20 ー Moletom.

Esse capítulo é angst. Vai focar bastante no que o Eren tá sentindo, e talvez possa ser desconfortável. Não leia se esse tipo de conteúdo te faz mal.

Primeiro capítulo narrado em terceira pessoa, desculpem se ficou ruim ://

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3rd person POV

Depois da discussão que tiveram, Eren havia ido ao próprio quarto e agora procurava em sua gaveta pela única coisa que achou que o faria tirar o que havia acabado de acontecer de sua cabeça.

Depois de passar a noite na casa de Zeke, Armin apareceu lá pela manhã e Eren contou o que tinha acontecido e a decisão que havia tomado em relação a você. Quis que Armin não contasse a ninguém sobre aquilo, e o loiro respeitou a decisão do amigo pois sabia que o moreno odiava aquele problema que tinha. Além do mais, Eren não gostaria que mais ninguém fora o melhor amigo soubesse que aquilo havia acontecido de novo.

Ele planejava chegar na universidade durante a noite, mas Zeke tinha que voltar pra casa e o moreno não queria ficar no mesmo ambiente que o meio-irmão, então foi obrigado a voltar mais cedo e infelizmente se deparou com você, quem ele queria evitar ao máximo pois sabia que algo ruim poderia acontecer. E bem, aconteceu.

Acabou não achando seu maço ali, mas logo um flash veio em sua cabeça. Já sentindo o aperto no peito, se virou e foi até sua escrivaninha, vendo o baseado que ele havia enrolado pra vocês no dia anterior, em que tiveram um "dia de beleza" e fumaram enquanto você arrumava o cabelo do moreno.

Com angústia, pegou o baseado na mão e o encarou, repassando o que havia acontecido a alguns minutos atrás e se xingando sem parar enquanto desejava que tudo aquilo não tivesse passado de um pesadelo e que a qualquer momento você iria aparecer ali e vocês dois iriam fumar juntos enquanto riam de besteiras que ele faria, apenas pra te ver sorrir.

Pegou seu isqueiro, acendendo o cigarro e dando uma longa tragada. Suspirou indo até a porta e se escorando ali, escorregando até que estivesse sentado no chão com a cabeça pra trás, soltando a fumaça pro alto.

Naquele momento, ele se odiava. Mais do que nunca.

Mesmo sabendo que seria necessário te machucar um pouco pra você não se machucar ainda mais futuramente, Eren nunca deixaria de se sentir desprezível por ter te feito chorar com aquelas palavras abomináveis. Assim que ele havia notado seus olhos marejarem durante aquela discussão, sentiu seu coração se quebrar mais ainda.

Mesmo enquanto ele dizia palavras horríveis a você, você ainda tentava se aproximar dele, perguntando o que tinha acontecido enquanto mantinha aquele olhar preocupado e gentil no rosto, o fazendo quase ceder. Você era boa demais pra ele, ele não te merecia.

Quando ele havia dito que você era "restos do que o Jean comeu" ele sentiu vontade de vomitar de tanto nojo de si mesmo. Sabia que tinha pegado pesado demais, ido mais longe do que deveria, mas naquele momento ele estava tão desesperado em querer te manter afastada que aquela frase horrenda acabou saindo de sua boca, e agora o arrependimento o corroía. Ele tinha vontade de se desculpar, ajoelhar aos seus pés e pedir seu perdão mesmo não o merecendo, mas ele não podia fazer isso.

Entretanto, agora que ele havia feito isso, você se afastaria e estaria segura, longe dele. Foi dolorido, porém necessário.

Com aquela discussão ele queria provar pra você que era alguém que não deveria se manter por perto. Alguém que machucaria as pessoas, até as que ama. E ele não queria de forma alguma que você fosse uma delas.

Ele também soube sobre o que havia acontecido com Jean, e se perguntou se você estava bem com aquilo. Ele queria estar ao seu lado e te abraçar caso precisasse, mas era impossível, então apenas desejou que você estivesse bem e que seus amigos a ajudassem caso precisasse.

Notando que o baseado já havia acabado, suspirou. Porém por algum motivo, ele não estava relaxado como deveria estar. Sentiu como se não tivesse tido efeito algum em seu corpo, e isso o deixou frustrado.

— Porra... Vou precisar de mais. — Eren diz a si mesmo, pegando seu celular do bolso pra mandar mensagem ao cara que vendia a ele.

Havia desligado o celular ontem para que não recebesse nenhuma ligação, então assim que ligou o aparelho, dezenas de notificações apareceram em sua tela. Porém a única coisa em que seus olhos estavam focados era o papel de parede, a foto que vocês haviam tirado ontem com as toucas e máscara facial. Ver sua expressão alegre naquela foto fez Eren se detestar ainda mais — se é que isso era possível — ao lembrar de que havia a feito chorar a alguns minutos atrás.

