Um jantar antes da dor

Aimee Asimov

Ao anoitecer,eu podia ouvir a música vindo do salão enquanto dava os últimos detalhes em meu vestido.

Era um tanto estranho,na verdade uma sensação esquisita que causava calafríos em minha espinha,talvez seja por conta do Deja vú de essa ser a mesma música na qual eu me apresentei oficialmente ao mundo.

Mas ignorando a sensação sai de meu quarto seguindo a melodia dramatica e barulhenta,e ao descer as grandes escadas para o salão o olhar de todos veio até mim. Eles festejavam eufóricos,tanto os grishas tanto os soldados,nem ao menos parecia que ao amanhecer estáriamos marchando para uma guerra que iria decidir o futuro do país e do mundo.

Já no meio do salão as pessoas voltavam a dançar,enquanto eu apenas me escorei na parede os observando,eu não conseguia pensar em mais nada,apenas no dia de amanhã e em como apenas eu parecia estar preocupada,não seria nada bom se todos meus guerreiros estivem de ressaca...

- Consigo sentir sua preocupação daqui Srt.Asimov. -A voz do garoto de cabelos castanhos me trouxe de volta a realidade,me fazendo sorrir de leve.

- Fenrir,vejo que é um dos únicos que ainda não está bebâdo. - Falei e ele sorriu se aproximando.

- Eu não curto muito bebidas,mas me diga,sobre amanhã,você tem algum plano de ataque? Ou iremos bater de frente com eles mesmo? - Perguntou curioso. - Mas se você não tiver tudo bem,eu até gosto de desafios. - Ele pareceu nervoso com a pergunta mas mesmo assim esperou minha resposta.

- Não se preocupe,você vai saber na hora certa,além do mais,eu gostei de você,que tal ser meu General? - Ele ficou estático por alguns segundos mas logo voltou a sua postura normal.

- Seria uma honra! - Falou se curvando de leve.

- Certo General,cuide para que cada grisha e homem nesse salão esteja inteiro amanhã,certo? - Ele assentiu e logo foi ao seu dever.

E logo após ele sumir de meu campo de visão resolvi sair um pouco do salão indo em direção a biblíoteca do Palácio,e ao chegar lá,estava totalmente vázia e escura.

Passei a mão pelas estantes até um livro em especifíco chamar minha atenção ele estava bem no canto da prateleira como se estivesse escondido,e ao pega-lo me surpreendi "Merzost",a ciência proibída foi como o Aleksander criou a dobra e seus seguidores os nichevo'ya.

E ao ler mais,e entender sobre o ato,pronúnciei as palavras proíbidas e uma forte dor atingiu meu peito me fazendo soltar o pequeno livro e soltar um grito que foi abafado por minha própria mão,uma luz forte saiu de meu peito e como uma força gigantesca eu cai no chão. E ao olhar para cima,eu pude ver,assim como as criaturas de Darkling,mas essas eram minhas com um tonalidade dourada arenosa,eu os podia senti,como marionetes ligadas a mim,e após uma mecha de meu cabelo cair sobre meu rosto pude perceber que a tonalidade loira de antes havia sido substituida por branco,um branco tão forte como a neve.

Mas haviam consequências,e eu já podia senti-lás,era como se um pedaço de minha alma tivesse sido arrancado de mim,e a dor no meu peito era sem dúvida um sinal de que minha saúde havia sido prejudicada.

Mas me apoiando nas estantes de livros consegui me levantar e olhar melhor as criaturas a minha frente,e com apenas um levantar de minhas mãos elas desapareceram voltando para mim.

- Não consigo acreditar que está fazendo isso. - Uma voz feminina me fez desviar a atenção para porta,era a Baghra. - Você vai destruir tudo que o General Kirigan criou para os Grishas! Não teremos mais refúgio e seremos caçados denovo! Você se tornou pior que ele!

- Não me venha com lições de moral Baghra. Você perdeu esse direito no momento em que me pediu para seguir o seu caminho,no dia em que eu fugi! Você apenas queria me usar igual a todos,a diferença é de você,eu posso dizer que fugi. - As sombras vindo dela começaram cercar a sala.

- Eu te ensinei tudo que sabe,para você simplesmente virar uma anarquista que irá causar uma guerra! - Em um movimento simples uma claridade surgiu por toda sala fazendo as sombras desaparecerem.

- Não,você apenas me ensinou o básico,o resto foi a crueldade do mundo que me ensinou,e eu e você sabemos que se não fosse eu,seria seu filho a trazer a guerra até nós,eu apenas.... Dou esperança de serei uma rainha diferente. - E com o rosto cheio de raiva ela retirou uma lamina do bolso e começou a andar até mim.

- Não vou deixar você acabar com tudo! Você usou o Merzost assim como ele... Vou fazer isso por você também,não quero que se corrompa ainda mais. - Mas antes dela dar o primeiro passo em minha direção a porta foi aberta por Fenrir,que ao a ver logo fez um movimento com as mãos a fazendo cair no chão com o nariz sangrando.

- Não,não a mate,apenas a prenda na masmorra... E obrigada John. - O Sangrador apenas me olhou e assentiu mas logo voltou a me encarar novamente.

- O que houve com o seu cabelo? Ficou ótimo,mas a algumas horas atrás estava dourado... - Acabei soltando uma risada com sua fala.

- Coisas de garotas.

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Ao amanhecer eu já estava acordada antes mesmo do sol nascer.

E por incrivel que pareça,hoje a manhã veio junto da neve,eu nem mesmo me lembrava que o inverno estava se aproximando,mas admito ter achado meio irônico.

- Tudo começou na neve,vai ótimo se o fim também ser nela.

E pela janela do quarto pude observar as tropas começando a se preparar,os grishas iriam junto comigo na frente a cavalo e logo atrás iriam os soldados,eu podia observar todos os homens vestidos com roupas esverdeadas do primeiro exército,a única diferença era que eu havia mandado os artesãos bordarem detalhes dourados em seus uniformes,assim como nos Keftas dos grishas,que agora tinham um sol bordado no ombro esquerdo,sem dúvidas eramos um único exército agora.

E após eu me vestir,sai do quarto indo até o lado de fora do Palácio onde todos já estavam posicionados.

- Hoje iremos mudar o mundo! Hoje não existe grisha nem soldado,apenas existe nós! Os soldados do Sol. Hoje nós iremos dar nossas vidas a uma nova Ravka! Iremos dar a nossa vida por um mundo de igualdade onde os grishas não serão caçados e os homens não passaram fome! Quem está comigo?! - Todos gritaram concordando comigo. - Vamos tomar o poder!

E com mais um grito dos soldados,subi em meu cavalo negro começando a cavalgar em direção a Kribirski.

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(É o próximo capítulo será o último,com muito tiro porrada e bomba!)

E eu venho aqui dizer que já postei o cast da fic dos marotos!! Vão lá ver!