28 (FINAL) ー Príncipe.
O último capítulo da fic, finalmente!
Demorou, mas ele tá aqui! E para a felicidade de vocês, é o capítulo mais longo da fic, com mais de 7k de palavras.
A jornada foi longa, e enfim chegamos ao fim dela. Eu ainda vou escrever um capítulo de agradecimentos então vou guardar as palavras bonitas pra depois, mas agora, aproveitem a última parte dessa história. Comentem e votem bastante, e no fim, me digam o que acharam de tudo! Vou ler cada comentário com muito carinho.
Ah, e no final do capítulo tem um recadinho pra vocês! Não se esqueçam de ler.
Enfim, fiquem com o capítulo!
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Quando acordei na manhã seguinte, me surpreendi quando passei a mão pelo colchão e não senti Eren ao meu lado.
Me sentei enquanto coçava os olhos para espantar o sono, olhando em volta para ter certeza de que o moreno realmente não estava ali. Assim como o quarto, o banheiro também parecia vazio.
Pegando meu celular da cômoda, vi que faltavam poucos minutos até às onze da manhã. Estranhei o fato de Eren ter levantado mais cedo que eu e não ter me acordado, mas apenas dei de ombro e me levantei ainda sonolenta.
Agradeci ao céus por não estar de ressaca, e durante o tempo que levei para fazer minha rotina matinal, as lembranças da noite anterior inundaram minha mente. Ficamos acordados até às duas da manhã, e logo após ter vindo para o quarto com Eren, conversamos sobre assuntos aleatórios durante um bom tempo até que o cansaço tomasse conta de nossos corpos.
Quando terminei de me vestir com uma roupa mais confortável, desci até a sala de estar, onde encontrei o pessoal espalhado pelo cômodo assistindo algo na TV. Todos estavam por ali, exceto Eren, Armin e Mikasa.
— Bom dia. — Os cumprimento, e eles retribuem rapidamente. — Cadê os três?
— Na cozinha. — Sasha respondeu sem tirar a atenção do filme que passava, parecia ser alguma comédia romântica dos anos 2000 ou algo do tipo. Isso explicava a cara de bunda dos meninos.
Assenti e fui até lá, me deparando com a cena de Mikasa e Armin encostados no balcão enquanto Eren estava em frente a eles apoiado na pia. Eles conversavam num tom baixo, quase que aos sussurros, porém quando notaram minha presença, imediatamente pararam para me olhar. Ergui a sobrancelha, achando aquilo estranho.
— Bom dia. — Falei me aproximando deles de forma hesitante, já que de alguma forma o ambiente pareceu mudar com a minha chegada.
— Bom dia. — O loiro e a morena responderam juntos com um sorriso, mas o garoto parecia um tanto tenso.
— Bom dia, princesa. — Eren se aproximou sorridente, rodeando minha cintura com seus braços e me dando um selinho.
— Eu tô atrapalhando algo ou...? — Perguntei receosa.
— Não, não se preocupa. A gente só tava conversando. — O maior assegurou.
— A gente vai voltar pra sala. — Mikasa anunciou enquanto passava por nós empurrando Armin.
Poderia ser só paranóia minha, mas algo me diz que essa situação toda está muito estranha.
— Que cara é essa? — Eren perguntou assim que os amigos saíram da cozinha.
— Nada, só achei isso... — Observei seu rosto, tombando a cabeça pro lado ao notar algo de diferente em seu rosto. Não sabia dizer o quê exatamente, mas ele parecia estranhamente relaxado. — Por acaso tem algo a me dizer?
— O que eu teria a te dizer? — Respondeu rapidamente com a sobrancelha arqueada.
— Por que não me acordou quando levantou? — Passei por ele e fui até o armário, onde peguei um bolinho para comer. Logo iríamos almoçar, então não quis comer algo pesado.
— A gente foi dormir tarde, achei melhor deixar você descansando já que mais tarde vamos embora e eu sei que não dorme no carro. — Falou se apoiando no balcão enquanto eu me encostava na pia, ficando a minha frente enquanto me encarava com um olhar despreocupado.
— Falando nisso, nós ainda vamos dar uma volta na cidade antes de irmos, né? — Questionei, decidindo deixar de lado minha paranóia.
— Sim, eles querem comprar lembrancinhas no centro antes de voltar. — Deu uma risada anasalada. — Eu tava pensando em ir com você num lugar também.
— Sério? Que lugar?
— Surpresa. — Ele riu, e um bico surgiu em meus lábios. — Relaxa, você vai gostar.
— Por que eu sinto que você tá tramando algo, Jaeger? — Falei me aproximando do moreno, colando meu corpo ao dele e o encarando atenta a cada detalhe de seu rosto.
— Porque não vamos pra sala assistir o filme com os outros, hm? — Segurou minha cintura com uma mão e com a outra segurou meu queixo, aproximando seus lábios do meu com um sorriso presunçoso. — Você tá precisando relaxar, amor.
E então, finalmente avançou em meus lábios, iniciando um beijo demorado. Apesar de estar concentrada demais com a sensação de sua língua contra a minha, eu ainda estava consciente das borboletas em meu estômago que surgiram graças a forma que ele havia me chamado no fim daquela frase.
Amor. Quem diria que aquela simples palavra fosse me desestabilizar dessa forma quando dita por Eren.
— Amor, é? — Falei ao nos separamos, ficando ao lado dele quando começou a andar até a sala de estar.
— O que foi? Não gostou? — Deu uma risadinha enquanto tinha um sorriso ladino no rosto.
— É claro que eu gostei, amor. — Sussurrei a última parte no ouvido do moreno, que me deu um último selinho antes de seguirmos até a sala.
Nos sentamos lado a lado no espaço livre do enorme sofá. Na enorme tela da parede, como eu suspeitava, um filme de comédia romântica dos anos 2000 era exibido e apesar de estar com toda minha atenção na televisão, ainda sentia as leves carícias de Eren sobre minha mão.
