2.5
Uma semana havia se passado desde o dia em que você e Bokuto inventaram para Aiko sobre o casamento falso que aconteceria na praia rente a casa de dois andares do homem de cabelos acinzentados, mesmo que não fosse de verdade não conseguia não estar nervosa, sentia que as pontas de seus dedos estavam dormentes, quase como se toda o seu sangue houvesse estancado bem ali; respirou fundo enquanto encarava o seu corpo de frente para o espelho enorme que ficava no quarto de hóspedes da casa de Koutarou, o homem estava no principal se arrumando com a ajuda de Atsumu já que Aiko proibiu terminantemente que vocês se vissem antes da "cerimônia".
— Onde arrumou esse vestido? Acho que é muito simples para um casamento.
Sugawara murmurou em tom de brincadeira por trás de você, vestia uma túnica preta, havia sido uma surpresa para o seu ex-colega de trabalho quando você simplesmente mandou uma mensagem implorando para que ele fingisse ser um padre já que ele continuava em Hateruma, sabia que o homem já havia interpretado o papel de um pastor em uma das peças que participou, seria de grande ajuda, queriam que aquilo fosse o mais real possível para a garota.
Correu os olhos até Sugawara antes de rir baixinho pousando as mãos sobre a cintura ficando de frente para ele, tinha um vestido cor de creme e longo sobre o seu corpo, mangas brancas e transparentes que chegavam até seus pulsos e uma fileira de botões esbranquiçados na parte da frente do vestido, Atsumu havia encontrado em um bazar a dois dias atrás, dava para o gasto; você suspirou pesadamente enquanto arrumava o penteado bem feito que seu melhor amigo havia feito em seu cabelo antes de tomar conta de Koutarou.
— Eu sou uma pessoa simples, Suga — disse de maneira divertida arrancando um rolar dos olhos castanhos do homem que cruzou os braços sobre o abdômen, você entreabriu os lábios antes de respirar fundo —, tem certeza que está tudo bem fazendo isso? Eu... queria me desculpar mais uma vez pelo Osamu ter te arrastado pra esse fim de mundo.
— Não precisa se desculpar, gosto de Hateruma, é um lugar agradável e obrigado por ter me convidado para ser o padre... você fica muito linda de noiva.
Ele disse de maneira gentil arrancando um risinho tímido de seus lábios, concordou com a cabeça devagar, não demorou muito para que a porta do quarto se abrisse dando lugar ao homem de cabelos loiros que fez um gesto para que você se apressasse, assentiu antes de respirar fundo deixando o quarto em passos rápidos sendo seguida por Sugawara, desceram os degraus em direção do primeiro andar se detendo com a porta principal aberta, sorriu fraco ao sentir os olhos extremamente azuis da garota sobre você, ela arfou baixinho antes de pousar as mãos sobre as bochechas de modo surpreso.
— (Nome), você tá linda! Olha, fiz pra você — ela disse mostrando uma coroa com flores brancas logo recebendo um olhar feio de Atsumu, bufou irritada antes de revirar os olhos, deu de ombros —, o Atsumu ajudou um pouco.
— Eu fiz tudo sozinho, garota.
Seu melhor amigo murmurou de maneira petulante antes de cruzar os braços, o Miya loiro nunca havia sido uma das melhores pessoas para lidar com crianças, era tão infantil quanto. Aiko fechou a cara em uma feição de poucos amigos, negou com a cabeça devagar volteando os olhos azuis em sua direção abrindo um sorriso delicado em lábios.
— Ele tá mentindo, (Nome), abaixe um pouquinho — disse com a voz suave arrancando um riso baixo de seus lábios, assentiu se abaixando até ficar da altura da garota a vendo elevar os braços com cuidado deixando a tiara sobre o topo de sua cabeça, ela sorriu afastando as mãos devagar, correu os olhos sobre seu rosto —, ficou linda, quero ser linda igual você quando eu crescer.
