LIX
•Carl Grimes•
Meu pai e minha mãe estavam parados em frente a porta do quarto de April, o que me deixou com ainda mais raiva do que eu já estava. Eles entregaram ela para aquele homem e depois de tudo estavam querendo vê - la?
Deixo um suspiro pesado escapar e entro no quarto, fechando a porta na cara deles e me sentando na poltrona ao lado da cama.
Os olhos de April estavam pequenos e seus cabelos haviam sido presos em um coque grande e mau feito. Devia ter sido Enid.
- Trouxe os papéis e a caneta. - digo lhe entregando ambos e a vendo deixar um sorriso escapar. - O que foi?
Suas mãos escreveram algumas coisas no papel e ela o virou para mim. Sua letra era desenhada como eu nunca imaginei que pudesse ser.
Leio o que ela escreveu e sorrio ao imaginar nossa conversa diária com aqueles papéis.
- Espero que volte, eu preciso ouvir sua voz de novo.
Na verdade eu tinha medo de que April nunca mais falasse. A mordida havia sido em um lugar bem ruim e o fato de não termos um médico especializado deixava tudo mais angustiante que o normal.
- Está se sentindo bem? Quer alguma coisa pra beber? Mais alguma coisa beber?
Seus olhos deixaram o meu e ela escreveu no papel mais uma vez. Esticando a folha para mim depois de rabiscar algumas palavras.
Sorrio com o pedido e me levanto, retirando os sapatos e subindo na cama, onde ajeitei o corpo de April contra meu peito e a vi sorrir.
Seus olhos castanhos arregalados me encararam por alguns segundos e ela colou seus lábios nos meus, deixando um beijo tímido ali. Um que me deixou ainda mais feliz e desejando que ela estivesse bem para podermos nós beijar sem medo dela sentir dor.
Leio o papel, deixando a maior onda de alegria tomar conta de mim e a beijo com cuidado. Suas mãos seguraram meus cabelos e ela sorriu para mim, juntando nossas testas e suspirando.
- Eu te amo!
A porta do quarto se abriu e Enid entrou junto com meu pai e minha mãe, ela deixou os dois atrás dela e saiu segundos depois. Merda.
- Não temos nada pra falar com vocês, podem sair daqui?
O toque em minha mão me fez encarar April e seus olhos castanhos. Ela tinha angústia no olhar, mas parecia querer ouvir o que os dois tinham para falar.
- Eles erraram não foi só comigo, April, foi com você também. Olha o estado que você está, olha como...
Ela voltou a escrever.
Suspiro pesado e beijo seus cabelos.
- Falem!
- Erramos com vocês dois e admitimos isso. - meu pai diz - Admitimos que mentimos para você filho, para poder te proteger e fazer com que você se recuperasse por completo. Não devíamos ter deixado aquele homem desconhecido que deixou meia dúzia de palavras te levar April, foi errado! Peço perdão.
- É fácil dizer que errou, você devia ter pensando antes de fazer ambas as coisas. - respondo me exaltando - Tudo bem, vou me acalmar - digo ao sentir mais um aperto em minha mão - Ela foi usada de cobaia por meses pai, estava passando fome e com dor, foi mordida e perdeu uma grande quantidade se sangue. Você foi a causa disso. Ela não pode nem sequer falar e nem sabe se vai voltar a falar...isso...
April começou a escrever algumas coisas no papel e me entregou logo depois de terminar.
Engulo seco e beijo seus cabelos.
- Vamos nos mudar para Hilltop. - conto com o olhar preso em meu pai.
- Você faz suas decisões filho. Eu só peço perdão pelo meu erro.
Ambos deixaram o quarto.
- Eu quero que a gente possa construir uma vida melhor e longe dos erros que... - ela nega pegando a caneta mais uma vez -
- Não vamos falar deles agora. Vamos pensar na nossa vida e na sua recuperação.
O clima tá meio tenso
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