Durante o filme, eu e Sasha ficávamos comentando sobre os clichês que tanto gostávamos naqueles romances bobos. Enquanto falávamos sobre como o Matthew McConaughey estava lindo nesse filme, Mikasa e Annie questionavam o porquê da protagonista ter iniciado um plano maluco por causa do trabalho que ela nem gosta ao invés de simplesmente se demitir. Já os meninos, de repente pareceram se interessar mesmo pela história já que ficaram indignados de verdade quando o casal se separou. De qualquer forma, estávamos nos divertindo.
Quando o filme acabou e os meninos comemoraram o fato dos protagonistas terem ficados juntos no final, decidimos almoçar para enfim sairmos para dar um último passeio na cidade. Marco se dispôs a fazer arroz e um molho curry com a carne que sobrou do churrasco, e mesmo que estivesse simples, estava maravilhoso. Não demorou até terminarmos de comer e irmos nos arrumar para sair.
O dia novamente estava ensolarado, então decidi usar um vestido de tecido leve e sem estampa, sendo apenas de um tom mais escuro de verde. Como iríamos andar bastante, decidi colocar meus tênis e um boné.
— Coloquei minhas coisas na sua bolsa, tem problema? — Eren me perguntou assim que saí do banheiro.
— De boa. — Respondi enquanto verificava minha maquiagem simples no reflexo do celular. — Já tá pronto?
— Diferente de você eu não demoro tanto pra me arrumar. — Revirei os olhos, rindo e colocando minha bolsa no ombro.
— Pra você é fácil, é só colocar uma regata e uma bermuda e tá tudo ótimo. — O encarei apontando para sua figura.
Eren vestia uma regata preta relativamente justa, dando destaque aos músculos do busto e aos braços fortes. Usava uma bermuda cargo também preta e Jordan's de mesmo tom, e na cabeça, assim com eu usava um boné, esse também sendo preto. Os fios estavam soltos e penteados para trás, deixando a vista os piercings em suas orelhas. Era incrível como ele conseguia ficar tão atraente com tão pouco.
— Privilégios masculinos. — Deu de ombros.
— Idiota. — Joguei nele um travesseiro da cama, qual ele desviou ao se levantar e se aproximar de mim.
— Mudando de assunto. — Parou a minha frente. — Tava pensando em fazer uma tatuagem, o que acha?
— Que repentino. — Franzi o cenho. — Sinceramente você fica bonito com qualquer coisa então vai em frente.
— Mas onde eu faço? — Pareceu pensativo enquanto saíamos do quarto.
— Não faço ideia. — Já fora da casa, paramos em frente a porta para esperar os outros. — Mas cá entre nós, acho que nas costas seria uma boa.
— Beleza, quando a gente voltar de viagem eu marco um horário no estúdio que eu fiz meus piercings. — Assenti, não poderia negar estar um tanto ansiosa para vê-lo com uma tatuagem. — Você vai ir comigo.
— Quer que eu segure sua mão, é? Tem medo de agulha? — Ele riu, negando com a cabeça.
— Qual é, não posso querer que a minha garota vá comigo? — Cruzei os braços, o olhando com um sorriso de canto.
— Ok, eu vou. Mas em troca eu quero que você pague uma tatuagem pra mim também.
— Fechado.
Antes que pudéssemos iniciar outro assunto, os outros saíram da casa e em instantes todos nós já estávamos caminhando pelas ruas da cidade litorânea. Eren permaneceu ao meu lado o tempo todo, de mãos dadas comigo e trocando palavras vez ou outra sobre algo da cidade.
Era início de tarde, então o sol estava forte. As ruas estavam movimentas, muitas pessoas aproveitavam o dia ao ar livre assim como nós. Durante o caminho até o centro, me mantive mais calada, pensando sobre tudo o que aconteceu nos últimos dias enquanto permanecia com os olhos sobre a paisagem distante.
Era estranho pensar que em alguns meses, minha vida mudou tanto graças a Eren. E que, mesmo que a princípio nossa relação não fosse exatamente das melhores, fomos capazes de construir algo incrível juntos. Fora que, não só consegui me reaproximar de meus melhores amigos como também conheci outras pessoas maravilhosas que hoje em dia fazem parte da minha vida.
Sei que devo aproveitar o agora e focar somente no presente, mas não posso deixar de me perguntar como vai ser no futuro. Não que eu me preocupe com ele. Apenas sinto curiosidade em saber se daqui uns anos vou olhar pra trás e sentir tanta felicidade quanto estou sentindo agora.
— Você tá bem? — A voz de Eren me tira de meu transe, e eu o olho com um sorriso pequeno.
— Tô sim. Tava só observando a paisagem, é linda. — Falo dando um leve aperto em sua mão que estava entrelaçada a minha, como um gesto para tranquiliza-lo.
Ele assente e volta seu olhar para o restante do pessoal, com quem conversava sobre algo que não prestei tanta atenção. Continuei com meu olhar sobre a maré, onde ao longe no horizonte alguns barcos pesqueiros se destacavam na imensidão azul. Apesar da cidade estar agitada, o mar conseguia trazer uma sensação de paz inigualável.
Alguns minutos de caminhada depois, chegamos ao centro da cidade, que concentrava a maior quantidade de pessoas. Diversos estabelecimentos se dispunham pelo calçadão, estes variando desde lojas de roupas e souvenires até restaurantes e bares.
— Vamos aonde primeiro? — Connie perguntou olhando em volta, parecendo encantado.
— Se quiserem, podemos dar uma olhada nas lojas primeiro. Depois podemos comer alguma coisa e tomar um sorvete. — Armin sugeriu, e todos concordaram.
Seguimos em grupo por diversas lojas, e o tempo todo fiquei mais atrás junto de Eren. Estávamos presos no nosso próprio mundinho, brincando e fazendo piadinhas enquanto exploravamos os estabelecimentos. Em certo momento, entramos em uma loja de dez dólares, e Eren imediatamente foi para a área de fantasias.
Segui o moreno e quando o alcancei, ele já usava um cachecol de plumas roxo, colocava na cabeça um chapéu de cowboy cor-de-rosa e pegava um óculos em formato de coração vermelho. Ri ao presenciar a cena, que ficou mais hilária quando Eren terminou de ajeitar o look em frente a um espelho da prateleira e se virou em minha direção de forma dramática enquanto fazia pose, colocando uma mão no quadril e com a outra abaixando o óculos para me olhar por cima das lentes.
