3.4
Acordou com o som irritante do celular do homem de cabelos acinzentados se fazendo presente por entre o quarto, resmungou de maneira preguiçosa se escondendo mais contra os cobertores felpudos que protegiam seu corpo do outono rígido; um murmúrio manhoso escapou de seus lábios enquanto encolhia o corpo abraçando o corpo do homem contra o seu ainda de olhos fechados o escutando respirar fundo lhe abraçando de volta. Estavam na casa de praia mais uma vez, passava mais tempo ali do que na própria casa, estavam pensando seriamente em migrar suas coisas definitivamente para a casa de dois andares, afinal, a Alteza Leopoldina também havia pego uma certa dependência do Lord Pauvre, havia realmente o adotado como se fosse seu próprio filhote.
— Kou, seu celular.
Murmurou com a voz fraca de sono abrindo os olhos devagar sentindo os raios claros da manhã se fazendo presentes por entre as aberturas mínimas da cortina, sentia sua derme suavemente morna, talvez fosse de sono mas seu corpo inteiro parecia tremer suavemente, Koutarou resmungou baixinho levantando o rosto devagar entreabrindo os olhos amarelos esticando a mão em direção a cômoda pegando o próprio celular o atendendo de modo mau humorado.
— Quem é? Não são nem sete horas.... Ah, Kita? Bom dia aconteceu alguma coisa? — ele murmurou mudando o tom de voz quase que imediatamente, você se sentou de uma vez no acolchoado fitando o homem de modo curioso esperando que ele dissesse as próximas palavras. Koutarou levou o olhar para um canto qualquer do quarto o fitando de maneira concentrada, ficou daquele modo por alguns segundos antes de entreabrir os lábios, sorriu de imediato — Claro, sim... Akaashi te contou, certo? Estou melhor... sim, chego em alguns minutos então, obrigado, até mais.
O acinzentado disse por fim antes de encerrar a chamada deixando o celular sobre a cômoda novamente, jogou o corpo sobre o seu lhe prendendo contra o acolchoado, você chiou de modo assustado sentindo o ar sumir de seus pulmões, deixou alguns tapinhas contra o peitoral do homem pedindo silenciosamente para que ele se afastasse ou você morreria de hipóxia ali mesmo. O homem levantou o corpo pouco a pouco lhe fitando por baixo dele, sorriu curto antes de correr os olhos amarelos por seu rosto, admirando sua feição ainda sonolenta e os cabelos bagunçados, você sorriu de modo preguiçoso se remexendo sobre o acolchoado.
— Aconteceu alguma coisa boa?
Indagou por entre um sussurro falho que arranhou suavemente sua garganta, Koutarou concordou com a cabeça devagar aproximando o rosto do seu tocando seus narizes com delicadeza antes de deixar um selar suave contra sua testa, já que o acinzentado sabia que você simplesmente odiava beija-lo nos lábios no momento em que acordavam, era algo horrível para você, se sentia péssima e sempre acabava chorando dizendo que sua boca estava com um gosto ruim e ele tinha que acalma-la como sempre.
— Meu tempo afastado do corpo de bombeiros acabou, gatinha, pediram para que eu voltasse hoje.
Você arregalou os olhos suavemente ao escutar as palavras do namorado, riu baixinho antes de passar os braços ao redor do pescoço do homem o abraçando com força o puxando para mais perto, esfregou a pontinha do nariz contra a bochecha do mais velho arrancando um riso alto dos lábios do homem que lhe abraçou de volta com força girando seus corpos sobre o acolchoado fazendo com que você ficasse sobre ele, sorriu de maneira divertida arrumando o corpo sobre o dele correndo os olhos pelas feições do namorado, entreabriu os lábios.
— Parabéns, Kou, estou orgulhosa de verdade, vai agora?
— Uhum, temos algumas reuniões agora pela manhã e vamos fazer um reconhecimento na cidade também, te mantenho informada.
— Certo.
— Se precisar de qualquer coisa me ligue, posso fazer a compra da semana no mercado se você estiver cansada.
— Certo.
— Posso trazer pizza para a janta também.
— Certo.
— Estou indo, amo você.
