu nos lábios de Beatrix, seus olhos brilhando com emoção. 

— Minha mãe. — sussurrou. 


— Eu sei que não posso mudar o passado,mas...se me permitir,eu gostaria de uma nova chance. — Marcus hesitou por um momento antes de continuar.

Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, Beatrix se moveu rapidamente, envolvendo-o em um abraço apertado. Marcus ficou surpreso por um instante, mas logo passou os braços ao redor dela, segurando-a com delicadeza. 

— Eu adoraria ter essa chance. — murmurou Beatrix contra seu peito. 

Marcus fechou os olhos, absorvendo aquele momento. Pela primeira vez em séculos, ele sentiu algo que acreditava estar perdido para sempre: família. 

(...)

Alguns meses depois

Regina havia comprado um grande terreno nas profundezas de Forks, e a construção da Escola Blossom estava progredindo rapidamente. A estrutura já tomava forma, tornando-se um símbolo do novo futuro que estavam construindo. 

Charlie, por sua vez, ainda estava se acostumando com o mundo sobrenatural. Ele havia conhecido Regina e Marcus, o que foi um choque no início, mas, no final, ele apenas deu de ombros, como sempre fazia. Pelo menos, uma coisa estava indo bem, Charlie estava feliz com Sue. 

(...)

No campo de flores

O campo onde Beatrix e Seth costumavam se encontrar estava coberto por um mar de cores vibrantes. Eles estavam de frente um para o outro, a brisa suave trazendo o perfume das flores ao redor. 

Seth levantou uma mão, acariciando suavemente a bochecha de Beatrix. 

— Você está feliz? — perguntou ele, seu olhar cheio de carinho. 

— Sim,mas quero te mostrar algo.—Beatrix sorriu. 

Seth franziu a testa, confuso, mas antes que pudesse perguntar, uma leve aura dourada começou a se espalhar ao redor de Beatrix. Era uma energia cálida, repleta de lembranças. 

Ele viu cada momento deles juntos desde a infância. Os risos, as brincadeiras, os olhares roubados na adolescência. O primeiro beijo, os momentos em que estiveram lado a lado.Seth sorriu, encantado com aquilo. 

— Isso é incrível... — ele murmurou, ainda absorvendo as memórias que ela compartilhava. 

Beatrix o olhou com ternura, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Seth puxou algo do bolso. Uma pequena aliança brilhava na palma de sua mão. 

— Seth...— os olhos de Beatrix se arregalaram, refletindo a luz prateada do anel. 

— Beatrix, você quer casar comigo?—sle sorriu, seu coração batendo acelerado. 

— Sim!— o brilho nos olhos dela se intensificou.—Sim, sim, mil vezes sim! 

Antes que ele pudesse reagir, Beatrix se jogou nos braços dele, enlaçando-o pelo pescoço e o beijando apaixonadamente. Seth riu contra os lábios dela, segurando-a firme, como se nunca mais fosse soltá-la. 

(...)

O sol brilhava suavemente sobre o grande terreno, iluminando a imponente estrutura da Escola Blossom. Em frente ao prédio, uma multidão de seres sobrenaturais se reunia, vampiros, lobos e híbridos, todos unidos para testemunhar um novo começo. Beatrix, vestindo um elegante traje azul, segurava uma tesoura prateada. Com um sorriso determinado, ela cortou a faixa vermelha, selando oficialmente a inauguração da escola. 

Um murmúrio de excitação percorreu a multidão. Billy e Sam estavam ali, observando atentamente. Convencê-los a dar aulas sobre a história dos Quileutes e dos lobos não tinha sido fácil, mas, no fim, ambos concordaram. 

Alice, sempre radiante, sorria enquanto vislumbrava o futuro de Beatrix ao lado de Seth. Seus olhos brilhavam de alegria, sabendo exatamente onde aquele caminho os levaria. 

No meio da multidão, Rosalie se apoiava discretamente em Emmett, sentindo uma leve onda de náusea. Emmett, preocupado, não sabia como reagir. Regina, observando a cena, trocou um olhar sutil com Rosalie, piscando de forma sugestiva. 

De repente, Rosalie sentiu algo inusitado – um leve chute dentro de si. Seu olhar se fixou em Emmett, descrente. 

— Emmett... — sussurrou, levando a mão à barriga. 

Os olhos de Emmett se arregalaram, e por um instante, ele ficou sem palavras. 

Enquanto isso, Edward, Bella, Renesmee e Jacob estavam mais afastados, observando a cena com atenção. Renesmee olhava curiosa para três outras crianças híbridas que estavam entre os convidados. 

Jacob, com os braços cruzados, lançou um olhar desconfiado para Edward. 

— Você acha que isso vai dar certo? — perguntou em um tom baixo. 

Edward, sem desviar o olhar de Beatrix, sorriu levemente. 

— Claro que vai. — respondeu com convicção. — E a Bea... nossa pequena esperança. 

Do outro lado do pátio, Jane, Alec e Demetri estavam mais reservados, seus novos olhos dourados brilhando sob a luz do sol. Jane observava tudo com curiosidade, mas logo seu olhar encontrou um certo jovem lobo. 

Embry Call. 