— Como eu tô? Fiquei gatinho? — Perguntou ajeitando o óculos novamente e dando uma voltinha.
— Ficou incrível. Já pode fazer audição pra trabalhar em um bar burlesco. — Digo sem conter a risada, me aproximando dele e ajeitando o chapéu em sua cabeça. — Mas acho que tem algo faltando... — Finjo estar pensativa, cruzando os braços e colocando o indicador no queixo.
— Ah é? O que falta? — Ele arqueou a sobrancelha, me olhando com curiosidade.
— Acho que você precisa de um pouco de brilho. — Me viro para a prateleira, procurando pela parte de maquiagem.
Não demoro a achar o que queria, sorrindo enquanto pegava os adesivos faciais com glitter e mostrava a ele. Tinha de diversos formatos, como corações e estrelas, também haviam alguns semelhantes a strass, todos brilhantes e coloridos.
— Realmente, era isso que faltava. — Ele entrou na onda, tirando o óculos do rosto para que eu pudesse colar os adesivos em seu rosto.
— Vai ficar glamouroso. — Falo enquanto abria o pacote de adesivos, tirando uma das cartelas e destacando uma pequena pedrinha.
Coloco a pedrinha próxima de seu olho, e faço isso até ele estar praticamente rodeado delas. Pegando outra cartela, destaco alguns adesivos de estrela e os colo de forma aleatória por seu rosto, sorrindo quando me dei por satisfeita.
— Prontinho. Ficou uma graça. — Digo orgulhosa com o resultado.
Ele se virou para o espelho e ao encarar seu reflexo, não conteve uma gargalhada. Porém, de repente começou a procurar por algo nas prateleiras, e quando achou, imediatamente adicionou ao seu visual extravagante.
— Como pudemos esquecer os acessórios?! — Ele diz indignado enquanto colocava vários colares ao redor do pescoço, não perdendo tempo em também pegar pulseiras e anéis.
— É verdade! Como pudemos esquecer esses itens tão essênciais? — Me aproximo dele e também começo a pegar vários acessórios, rindo enquanto ajudava Eren a os colocar.
Em menos de um minuto, o moreno já estava com pelo menos quatro colares, oito pulseiras, e anéis em todos os dedos. Eram tantos materiais, formatos e cores em seu visual, que poderia facilmente ser confundido com uma fantasia de Carnaval.
— Agora sim eu tô lindo! — Ele encarou o próprio reflexo em um espelho maior da loja.
— Sim, está maravilhoso! — Digo atrás dele, pegando meu celular na bolsa e imediatamente abrindo a câmera.
Comecei a tirar várias fotos de Eren enquanto ele observava sua imagem no espelho, porém quando notou que eu estava com a câmera, começou a fazer várias poses. Em certo momento, ele pegou uma cabeça de manequim que servia de suporte para uma peruca de plástico verde, e começou a posar segurando ela. A essa altura eu já não segurava mais o meu riso, e as pessoas que passavam por aquele corredor olhavam ou com espanto, ou rindo de nossas gracinhas.
— Ei, o que vocês estão... Jesus Cristo que porra é essa?! — Mikasa exclama ao se aproximar de nós junto com Armin, que arregalou os olhos em choque.
Eu e Eren nos viramos para encara-los, até tentamos fingir seriedade por alguns segundos, mas quando trocamos olhares não conseguimos conter a risada. Os dois nos olhavam confusos, sem saber o que havia acontecido naqueles quinze minutos em que ficamos sozinhos.
— Não sei se quero saber o contexto disso. — Armin disse apontando para Eren e em seguida para a cabeça de manequim que ele ainda segurava.
— Ah, não foi nada demais, nós só... — Ainda com um sorriso no rosto, Eren iria começar a explicar, no entanto sua voz é cortada por outra muito mais alta.
— Que bagunça é essa?! — A dona da loja de repente surgiu em nossa frente, claramente irritada.
No mesmo instante Eren parou de rir e a olhou assustado, tirando em segundos o chapéu e o óculos do rosto. Eu o olhei de canto de olho e encolhi os ombros, ficando em silêncio já que não queria levar uma bronca também.
— Não se preocupa senhora, a gente só tava brincando e... — Eren colocou seu melhor sorriso no rosto e começou a se explicar fazendo uso de todo seu charme, no entanto a mulher o cortou mais uma vez.
— Eu não quero saber disso! Eu quero saber quem é que vai arrumar isso tudo! — Ela apontou para ele, indicando as prateleiras.
— Eu vou colocar tudo no lugar senhora, não tem problema. — Ele riu sem graça, abanando a mão como se não fosse nada demais.
— Ah, é? E esses adesivos no rosto? Vai guardar de volta?! — A mulher cruzou os braços.
Eren a olhava com um sorriso sem graça, e quando desviou o olhar para pedir ajuda a seus amigos, vimos que Mikasa e Armin já haviam fugido da cena e estavam do outro lado da loja assistindo tudo junto com os outros. O moreno olhou para eles como se pedisse ajuda por telepatia, mas Mikasa apenas deu de ombros e Armin gesticulou um "você consegue!". Eren suspirou, se dando por vencido.
— Eu vou pagar por eles senhora, não se preocupa. — Ele disse colocando a cabeça de manequim de volta na prateleira, pegando sua carteira do bolso logo após.
— Hmpf, moleques. — Ele bufou, estendendo a mão para pegar o dinheiro que Eren estendeu para ela. — Arrumem isso e saiam da minha loja.
Ela se virou e voltou para o balcão, e assim que estava longe de nossa vista, me virei para Eren e começamos a rir mais uma vez.
— Você ficou quieta só observando! Nem me ajudou! — Ele reclamou, tirando o chacecol do pescoço.
— O que queria que eu fizesse? A culpa não foi minha! — Exclamei, colocando o chapéu de cowboy de volta no lugar.
