1. 𝐀 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐂̧𝐀̃𝐎

        

Heyoon: Ah meu Deus, Any, não acredito que ganhou o caso. - Deu um gritinho animada quando saímos do tribunal.

Eu sorri orgulhosa de mim mesma. Alisei meu blazer.

- Esse caso foi fácil, espero que Mike me dê um difícil da próxima vez. - Falei jogando meu cabelo longo para trás.

Ela riu.

Heyoon: Espero que eu me torne uma advogada como você, quando crescer.

- Eu não sei se ainda vai crescer, baixinha. - Ela me deu a língua.

Heyoon era minha assistente. Ela tinha 22 anos e se formou ano passado em direito pela Universidade de Seattle. Ela tinha pouco mais de metro e meio, era pequena e magra, mas sua postura e roupas a faziam parecer um mulherão. Seu cabelo era curto, usava brincos grandes, mas sem serem chamativos demais, sempre combinava a cor da bolsa com a sandália e acessórios. Eu nunca a tinha visto sem salto alto.

Eu gostava dela, era uma boa pessoa e sempre me ajudava a enxergar algo que eu não conseguia, quando estudávamos algum caso. Eu sabia que um dia ela seria uma grande advogada, assim como eu era modéstia a parte.

Tinha 29 anos e trabalhava para um dos mais famosos escritórios de advocacia de Seattle, Levandowisk Law. Era um sonho de qualquer advogado trabalhar ali, pois era um escritório tradicional da cidade, formado por três irmãos há mais de 20 anos, a maioria dos casos eram importantes e tinham repercussão nacional.

Caius tinha se aposentado, Marcus largou tudo para viajar o mundo depois da morte da esposa para o câncer cinco anos atrás e naquele momento só Mike era o presidente que cuidava de tudo.

Eu comecei a trabalhar ali ainda no período da faculdade e depois que me formei fui contratada como assistente, há quatro anos era advogada em definitivo e apesar de jovem era uma das melhores. Os mais velhos ali, geralmente ficavam reservados para representar empresas importantes e conglomerados.

- Vamos para o escritório, estou ansiosa para dar a notícia para Mike eu sabia que ele iria gostar.

Afinal, o cliente era podre de rico e sempre pagava além do que era acordado. Eu mal podia esperar pelos honorários que iria receber.

O escritório da Levandowisk Law ficava no Columbia Center, o arranha-céu mais alto do estado de Washington, com 76 andares, ocupando quase um quarteirão todo na Quinta Avenida.

Era um prestígio trabalhar em um local assim.

Nós chegamos no andar que era todo reservado ao nosso escritório, Heyoon foi para a minha sala e eu segui em direção a sala do chefe.

- Taylor, Mike está?

Perguntei para a belíssima secretária dele. Ela tinha cabelos loiros e olhos azuis sagazes, era linda e jovem, o que fazia ela sempre receber atenção dos homens. Porém, era bem profissional e parecia não querer se envolver com ninguém do trabalho.

Taylor: Any, ele está sim. Em uma reunião com Josh, mas vou avisar que chegou. Ele estava ansioso querendo saber notícias do caso.

Eu não pude conter uma careta ao ouvir aquele nome. Joshua.

- Tudo bem, é melhor eu voltar depois. - Tudo que não queria era ter que ver o Cara Azeda logo naquele momento de felicidade.

Se bem que seria bom esfregar na sua cara mais uma vitória.

Antes que eu pudesse sair, a porta de mogno escuro da sala se abriu e vi o meu arqui-inimigo. Ele parou de andar ao me ver ali e nós dois estreitamos os olhos um para o outro.

Era assim que sempre agíamos. Era uma guerra de olhares e estávamos em uma batalha constante. Em qualquer lugar que nos esbarrávamos nos escritórios as pessoas saiam correndo, pois sabiam que logo o cenário seria de um ringue de luta. Nossos assistentes faziam de tudo para evitar qualquer faísca que poderia se transformar em um incêndio.

Se eu tivesse com meu computador abriria o arquivo onde estava todas as informações do meu inimigo.

