Capítulo-05

 𝙹𝚑𝚊𝚎𝚗𝚊 𝚃𝚊𝚛𝚐𝚎𝚛𝚢𝚊𝚗

A injustiça que eu estava sofrendo por culpa de meu pai, ele me odiava tanto assim.

— Lucerys, você deveria desistir, a Rainha não vai mudar de ideia. — falo, cansada, nesse último mês tudo que Lucerys fez foi tentar convencer a Rainha a me deixar partir com ele.

Não sei como me apaixonei por ele, nem sei se ele é por mim ou só está ao meu lado por ser meu marido, mas ele me surpreende todos os dias.

— Jhaena, vou conseguir te libertar. Eu juro.

— Se tem alguém que conseguirá isso é você, Luke.—Digo esse apelido e ele me encara como se escutasse algo que não ouvia há muito tempo. — Eu disse algo errado?

— Não, eu peço desculpas. — Ele beija minha mão. — Minha irmã Visenya costumava me chamar assim, ela não conseguia falar o meu nome corretamente.

Por que, para mim, era algo tão familiar? Porque tudo com Lucerys parecia certo e familiar.

O que Helaena não me contou...

— Eu queria poder ficar mais tempo com você.

Ele toca meu rosto e sorri.

— Ficaremos juntos e você ficará ao meu lado até que um de nós morra.

— Eu queria te beijar, te beijar até não sentir mais os meus lábios.

— Pois então nós daremos o último beijo antes de eu ir mais uma vez falar com a Rainha.

Me aproximo mais e nossos lábios se encostam em um beijo calmo e simples, mas aquele era o nosso beijo.

(...)

— Não acredito que você conseguiu. — falo quando chegamos em Arrax, dragão de Luke.

— Vamos para casa, e de lá você não sai.

— Lucerys, tem algo estranho...

Sinto aquele chamado, sinto aquela presença ameaçadora e olho em volta, não vendo nada.

— Jhaena. — Lucerys me chama e encaro ele meio perdida.

— Estou bem, só achei que tinha algo vindo ou nos observando.

— Deve ser um dos dragões, vamos antes que a noite chegue.

Ele me ajuda a subir em Arrax, e aquela presença é sentida por mim mais uma vez... é um tipo de ligação tão forte.

— Você está certo, deve ser algum dragão.

Será que era o mesmo que voei aquela noite, ele estaria me olhando.

(...)

Quando chego em minha nova casa, foi como se fosse a coisa mais certa que fiz em tempos. Mas dava para sentir o perigo, o medo que torturava meu coração e meu marido percebeu isso.

— O que tem de errado? — sorri para amenizar a sensação. — Não sorria para mim assim, sei que algo te incomoda.

— Meu marido, não é nada com que deva se preocupar.

Mal termino de dizer quando um servo vem ao nosso encontro.

— Meu senhor, Rhaenys deseja uma reunião.

Lucerys olha para mim como se pedisse desculpas.

— Vá, eu ficarei bem sozinha.

— Eu não vou demorar.

Ele se vai e uma serva me leva até nosso quarto, ele é lindo e não tem outra palavra pra definir, ate o mínimo detalhe é dourado.

Ouço aquele chamado mais uma vez e dessa vez não o ignoro, quando me movo pelos corredores solitários, sinto o calafrio na espinha.

(...)

Quando chego ate a bela criatura, meu coração se aquece.

— Por que tenho essa ligação com você? O que nós temos?

— A ligação de um cavaleiro e seu dragão.

Me viro, assustada com a voz, e pior ao ver a quem ela pertence.

— Daemon, meu rei.

Ele era o marido da rainha, e sempre achei estranho nunca o chamarem como deveriam, pelo espanto de uma leve surpresa, imagino que eu tenha sido a primeira.

— Estranhei o fato de... não estar em Pedra do Dragão.

— Eu não fazia ideia de que iria me seguir.

— Vaylex pertencia a minha filha Visenya, criaram um vínculo assim que o ovo eclodiu e tenho certeza que ela reconheceria sua montadora.

— Meu Rei, eu jamais roubaria o dragão de alguém. Sinto muito pela princesa.

— Eu achei estranho no começo, demorei a entender, e quando Rhaenyra decretou sua prisão por traição me fez querer saber mais.

— O que está dizendo?

Eu não entendia. Daemon me olhava como se eu fosse sumir, como se me ver fosse seu maior sonho? Era admiração?

— Eu procurei saber mais de você, fui atrás de sua história como bastarda.