— Quem foi que teve a ideia dos adesivos, hein? — Resmungou, tirando os colares do pescoço.
— Não foi eu que comecei com o desfile de Carnaval, ok? — Falei guardando o óculos de coração.
Eren apenas mostrou a língua, e juntos arrumamos tudo de volta no devido lugar. Quando saímos da loja, a dona nos olhou com irritação no olhar, e tivemos que abaixar a cabeça para passar por ela ou iríamos começar a rir mais uma vez.
Assim que nos juntamos aos outros do lado de fora, todos olharam para o rosto de Eren com o cenho franzido. Ele ainda tinha os adesivos colados em sua pele, porém não pareceu nem um pouco incomodado com eles.
— Sem perguntas. Vamos continuar. — Ele disse entrelaçando sua mão a minha e me puxando até a frente, começando a caminhar comigo pelo calçadão.
O olhei com um sorriso largo, soltando uma risadinha ao ver que ele parecia tão feliz quanto eu. Apesar de termos levado uma bronca da dona da loja, nós nos divertimos com aquele mini desfile de Carnaval.
O tempo passou, e visitamos várias outras lojas, inclusive as de souvenir. Compramos lembrancinhas combinando, como canecas e chaveiros, e mesmo que Ymir tivesse reclamado dizendo que era brega, ela foi a primeira a usar o chaveirinho em sua mochila.
Depois de visitar a última loja, Armin nos levou para uma área repleta de barraquinhas de comida. Por mais que tivessem diversas opções diferentes para experimentarmos, Eren imediatamente foi até a barraca de cachorro-quente. Eu apenas o segui, afinal também estava afim de algo mais simples.
Eren fez o pedido, e logo estávamos com os lanches e latinhas de refrigerante em mãos. Nos sentamos junto aos outros nas mesas longas dispostas em frente as barracas, e começamos a comer juntos. Enquanto comiamos, ajudei Eren a se livrar dos adesivos em seu rosto, já que de acordo com ele, sua pele começou a coçar graças ao glitter deles.
— Vamos pegar a estrada a que horas mesmo? — Reiner perguntou enquanto devorava um hambúrguer enorme.
— Umas sete horas. Se tivermos sorte com o trânsito, chegamos na universidade antes das onze. — Armin respondeu.
Ao meu lado, notei Eren pegar o celular do bolso com certa pressa, verificando o horário rapidamente e guardando o aparelho de volta no bolso. O moreno então se virou para Mikasa que estava ao seu lado, a cutucando e parecendo sussurrar algo para ela. Estranhei aquilo, afinal era a segunda vez no dia que eles pareciam falar sobre algo as escondidas, mas antes que eu pudesse questionar qualquer um dos dois, Reiner volta a puxar assunto, chamando a atenção dos dois.
Continuei a comer meu lanche, mas agora totalmente desconfiada de Eren. Não sei se é certo achar que ele está escondendo algo de mim, mas definitivamente tem algo acontecendo.
Quando terminamos de comer, o sol já não estava tão alto no céu. Eram pouco mais de quatro horas, e a movimentação das ruas diminuía aos poucos. A temperatura caiu um pouco, então o clima estava mais fresco. A brisa refrescante da maré era ótima a essa hora.
Antes de sairmos dali, Christa insistiu em tirarmos uma foto juntos. A garota subiu no banco da mesa em que estávamos e esticou o braço com o celular, o restante de nós se espremeu atrás dela para que todos coubessem no enquadramento da foto.
— Digam "xis"! — A loira disse, e assim que todos pousaram para a foto, ela tirou a foto. — Mais uma!
No mesmo instante em que apertou no botão para tirar a segunda foto, Berthold espirrou no braço de Connie; este soltou um berro, brigando com o maior que pedia desculpas sem parar enquanto ria. Springer acabou esbarrando em Ymir, que o empurrou irritada e quase derrubou o garoto encima de Armin.
Eu, Mikasa e Annie começamos a encarar aquela bagunça segurando o riso. Eren e Reiner tentavam separar Ymir e Connie, enquanto Sasha ateava lenha na fogueira gritando "briga, briga!". Christa, como uma boa amiga, continuou a tirar fotos do momento e até mesmo inciou uma gravação.
Aquele montinho caótico só cessou quando Mikasa e Annie ameaçaram bater em todo mundo ali.
— Vocês são malucos. — Christa disse rindo quando Connie mostrou a língua para Ymir, que retribuiu com um dedo do meio.
— Vamos voltar logo pra rua principal, nós ainda temos que ir na sorveteria. — Armin lembrou, seguindo a frente do caminho junto de Annie.
Segurei na mão de Eren para o levar comigo atrás de Armin, porém, sou surpreendida quando o moreno puxa minha mão e me agarra pela cintura, colando nossos corpos tão repentinamente que solto um pequeno suspiro. O olho com o cenho franzido, mas assim que vejo seu sorriso ladino, minha expressão relaxa novamente.
— Quero te levar pra aquele lugar que falei mais cedo. — Ele diz com a voz baixa e um sorriso pequeno.
— E o sorvete? — Pergunto apontando com o polegar para o restante do grupo, que se afastava cada vez mais.
— Te garanto que minha surpresa é bem melhor que sorvete. — Arqueio uma sobrancelha, cerrando meus olhos.
— Por acaso essa surpresa tem algo a ver com a conversa que você estava tendo com a Mikasa e o Armin mais cedo? — Ele da de ombros, ainda com o sorrisinho no rosto.
— Vai ter que descobrir por conta própria, princesa. — Solto um suspiro, me dando por vencida.
— Tudo bem. Vamos. — Seu sorriso se alarga, e ele aproxima seu rosto para me dar um selinho rápido.
— Já falei com a Mikasa, ela vai avisar o pessoal que nós vamos a um lugar juntos. — Eren segura minha mão e começa a caminhar ao meu lado.
Então foi isso que ele sussurrou para ela aquela hora.
Eren começa a caminhar na direção oposta a que o grupo seguia, mais especificamente, de volta para o calçadão da beira da praia. Já não haviam mais tantas pessoas na areia nem no mar, e o som das ondas abafavam o som dos carros na rua.