Aiko disse fazendo com que você arregalasse os olhos suavemente sentindo suas bochechas queimarem de leve, piscou devagar antes de soltar um riso baixo por entre seus lábios, negou com a cabeça devagar.
— Você já é linda, Aiko.
— Mas eu sou muito fina, as outras crianças dizem que pareço um bicho-pau.
Você franziu o cenho de maneira irritada ao escutar as palavras da menina, simplesmente odiava bullying, não importava se vinha de crianças ou adolescentes, unicamente odiava.
— É mentira deles, você é linda, me avise se mais alguém disser algo do tipo, está bem? Se nevar esse ano eu vou jogar uma bola de neve gigantesca sobre eles.
Disse tentando soar séria arrancando um riso baixo dos lábios da garota que apenas sorriu de canto a canto concordando com a cabeça por fim, não demorou muito para que você se levantasse novamente andando até a porta principal da casa saindo pela mesma, desceu os degraus de concreto tocando a areia fina e gelada da praia com as pontas de seus pés descalços causando um arrepio suave que tomou conta de todo o seu corpo, olhou ao redor se detendo com Koutarou mais ao longe que vestia um terno que parecia apertado demais nele, ria de maneira alta de algo que Kuroo havia dito, algumas toalhas no chão onde os seus pouquíssimos convidados se encontravam sentados, não havia chamado Osamu, não estava pronta para ver ele ainda e Atsumu com certeza sabia daquilo.
Kita e Nana estavam sentados em uma das toalhas, a mulher de certa idade estava completamente agasalhada para que não acabasse por pegar um resfriado, tinha um sorriso suave em lábios enquanto segurava com força a mão do neto como se pedisse para que ele não lhe deixasse sozinha, Kuroo saiu do lado de Bokuto ao lhe avistar ali se sentando próximo a Kita e Nana, apenas eles estavam ali, Aiko continuava do lado de fora da casa segurando uma concha por suas mãos pequenas olhando tudo de maneira ansiosa; você não conseguiu conter o próprio riso ao ver Sugawara andar até onde o homem de cabelos acinzentados estava ficando por trás dele subindo sobre uma caixa de madeira que vocês haviam encontrado em um bazar qualquer.
Atsumu se aproximou de você em passos rápidos passando um dos braços sobre o seu entregando uma única flor de camélia branca, a segurou com cuidado por entre seus dedos correndo os olhos até o loiro que suspirou antes de dar de ombros.
— Não tive tempo de fazer um buquê.
— Bem, não é a primeira vez que planejamos um casamento de mentirinha — sussurrou para o loiro que riu baixinho antes de assentir devagar —, vivíamos fazendo isso quando éramos crianças, já casei com você uma vez.
— Casei porquê você disse que ia me bater se não me casasse, sua violenta.
Ele disse em tom de brincadeira fazendo com que você revirasse os olhos de maneira divertida, Kuroo colorou a música no próprio celular, Je te laisserai des mots se fez presente, você sorriu quase que de imediato ao sentir os olhos amarelos do namorado sobre você, ele tinha uma expressão divertida em rosto, você encolheu os ombros antes de dar um passo a frente juntamente com Atsumu andando em direção ao homem de cabelos acinzentados parando de frente para ele, Koutarou apertou a mão de seu melhor amigo tentando segurar o próprio riso enquanto via o loiro se afastar de você devagar se sentando em uma das toalhas, ficou de frente para Bokuto segurando a mão do mais velho por entre a sua respirando fundo tentando ao máximo não rir.
— Certo, estamos aqui... — Sugawara começou antes de começar a rir, pousou as costas da mão sobre a boca, respirou fundo antes de piscar diversas vezes, você prensou os lábios segurando o riso encarando Koutarou a sua frente — Sinto muito é muita emoção não consegui me segurar... bem, estamos aqui para juntar esse jovem casal em um matrimônio verdadeiro e zero por cento falso.
— Sugawara!
Você disse por entre o riso fazendo com que Bokuto tossisse tentando disfarçar o riso que insistia querer explodir por sua garganta, seu antigo colega de trabalho sorriu de maneira divertida antes de juntar as mãos na frente do corpo.