— Cresci um pouco longe e minha mãe morreu no parto. Helaena me criou.

— Não, você foi roubada. Você pagou o preço da vingança de alguém cruel.

— Do que está falando? — pergunto, me afastando. Vaylex parece sentir meu coração, ela se agita conforme ele pesa.

— Você teve sua vida roubada, cresceu longe da família que te ama e que anseia pela sua volta. — eu entendi o que ele estava dizendo, mas ele não podia achar que eu era... — Como seu pai, eu sempre soube que te encontraria, Visenya .

A Princesa, eu era a princesa legítima.

Tudo se encaixava, o jeito que Aegon me tratou, flashbacks de algo que parecia sonho.

— Tudo faz sentido agora, a Ligação com Vaylex sempre existiu.

— Iremos contar a verdade a todos. Aegon e toda aquela corja de malditos pagarão com fogo e sangue por terem a levado de mim.

Ele me abraça e me deixo ali, nunca tive afeto de Aegon. Abraço Daemon de volta e me permito chorar.

— Eu quero contar a Rainha, mas antes tem uma pessoa que precisa saber antes de todas, meu marido e Irmão.

Lucerys era meu irmão e eu havia me casado e consumado o casamento com ele.

— Entendo sua preocupação, deve está pensando em como Lucerys irá reagir.

— Talvez ele sinta nojo de si mesmo por ter tocado na própria Irmã.

Digo mais pra mim do que para Daemon, eu própria abominava isso, mas agora que casei com Luke e descobri que sou irmã dele muda tudo, não posso desfazer o que está feito.

— Acredito que você deva explicar agora, pois ele está vindo. — olho para trás e Vaylex estava batendo asas enquanto Lucerys se aproximava nos encarando de forma estranha.

— O que Vaylex faz aqui? O que você faz aqui, Daemon?

— Acalme-se. — Daemon pede, enquanto se aproxima. — Vis irá te explicar tudo, vou deixa vocês a sós.

Ele me deixa um beijo na testa e sai, Luke me encara perdido completamente.

— Vis? O que está acontecendo, Jhaena? O que Daemon fazia aqui?

— Ele descobriu que não sou uma bastarda, muito pelo contrário.

— Você é filha legítima do Aegon com a esposa ?

— Não. — toco suas mãos. — Eu fui sequestrada quando criança e tive minha vida roubada de mim, Daemon descobriu que meu verdadeiro nome é Visenya Targaryen.

Ele me encarou assustado e ficou pálido.

— Você está brincando comigo. Jhaena, que piada é essa?

— Eu jamais imaginei também. O Rei parece ser bem calculista sobre tudo e todos, muito mais que a Rainha.

— Eu me casei e me deitei com minha irmã...

Ele se afastou um pouquinho de mim, o céu estava fechado e indicava uma chuva que logo começou a cair.

— Luke, não se torture.

— Como devo chamar você agora? O que você é para mim? Minha irmã? Minha esposa?

— Sua esposa. Sempre será assim, mas agora sabemos que compartilhamos uma conexão sanguínea mais forte.

— Você é Visenya, a minha irmã...

— Lucerys, eu não me sinto como a Princesa. Não me lembro de você ou de qualquer um que já passou pela minha vida.

— Você é a Princesa. A única filha de minha mãe.

— Seu diálogo não está indo para o rumo certo.

A água caía pelo rosto de Luke, ele ficou atraente assim. Me aproximo, tocando seu rosto com as mãos e olhando dentro de seus olhos.

— Aqui, debaixo dessa chuva, em nosso lar, eu me declaro sua para todo o sempre. Que as gotas de água sejam testemunhas, que o vento leve minha declaração, que leve até a última gota do mar. — a água se tornou mais que atraente, Lucerys me chamava sem imitir nenhum som. — Eu amo você, hoje e sempre, serei a sua senhora, serei a sua irmã, serei a sua esposa e, acima de tudo, serei sua amiga.

— Jhaena...

— A partir de hoje, me chame pelo meu nome, meu verdadeiro nome.

— Visenya.

Eu o beijo, e seu gosto se mistura com a água que descia por nossas cabeças, enquanto nossos lábios se moviam em sintonia. Me perguntei como me imaginar sem ele e a verdade é que não havia como. Lucerys Velaryon era meu.

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Roiii, quem é vivo sempre aparece.
Sou grata por todos que estão lendo.
Isso motiva muito, até o próximo capítulo.❤️

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