— O que você aprontou, hm? — Pergunto quando ele me leva até a areia, e antes de continuarmos a caminhar, tiramos nossos tênis.
— Você vai ver. — Ele diz despreocupado, porém me lançando um olhar tranquilizante.
Esse suspense todo só estava servindo para me deixar mais ansiosa.
Agora com os pés descalços na areia, nós dois andávamos lado a lado na beira do mar. Vez ou outra, algumas ondas nos alcançavam e molhavam, e como forma de implicância, eu chutava um pouco da água nas pernas de Eren. Brincamos assim durante boa parte do caminho.
O vento da maré apesar de ser mais gelado, não incomodava nem um pouco. O céu escurecia gradativamente, e as luzes da cidade já se acendiam. Conforme avançamos pela praia, via cada vez menos pessoas na areia, até chegarmos em uma área totalmente vazia.
Porém, quando Eren me guiou até uma parte mais afastada do mar, pude ver uma toalha de piquenique estendida sobre a areia, e encima dela havia uma cesta. Sorrio no mesmo instante, me apressando em alcança-la.
— É aqui. — Ele diz se aproximando, me abraçando de lado pela cintura.
— Então a surpresa é um piquenique romântico na praia? Gostei. — Digo com um sorriso largo, puxando o rosto do moreno para um selinho. — Quero saber o que trouxe.
Eren apenas sorriu, e eu logo me sentei com cuidado sobre a toalha. O moreno fez o mesmo ao meu lado, abrindo a cesta que estava entre nós. De dentro dela, ele tirou com cuidado uma garrafa de vinho e duas taças.
Eu apenas o observava sorridente. Ele colocou vinho nas duas taças e me entregou uma delas, agradeci enquanto tomava um gole da bebida.
A nossa frente, o mar estava calmo, e a praia estava silenciosa. Ouvíamos apenas o som das ondas se chocando, e de certa forma, sentia que não poderia estar mais em paz do que naquele momento.
— Você parece feliz. — Eren disse, dando um gole na própria taça.
— Eu estou. — Sorri o encarando, bebendo mais do meu vinho.
— É bom saber disso. — Ele desviou o olhar para o mar. — Se você está feliz, então eu também estou.
— Obrigada. — Digo também movendo meu olhar para a maré.
— Pelo que? — Ele questiona com curiosidade.
— Por estar comigo. — Respondo com sinceridade.
Sinto o olhar de Eren pesar em mim, porém não o encaro de volta. Sabia que não ia conseguir conter minhas lágrimas se estivesse cara a cara com ele.
— Eu quem deveria te agradecer por isso, princesa. — Ele diz colocando sua mão sobre a minha na toalha, seu polegar acariciando minha pele com leveza. — Você quem não desistiu de mim, nem saiu do meu lado quando precisei. Você quem me aceitou e me amou apesar de todos os meus erros. Se alguém aqui precisa agradecer, sou eu. E eu te agradeço por tudo, S/N. Por tudo mesmo.
Abaixo a cabeça com um sorriso pequeno, sentindo meu coração palpitar em meu peito. Eu nunca conseguiria descrever o quão boa é a sensação de ouvir aquelas palavras. Eram reconfortantes, e acima de tudo, verdadeiras.
— Mesmo assim, ainda quero te agradecer por estar comigo. — Mordo o interior de minha bochecha, me esforçando para conter as lágrimas. — Você é muito especial pra mim, Eren. Muito mesmo. Você aparecer na minha vida foi uma das melhores coisas que já me aconteceu, e eu não posso deixar de te agradecer por isso.
Eren segurou minha mão na sua e levou até seus lábios, e ali no topo deixou um selar. O olhei com um sorriso largo, e mais uma vez pude sentir meu coração bater freneticamente. Não sabia se amava ou detestava o fato de que ele conseguia mexer tão fácil comigo.
— Ainda tem mais uma coisa. — O moreno solta minha mão com cuidado, voltando sua atenção para a cesta entre nós.
O observo abri-la e procurar por algo dentro dela, até achar e pegar com tanta cautela que estranhei. Quando tirou de dentro da cesta e estendeu em minha direção, vi que era uma pequena caixa decorada com um laço. O olhei com expectativa, não sabendo ao certo o que esperar daquilo.
— Pode abrir.
Peguei a caixinha com delicadeza, já que pelo jeito que Eren segurava, parecia ter algo frágil dentro. Segurei com uma mão e com a outra desfiz o lacinho vermelho, e então, abri a tampa.
Dentro da pequena caixa, havia um cupcake. Era pequeno, e eu só conseguia ver o topo decorado com uma cobertura cor-de-rosa e granulados. Com cuidado, eu o tirei de dentro da caixa segurando na forminha de papel, e então pude ver que a massa era de baunilha. Parecia delicioso.
— Eu não tava esperando isso, mas até que gostei. — Digo o olhando com um certo alívio no olhar.
— Então vá em frente e experiente, senhorita. — Ele diz me olhando com expectativa.
Assinto com a cabeça, tirando uma parte da forminha e abrindo espaço para que eu desse uma mordida. Assim que o fiz, senti que no interior havia um recheio de morango. Logo o gosto doce tomou a minha boca, porém não era nada enjoativo, pelo contrário, era doce na medida certa. A massa era fofinha, a cobertura cremosa, o recheio saboroso. Estava ótimo.
— Isso aqui tá muito bom. — Digo terminando de mastigar o primeiro pedaço, partindo para o segundo. — Parece fresco. Você comprou mais cedo no centro, antes de eu acordar?
— Na verdade, foi eu quem fiz. — Assim que ele diz aquilo, eu arregalo os olhos em surpresa, não esperando aquela informação.
— Sozinho?! — Pergunto cobrindo a boca enquanto continuava a comer o cupcake. Ele afirma com a cabeça, um sorriso orgulhoso no rosto. — Ficou incrível, de verdade. Tá delicioso!
Saber que Eren tinha feito aquele doce só me fez comê-lo com mais gosto ainda. Estava realmente ótimo, e eu ainda estava surpresa pelo fato dele ter o feito sozinho.