— Bokuto Koutarou, você aceita (Nome) como sua única e legítima esposa até que a morte os separe?
Ele disse com um sorriso divertido em lábios levando os olhos castanhos até o homem de cabelos acinzentados que sorriu fraco antes de concordar com a cabeça correndo os olhos amarelos por seu rosto, concordou com a cabeça devagar antes de entreabrir os lábios.
— Eu aceito.
— (Nome), você aceita Bokuto Koutarou como seu único e legítimo esposo até que a morte os separe?
Você sorriu antes de assentir por fim, apertou mais forte a mão de Koutarou por entre a sua.
— Eu aceito.
Sugawara riu de maneira baixa antes de elevar o olhar até onde a garota estava com um sorriso enorme em lábios, parecia ansiosa demais, tinha um vestido branco sobre seu corpo miúdo e um casaco creme e felpudo para protege-la do frio do quase inverno que insistia em se fazer presente por entre a brisa suave que tomava conta das praias de Hateruma.
— Aiko querida, as alianças.
Ele disse com a voz suave, a garota de olhos azuis riu baixinho antes de concordar com a cabeça devagar arrumando a concha grande que tinha por entre suas mãos pequenas andando devagar até vocês, estendeu a concha esbranquiçada mostrando os anéis de borboleta que estavam lá dentro, você sorriu de maneira carinhosa antes de agradecer com a voz baixa enquanto pegava o anel maior que pertencia a Bokuto que fez o mesmo pegando o seu que era delicado demais com a borboleta pequenina sobre ele. O homem colocou o anel em seu dedo com cuidado e você fez o mesmo, sorriu de maneira divertida ao escutar Sugawara respirar fundo tentando conter o próprio riso.
— Pelo poder a mim concedido eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.
Koutarou riu baixinho se aproximando devagar tocando seu rosto com as pontas dos dedos acariciando sua bochecha com cuidado antes de juntar seus lábios de maneira delicada em um beijo carinhoso, mesmo que aquilo fosse apenas uma brincadeira não conseguia deixar de estar feliz, feliz demais.
⸙͎۪۫
— Pizza ou comida japonesa?
Atsumu indagou com a voz baixa completamente esparramado contra o carpete macio da sala de estar da casa de praia do homem de cabelos acinzentados, você franziu o cenho de maneira pensativa enquanto ajudava Sugawara a cortar algumas fatias de laranja para fazer suco para Aiko que estava implorando por aquilo desde cedo
— O que você prefere, Aiko?
Disse elevando a voz correndo os olhos até a garota pequena que parecia ler alguma coisa com Bokuto sentados no sofá da sala, ela levou o olhar azul em sua direção antes de se colocar rapidamente de joelhos sobre o estofado, abriu um sorriso gigantesco por entre os lábios finos.
— Takoyaki!
Ela gritou fazendo com que Atsumu se sentasse de uma vez contra o carpete lançando um olhar simplesmente indignado demais em direção a garota, negou com a cabeça diversas vezes.
— Eu sou vegetariano não posso comer takoyaki!
Você suspirou pesadamente, Sugawara riu baixinho ao seu lado, Atsumu realmente conseguia ser pior do que uma criança quando assim queria, deixou o restante das laranjas para o homem ao seu lado antes de andar em passos preguiçosos até a sala jogando o seu corpo ao lado de de Atsumu no carpete, ele soltou um murmurio de dor ao sentir seu cotovelo esbarrar contra seu estômago.
— Takoyaki para a Aiko e pizza vegetariana para você pode ser?
— Amo você, (Nome).
— Seu interesseiro.