Seu peito doeu, o ar em seus pulmões começava a faltar, seus olhos marejados e vermelhos soltavam lágrimas pesadas carregadas de angústia.

— Eu sou um idiota... — Disse colocando o celular contra o peito enquanto sua imagem sorridente estava em sua mente.

Hoje ele precisaria de bem mais que só um baseado pra se acalmar.

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Durante o resto da semana, Eren tentou ao máximo manter a cabeça longe de você. Você ir atrás dele na universidade deixava o garoto extremamente mal, pois era obrigado a te evitar. Ele se perguntava o porquê de você ainda tentar falar com ele, mesmo depois daquilo.

Eren ainda sentia desgosto de si mesmo todos os dias. Mesmo que já houvesse se passado dias, ele nunca, nunca, vai deixar de se sentir horrível por ter te dito aquelas merdas e te feito chorar.

Naquele dia da discussão, enquanto observava a foto de vocês dois, havia tido outra crise. Porém por sorte Armin chegou ao quarto e ajudou o amigo antes que pudesse piorar. Naquela tarde, Armin ficou com Eren o tempo inteiro, tentou o fazer se abrir consigo mas não conseguiu tirar nada do moreno. Entretanto ao cair da noite o loiro não foi capaz de impedir que o amigo fosse comprar mais daquela droga que o trazia tanto alívio. Acabou tendo que o ver fumar vários cigarros naquela noite até que ele conseguisse finalmente dormir.

Sempre que se sentia ansioso — o que era praticamente o tempo todo — ele fumava. Ele sabia que não faria bem pra si mesmo fumar tanto, porém a paz momentânea era a única coisa que o impedia de ficar pior.

As brigas que arrumou foram a gota d'água para seus amigos, que passaram a ficar extremamente preocupados com o comportamento e bem-estar do garoto, mas não importava o quanto o questionassem, ele não falaria nada. Não queria os atrapalhar com seus problemas, queria lidar com aquilo sozinho.

Agora, é noite de sábado e ele se arrumava pra ir a uma festa de última hora. Havia sido convidado por um garoto aleatório de sua turma e ele não recusaria por nada. Queria beber, se distrair.

Revirava sua cômoda a procura de uma jaqueta, porém não achava nenhuma. Não se importava em fazer bagunça, já que estava sozinho. Armin havia ido dormir na casa de Annie e tirou proveito disso pra que pudesse sair sem ser questionado pelo amigo.

Armin era o único que sabia de tudo, e o que mais mostrava preocupação, mas Eren apenas dizia que estava tudo bem. Não queria ser um estorvo pro amigo então não quis contar realmente como se sentia. Não era importante de qualquer forma. O que importava era você estar bem, e mesmo que você estando afastada dele o machucasse, ele não ligava. Era pro seu bem.

Foi tirando todas as peças da cômoda e as colocando na cama, pensando que acharia a peça que procurava no fundo da gaveta. Porém, ele acabou vendo algo que não esperava.

Ele havia achado o moletom que você havia emprestado a ele no dia em que voltavam da casa de Annie.

Mesmo depois de ter lavado o moletom pra te devolver, seu cheiro havia continuado nele, o que fez o moreno se recusar a te devolver. Se você não se lembrou de pegar de volta, por que ele deveria devolver? Porém acabou que ele próprio havia esquecido daquele moletom, mesmo que tivesse se viciado no seu cheiro que nele ainda tinha.

Pegou a peça com cuidado, como se fosse a coisa mais delicada do mundo. Sorriu enquanto sentia seu cheiro, agora fraco, ser exalado pelo tecido.

Ele sentia sua falta.

Sentia falta de você, do seu cheiro, do seu toque, da sua presença que o fazia alegre, dos seus olhos que viam a alma do garoto através das orbes esmeralda, e porra, seu sorriso. Como ele queria te ver sorrindo, rindo por algo bobo que ele fizesse ou dissesse.

Se perguntava como alguém que havia chegado em sua vida tão rápido tinha mudado tudo em tão pouco tempo. Ao seu lado ele se sentia tão bem. O moreno não achou que algum dia conheceria alguém tão incrível quanto você, que o fizesse se sentir tão bem consigo mesmo.

Mas agora, o que lhe restava eram as poucas porém maravilhosas memórias que teve com você.

Suspirando ao se lembrar de uma pequena memória, pegou o celular do bolso e abriu a galeria.

Você não sabia, mas assim como você ele havia tirado uma foto sua enquanto dormia no dia em que foram a casa de Annie.