— Fiz antes de você acordar. Armin e Mikasa me ajudaram só com a receita. — Ele me observa comer o bolinho com um sorriso largo no rosto. — Fico feliz que tenha gostado.
— Eu amei. Obrigada. — Retribuo seu sorriso com dificuldade por ainda estar com cupcake na boca.
— Eu fiz outros além desse, deixei escondido na geladeira. Não conta pra ninguém, vamos dividir eles só entre nós dois quando voltarmos pra casa. — Ele diz e eu solto uma risada, concordando com a cabeça.
— Aqui, deixei pra você. — Digo dando a ele o último pedaço do cupcake.
— Acho que vou cozinhar mais vezes. Até que não sou tão ruim na cozinha. — O moreno diz comendo o bolinho. — Tudo bem que eu queimei a primeira fornada e tive que fazer a massa toda de novo, mas no final deu tudo certo.
— Exatamente, o importante é o resultado final. — Digo segurando uma risada, pegando minha taça de vinho e dando um gole.
— Que bom que entende isso. — Ele fala também se segurando para não gargalhar, tomando mais de seu vinho.
— Eu adorei essa surpresa, mas tenho que admitir que fiquei curiosa pra saber o porquê disso. O que te fez pensar em cozinhar um cupcake pra mim? — Pergunto interessada, apoiando meu cotovelo em meu joelho enquanto o encarava com o rosto na palma da mão.
Eren olhou para o mar, soltando um longo suspiro. Pareceu pensativo durante alguns segundos, e aquilo só me deixou mais curiosa.
— Lembra quando fomos a sorveteria semana passada e você me fez aquela pergunta? — Ele diz voltando a me olhar.
— Sim, te perguntei sobre o motivo de gostar tanto de doces. Você disse que me diria durante essa viagem.
— Uhum. — Ele fez o mesmo que eu, segurando o próprio rosto na palma da mão e apoiando o cotovelo no joelho dobrado. — O motivo é bem simples na verdade.
Seus olhos tinham um brilho nostálgico, assim como o pequeno sorriso em seu rosto. Ele parecia vasculhar lembranças em sua própria mente, memórias boas o suficiente para fazer com que seu olhar não escondesse isso.
— Quando eu era mais novo, minha mãe costumava fazer doces pra mim. — Eu ouvia suas palavras atentamente, um sorriso pequeno em meu rosto ao imaginar um mini Eren se lambuzando de cobertura de cupcake. — Ela fazia quando eu estava triste, quando ia bem na escola, quando era uma data especial. Ela sempre fazia algo pra me agradar.
Ele pareceu pensar mais uma vez, e dessa vez soltou uma risada anasalada, parecendo se lembrar de algo específico.
— Uma vez, eu arranjei briga com uns moleques do meu bairro. Eu devia ter o que, dez anos? — Perguntou para si mesmo. — Eles estavam mexendo com o Armin, e eu obviamente não iria ficar parado vendo meu melhor amigo sofrer bullying na minha frente. Então, eu não pensei duas vezes antes de correr pra cima deles.
— E aí? O que aconteceu?
— Eu apanhei. — Nós dois rimos, mas ele logo continua. — Pelo menos até a Mikasa chegar e assustar eles. Ela já tinha batido neles antes, então quando viram ela, saíram correndo.
— Ela é assustadora desde criança então. — Eren afirma sorridente com a cabeça.
— Depois dela espantar eles, nós três fomos pra minha casa. Assim que minha mãe viu nosso estado, na hora ela entendeu o que tinha acontecido. Não era a primeira vez que aquilo acontecia. — Ele deu mais um gole em sua taça antes de continuar. — Ela cuidou dos nossos machucados, e depois deixou a gente brincando no quintal de casa. Um tempo depois, ela surge com uma bandeja na mão, e então oferece pra gente. Sabe o que era?
— Cupcakes. — Respondo na mesma hora.
— Isso. Eram de chocolate, meu favorito. — Ele parecia se lembrar até mesmo do gosto do cupcake. — Assim que eu dei a primeira mordida, já não lembrava mais da dor que tava sentindo. Eu senti tanta felicidade comendo aquele cupcake que depois daquilo, sempre que eu ficava desanimado, pedia pra minha mãe fazer um daqueles pra mim.
Eren parecia aliviado ao contar aquilo pra mim. Imaginei que falar sobre seus pais dessa forma fosse o deixar triste, mas não, é o contrário. Relembrar esses momentos não é doloroso, é reconfortante. Se recordar da felicidade que sentiu naquele dia aqueceu seu coração, assim como aqueceu o meu ao saber que ele confiava tanto em mim para dividir comigo aquelas memórias importantes para ele.
— Enfim, o final da história você já sabe. Acabei pegando esse hábito de infância e agora não vivo sem um doce. — Ele diz, terminando de beber o vinho de sua taça.
— Obrigada por compartilhar essa história comigo. — Agora, eu quem acariciava a mão de Eren.
O moreno apenas sorriu, entrelaçando nossos dedos enquanto me observava com os olhos brilhantes. Parecíamos dois bobos apaixonados, e sinceramente esse sentimento era incrível. A sensação de amar alguém sabendo que aquela pessoa te ama de volta é indescritível.
Acabamos ficando perdidos no olhar um do outro por um tempo. Minutos devem ter se passado, mas na nossa visão, foram apenas segundos. Eu nunca deixaria de me encantar com a beleza dos olhos do Eren, não só por terem aquele tom intenso de verde, mas também por sempre evidenciarem o que ele sentia. Com seus olhos, ele conseguia demonstrar claramente desde raiva e tristeza até felicidade e euforia. E nesse momento, eu conseguia enxergar paixão em seu olhar.
Era meio brega, mas era a verdade. Ele estava apaixonado por mim assim como eu estava por ele. Ele me transmitia isso com aquelas íris esverdeadas que eu tanto amava, e esse simples gesto me fazia sentir segura sob seu olhar.
Mas, algo me dizia que ainda não seria o fim da nossa noite.
