•Narrador•

Enid parou na porta do quarto de April dois dias depois, sentindo o mesmo nervosismo do primeiro dia. Sua amiga ainda estava deitada naquela cama.

- Oi! - ela exclama vendo Carl tirar os olhos do livro que ele lia. - Como estão? Soube que seu pai veio aqui.

- Ela está melhorando aos poucos, a médica disse que ela ganhou um quilo e meio nesses dois dias, o que me deixa feliz em saber que ela está voltando a ficar bem. Vou me mudar para Hilltop, assim que April estiver bem.

- Seu pai sabe?

- É por causa dele que eu estou indo. 

Enid concordou com um simples aceno na cabeça, se sentando ao lado do amigo  e encarando a mulher sobre a cama. Ela estava com os olhos marejados e com medo de a perder também. Ela estava lutando contra seus sentimentos para poder viver com os dois em harmonia.

- Consegui um trailer para mim em Hilltop, tem espaço pra mais pessoas, se quiser...

- Obrigado! De verdade.

A sorriu e encarou a mulher deitada na cama.

- Er Carl...é normal a pele dela estar assim? - ela questiona se levantando da cadeira e encarando o amigo ao seu lado.

A pele de April estava se enchendo de bolhas avermelhadas enquanto os ferimentos das mordidas sangravam execivamente. Enid gritou pela médica e a viu chegar segundos depois.

- O ferimento... - a médica começa encarando a mordida no pescoço.

O nervosismo tomou conta de Carl. Sua garganta estava seca e ele tinha suas mãos sobre seus próprios ombros. Seu olhar estava preso na mulher sobre a cama, vendo a pele dela ficar avermelhada e sangrar,  vendo as bolhas se movimentarem sobre a pele dela, vendo a marca da mordida sumir aos poucos em frente aos pares de olhos que estavam no quarto. O ferimento que antes era grande, agora era apenas um quase círculo de 10cm.

A médica pegou curativos novos,  os limpando com cuidado e injetou o remédio no corpo de April.  Ela não sabia o que era, ninguém nem fazia ideia, mas April estava com febre, estava suando e aquilo não era um bom sinal.

_

- Carl? - a médica o chama. - Ela está acordada. 

Carl se levantou apressado e seguiu para dentro do quarto onde a namorada estava. Ele sorriu largo e segurou a mão enfaixada da mesma, sentindo ela retribuir ao toque com um aperto. 

Negan parou na porta e encarou a mulher deitada na cama, com as mãos dentro dos bolsos e com o olhar satisfeito por ter conseguido salvar a vida dela.

- Se precisarem de alguma coisa, me avisem. - Negan diz saindo da casa e logo depois da comunidade.

Os olhos semiabertos de April já eram uma conquista para Carl, que tinha um sorriso aliviado em seu rosto. Suas mãos estavam segurando as dela, enquanto carinhos eram deixados ali, enquanto ele apenas a observava.

- Consegue falar? - ela nega apontando para o local da mordida. - Tudo bem. Você está a salvo agora. Quer beber ou comer alguma coisa?

Ela acenou com a cabeça, desenhando na mão de Carl a palavra  "água".

Carl se levantou e pegou um copo com água, que sempre era deixado ao lado da cama da mulher, para que ele pudesse beber  enquanto estivesse ali.

- Vou levantar sua cabeça, se sentir dor pode apertar meu braço. - o copo tocou os lábios de April e ela bebeu o líquido lentamente, tentando não sentir dor ou agonia ao beber. - Tudo bem? Quer mais?

Ela negou com um aceno levando o copo para longe.

- Eu já volto. - Carl diz deixando o quarto e seguindo até a garagem onde a escola funcionava.

Ele estava atrás de folhas e uma caneta, aquela seria a forma de conversar com a namorada, de poder saber como ela estava.

Seu pai apareceu em seu caminho e o fez parar. Os olhos azuis estavam arrependidos e Carl revirou o seu olho, tentando passar pelo pai.

- Não  podemos ficar assim. - Rick diz.

- Devia ter pensado nisso quando entregou a minha namorada pra um homem louco e mentiu pra mim. - ele responde se afastando do mesmo e entrando na  escola. - Você pode me arrumar um bloco de folhas em branco e uma caneta?

- Claro. - a professora exclama- Soube que sua namorada acordou, fico feliz!

- É, eu também. Obrigado!

Carl seguiu apressado até a enfermaria e entrou, encontrando seu pai e Michonne conversando com a médica enquanto encaravam o quarto da namorada do filho.

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Tchauzinho