Depois de vocês dois terem dormido em frente a sacado e perante a luz da lua, Eren acordou pouco tempo depois com a queda de temperatura graças ao horário. Ele te levantou com cuidado não querendo te acordar e a colocou sobre a cama com delicadeza. Depois de fechar as cortinas da sacada, ele se deitou ao seu lado na cama e os cobriu. Ele planejava se manter um pouco afastado já que não sabia se você gostaria que dormissem agarrados, porém antes que ele pudesse se virar na cama você colocou seu braço e perna sobre ele, o prendendo ali. Depois de uma discussão interna ele optou por não te acordar e aproveitou a situação pra tirar uma foto sua já que te achou extremamente fofa enquanto dormia com a cabeça na curvatura de seu pescoço. A foto não mostra muito seu rosto, mas o fazia recordar de cada detalhe seu que viu aquela noite e isso já era o suficiente pra ele.

Porra, como ele queria estar com você agora.

Ele nem imaginava que naquele momento você também encarava uma foto dele, desejando estar ao lado do garoto tanto quanto ele queria estar ao seu.

Seus pensamentos foram interrompidos pela notificação avisando que o táxi que havia pedido já havia chego. Com um sorriso triste, guardou o moletom de volta na gaveta e pegou a jaqueta que finalmente havia achado, a vestindo e saindo do quarto, não demorando em chegar a tal festa.

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Eren abriu a porta do quarto com dificuldade, tentando não fazer tanto barulho já que era madrugada. Cambaleou para dentro do mesmo, fechando a porta enquanto procurava pelo interruptor na parede. Quando finalmente conseguiu o achar, acendeu a luz e tomou um susto ao ver Armin sentado em sua cama, com os braços apoiados nos joelhos enquanto encarava o chão.

— Armin? O que você tá fazendo aqui? — Disse estranhando a presença do amigo. — Achei que voltaria da casa da Annie de noite.

— Eu ia. Mas acabei ficando preocupado com você e Annie me convenceu a voltar e ficar contigo. — O loiro disse sem tirar os olhos dos próprios pés. — Mas quando voltei, você não estava aqui. Onde estava Eren?

— Numa festa. — O de olhos verdes respondeu simples, adentrando o quarto ainda mais e tirando a jaqueta que usava. Não estava afim de conversar e nem encarar o amigo agora.

Armin então moveu o olhar ao mais alto pela primeira vez, temendo o que veria. E como esperado, ele estava do jeito que imaginou. Machucados no rosto, olheiras mais profundos que antes, pele pálida, olhos vermelhos. Ele havia sentido o cheiro forte de álcool e maconha assim que Eren havia entrado ali, mas ele ainda tinha uma ponta de esperança de que ele não fosse estar tão mal assim.

— Porra Eren, olha pra você. — O loiro se levantou da cama indo até o amigo que havia se apoiado na escrivaninha, ao fraquejar e quase cair no chão. — O que você tomou? Quantos fumou?

Armin encostou na testa do moreno, e imediatamente viu que ele estava com febre. Ele suava frio, e viu que suas mãos tremiam levemente. Com um suspiro, pegou na mão do amigo e o levou até o banheiro, o fazendo se sentar no vaso. O de olhos esverdeados não contestou, estava esgotado demais pra isso.

— Responda minha pergunta Eren. — O loiro disse enquanto molhava uma toalha na pia. Tirou o excesso de água da mesma e foi até o moreno, passando a toalha por seu rosto com cuidado devido às feridas. — Não vou nem perguntar sobre esses machucados.

— Se eu te disser tudo o que fiz você vai se decepcionar, você é o único que tá sempre do meu lado então não quero que isso aconteça. — Eren disse fechando os olhos, a luz do banheiro começou a irritar sua vista e piorar sua dor de cabeça.

— Eu só estou bravo. — Respondeu com um suspiro, deixando a toalha na testa do amigo e voltando a pia, desta vez procurando no armário da mesma por um remédio que pudesse ajudar o moreno. — Estou bravo desde que você começou a se destruir.

Pegou uma cartela de comprimidos e destacou uma das pílulas, indo ao quarto rapidamente pra pegar uma garrafa de água. Deu ambos a Eren, que tomou de imediato. Um silêncio dominou o ambiente, enquanto Armin se mantinha encostado na pia observando o amigo tomar toda a água da garrafa.

— Por que está fazendo isso Eren? — Seu tom que antes era sério agora estava preocupado. — Por que tá acabando consigo mesmo?

Não houve resposta. O moreno se manteve calado, de olhos fechados.

— Ere... — O mais baixo foi interrompido.

— Me deixe sozinho. Por favor.

