0.4
Fazia uma semana desde a última vez que Geto foi na sua casa, naquele momento você nem que você estivesse com a maior libido do mundo o chamaria, tinha a plena certeza de que o mataria sufocado com o travesseiro no momento que ele respirasse perto de você.
Simplesmente odiava estar menstruada.
Você choramingou de dor enquanto girava pela quinta vez na cama, enfiou a cara no travesseiro e o mordeu com força antes de soltar um grito abafado, queria morrer, seus remédios para cólica haviam acabado e nenhuma farmácia fazia entregas de madrugada, você resmungou baixinho e esticou a mão sobre a cama alcançando o celular que não estava muito longe, o desbloqueou entrando no aplicativo de mensagens.
|você
"No, você ainda tem o contato daquele colega do Nanami que mora no meu prédio?"
|Nobara
"Qual deles?"
|você
"O de cabelo claro, olhos azuis, aquele que conhecia a garota bonita que você pediu o número e ela negou"
|Nobara
"🤨"
"Você ta querendo ficar com ele??????? Ele era amigo do Nanami, (Nome), dúvido que ele fosse aceitar"
Você sentiu seu rosto queimar de vergonha ao ler as mensagens de Nobara, revirou os olhos antes de afundar o rosto no travesseiro, outra pontada de cólica, quis chorar, levantou o rosto devagar digitando rapidamente a mensagem a enviando para a melhor amiga.
|você
"Meu deus, claro que não, eu tô morrendo de cólica, meus remédios acabaram e nenhuma farmácia faz entregas nesse horário, queria saber se ele não conseguia buscar pra mim alguma coisa se estivesse acordado"
|Nobara
"Hm"
"Ok"
"Juízo"
Você não conseguiu conter o riso soprado que escapou de seus lábios ao ler as mensagens da mulher, não demorou muito para que Nobara enviasse por fim o contato do homem, você digitou um "Obrigada, te amo" rapidamente antes de clicar no contato sendo guiada para um novo chat.
|você
"Oi, Gojo, ta acordado?"
"É a (Nome), você ainda mora no mesmo prédio que eu? Eu era a noiva do Nanami, lembra?"
Enviou as mensagens por fim, mordeu o interior da bochecha de modo ansioso, se lembrava vagamente das vezes em que havia visto Gojo nas palestras de Nanami, se cumprimentavam vagamente de maneira educada e rápida, não demorou muito para que o celular vibrasse na sua mão gelada, levou os olhos até a tela rapidamente.
|Gojo
"Oii, (Nome), claro que eu lembro, faz tanto tempo mas impossível eu esquecer da parceira de alguém tão querido."
"Você está bem? Faz tempo que não te vejo ainda mora no mesmo lugar?"
"Continuo por aqui sim, não parei de dar aulas na universidade ao lado".
Você sorriu fraco sentindo um aperto no peito, a única pessoa com quem tocava no nome do Nanami era Nobara, era estranho falar dele com qualquer outra pessoa que não fosse ele, um bico surgiu em seus lábios ao sentir outra pontada de cólica, respirou fundo antes de digitar rapidamente.
|você
"Continuo aqui sim"
"Na verdade eu queria pedir um favor, eu estou sentindo muita dor, não consigo sair de casa no momento e nenhuma farmácia está fazendo entregas esse horário, você podia comprar remédios e trazer para mim? Juro que retribuo depois"
|Gojo
"Meu deus, o que você tem?"
"Vou buscar agora mesmo, não precisa se preocupar em retribuir nada, está bem? O Nanami era praticamente minha família então não vai ser diferente com você"
Você sorriu sentindo seus olhos marejarem de leve, piscou rapidamente tentando ao máximo afastar as lágrimas que insistiam em querer escapar a qualquer custo.
|você
"Obrigada, Gojo, o remédio mais forte para cólica que encontrar"
|Gojo
"Ok"
Você suspirou aliviada e se encolheu mais contra o colchão ao o que a dor aumentou, estava um completo caos, vestia somente a camisa branca do Geto que ficava gigantesca em você mais como um vestido e uma calcinha boxer que fazia com que ficasse minimamente confortável naquela situação, sentia que era a pessoa mais desarrumada do mundo naquele momento, seus cabelos estavam despenteados desde o momento em que havia acordado naquele dia. Nanami com certeza nunca deixaria que você chegasse naquele estado, ele sempre lhe vestia e penteava o seu cabelo quando não estava conseguindo se mexer muito bem. Quis chorar de novo.
Não demorou muito para que escutasse a campainha alta ressoar por todo o apartamento, você respirou fundo antes de rastejar o corpo com dificuldade para fora do colchão grande demais apenas para você, seus pés cobertos pelas meias felpudas e de bichinhos tocaram no chão amadeirado e gelado, praticamente se arrastou meio curvada pelo corredor até que chegasse na sala, destrancou a porta principal a abrindo devagar se detendo com o homem de cabelos esbranquiçados, ele tinha um sorriso nos lábios finos, os olhos azuis pareciam cansados.
