𝙇𝙞𝙩𝙩𝙡𝙚 𝙋𝙖𝙡𝙖𝙘𝙚
O Pequeno Palácio
Aimee Asimov
O som de passos e rangidos na madeira me fez despertar,eu ainda estava no esquife,olhei brevemente ao redor e pude ver que o barco estava todo destruido e já não estavamos mais na escuridão da dobra.
- Não,não tente levantar. - Falou uma voz feminina,era uma Grisha,uma curandeira. - Você está com uma costela quebrada e...
- Leve-a a tenda do General. - A voz de uma mulher de Kefta azul,fez a curandeira parar na hora o que estava fazendo. - Agora!
Sem questionar a mulher que antes me ajudava agora estava completamente me arrastando para fora do barco.
- Onde está Dmitri? Um rastreador que estava ao meu lado?
- Todos os sobreviventes do primeiro exército foram mandados para enfermaria. - Disse de modo rápido e estúpido me fazendo ficar calada o resto do caminho.
Minha cabeça estava latejando de dor,e eu não me lembrava claramente o que havia acontecido a algumas horas atrás,mas o pouco que eu lembrava já era o bastante para eu saber que havia algo errado... Errado comigo.
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Enquanto caminhavamos para a tenda do General,pude sentir os olhares de vários Grishas sobre mim,eles pareciam nervosos com minha presença e isso ficou ainda mais claro quando eu adentrei a tenda escura podendo ver todos lá presentes formarem um circulo em volta de mim,mas logo minha atenção se desviou para o homem de Kefta preto a poucos metros de mim.
- Aproxime-se. - Falou o moreno a minha frente,fazendo eu dar apenas mais um passo para frente. - Então?
- Então o que? Senhor... - Por mais que eu tentasse esconder,meu nervosismo era inevitavel.
- Oque você é? - Falou se aproximando.
- Aimee Asimov,rastreadora designada. - Respondi e vi o mesmo respirar fundo,mas logo repetir a mesma pergunta de antes "Oque você é"? - Sou apenas uma rastreadora senhor.
Nesse momento os Grishas ao meu redor começaram a rir,o que fez eu ficar ainda mais desconfortavel.
- Quietos! Quem de vocês viu o que aconteceu? Zoya você tripulou a vela principal,o que aconteceu lá? - Nesse momento a mesma Grisha de Kefta azul de antes deu um passo a frente.
- Fomos atacados depois de dois marcadores,alguém acendeu um lampião,então os Volcras pegaram os cartógrafos e os infernais primeiro,e depois surgiu uma luz brilhante.
- Foi ela. - Um dos homens que tinha o rosto machucado falou,nesse momento altomaticamente olhei para o moreno a minha frente que deu de ombros.
- Então rastreadora,é verdade? Você consegue conjurar luz? - Neguei com a cabeça fazendo-o suspirar novamente. - Onde você cresceu?
- Halmhend senhor.
- E quando você foi testada? - Meu silêncio o fez dar mais um passo para perto de mim. - Por acaso,não se lembra? Certo,vamos apenas tirar a prova.
Disse ficando de vez frente a frente comigo,colocando um anel em forma de garra em seu dedo.
- Oque está acontecendo? - Falei ao ver tudo ao nosso redor ficar escuro.
- Levante a sua manga. Por favor.
Rapidamente senti sua mão sobre meu braço,e senti a manga da minha blusa ser levantada até perto do meu ombro,e antes que eu pudesse falar algo senti o mesmo perfurar minha pele e um feixe de luz sair do corte que ele havia feito.
- Não é possivel... - Sussurei enquanto olhava a luz que agora tinha até mesmo furado a tenda.
Meu olhar logo foi de encontro ao General a minha frente,nos encaramos por breves segundos até a luz parar de sair do meu braço. Agora eu sentia minha respiração ofegante e meu coração acelerado.
- Fedyor,Ivan a escoltem imediatamente para o Palácio. - Disse fazendo um dos Grishas me segurar e tirar de dentro da grande barraca.
- Isso só pode ser um engano! - Disse ao ver um dos homens de Kefta vermelha abrindo a porta de uma carruagem.
- O General nunca se engana,agora entre na carruagem ou eu mesmo a jogarei lá dentro! - Olhei para o mesmo tentando pensar ne uma desculpa para faze-lo simplesmente me deixar ir,mas era óbvio que não daria certo.
- Tenho que encontrar meu amigo,Dmitri Mendeleiev ele... - Senti o mesmo me agarrar e simplesmente me jogar dentro da carruagem,logo após ele junto de outro homem a adentraram e trancaram a porta.
E então os cavalos que levavam a carruagem começaram a correr e pela janela pude ver Dmitri em uma barraca medica,assim que ele me viu apenas me levantou e me lançou um olhar indecifravel,então eu o perdi de vista...