Nome: Joshua Beauchamp.

Apelido: Cara Azeda, porque sempre vivia com uma careta na cara.

Data de nascimento: Quem se importa? Mas a idade é 31 anos, acho.

Aparência: olhos azuis, cabelos castanhos, sempre penteados para trás e com gel, alto e musculoso, nariz levemente torto, lábios finos.

Personalidade: parecia a do Johnny Bravo, sendo egocêntrico e achar que beleza resolvia tudo.

Vestimentas: sempre ternos de cores frias, feios e sem graça iguais a ele.

Formação: Escola de Direito da Universidade Cornell.

Como alguém formado pela Ivy League havia parado ali?

Quem se importava? Sua vida na verdade era um mistério nessa parte. Ele não comentava sobre seu passado, mesmo conversando e sendo amigo de quase todos ali, o que fazia o Time Josh ter um fã clube maior que o meu, Time Any.

O que tinha de beleza, tinha de arrogância, prepotência, egoísmo, narcisismo e burrice.

Nível de ódio e inimizade: UM ZILHÃO

Com todas essas informações eu sempre estava pronta para um embate com ele e dessa vez não iria perder.

Nesse ano eu já tinha ganhado cinco dos principais casos da empresa, enquanto ele só 4. Por enquanto, estava ganhando aquela guerra nada silenciosa que tínhamos.

Mike nunca foi um chefe que tentava nos fazer ser amigos, pelo contrário sempre estimulava nossa inimizade, dizendo que a disputa que tinhamos um com o outro era ótimo para dar nosso melhor e ganhar o caso que ele entregava. Para instigar isso ainda mais, inventou uma premiação de melhor advogado do ano e que sempre era só eu e ele que disputávamos. Tinha até um troféu, que era o símbolo da justiça.

Trabalhamos juntos há quase três anos e nossa inimizade começou assim que nos vimos, foi mais como um ódio à primeira vista. Cada um tinha o mesmo número de vitórias e aquele ano era o desempate que determinaria quem era o melhor de todos. Eu tinha ganhado o primeiro ano e ele ano passado, eu não podia deixar ele levar esse ano de jeito nenhum.

Mike: Ah Any, você está aí. - Passou por ele e veio até mim. - Como foi a audiência?

Mike estava na faixa dos 60 anos, era baixo, tinha o cabelo grisalho um pouco comprido, mas sempre arrumado e uma barba feita. Gostava de usar gravatas borboletas coloridas, a dessa vez era uma de bolinhas vermelhas e um terno com colete cinza.

- Fácil, ganhamos o caso. A indenização deve sair em alguns dias, o senhor Martin disse que ligaria para você. - Completei com um sorriso.

Mike: Ah, isso é ótimo, sabia que iria conseguir.

Escutei o risinho sarcástico que eu odiava e o Cara Azeda se aproximou, parando ao lado do nosso chefe.

Josh: Até alguém sem ser formado, ganharia esse caso. - Desdenhou com sua voz rouca.

Eu revirei os olhos.

- Você quase perdeu um semelhante a esse se me lembro bem ano passado, não foi? Só conseguiu depois que entrou com um recurso.

Ele bufou.

Josh: Eu só queria deixar as coisas mais emocionantes. Não tem graça ganhar tudo de primeira.

- Ah, é claro! - Meu tom foi irônico.

Eu ri e ele fechou a cara. Idiota.

Mike: É desse espírito de competitividade que gosto. - Bateu palmas. - Amanhã é seu aniversário não é, Any?

- Sim. - Respondi animada e feliz.

Estava esperando esse dia chegar, mais do que um perdido no deserto querendo água.

Meu aniversário era dia 11 de março e cairia na sexta-feira.

Josh: Uau, parabéns pelos seus 80 anos, apesar de parecer ter 90, como uma avó.

- Pior ainda é parecer Voldemort. Olha o tamanho dessa testa, daqui a pouco vai está todo careca.

Josh: Bem que eu gostaria de lançar um Crucius em você.