— Certo — respondeu novamente, Koutarou fez uma expressão mau humorada de imediato, você riu alto concordando com a cabeça por fim, curvou o corpo sobre o dele que estava abaixo do seu deixando um selar suave contra a bochecha macia do mais velho, aproximou os lábios do ouvido dele sussurrando como se fosse uma espécie de segredo para que apenas ele e unicamente ele escutasse — Também amo você, seu bobo.
— Não sou bobo.
— Claro que é
— Hum, só um pouquinho talvez.
Você arqueou uma das sobrancelhas de modo incrédulo negando com a cabeça devagar, um sorriso irritante cresceu no canto de seus lábios.
— Koutarou, pelo amor de deus, você gosta de caminhões assassinos.
— Você que não sabe ler a arte desse filme, (Nome), é incrível.
Franziu o cenho de maneira confusa piscando diversas vezes na tentativa de entender de onde que Koutarou havia tirado a ideia de que aquele filme era incrível.
— Caminhões possuídos por fantasmas demoníacos que querem matar pedestres inocentes e acidentalmente atropelam um padre guerreiro é algo incrível?
Indagou rindo, Bokuto piscou como se fosse óbvio, concordou com a cabeça diversas vezes.
— Óbvio que sim! O padre guerreiro exterminou todos os caminhões assassinos com sua força absurda — ele disse franzindo o cenho, correu os olhos amarelos por seu rosto, você não conseguiu conter o próprio riso —, você não sabe apreciar um bom filme, gatinha.
— Kou, você é muito estranho.
Ele sorriu ao ouvir suas palavras, aproximou o rosto do seu deixando um selar suave contra a pontinha de seu nariz.
— Você gosta.
— Só um pouquinho.
Sussurrou de volta, o homem sorriu deixando um último selar suave contra seu rosto antes de deslizar o corpo para fora da cama em direção ao banheiro, você suspirou pesadamente se encolhendo contra os cobertores aconchegando o corpo contra o acolchoado, fechou os olhos por fim na tentativa de voltar a dormir.
🌾
Deslizou os pés pelo chão amadeirado da casa de praia, possuía uma taça de vinho em sua destra enquanto andava pelos corredores extensos, naquele momento se sentia como uma completa viúva que "acidentalmente" perdeu o marido idoso e agora usufruía de toda a fortuna que ele havia deixado para trás; a casa sempre ficava silenciosa demais quando Bokuto não estava, suspirou enquanto retirava o próprio celular do bolso do roupão de seda preta que roubou do namorado, sorriu ao ver o nome do contato o atendendo de uma vez vendo a chamada de vídeo, não demorou muito para que os cabelos loiros se fizessem presentes na tela do celular.
— Oi, bae.
Ele disse de maneira animada, você riu baixinho antes de correr até a sala de leitura da casa de praia jogando seu corpo sobre o sofá avermelhado segurando o celular sobre o próprio rosto.
— O que você quer, Atsumu? Quase nunca ma liga de chamada se vídeo.
— Seja pelo menos um pouco carinhosa comigo, (Nome), você é muito bruta, credo — ele murmurou antes de revirar os olhos, suspirou pesadamente antes de olhar para o lado como se alguém estivesse passando ao lado dele, sorriu quase que de imediato voltando a atenção para a tela do celular, você franziu o cenho de maneira desconfiada criando um bico em lábios, ele suspirou —, na verdade preciso te contar uma coisa.
Você piscou devagar, prensou os lábios antes de concordar com a cabeça devagar correndo os olhos pela tela, respirou fundo sentindo seu estômago se revirar por completo, quase como se estivesse esperando para que ele abrisse o bico a meses.
— Pode falar.
Atsumu respirou trêmulo e de modo nervoso, segurou mais forte o celular em mãos antes de virar o aparelho um pouco para o lado deixando outra figura a vista, você cerrou os olhos na tentativa de enxergar melhor se detendo com um homem de cabelos escuros que possuía uma expressão mau humorada no rosto.
— Estou namorando, o nome dele é Sakusa, ele mora em Tóquio, veio esse final de semana passar um tempo comigo.
Você entreabriu os lábios simplesmente incrédula demais que ele estava tão focado em esconder uma informação daquela, simplesmente um namoro, faria questão de o matar com as próprias mãos quando o visse, correu os olhos pelo o homem de cabelos escuros que parecia que socaria a primeira pessoa que se aproximasse.
— Sakusa, tem certeza de que está com ele por livre e espontânea vontade? Se ele tiver te sequestrado me avise que eu notifico a polícia, sim?