— Por acaso as surpresas já acabaram? — Pergunto sem desviar o olhar dele.
Eren da um sorrisinho.
— Abre sua bolsa. Eu deixei uma coisa no bolsinho com o zíper pequeno. — Ele solta minha mão para que eu pudesse a alcançar.
A essa altura já não estava mais tão ansiosa em relação a surpresas, então apenas fiz como ele pediu sem relutância. Peguei minha bolsa e abri o bolsinho com zíper, e até então, evitava olhar para dentro dele, não querendo saber o que era logo de cara.
Quando pego o objeto que estava dentro da bolsa e coloco a minha frente, eu instantaneamente paraliso. Meu corpo trava, minha mente parece se esvaziar com o choque.
Era uma pequena caixa de veludo preta.
— Eren, isso não é o que eu tô pensando...? — Questiono, não querendo me preocipitar ao criar expectativas.
Eren apenas se levanta da toalha, e para a minha frente. Ele estende a mão em minha direção, e ainda com uma expressão de choque, estico meu braço e ele me ajuda a levantar. O moreno pega a caixinha da minha mão com cuidado, e então, a abre na minha frente.
Eram um par de alianças prata, cravejadas com pedras brilhantes.
Cubro minha boca com as duas mãos, meus olhos ficando embaçados pela formação de lágrimas qual não tive nem tempo de conter. Apesar de estar claramente em choque, eu também sorria. Um sorriso largo de felicidade que não iria sumir do meu rosto tão cedo.
— Espero que sejam lágrimas de felicidade. — Eren brinca, e olhando para seu rosto, vejo que seus olhos também pareciam tão marejados quanto os meus.
— São, pode ter certeza que são. — Afirmo, soltando uma risada anasalada.
E então, Eren se ajoelha na areia. Segurando a caixinha aberta a minha frente, as alianças reluzindo com a luz alaranjada do pôr-do-sol. Ao fundo, o mar tranquilo ecoando com o barulho das ondas.
O mundo de repente ficou em silêncio e a única coisa que eu conseguia enxergar era Eren a minha frente.
— Princesa — Ele começa, estendendo a palma de sua mão. Imediatamente coloquei a minha sobre a dele, e ele segurou em meus dedos com delicadeza. — Eu sei que as últimas semanas não foram fáceis. Tanta coisa aconteceu que sinceramente, nossa vida daria uma novela. — Rimos juntos, as lágrimas não cessando de meus olhos. — Apesar de tudo, nós continuamos juntos. Mesmo que eu tivesse tentado te afastar quando mais temia te machucar, você ficou do meu lado sem medo de me enfrentar. Pelo contrário, você até me deu um soco na cara para provar que eu estava errado em achar que não era bom o suficiente pra você. — Ele riu, acariciando meus dedos. — A questão é que graças a você eu entendi que pra continuar te amando, eu precisava melhorar. Se eu não melhorasse, eu não seria capaz de ficar com você, e acredite, eu não iria suportar ficar longe da minha garota. — Ele deixou a caixinha na toalha e pegou uma das alianças, a segurando com cuidado próximo da minha mão. — Eu quero viver ao seu lado, S/N. Eu quero ser a pessoa que te faz sorrir nos piores momentos, que comemora suas vitórias e que não pensa duas vezes antes de sacrificar algo por você. Eu te amo pra caralho, minha princesa.
O sorriso continuava estampado em meu rosto que já estava completamente molhado pelas lágrimas. Aquilo parecia um sonho, e eu olhava Eren buscando qualquer sinal de que ele era só uma ilusão. Mas não, aquilo estava mesmo acontecendo. Era real.
Eren estava mesmo de joelhos a minha frente, segurando uma aliança e se declarando para mim.
— Você não existe, pirralho. — Falo secando as lágrimas do meu rosto com a outra mão, me recompondo do choque. — Eu não tava mesmo esperando por isso.
— Eu sei. — Soltou uma risada fraca, sem desviar o olhar de mim. — Queria que fosse mesmo uma surpresa.
Respirei fundo, já mais calma. Voltei a encara-lo, ainda tão sorridente quanto antes.
— Eu também te amo pra caralho, meu príncipe. — Digo e na mesma hora, o vejo desviar o olhar com os lábios comprimidos. Ele sorria, limpando uma lágrima que havia escorrido de seus olhos.
— Nesse caso... — Eren volta a me encarar, seus olhos brilhando tão intensamente quanto as pedras preciosas da aliança em sua mão. — Você aceita ser minha rainha?
No mesmo segundo, assenti com a cabeça repetidas vezes, meu sorriso se alargando mais assim como o dele. A única coisa que eu queria agora, era poder chamá-lo oficialmente de meu.
— Sim, sim, sim! Mil vezes sim! — Respondo eufórica, sentindo as lágrimas voltarem a molhar minhas bochechas.
Eren imediatamente colocou a aliança em meu dedo com rapidez mas também com carinho, e assim que posta, ele deixou um beijo sobre ela em meu dedo. O garoto se ergueu da areia, e sem perder mais um segundo, segurou meu rosto e colou seus lábios aos meus.
Retribui o beijo no mesmo instante, abraçando seu corpo contra o meu e me deixando relaxar em seu aperto. Seu toque agora parecia mais intenso, tudo parecia mais intenso. Nossos corações batiam fortemente contra nossos peitos, tanto que durante o beijo, eu conseguia ouvir o ritmo acelerado deles batendo quase que em sincronia.
E pensar que só chegamos até aqui porque a um tempo atrás, esbarrei nele enquanto corria atrasada pela universidade. Eren estava certo quando disse que nossas vidas dariam uma boa novela.
Quando nos separamos, ficamos com nossas testas coladas. Ambos de olhos fechados, apenas aproveitando a companhia de nossos corpos abraçados. O misto de emoções tomava conta de nós, e eram todas tão fortes que nossa única reação era apenas sorrir sentindo o calor um do outro. Era como se fossemos um só desfrutando daquele sentimento gostoso de felicidade, e acima de tudo, amor.