Minha boca se abriu surpresa. Nunca imaginei que ele poderia ser alguém que conhece Harry Potter, não parecia o estilo dele.

Mas quem ele pensava que era para me lançar uma maldição imperdoável em mim? Ele ia ver só.

Mike riu, todos sempre se divertiam com nossas patadas.

Eu e ele que nunca víamos graça, pensavam que falávamos brincando, mas era realmente sério. Será que teria que descer ao seu nível e lançar um Avada Kedavra nele?

Adoraria nunca mais ter que olhar sua Cara Azeda, ou podia mandar ele para algum lugar bem longe daqui.

Mike: Pode tirar o dia de amanhã de folga, segunda esteja cedo aqui para trabalhar.

- Ah, nem acredito chefinho, muito obrigada. - Respondi animada.

Eu podia até abraçá-lo.

Ele riu.

Mike: Aproveite seu aniversário.

- Ah, eu vou aproveitar. Andrew vai me levar para jantar no Amour.

Amour era um restaurante francês super requisitado e chique, eleito o melhor da cidade e estava entre os melhores do país. Eu morria de vontade de ir lá e meu namorado tinha conseguido uma reserva para meu aniversário.

Não conseguia parar de pensar nisso. Tinha grandes planos para a noite seguinte.

Iria fazer 30 anos. TRINTA. Nem conseguia acreditar.

Tinha um emprego excelente, era uma mulher independente, ganhava bem e um namorado lindo, o que mais alguém como eu poderia querer?

Ah é claro, tinha aquele detalhe, mas iria resolver isso na próxima noite.

Iria provar que não era nada amaldiçoada.

Josh: Andrew vai me levar para jantar no Amour. - O Cara Azeda me imitou com uma voz fina.

Virei-me irritada.

- Vem cá, você não tem caso para trabalhar, não?

Josh: Posso trabalhar e irritar você ao mesmo tempo,  sou multifunções.

Eu bufei, fuzilando-o. Seus olhos azuis me encararam daquela forma estranha.

Mike: Tá bom, chega vocês dois. Amanhã espero que dê certo na sua audiência, Josh.

Josh: Vai dar chefe, não se preocupe. Com licença. -  Ele finalmente saiu.

Fiquei aliviada a cada passo que dava para mais longe.

Três dias sem ver a cara dele, seria maravilhoso, um presente direto do céu para mim.

Mike: Any, vou depositar seu bônus de aniversário e assim que sair os honorários do caso passo para você.

- Tudo bem, chefe. Obrigada.

Taylor: Sr. Law, o Sr. Martin está na linha. - Avisou.

Mike: Ah, deixa eu ir atender.

Eu sorri sabendo que Martin me elogiaria e Mike ficaria mais satisfeito com meu trabalho.

Toma essa, Cara Azeda Beauchamp.

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Eu estacionei meu carro na vaga e saí andando pelo estacionamento em direção ao elevador.

Fiquei feliz dele subir direto sem parar em nenhum andar. Graças a ter um chefe bem generoso, eu consegui comprar um apartamento em um edifício perto do trabalho.

Demoraria uns quarenta anos para quitar o empréstimo que fiz, mas quem se importava? Era meu cantinho e amava cada partezinha dele.

Só tinha quatro apartamentos no andar. Dois para cada lado e com um longo corredor. As portas ficavam de frente uma para outra.

Por muito tempo o apartamento da frente do meu estava vago, porém há duas semanas tinha um novo morador, mas ainda não tinha conseguido encontrá-lo.

Eu tinha deixado uma cesta de boas vindas em sua porta, assinado como a vizinha da porta da frente e ele me agradeceu com um simples obrigado em um bilhete que passou debaixo da minha porta, sua letra era bem elegante. Foi a única interação que tivemos.

Ele ou ela deveria ser um viciado em trabalho como eu.

Abri a porta do meu apartamento e assim que entrei tirei meus saltos e me joguei no sofá. Eu deveria ir banhar, Andrew tinha dito que iria passar aqui depois do trabalho, mas estava com vontade apenas de deitar e não ouvir ele tagarelando sobre seu grande sonho de ser gerente do banco que trabalhava.