— Trouxe seu remédio e algumas coisas para cozinhar para você, sua amiga a Nobara falou comigo e pelo jeito você não deve ter comido nada hoje — ele disse por fim dando um passo a frente entrando em seu apartamento, você piscou confusa —, eu não sou muito bom na cozinha então como meu amigo estava em casa eu arrastei ele comigo, entre logo seu besta.
Gojo disse elevando a voz, você levou o olhar perdido até a porta, não demorou muito para que uma figura alta se fizesse presente, você sentiu o ar sumir de seus pulmões e talvez tenha feito um som alto de espanto porquê sentiu os olhos confusos de Gojo sobre si, você piscou perplexa fitando o homem entrando em seu apartamento, os fios longos e escuros estavam presos em um coque desarrumado, ele correu os olhos por você fitando a camisa branca que você usava, conseguiu ver um sorriso pequeno crescer nos lábios dele.
— Vocês... são amigos?
Você perguntou com a voz fraca e rouca, quase como se as palavras estivesse entaladas na sua garganta, Gojo sorriu antes de assentir por fim.
— Sim, desde o colégio, por que? Vocês se conhecem?
Sentiu seu sangue gelar, entreabriu os lábios para dizer algo mas Geto foi mais rápido, ele ficou na sua frente e soltou um riso fraco encarando Gojo.
— Nunca vi essa mulher na minha vida — ele disse de forma descontraída, você sentiu seu estômago se embrulhar, ele se virou em sua direção curvando o corpo em um cumprimento —, prazer, me chamo Geto Suguru.
Ele disse de forma gentil, você sentiu seu olho esquerdo tremer de raiva, mordeu o interior da bochecha, encarou o homem a sua frente, ele realmente ia fingir que não lhe conhecia depois de ter te visto nua?
Respirou fundo antes de forçar um sorriso em lábios, curvou o corpo de volta.
— Prazer em te conhecer, pode me chamar de (Nome). — disse com a voz gentil antes de andar até Gojo — Pode me dar os remédios por favor? Não precisa se preocupar com comida, Gojo, de verdade.
— Oras, claro que preciso, você vai passar o dia inteiro sem comer?
— Você passou o dia inteiro sem comer?
Geto perguntou levando o rosto em sua direção, as sobrancelhas dele franzidas, você fez uma careta levando o olhar irritado até ele.
— E desde quando o que eu como ou deixo de comer é da sua conta?
Disse de maneira pouco sutil, viu a testa dele se franzir ainda mais, por uma fração de segundos você pensou ver a a veia em seu pescoço pulsar, ele forçou um sorriso em lábios.
— Desde o momento em que eu saio daqui preocupado porquê horas antes você teve uma crise de choro, você realmente acha que eu não fiquei pensando nisso depois?
— Oras, se estivesse tão preocupado você teria enviado ao menos uma mensagem!
— E você acha que eu não mandei?! Como diabos você ia receber a mensagem se não é cadastrada?!
Ele disse por fim elevando a voz, você engoliu em seco sentindo seu coração bater forte contra o próprio peito, conseguia escutar a respiração pesada de Gojo ao fundo, ele coçou a garganta em meio a uma tosse.
— Tem certeza que vocês dois não se conhecem?
— Não!
Tanto você quanto Geto disseram em uníssono, você bufou irritada andando até Gojo e arrancando a sacola da farmácia da mão do mesmo andando em direção a cozinha pegando a cartela de remédios para dor, tirou dois comprimidos e abriu a geladeira pegando a garrafa d'água pequena e engoliu os comprimidos de uma vez, suspirou aliviada, sentia suas pernas trêmulas, nunca que imaginaria que Gojo e Geto se conheciam, se soubesse daquilo nunca teria mandado mensagens.
Escutou passos próximos, virou o rosto para o lado se detendo com o homem de cabelos escuros, ele segurava as sacolas do mercado em mãos, suspirou pesadamente as colocando sobre a bancada.
— Vai deitar no sofá um pouco, (Nome), vou fazer algo para você jantar.
— Não estou com fome, já disse para você e o Gojo irem embora.
— Eu não estou te dando direito de escolha no momento, eu só estou te informando que vou fazer algo para você comer, vá se deitar.
Você franziu o cenho de maneira irritada.
— Desde quando você...
— Vá. Deitar. No. Sofá.
Ele disse de maneira pausada lhe lançando um olhar firme, você apenas bufou de modo nervoso e saiu praticamente marchando para fora da cozinha jogando o corpo com tudo contra o sofá grande da sala de estar onde um Gojo confuso se encontrava sem entender muito bem o que estava acontecendo.
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