Esse momento ficaria gravado em minha mente para sempre. Eu nunca me esqueceria de tudo que vivi aqui, das emoções que senti, do toque ou das palavras de Eren, que ficariam cravadas em meu coração pelo restante da eternidade.
Apesar dessa lembrança estar guardada a sete chaves em minha mente, eu queria poder viver nela pra sempre. Não queria nunca mais sair daqui, desse momento na história da minha vida. Gostaria de congelar o tempo nesse exato instante, onde sabia que ficaria para sempre segura e feliz nos braços do amor da minha vida.
Porém, tenho certeza que viver um dia de casa vez sabendo que esse dia realmente aconteceu, já é reconfortante o suficiente. Queria vivenciar o sentimento da saudade dessa lembrança, a emoção ao reviver essa memória diariamente como prova de que estou viva e sentindo amor.
— Eu te amo. — Digo finalmente abrindo os olhos, afastando nossos rostos para que eu pudesse admirar cada traço da feição de meu amado.
— Eu também te amo. Muito. — Ele responde com um sorriso pequeno, me encarando de volta na mesma intensidade.
— Nunca vou me esquecer desse dia. — Falo segurando suas mãos, entrelaçando nossos dedos.
— Não quis fazer algo muito elaborado, sabia que você gostaria mais se fosse algo simples. — Disse apontando com a cabeça para a toalha de piquenique, onde a caixinha ainda estava com a outra aliança.
— O significado por trás do gesto sempre vai ser o mais importante pra mim. — Falo me inclinando para pegar a caixinha de veludo, admirando por alguns segundos a aliança antes de pegá-la. — Só o fato de você ter feito tudo isso com amor e carinho já torna especial.
Ergo a mão de Eren, e com delicadeza, coloco a aliança em seu dedo. Ficaram ainda mais lindas lado a lado, em nossas mãos.
— Já tô vendo que vai ser difícil eu me superar então. — Ele diz, abraçando minha cintura e se aproximando mais uma vez de mim.
— Como assim? — Franzi o cenho, abraçando seu pescoço.
— Não vai ser fácil planejar a próxima surpresa. O que será que eu vou fazer no nosso aniversário de namoro? — Seu tom era brincalhão, e soltei uma risada ao ouvir aquilo.
— Eren, não faz tipo, nem dez minutos que começamos a namorar. — Ele ri, e pelos deuses, que risada gostosa. Eu nunca vou me cansar de ouvi-la todos os dias se for possível.
— E o que tem? Já tô planejando nosso futuro. O que será que eu vou fazer no pedido de casamento? — Solto uma gargalhada, e ele me acompanha, não conseguindo ficar sério com sua própria brincadeira.
— Certo, certo. Vamos deixar o futuro pra depois, ok? Agora eu só quero aproveitar essa brisa gostosa. — Digo apontando pro mar.
O sol já havia desaparecido no horizonte atrás da imensidão azul do mar, e a lua surgia no céu limpo e repleto de estrelas.
— Vamos até lá? — Eren apontou para a beira do mar.
Apenas assenti com a cabeça, um sorriso pequeno em meu rosto. Fomos juntos até aquela parte da areia, e logo uma pequena onda cobriu nossos pés. Andamos mais um pouco até que a água alcançasse nossos tornozelos, e ficamos ali, abraçados.
— Eu esqueci de te agradecer por uma coisa, princesa. — Eren diz, e volto meu olhar ao seu rosto.
Noto ele observar sutilmente um bando de gaivotas que planavam sobre o mar ao longe, acompanhando seu vôo até que elas sumissem de vista na paisagem mais uma vez.
— O quê? — Pergunto curiosa.
— Obrigado por me fazer sentir livre. — Eren me olha de volta com um sorriso largo.
Antes que eu pudesse dizer algo, ele se agacha rapidamente e joga água em mim. Imediatamente o olho em choque, com a boca aberta em um perfeito 'O'. Ele começa a rir, e sem perder tempo, eu faço o mesmo que ele, chutando água em sua direção.
E ali, enquanto jogávam água do mar um no outro e corríam pela areia aos risos altos que ecoavam pela praia, os dois se deram conta que nunca mais ficariam presos na solidão de seus próprios sentimentos reprimidos, e que agora, tinham não só um ao outro para se amarem, mas também um grupo de pessoas que nunca mais sairiam de seus lados.
Você finalmente tinha encontrado seu príncipe e Eren, sua princesa.
FIM.
︵‿︵‿︵‿︵
É isso, Or Nah acabou!
Enquanto eu revisava o capítulo percebi que o pedido que era pra ser de namoro ficou parecendo mais um pedido de casamento KKKKKKKKKKK
Mas sinceramente não via o Eren fazendo de outro jeito além desse
Mas bem, esse pode ter sido o último capítulo, mas não se preocupem que eu ainda vou postar um extra! Não sei quando, mas saibam que já comecei a escrever ele e realmente não pretendo demorar pra postar, já que não vai ser tão longo
De qualquer forma, ainda não é o fim realmente kk
Mas, ainda quero agradecer de coração a todos que acompanharam a obra e surtaram junto comigo durante cada capítulo. Obviamente nem todos que começaram o primeiro capítulo chegaram até aqui, porém não deixo de agradecer a cada um por ter dado uma chance a essa fanfic. E, aos que realmente ficaram durante os últimos dois anos, leram cada capítulo, me apoiaram e engajaram a fic com comentários e votos: vocês sempre vão ocupar um lugarzinho especial no meu coração <3
Como eu disse no começo ainda vou fazer um capítulo especialmente de agradecimentos depois, onde vou falar mais sobre a fic, meu ponto de vista sobre ela, algumas curiosidades, inspirações, etc. Inclusive adoraria bater um papinho com vocês nos comentários quando postar. Mas por agora, vocês podem falar comigo no Instagram, já que assim que postar esse capítulo, vou abrir uma caixinha de perguntas lá, fora que vocês estão livres para me mandar mensagens na dm! Meu user é o mesmo que o daqui (arcviste)
Espero ver vocês no capítulo extra e de agradecimentos!
Enfim, desculpem qualquer erro e espero que tenham gostado!
Até o próximo capítulo♡
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