Às vezes era um saco ouvi-lo falando sobre isso, mas estava difícil achar homem que preste nos dias de hoje e tinha que ter paciência e relevar essa chatisse.

Amanhã seria um grande dia.

Eu acabaria com a maldição que carregava comigo por 30 anos, nem conseguia acreditar.

Já podia imaginar os fogos de artifício, a orquestra sinfônica tocando e o coral cantando: Aleluia, aleluia, aleluia!

Meu celular tocou e sorri ao ver o nome dele.

- Oi, Andy!

Andrew: Any, me desculpe. Está um inferno aqui no banco, não vou conseguir te ver hoje.

Eu podia ouvir vozes exaltadas no fundo.

- Tudo bem, mas amanhã vamos jantar juntos, não é?

Andrew: É claro que sim, gata. Eu tenho grandes planos para mostrar a você amanhã.

Eu corei um pouco pensando no que ele teria de grande para me mostrar. Eu já tinha tido uma amostra em uma de nossas pegações, não parecia muito grande, mas afinal o tamanho não importava muito, importava?

- Estou ansiosa por isso. - Dei um risinho.

Andrew: Tenho que desligar.

- Tchau. - Respondi por um telefone já mudo e suspirei.

Eu odiava essa mania que ele tinha de desligar sem se despedir direito, mas tudo bem. Ninguém era perfeito.

Eu o conheci há pouco um mês e me surpreendi por ele logo me pedir em namoro. Adorava homens diretos e decisivos, que não ficavam enrolando. Quando eu contei da minha maldição para ele, achou graça e disse que iria resolver meu problema.

Eu não queria esperar, queria logo ficar com ele, mas como meu aniversário estava chegando, Andrew quis fazer algo especial e disse para esperarmos a data.

Eu tinha alguns traumas, mas sentia que finalmente tudo daria certo.

Bem, deixe-me explicar.

Eu sou filha única depois de minha mãe ter quatro abortos. Isso fez com que ela sempre me protegesse demais. Eu cresci sob rodama, como se fosse de vidro. Meu pai sempre tentava intervir e me fazer brincar como todas as crianças, mas mamãe era super protetora demais.

A primeira vez que andei de bicicleta parecia que estava com equipamento como se eu fosse pular de moto por cima de cinco caminhões, igual o Motoqueiro Fantasma aos cinco anos de idade.

Aos sete ela não deixou papai me dar um patins, pois era muito perigoso para ela.

Aos doze quando os meninos pararam de parecer melequentos e comecei a enxergar eles com outros olhos, ela quase quis me colocar em um colégio de freiras. Nunca deixava eu ir pra casa de alguma colega, dormir fora, jamais. Sempre me buscava e me deixava na escola, tinha que saber o nome de todos meus amigos e o que eu sempre estava fazendo.

Era um saco, mas eu entendia que fazia aquilo apenas por medo de me perder.

Aos dezesseis eu comecei a namorar escondido o filho da vizinha, meu amigo de infância. Sabíamos que éramos novos demais e apesar de não querer mamã5e aceitou nosso relacionamento, desde que nunca ficássemos sozinhos.

Planejamos ter nossa primeira vez quando eu fizesse dezoito anos, no dia do meu aniversário, mas então um mês antes ele terminou tudo comigo, porque iria se mudar para o outro lado do país e não queria um relacionamento a distância.

Ele foi meu primeiro amor, aquele que a gente planeja a vida toda e acha que vai dar tudo certo. Foi difícil superá-lo. Por dois anos vivi ainda sonhando que um dia ficaríamos juntos. Quando descobri que ele tinha engravidado outra garota e iriam se casar, eu finalmente desencanei e resolvi dar uma nova chance ao amor.

Foi quando conheci Riley. Ele era um verdadeiro príncipe. Estava um semestre à frente, era popular, vinha de uma família rica. Quando contei que ainda era virgem, ele não se importou. Falou que iria esperar eu me sentir preparada, quando me senti preparada dois meses depois, Riley falou que queria esperar nosso casamento, porque ele vinha de uma família muito conservadora e não queria que nossas almas fossem para o inferno.