Mas de uma coisa eu tive certeza,havia raiva em seu olhar.
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Conforme eu era levada para Os Alta,fiquei olhando pela janela,admirando as belas arvores e montanhas.
Aquilo fazia eu me lembrar do lugar onde eu cresci,a diferença era que quase o ano todo nevava em Fjerda,já aqui o tempo era mais fresco e úmido.
- Esse é Fedyor. E se não ficou claro, sou Ivan. - Falou o mesmo homem que havia me jogado na carruagem.
- É um prazer conhece-lá. - Respondeu o moreno,eu apenas assenti com cabeça e coçei minha mão esquerda,aquela roupa estava me pinicando desde o momento que eu a vesti. - Chamam isso de Kefta,é aprova de balas,o uniforme do segundo exército.
- Eu sei oque é... E quer saber é engraçado,enquanto vocês tem Keftas aprova de balas os soldados do primeiro exército morrem de fome. - Os dois homens ficaram em silêncio novamente.
- Eu queria saber como,digo,como ninguém notou você antes? Não quero que seja descortesia da minha parte mas sua aparência parece que você nasceu do próprio sol. - O moreno falou novamente.
- Na verdade minha aparência é bem comum ao Sul de Ravka.
- Não é bem assim,você é diferente,é especial,você agora é a esperança de todo o país,um mito que virou realidade.
- Só oque eles realmente querem de mim é que eu faça a dobra desaparecer.
Fedyor abriu a boca para me questionar,mas uma voz do lado de fora da carruagem o fez entrar em estado de alerta.
- A estrada está bloqueada!
- Fique aqui e não saia por nada! - Ivan falou abrindo a porta.
- É pro seu bem. - Foi a última coisa que o moreno disse antes de sair junto do outro e me deixar sozinha.
O som de tiros e alguns gritos se espalhou pelo ar,logo eu já estava no chão tentando me proteger das balas que atravessavam as paredes da carruagem como se não fosse nada,vi a porta sendo aberta com brutalidade e minhas pernas serem puxadas para fora,tentei me segurar para fui lançada direto ao chão.
- Não! Por favor me solta! - Tentei chutar o homem que me arrastava mas ele infelizmente era forte demais.
- Bruxa! - Gritou acertando um soco em meu rosto,olhei novamente para o homem em cima de mim com um pequeno machado prestes a me acertar,um Drüskelle,que vestia as mesmas roupas dos homens que mataram meus pais...
O som de galopes me fez altomaticamente olhar para o grande cavalo negro que vinha em nossa direção,era ele,o General Kirigan. O homem em cima de mim logo se virou para ver quem era,mas ele foi atingido por algo que na hora não consegui indentificar,vi seu corpo ser partido em dois e sangue voar sobre meu rosto,ele estava morto.
- Está ferida?
- Não... Não muito.
- Os outros vão fugir agora que me viram. E você vem comigo. - Disse estendendo a mão para eu me levantar.
- O-Oque foi isso? - Perguntei enquanto andavamos até seu cavalo.
- Drüskelles são do exército Fjerdano,treinados para sequestrar e matar Grishas.
- Eu me referi a você cortar um deles ao meio a distancia. - Falei limpando meu rosto com a manga do Kefta.
- Eu deveria ter usado uma espada?
- Eu não sei,me desculpe isso ainda é novo para mim...
- Tudo bem. Existe matéria em tudo,até no ar ou na sombra,pequena demais para ver,e a lâmina pode ser feita por um conjurador,mas é preciso muita habilidade,por isso eu sempre a uso como último recurso,tipo uma emboscada como essa. - Ele falou com tanta tranquilidade que fez eu me sentir mal,e ao mesmo tempo pensar por alguns instante,então essa seria minha vida agora? Viver sendo caçada?
- Então vai ser assim? Digo,a onde quer que eu vá estaria sendo caçada como um animal?
- Você vai se acostumar,além do mais era de se esperar um ataque,você fez muita luz naquela tenda e atraiu os Drüskelle,por isso agora você vai viajar comigo. - Falou se aproximando. - Além do mais,antes você havia dito que era Halmhend,isso quer dizer que completamente é uma Fjerdana,então vou perguntar novamente,você já foi testada na infancia?
- Ah muita coisa que o senhor não sabe,e desculpe parecer grossa ou mal educada,mas a coisas que eu prefiro não falar. E não,eu nunca fui testada antes,já era complicado demais pra mim,e eu não queria ficar sozinha novamente.
- Você é uma Grisha,não está sozinha. Agora vamos,temos um longo caminho pela frente.
Disse subindo em seu cavalo e me estendendo a mão para fazer o mesmo.
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