Capítulo-10

    𝙻𝚞𝚌𝚎𝚛𝚢𝚜 𝚅𝚎𝚕𝚊𝚛𝚢𝚘𝚗

   Olhei seu rosto pálido, vi sangue em seu corpo e desejei morrer junto com ela. A abraçei, e não me importo em chorar. O amor da minha existência havia partido, e tudo por uma vingança.

— Visenya, meu amor...

Jacaerys se aproximou e se ajoelhou, ele a tocou no rosto e chorou.

— Minha irmã, sinto muito.

— Temos que levá-la. — eu disse sem ter a certeza de que minha voz foi ouvida.

Carreguei Visenya em meu colo e a coloquei em Arrax. Hoje eu não perdi só minha esposa, perdi a segunda pessoa mais importante de toda uma vida.

(...)

Minha mãe olhava para o corpo da Visenya, ela estava serena. Flores em suas mãos em cima de seu peito. Seus cabelos tão platinados como antes, mesmo morta ela estava linda.

Eu via a dor nos olhos de Daemon e de minha mãe, Jacerys tentava ser forte e eu tentava não chorar. Qual era o meu propósito agora? Aegon apodrecia na masmorra, os verdes perderam a guerra, e Porto real foi destruída completamente.

Vejo meu dragão, ele sentia minha dor... olhei para Daemon que deu o sinal.

— DRACARYS!

Arrax obedeceu meu comando, se aproximando de Visenya e lançando seu fogo, vi o corpo da pessoa mais generosa e magnífica que já existiu queimar até não restar nada além de cinzas que se espalharam com o vento.

A Rainha dos Sete Reinos tentou ser forte e falhou, a dor de perder um filho é devastadora.

Não posso dizer como estou em perder uma irmã, mas a dor de perder a minha esposa, minha melhor amiga, é como se mil agulhas entrassem em meu coração.

(...)

Não sei quanto tempo se passou, não me importei, me resuso a sair do quarto há dias, sem ela nada tem propósito. Mas hoje seria o dia da execução do meu tio Aegon, minha mãe exigia que todos estivessem presentes.

Suspiro indo me vestir, quando olho no espelho do quarto, sinto a presença dela. Vejo ela no espelho como se estivesse atrás de mim, sorrindo, olho para trás e não tem ninguém.

Caminho para fora do quarto e ando pelos corredores até a área de execução onde minha família estava, eu estava enlouquecendo aos poucos com a falta que ela fazia.

Minha mãe olhou para mim e ficou um pouco assustada, não é para menos... devo estar horrível.

— Hoje, Aegon II, o Usurpador de meu Trono, irá receber sua punição.

Os suditos começaram a gritar, minha mãe odiava isso, eu sei que odiava mas era necessário para que todos vissem. Não tinha tantas pessoas assim, mas era o suficiente para a notícia da morte do Usurpador se espalhar.

Ela olhou para mim, para Jacaerys, Daemon e então para Aegon.

— Ora, minha irmã, acabe logo com isso, mas saiba que me matar não trará aquela puta de volta.

Eu não sei, só escutei meu tio xingando ela, e minha reação foi partir para cima dele e afundar meus punhos em seu rosto, socos sem nem estar pensando que pessoas estão vendo aquela violência, sinto meus braços serem puxados e me tirarem de cima dele. Olho e vejo daemon e Jacaerys me segurando.

— Nunca mais você vai abrir essa boca para dizer uma palavra sobre ela. — Digo, cuspindo as palavras, e ele, com a cara coberta de sangue, faz o que todo idiota na situação dele faria. Aegon ri.

— Ela está morta. — ele diz e minha mãe se aproxima.

— Eu sentencio Aegon II, da Casa Targaryen, à morte por fogo. Que ele sinta sua pele ser queimada e que o dragão devore o resto de seu corpo.

Syrax é quem faz as honras, a chama o consome, seus gritos são altos e quando o fogo cessa, ela o devora e dele sobra apenas pedaços insignificantes.

Daqui em diante todos lembrarão do fim da Dança dos Dragões e de quem saiu vitorioso dela. Vida longa à Verdadeira Rainha, vida longa aos seus filhos bastardos, vida longa a todos que se foram por um bem maior.

Vida longa a família Targaryen.

(...)

Meses depois.

Não sei quanto tempo se passou, há meses não vejo minha família, fico sentado no Trono de Madeira, vou à batalhas e volto para o quarto somente para lembrar dela.

A vida sem Visenya não é nada, minha mãe sugeriu que eu me casasse novamente, eu preciso de herdeiros. Como vou me deitar com uma mulher amando outra? Sinto a presença dela a todo momento, é como se ela estivesse sempre aqui.

Me sento na cama e fecho os olhos, posso sentir ela claramente me observando, abro os olhos e ela está ali.

— Não chore.

— Eu sinto tanta sua falta. — digo, olhando para ela. Claramente eu estava louco.

— Eu sinto mais ainda, os deuses deixaram eu observar você.

— Você pode voltar para mim?

— Não, infelizmente eu não posso, meu amor. — sinto ela tocar meu rosto e fecho os olhos. — Eu te amo. Te amo hoje e para toda a eternidade, eu quero que nunca se esqueça disso.

— Não vá, por favor, não me deixe.

— Um dia ficaremos juntos, eu quero que você tenha uma vida, que case novamente, tenha filhos e me conte como foi sua vida quando a hora chegar.

— Como poderei amar outra pessoa?

— Você vai amar, irá sentir tudo novamente e mais intensamente.

— Visenya, eu te amo.

— E eu te amarei até que a última gota do mar vire vapor.

Sinto os lábios dela no meu, fecho os olhos e me permito sentir tudo, o nosso beijo é calmo e lento, é como se fosse o último beijo.

— Adeus, meu senhor. Viva por mim e eu estarei te esperando junto com nossos antepassados.

E, então, ela sumiu aos poucos. Acordo assustado, isso foi mesmo um sonho? Eu não percebi que havia dormido, foi uma despedida? Um último beijo?

Ela queria que eu fosse feliz, e eu tentarei ser por ela. Visenya foi minha luz, minha esperança e, quando me encontrei na escuridão, ela voltou novamente para me tirar das trevas.

Serei feliz novamente. Por ela.

De hoje, até meu último dia, honrarei a memória dela fazendo isso, serei feliz e um dia vou contar a vida magnífica que tive.

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Nossa, último capítulo e o Epílogo sai logo mais.
Desculpem a demora.
Bjs e até o próximo. ❤️

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