Por um breve momento, o tempo pareceu parar. Embry desviou o olhar, um sorriso discreto surgindo em seus lábios. Jane cruzou os braços, mexendo sutilmente no cabelo, fingindo desinteresse. Mas ambos sabiam o que aquele olhar significava. 

(...)

Dois anos depois

Beatrix se olhava no espelho, respirando fundo. Seu vestido branco era longo, delicado, com detalhes dignos de uma princesa. Seus cabelos estavam soltos, adornados com uma tiara brilhante. Seu coração batia acelerado. 

Ao seu lado, Jane terminava de arrumar o último detalhe de seu cabelo. Durante aqueles dois anos, as duas haviam construído uma amizade inesperada. E, claro, Jane e Embry agora estavam juntos, para a surpresa de muitos. 

A Escola Blossom tinha sido um sucesso absoluto. Criaturas sobrenaturais de diferentes partes do mundo haviam ouvido falar dela. Crianças e adolescentes que precisavam de um lar, um refúgio, encontraram seu lugar ali. 

Jane sorriu ao terminar. 

— Você precisa ver lá fora. — disse, satisfeita. 

— Estou nervosa.— Beatrix se virou para encará-la, mordendo o lábio inferior. 

Antes que Jane pudesse responder, Bella entrou no quarto, cruzando os braços. 

— Você? Nervosa? — disse com um sorriso. — Você está linda, Bea.

Beatrix sorriu em agradecimento. 

Jane pegou sua bolsa e caminhou até a porta. 

— Vou ver o Embry. Nos vemos lá fora. — ela disse antes de sair. 

— Está pronta?— perguntou Bella, Beatrix se levantou caminhando até a irmã — E seu casamento.

— E tô casando com amor da minha vida— Bea riu

— Minha doce filha.— Charlie entrou vendo a filha, ele não acredita que estava casado outra filha— Você está linda.

— Obrigada papai— agradeceu ela, Charlie se aproximou beijando a testa da filha.

— Eu te amo filha, e quero que seja feliz.

— Você também.

(...)

A música suave preenchia o ar enquanto Beatrix entrava na cerimônia com Charlie ao seu lado. Seu pai segurava seu braço com orgulho, mesmo que sua expressão denunciasse o quanto ele ainda estava se acostumando com tudo aquilo. 

Quando seus olhos encontraram os de Seth, todas as suas inseguranças desapareceram. Ele estava ali, esperando por ela, seu sorriso iluminando todo o lugar. 

Ao chegarem ao altar, Charlie olhou para Beatrix com carinho antes de entregá-la a Seth. Regina estava ali, sorrindo, pronta para abençoá-los. 

Todos estavam presentes, testemunhando o momento. Rosalie, sentada ao lado de Emmett, segurava sua filha nos braços, um brilho de felicidade em seu olhar. 

A brisa suave balançava os cabelos de Beatrix enquanto ela olhava nos olhos de Seth, sentindo o coração acelerar. Diante deles, Regina mantinha um sorriso sereno, observando o casal com orgulho. O ambiente estava repleto de uma energia calorosa, com todos os presentes testemunhando aquele momento único. 

— Seth Clearwater, você aceita Beatrix Swan como sua esposa, para amá-la e protegê-la, em todos os dias de sua vida? — Regina perguntou, sua voz carregada de significado. 

Seth sorriu, apertando suavemente as mãos de Beatrix. 

— Com todo o meu coração, sempre. — respondeu sem hesitar, seus olhos brilhando com devoção. 

Regina então se virou para Beatrix. 

— Beatrix Swan, você aceita Seth Clearwater como seu marido, para caminhar ao lado dele, em amor e lealdade, por toda a eternidade? 

Os olhos de Beatrix se encheram de emoção, um sorriso suave surgindo em seus lábios. 

— Sempre, de todas as formas possíveis. — disse, sentindo a voz levemente embargada pela felicidade. 

Antes que Regina pudesse continuar, Seth puxou Beatrix pela cintura, selando a promessa com um beijo profundo e apaixonado. Beatrix sorriu entre o beijo, retribuindo com a mesma intensidade, enquanto o público reagia com aplausos e murmúrios animados. 

Quando finalmente se separaram, seus olhares se encontraram novamente, carregados de amor e cumplicidade. Eles se voltaram para os convidados, que vibravam com emoção, e Beatrix não pôde evitar rir levemente ao ver a empolgação de alguns, como Emmett, que assobiava alto. 

Jane, ao lado de Embry, cruzou os braços e sussurrou algo no ouvido do lobo, que apenas sorriu. Alice, sempre entusiasmada, aplaudia junto Jasper enquanto Rosalie segurava sua filha, observando a cena com um raro sorriso sincero, Edward, Bella, Carlisle e Esme olhavam com orgulho, Leah estava ao lado de Scott, eles batia palmas

Regina ergueu as mãos, chamando a atenção de todos. 

— Então, diante de todos aqui, eu os declaro marido e mulher. 

Seth entrelaçou seus dedos nos de Beatrix, inclinando-se para sussurrar no ouvido dela. 

— Finalmente, minha esposa. 

Beatrix sorriu, encostando sua testa na dele. 

— Para sempre.

Mais uma capítulo amores espero que gostem ❤️ 🥰 ❤️ 🥰

Chegamos no fim😭😭

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