Murmurou de maneira séria, o homem de cabelos escuros suspirou pesadamente antes de concordar com a cabeça devagar cruzando os braços sobre o abdômen.
— Por favor.
Levou uma almofadada no rosto logo em seguida de um Atsumu completamente possesso, você não conseguiu conter o próprio riso, jogou a cabeça para trás antes de levar a taça com o líquido avermelhado até os próprios lábios bebericando com cuidado.
— (Nome), pelo menos finja que meu namoro com um homem é algo importante!
— Por que? Você não me parabenizou quando eu comecei a namorar o Bokuto, ele é um homem até onde eu sei.
— Claro que não, sua idiota, ele é um caminhão assassino.
Você não conseguiu conter a própria risada ao escutar as palavras do melhor amigo, sentia sua barriga se contrair de modo dolorido e o ar lhe faltar; cumprimentou Sakusa com mais calma quando conseguiu parar de rir e se despediu dos dois deixando que ficassem a sós, os parabenizou por fim antes de desligar a chamada.
Deixou a taça vazia sobre uma mesa de centro que estava na sala de leitura, volteou a atenção para o celular entrando no editor de vídeos cuidando do novo filme que estava produzindo da Alteza Leopoldina, dessa vez a participação do Lord Pauvre tambémse fazia presente, estavam reencenando o filme "A Noviça Rebelde" realmente haviam muitas fantasias para gatos na internet, ficava até assustada com a quantidade absurda. Uma mensagem apareceu na barra de notificações, clicou nela rapidamente.
[O moço que quer a fantasia de gato]
>>>gatinha, o corpo de bombeiros está fazendo um churrasco, todos estão trazendo as namoradas.
>>>vem por favor, não quero parecer encalhado.
Não conseguiu conter a própria risada ao ler a mensagem do namorado, deslizou os dedos sobre a tela digitando rapidamente.
[você]
certo<<<
[O moço que quer a fantasia de gato]
>>>céus, pare de falar tanto "certo"
[você]
certo<<<
[O moço que quer a fantasia de gato]
>>> (Nome), eu vou te bater
>>> brincadeira, amor
>>> vou jogar uma barata em você
Você fez uma careta quase que de imediato, ligou para o homem rapidamente deixando o celular contra o ouvindo escutando o som da chamada do outro lado da linha, não demorou muito para que ele atendesse.
— Prefiro que bata em mim do que jogar uma barata.
— Então pare de falar tanto "Certo", onde você aprendeu isso?
— Não fale desse jeito, até parece que sou uma criança que aprendeu um palavrão — murmurou rindo, desviou o olhar para o teto amadeirado —, que horas eu tenho que chegar?
O homem de cabelos acinzentados ficou em silêncio por alguns segundos de modo pensativo antes de entreabrir os lábios devagar.
— Você consegue se arrumar em uns quinze minutos? Se agasalhe direitinho, está bem? Não quero que fique doente, pode usar meus casacos se quiser.
— Nossos casacos.
— Eu deixo você usar nossos casacos, gatinha.
— Eu também deixo você usar nosso casacos, Kou.
Murmurou com a voz baixa, o homem riu baixinho do outro lado da linha, você sorriu quase que de imediato.
— Que namorada caridosa eu tenho — balbuciou em um sussurro que fez os pelos de sua nuca se arrepiarem suavemente, engoliu em seco —, podemos jantar fora depois se quiser.
— Koutarou, estamos indo em um churrasco e você já está pensando na janta?
Murmurou por entre o riso, mesmo que não pudesse ver o rosto do namorado sabia que ele estava revirando os olhos naquele exato momento.
— Só não quero que minha menina passe fome.
— É impossível sua menina passar fome perto de você, Kou, você cuida melhor da minha alimentação do que eu mesma.
— É que minha menina é meio bagunçada, sabe? Eu preciso ter certeza que ela está sendo bem cuidada — ele sussurrou, você sorriu de maneira boba sentindo as pontinhas de seus dedos das mãos dormentes —, amo muito ela... mas diga pra ela que só a amo um pouquinho de nada, não quero que ela se sinta convencida.
Você riu baixinho antes de assentir mesmo que soubesse que ele não poderia lhe ver.
— Kou, eu amo você, só um pouquinho.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top