008.
𝕶 𝖞 𝖑 𝖊
── Acho que você viu sua irmã usando magia, né? ─ Pergunto depois que sento em sua frente no sofá. Ela assente meio aéria.
── Vocês... vocês se conhecem? ─ Ela pergunta e eu assinto.
── Sua irmã teve uma missão: te trazer até mim! E foi bem sucedida. ─ Falo e ela passa as mãos em seus cabelos os bagunçando um pouco e a deixando com ar selvagem.
── Há um mundo, um mundo na qual quase ninguém conhece ou acredita, é o submundo. Ele é dividido em três partes: céu, terra, na onde os sobrenaturais vivem, e o inferno. ─ Falo e ela assente.
── Nossa... você é o que? Fantasma? ─ Gabrielly me pergunta com um olhar desafiador e eu rio negando.
── Pense fora da caixinha... ─ Falo e ela me analisa suspirando de confusão e cansaço.
── Algum tipo de rei? ─ Ela pergunta insegura.
── Pode se dizer que sim... sou o rei dos vampiros! Tenho um "reino", e blá blá blá. Mas é história para outra hora! ─ Respondo e ela assente meio assustada, quando mostro minhas presas e meus olhos.
Pego a espada e estendo a ela que a analisa. Seus olhos brilham quando ela toca a espada... gloriosa. Ela a pega e fica acariciando-a.
Pelo reflexo, Gabrielly, vê seus olhos mandando de cor, agora está roxo com ramos vermelho escuro.
Seu lado pantera.
── Os meus olhos... ─ Ela sussura e olha para mim.
── Você, Gabrielly... é um dos seres mais poderosos, se não o mais poderoso, que o submundo já viu! Você tem o lado rainha, o lado pantera e o lado lobo. ─ Falo olhando em seus olhos e ela olha para a espada de novo.
── Espera... espera... ─ Ela diz largando a espada e começa andar de um lado para outro.
Me relaxo no sofá e fico vendo ela processar as informações, da quase para ver a fumaça saindo de sua cabeça.
Gabrielly é uma mulher linda, sexy e empoderada. Seu olhar determinado, misturado com seus olhos chocolates sensuais; seu cabelo cacheado, que cai em suas costas como uma catarata e alguma mechas caindo em seu rosto, a deixam mais sexy; seu corpo moldado e com curvas, mostram que ela lutava quando menor e que hoje em dia ela dança.
Tudo isso, me faz ver que ela é a pessoa correta e a escolha certa.
── Perguntas...
── Quem eu sou? O que eu sou? Minha vida toda foi uma mentira? Eu vivi uma mentira? ─ Ela diz parecendo chateada e irritada.
Vai por mim, é melhor você não querer saber o que uma rainha pode fazer quando está irritada.
── Gabrielly! ─ A chamo e faço ela sentar no sofá. ─ Primero se acalma... você precisa estar calma 'pra eu te contar tudo. Como você ainda não consegue controlar seus poderes, dependemos das suas emoções, isso pode causar muitos danos. ─ Explico e ela respira fundo, se encontra no sofá, faz um coque no cabelo e me olha.
── Tudo bem... 'vamo nessa! ─ Ela diz determinada. Sorrio e assinto.
── Seu nome é Any Gabrielly Soares Winchester. Seus pais são Luke Winchester Soares e sua mãe Luna Soares Winchester. Você é a phantera lúpus, ou seja, rainha de todo o mundo sobrenatural. ─ Digo ela da um sorriso de canto.
── E... meus pais? ─ A morena pergunta baixo.
── Bom, você nasceu no submundo, mas muitos inimigos e caçadores o invadiram, para te matar... mas seus pais não podiam deixar isso acontecer, pois você é o futuro e a salvação do nosso mundo. Eles te enviaram para o mundo dos humanos, mas todas as memórias que você têm do sequestro deles, são reais, a única coisa que foi mudada na sua memória, foi o lugar e como. ─ Respondo e respiro fundo diante de seu olhar de decepção.
── Eu... matei eles? ─ Ela sussura quase inaudível.
── Não! Você... Você é a salvação... você ainda pode salvar eles, Gabrielly. ─ Respondo olhando em seus olhos. Ela da um riso irônico e se levanta.
── Salvação... rainha... que tipo de rainha, de salvadora eu posso ser, se EU matei meus pais? ─ Gabrielly pergunta olhando para mim com frieza.
── Você não matou eles... Eles só... estão perdidos... ─ Respondo me levantando e ficando de frente com ela. Ela assente, mas com ironia.
── Essas coisas ─ aponto para a coroa, a capa e a espada ─ São suas armas mais poderosas, são de direito seu... ─ Falo e pego a coroa.
── Eu não sei nem usar meus "poderes", se é que eu tenho poderes mesmo. E vai que não sou eu essa... salvadora... ─ Gabrielly fala com apreensão.
── Você é a salvadora... eu sinto, e sei que é você. E eu posso te provar! ─ Falo convicto.
── Como?? ─ Ela pergunta e eu ando até ela.
Passo minhas mãos pelo seu cabelo e o coloco de lado, consigo sentir sua pele macia se arrepiado aos meus toques, deixo o lado direito do pescoço exposto.
Viro Gabrielly, fazendo ela ficar de frente com um espelho e faço-a ver a marca de sol, que cobre quase o lado todo do pescoço.
── Como eu nunca vi isso antes? ─ A morena pergunta passando a mão pelo pescoço.
── Porque, do mesmo jeito que você não enxergava nosso mundo, você não enxergava a marca. ─ Explico e ela assente sorrindo.
── Como que conseguimos ir para o outro mundo? ─ Ela pergunta e eu sorrio, chegou minha parte preferida.
── Estava esperando você perguntar... ─ Digo e dou as costas a ela.
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