Minha raiva me fez o entender

Aimee Asimov

Mais um dia estava amanhecendo,uma semana já havia se passado e eu já estava quase que completamente recuperada,digamos que Aleksander entende bastante de ervas curativas e coisas do tipo.

Ainda estavamos e uma das casas destruidas de Novo-Kribirsk e por mais que fosse um lugar decadente eu já havia ficado em lugares muito piores então já estava me acostumando,aos poucos consegui deixar a casa o mais agradavel possivel para nós ficarmos um tempo por aqui,por mais que eu soubesse que era questão de tempo até as pessoas voltarem para essa area e assim termos que fugir... Me levantei da cama onde eu estava indo em direção ao espelho quebrado observando as marcas do meu ombro,realmente ficou uma péssima cicatriz.

Levantei novamente o vestido me virando e observando ao redor,estava tão silencioso aqui,a única coisa que eu podia ouvir era o som de passáros voando para lá e pra cá,as luz entrava pelas frestas da janela quebrada de madeira criando uma bela paisagem dentro do pequeno comôdo. Ele não está aqui. Na verdade sou a única pessoa em quilômetros,e isso era tão solitário e mórbido.

Darkling havia saido a dois dias junto de seus carrascos de sombras,ele havia dito que iria arrumar um jeito de nos tirar daqui para irmos a procura de algo que ele não quis me dizer por mais que eu tivesse insistido.

Era meio engraçado,nesse pequeno tempo que ficamos juntos eu realmente me apaguei muito ao moreno,ou talvez como Baghra havia dito,eu havia me tornardo dependente a ele,o que era bem mais provavel já que eu não sou o melhor exemplo de saúde mental,mas... Havia algo nas sombras dele que instigavam e sempre me puxavam para perto.

Por mais que eu não concordasse com suas ideias,por mais que eu não o compreendesse e por mais que eu sentisse raiva,eu nunca iria conseguir abandona-lo,luz e sombra,nós sempre estariamos ligados,mesmo que isso fosse causar nossa destruição.

O som da porta da frente rangendo me fez sair dos meus pensamentos e entrar em estado de alerta,com passos leves caminhei até o corredor que dava a visão da sala e então a imagem de um pequeno menino que segurava seu braço encharcado de sangue veio em meu campo de visão,caminhei até ele o vendo quase sair correndo,eu podia ver o medo em seu olhar mas ao ele me análisar melhor logo se acalmou um pouco.

- Você... Você é a conjuradora do sol,todos dizem que está morta... - Sua voz estava embargada e eu vi seu pequeno corpo desabar indo direto ao chão,fui em direção a ele colando sua cabeça que também sangrava muito em meu colo. - Você é tão bonita sabia santa Asimov... Voc-você vai tirar essa dor de mim? - Eu não estava entendendo o que estava acontecendo até voltar a olhar o braço sangrando do garoto,a marca do teste,ele era um Grisha.

- Está tudo bem... - Falei tentando acalma-lo- O que houve com você? - Perguntei calma e vi que ele estava tão fraco em meus braços mas fazia toda a força que conseguia para falar.

- A Aeros,todos sabem oque o Darkling e-e você fizeram na dobra... O povo... O povo se revoltou contra nós,eles me machucaram e-eu não consigo mais lutar... Você e o General tem que nos salvar... - Os olhos do garotinho foram se fechando aos poucos e eu já não estava mais conseguindo conter minhas lágrimas,eu fiquei lá em estado de choque até começar a ouvir vozes de pessoas se aproximando,me levantei e sai pela porta vendo cinco soldados do primeiro exército. Eles estavam procurando o garoto.

E dominada pela minha raiva conjurei um corte logo o jogando na direção dos homens que cairam mortos ao chão,e ao longe eu vi um cavalo negro se aproximando sendo seguido pelas sombras,Darkling havia retornado,e ao ele ver a cena do pequeno massacre a poucos metros de mim ele pulou em minha direção assustado.

- O que aconteceu aqui? Você está bem? - Falou agarrando meu rosto com as mãos.

- Estão matando os Grishas por nossa causa! Temos que fazer alguma coisa! A gente consegue livrar a cidade deles se a gente quiser Aleksander. - Ele me olhou confuso logo desviando o olhar para a entrada da casa onde ele pode ver o corpo estirado do garotinho.

- Você precisa se acalmar! Não estamos mais em Os Alta,aqui é o outro lado da dobra,soube que Zoya falou coisas que não deveria e isso criou uma revolta no povo daqui quando souberam que eu expandi a dobra eles começaram a caçar os Grishas,mas o outro lado ainda não sabe,então não vamos criar mais alarde! Já temos problemas demais. - Ele acariciou meus cabelos e pegou um pequeno pano para limpar minhas mãos manchadas de sangue. - Vamos ir embora daqui! hoje! Vamos embarcar ne um barco chamado de Verrhader,que pertence a um infame corsário que se chama 'Sturmhond'.

- E pra onde vamos?

- Atrás de um último amplificador para você,um dragão de gelo. - Minha respiração travou e eu neguei com a cabeça.

- Não é possivel ele não existe... - Aleksander me olhou mais uma vez desentendido.

- Você sonhou com ele não foi? - Perguntou.

- Como você sab...

- Eu já havia ouvido boatos de Grishas com ligações com amplificadores especificos,mas você é a primeira que eu realmente conheci. - Ele não falou mais nada apenas pegou minha mão e me puxou para cima do cavalo onde cavalgamos por longas horas,o sol já havia se posto e então eu pude avistar um enorme navio.

E o mar...

Era primeira vez que eu via o grande azul do oceano,respirei fundo sentindo brisa sobre meu rosto e então senti alguém segurar minha mão.

Encarei o moreno por alguns segundos logo voltando a olhar a imensidão azul.

- Aleksander,eu quero proteger os Grishas mesmo que... Isso signifique que terá uma guerra maior. - Falei sem o olha-lo.

- Eu imagino como deve ter se sentindo ao ver o garoto morrer,agora você entende não é? Nós dois juntos podemos mudar isso,e nós vamos. - Senti sua mão subir até meu pescoço onde ele me puxou mais para perto e sem avisos tomou meus lábios,foi um beijo rápido,mas com um significado tão grande.

Após nos separarmos fomos em direção ao navio que estava prestes a zarpar,os homens andavam de um lado para o outro apressados e por alguns instantes meu olhar se encontrou com o de um rapaz que parecia ter minha idade,que parecia ser o lider dali "Muito jovem para ser o capitão de qualquer coisa" pensei,seus cabelos tinham um estranho tom de vermelho e seus olhos eram de um verde turvo,mas havia algo de estranho nele.

- Esse é Sturmhond,o capitão. - Falou o moreno ao meu lado ao ver que eu o estava encarando demais.

Desviei o olhar do homem e caminhei até a ponta do navio sendo acompanhada pelo moreno que mais uma vez segurou minha mão.

- A nossa era chegou. - Falou e no mesmo momento o barco começou a se mover.

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