XVIII

●Narrador●

DIAS DEPOIS

A cada passo que April dava ao tentar andar com a ajuda da médica ela deixava um gemido de dor escapar por seus lábios. Elas estavam dentro do quarto da garota, andando de um lado para o outro e movimentando o braço e a perna.

- Tente não forçar sua perna! Eu sei que dói e...

- Posso me sentar um pouco? Minhas costas estão doendo.

A médica concordou e ajudou April a se sentar na cama, deixando ela de frente para Enid. Ela não havia deixado o quarto de April um minutos sequer desde que Carl havia lhe dito que a garota não era quem ele pensava, que ela não merecia a amizade dele.

- Respire fundo, por favor!

O tórax de April se expande e ela deixa o ar sair segundos depois.

- Você vai querer que eu te explique a matéria? - Enid questiona segurando os livros da escola contra seu corpo - Acho que vai ser mais fácil do que se você pegar a matéria por alto quando voltar.

- Sim, por favor! 

- Volto depois. - a médica diz saindo do quarto - Vocês podem estudar tranquilas.

Os dedos dedos April abriram o livro de história e ela encarou a página marcada, vendo imagens fortes o bastante para se saber que o mundo estava em colapso a um bom tempo.

- A conquista dos colonizadores sobre os... - Enid começou a explicar, fazendo com que a garota de olhos castanhos e cabelos longos anotasse cada simples fala que a mais velha falava.

Não parecia mas, Enid era alguns meses mais velha que April. Suas bochechas fartas e rosadas, juntas com os lábios grossos davam a noção de uma pequena boneca de porcelana.

- Entendeu? - Enid questiona depois de parar de explicar.

- Desculpa...O que disse?

- Em que você está pensando?

- Em nada importante! - ela exclama triste. Sua cabeça latejava, as dores estavam cada vez piores. - Quando isso aconteceu?

- Aconteceu em...

Enid recomeçou sua fala, buscando ensinar para a garota cada mísero detalhe que ela sabia. Cada pergunta que ela respondia lhe fazia sentir ainda melhor, talvez ela devesse se tornar uma professora quando terminasse os estudos ou talvez ela se tornasse médica, já que era outra área que ela gostava.

Carl havia saído com seu pai em uma das buscas de suprimentos e armas. A idéia do pai de querer começar uma guerra não era ruim, só que eles eles só tinham suas vidas e suas casas a perder,  ou seja tudo que lhes restaram.

- Como April está? - Rick pergunta ao filho quando eles entram em Alexandria. - Não vejo você com ela a um tempo, aconteceu...

- Ela só não quem eu pensava que era, pelo menos foi isso que ela me mostrou. Ela me contou coisas que...

- Carl, olha pra mim! - o garoto encarou o pai, sentindo as mãos do homem mais velho sobre seus ombros. - Não importa o que ela te contou, não importa se foram coisas ruins ou boas. No mundo de hoje todo mundo tem sua cruz, tem seus segredos e todo mundo já fez coisas ruins. Você devia falar com ela, pedir desculpas por ter seus afastado depois de saber a verdade.

- Não sei se vale a pena! - Carl responde suspirando pesado enquanto encarava a grama coberta de flores em sua frente. - Talvez devesse deixar de lado, só isso.

- Ela salvou sua vida! Te deu algo que ela guardava com ela e isso apenas para te salvar. Se isso não é uma prova de bondade, me desculpe filho, eu não sei o que.

- Eu vou pra enfermaria trocar meu curativo, até lá eu penso.

Carl caminhou em direção a enfermaria com as caixas em mãos. A cada passo que ele dava seu nervosismo aumentava ainda mais. Como será que ela estava?

- Oi! - ele diz sem graça para a médica assim que entra no local. - Vim trocar meu curativo e entregar isso.

- Oh, que maravilha! Estavamos mesmo precisando desses remédios. Pode se sentar na maca, eu vou arrumar as coisas para te ajudar.

Sarah pegou as faixas e os remédios, começando a cuidar do ferimento no rosto de Carl, que mesmo depois de anos não havia cicatrizado por completo.

Um grito fino e alto cortou a sala e Sarah deixou as coisas caírem no chão, correndo em direção ao quarto onde April estava. A porta não se abria e o barulho das coisas quebrando estava ainda mais alto,  assim como o grito.

Carl entrou em desespero e chutou a porta algumas vezes até ver a mesma ceder, o grito acabar e encontrar tudo que era de vidro quebrado. A médica deixou um grito escapar quando se aproximou do corpo imóvel e caído da garota.

Sangue. Sua boca e nariz sangravam sem parar e os olhos de April estavam fechados.

April piorou, o que vocês acham que podem ser?
Deixem seus comentários, seus votos, vamos fazer nossa história crescer.

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