Sua voz soou fraca, mas Armin conseguiu entender o que ele havia dito. Decidiu deixar o amigo, sabia que tentar conversar com ele agora não daria em nada.

Armin fechou a porta do banheiro e foi até a própria cama, se sentando e encostando a cabeça na parede com um suspiro longo e cansado. Mais do que qualquer outra pessoa, o loiro odiava ver Eren naquele estado. Ver o melhor amigo tão mal assim o machucava.

Eren passou o restante da madrugada no banheiro, colocando toda aquela toxicidade que havia ingerido pra fora. Armin o tempo todo batia na porta e perguntava se estava bem, obtendo apenas murmúrios de confirmação. Em certo momento o moreno voltou pro quarto, se sentindo completamente fraco e cansado. Se jogou em sua cama de qualquer jeito e dormiu rapidamente.

Armin foi até o amigo, tirou seus sapatos e o ajeitou na cama, o cobrindo depois de verificar sua temperatura. O loiro não conseguiu dormir, então apenas se manteve atento a Eren em caso dele começar a passar mal novamente. Não seria a primeira vez que o loiro passaria uma madrugada em claro preocupado com o amigo. Armin sempre esteve com Eren em suas crises, sempre o ajudou e ficou ao seu lado até que ele estivesse bem, então ele já havia se acostumado. Porém, esse novo estado de Eren o deixava mais aflito que o normal.


Mais tarde, Eren acordou com um mal-estar enorme. Não se lembrava de nada que havia acontecido naquela madrugada, então ficou confuso ao ver Armin ali. Porém não teve tempo de se questionar sobre aquilo, já que Armin começou a lhe perguntar se estava bem e a verificar sua temperatura e aparência.

— Você exagerou ontem. — Disse o loiro se sentando ao seu lado. Estava aliviado pelo amigo ter acordado melhor.

— Eu sei... — Disse ao ter flashs de tudo que fez ontem na festa que havia ido. Mas ainda não se recordava de nada que tinha acontecido depois da festa acabar.

— Eu estou realmente preocupado com você. Sua aparência tá horrível, tenho certeza que não tá comendo direito, mal fala comigo e nossos amigos e continua fumando aquela merda mais do que deveria. Porra Eren, eu sou seu melhor amigo, fala comigo! — Armin disse num tom desesperado.

Os olhos azuis do loiro começaram a marejar, e Eren se sentiu horrível, mais uma vez, por fazer alguém que ele ama chorar.

— Desculpa. — Foi a única coisa que conseguiu dizer.

— É só isso que tem a me dizer...? — Disse o mais baixo. O moreno se manteve calado e de cabeça baixa, não querendo encarar o amigo.

O loiro limpou os olhos antes que alguma lágrima escorresse e levantou da cama, indo até a janela e respirando fundo o ar puro que entrava por ela. Estava cansado. Acabou ficando tão imerso ali, que mal percebeu a movimentação de Eren pelo quarto, que trocava de roupas depois de ter ido ao banheiro.

— Vou sair. Não precisa se preocupar, vou só... Tomar ar puro. — Eren disse, não esperando uma resposta do amigo antes de ir embora.

Armin continuou ali na janela, cogitando se deveria ou não fazer o que pensava ser o "certo". Porém seu desespero e preocupação com Eren aumentavam cada vez mais, então não demorou até que já tivesse pego seu celular e começasse a discar um número.

— S/N. — Você ouve a voz do loiro do outro lado da ligação.

Armin? Por que está me ligando? — Você perguntou intrigada. Armin nunca havia a ligado.

— Quero que vá a um lugar. — Disse simples. Antes que você pudesse contestar, ele continua. — A praia mais próxima daqui. — Ele conhecia Eren bem o suficiente pra saber aonde ele iria.

Por que?

— É sobre Eren. Por favor, vá. — Disse, e logo em seguida encerrou a ligação.

Armin sabia que você não era a solução, que o que Eren estava passando era algo que ele tinha que resolver consigo mesmo, mas ele sabia que você conseguiria ajudá-lo nisso.

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Meo eu tive que apagar uma parte do capítulo pq se não ia ficar muito pesado--

Eu sei que só ta tendo tristeza mas eu juro que logo logo tudo vai melhorar 😔🤚🏻

Vim lembrar vocês de me seguir no Twitter e ir ler minha fic do Levi! Postei capítulo dela ontem e talvez vocês possam gostar 👉🏻👈🏻

Eren: Se eu te disser tudo o que fiz você vai se decepcionar, você é o único que tá sempre do meu lado então não quero que isso aconteça.
Eu:

Enfim, desculpem qualquer erro e espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo♡

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