Murmurou antes de mostrar a língua para seu melhor amigo, Bokuto pediu a comida por um aplicativo o que você achava um desperdício já que aquela cidade era minúscula, seria tudo mais fácil se apenas ligassem de uma vez para os restaurantes, Sugawara andou até vocês entregando o copo de suco de laranja para a garota pequena que agradeceu baixinho, Aiko e Suga haviam feito amizade mais rápido do que você julgava ser possível, aquilo foi mais do que claro quando a garota de cabelos escuros saiu do lado de Koutarou andando rapidamente até Sugawara se sentando ao lado dele abrindo o livro de dinossauros sobre o colo mostrando alguma figura para o homem que fez uma expressão surpresa.
— Gatinha — Bokuto sussurrou, você elevou o olhar até ele o vendo fazer um gesto com a mão como se pedisse para que você chegasse mais perto —, venha aqui estou com saudades.
— Estou a dois passou de distância, Kou, como você pode estar com saudades.
— Você está longe.
— Dois passos de distância não é longe.
— Venha logo aqui, mulher! — ele murmurou rindo, você revirou os olhos de maneira divertida antes de levantar o corpo andando até ele e se sentando ao seu lado no estofado, encolheu o corpo próximo ao dele o sentindo passar um dos braços ao redor de seu ombro, Bokuto suspirou aliviado — Isso bem melhor, não fique tão longe de mim.
Ele disse de modo divertido fazendo com que você risse baixinho antes de concordar com a cabeça devagar, deixou um beijo suave contra a bochecha do mais velho se aconchegando mais contra os braços dele.
— O que você achou do nosso casamento de mentirinha?
— Você estava linda demais, mas eu estava com medo da avó do Kita parar de respirar no meio da cerimônia.
— Ela é muito forte para o seu governo, Nana é imortal.
O homem não conseguiu conter o próprio riso ao escutar suas palavras, aquela era uma brincadeira que tinha com Yumie Kita, mesmo que soubesse que não era verdade gostava de ao menos fingir que um milagre aconteceria, sabia que a mulher já era de uma idade simplesmente avançada demais, conseguia muito bem imaginar o estado em que Shinsuke ficaria quando chegasse a hora dela.
— O Kita falava bastante de você a uns anos atrás — ele começou com a voz baixa, levemente mau humorada —, sempre comentava sobre uma vizinha dele que a avó dele implorava para que ele tomasse iniciativa para te chamar pra sair.
— Sério? — murmurou rindo, negou com a cabeça devagar antes de encolher os ombros por fim — Nunca me dei muito bem com o Kita na época do colégio, ele era presidente do grêmio e sempre pegava no meu pé e no do Atsumu... Kou, onde você morava antes? Nunca te vi aqui em Hateruma antes.
Disse com a voz baixa, era normal que todos em Hateruma se conhecessem, afinal quem nasceu e viveu ali até aquele dia se conheciam desde a infância, estudaram juntos no fim das contas, mas você nunca havia visto Koutarou até aquele ano; o homem respirou fundo antes de acariciar seu ombro com as pontas dos dedos.
— Eu nasci em Hateruma e me mudei aos cinco anos de idade para Tóquio com meus pais, quando completei dezesseis anos nos mudamos para os Estados Unidos, terminei o colégio lá e me formei na academia de bombeiros de Virginia e comecei a trabalhar lá — ele balbuciou, correu os olhos amarelos em sua direção antes de continuar —, meu pai faleceu lá e minha mãe achou melhor voltarmos para o Japão, ela queria ficar em Tóquio mas eu sentia falta de Hateruma e decidi voltar pra cá.
Ele completou, você entreabriu os lábios de maneira surpresa sem saber muito bem o que dizer, encolheu os ombros antes de sorrir fraco, ele já estava lá a alguns anos pelos o jeito.
— Sinto pelo o seu pai, Kou.
— Não precisa se desculpar, gatinha, já faz uns cinco anos que ele morreu, não me sinto mais tão triste como antes, sinto saudades é claro... mas não dói, sabe?
— Me leve para Tóquio, quero conhecer sua mãe um dia.
O homem de cabelos acinzentados sorriu antes de concordar com a cabeça por fim deixando um beijo suave contra sua testa.
— Ela vai amar conhecer você, gatinha.
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