Eu achei uma bobagem, mas não me importei e namoramos por três anos assim, sempre ignorando um sentimento de desconfiança em mim. Toda vez que eu tentava esquentar as coisas ele dava um jeito de esfriar. É como dizem: o pior cego é aquele que não quer ver.

Eu deveria desconfiar daquela história dele e acho que no fundo eu sabia desde o começo, mas só consegui realmente acreditar que era verdade quando o vi de quatro na cama com seu melhor amigo atrás dele, Riley admitiu que só estava comigo esse tempo todo para esconder da família que era gay.

E para piorar ainda me ofereceu dinheiro para continuar com ele, mas dinheiro no mundo pagaria minha dignidade.

Bem, depois dele eu me formei e estive muito ocupada tentando conquistar meu espaço no Levandowisk Law, aí então eu conheci Brad com 27 anos.

Eu decidi não contar que era virgem e sempre que tentávamos transar dava errado. Juro. O telefone tocava, alguém chegava, tinha acidente, tempestade, minha menstruação descia. Até que ele cansou e disse que tinha achado alguém mais interessante.

Eu fiquei com alguns outros rapazes, mas nunca nada dava certo. A maioria que conhecia queria só se divertir e eu já tinha esperado tanto... não queria um casinho só de uma noite.

Pode parecer bobeira, mas eu sonhava com o amor. Com um homem que me protegeria, que me amaria, que saberia todos os meus segredos. Eu com certeza tinha sido amaldiçoada por não ter ido para o colégio de freiras como queria e ter mostrado a língua para Madre, quando mamãe me levou para conhecer.

Toda minha família me achava uma solteirona, me sentia deslocada do mundo. Todas minhas amigas de infância e do colegial eram casadas, ou já tinham filhos, não que as invejasse, mas sempre me perguntei se um dia eu teria algo assim, porque eu queria muito um marido e filhos, não me julgue por isso.

Até que finalmente conheci Andrew e era o primeiro homem que me tratava bem depois de um tempo. Ele tinha um bom emprego, rolava atração entre a gente, podia ser meio lerdinho e às vezes ignorante com as outras pessoas, mas eu relevava, afinal ninguém era perfeito.

Eu não o amava, mas sabia que podia chegar lá. Nosso amor seria construído pouco a pouco, eu tinha esperança disso.

Então amanhã seria o grande dia. Eu finalmente descobrira como era fazer sexo com alguém e aposentaria minhas mãos.

Peguei meu celular e procurei um contato.

Sabi: Amiga, oi!! - Ella atendeu animada como sempre.

- Sabi, amiga, vamos para o salão amanhã?

Sabi: Só se for durante a tarde, de manhã vou está dando aulas.

- Sim, à tarde mesmo. Quero me preparar para a noite, vou jantar com o Andrew.

Sabi: Ai é mesmo amiga é seu aniversário!

- Sim! Ele disse que vai me levar para jantar no Amour.

Sabi: Uau, lá é super chique e depois você vai ser a sobremesa?

Eu ri corando.

- Sim, ai nem consigo acreditar que finalmente vou fazer isso.

Sabi: Já passou da hora né, seu hímen deve ter atrofiado, vai ver como essa história de maldição é tudo da sua cabeça.

Eu esperava realmente que sim.

Sabi era a única amiga de verdade que tive coragem de contar minha situação, sem me sentir ridicularizada. Ela sempre me apoiou e nunca fez eu me sentir uma estranha por nunca ter feito sexo com ninguém. Nós conversamos mais um pouco antes de desligar.

Eu escutei a porta do apartamento ao lado e corri para a porta querendo ver pelo olho mágico, mas tudo que consegui ver foi a sombra de um homem que parecia alto e forte e a porta fechando.

Bem, ainda teria a chance de vê-lo depois.

Iria dormir cedo porque amanhã finalmente seria O dia.

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🍃| Usei minha licença poética para mudar o aniversário da Any.

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