Autossabotagem
Depois que Liz saiu do quarto, Walker mandou uma mensagem para Mason.
Já falei com ela e fiz tudo o que eu podia.
Agora o problema é seu.
Tô indo curtir a festa com a minha namorada.
Do outro lado do país, ao receber a mensagem, Mason suspirou frustrado. Sabia que grande parte daquilo era culpa sua.
Se ele não estivesse tão confuso sobre tudo, se não tivesse colocado tanta pressão sobre si mesmo e alimentado paranoias que só existiam em sua cabeça, talvez não tivesse bebido tanto ao ponto de uma garota se aproveitar dele. Normalmente, era mais inteligente com essas coisas — sabia onde estava e com quem estava — mas naquela festa tudo foi diferente. Ele queria se afogar na bebida para parar de se afogar em si mesmo.
Agora, estava ali, jogado na cama, com uma dor de cabeça enorme e um aperto no coração ainda maior.
Já fazia um bom tempo que sabia estar gostando de Liz, mas sempre tentou negar. No começo, achou que era só uma quedinha, um crush inocente, nada demais. Mas, com o tempo, percebeu que queria passar mais tempo com ela. E, antes que pudesse perceber, seus pensamentos estavam consumidos pela garota. Ainda assim, era óbvio que o orgulho e o medo o freavam.
Mas, quando a beijou, tudo pareceu certo. Nenhum medo, orgulho, fama ou consequência passaram por sua cabeça. Tudo parecia se dissipar no instante em que seus lábios tocaram os dela. Até que tiveram aquela ligação. Até que ela disse que não significava absolutamente nada.
Tudo desmoronou.
E Mason sabia que a culpa era dele. Ele tinha o péssimo hábito de se autossabotar. Quando tudo parecia perfeito demais, ele acabava estragando tudo. Ou por sentir demais, ou por não sentir nada. Foi assim em todos os seus relacionamentos. Sua primeira namorada? Não sentia absolutamente nada por ela, mas havia toda uma pressão sobre ele. Depois, se apaixonou por uma garota que o deixou em pedaços. Então, teve um garoto—e foi culpa sua também. Teve medo de se assumir para seus pais, e o garoto se cansou de viver escondido.
E agora, Liz.
Eles nem sequer começaram algo, mas, mesmo assim, doía como se tivessem terminado.
Mason se virou na cama, tentando se distrair da dor, mas os pensamentos sobre Liz não saíam de sua cabeça. Ele não sabia mais como lidar com tudo aquilo. Ela estava do outro lado do país e, mesmo assim, ainda ocupava um espaço enorme dentro dele.
Suspirou novamente, sentindo a pressão familiar no peito. A confusão, as inseguranças, a constante sensação de que estava prestes a perder algo ou alguém. Essa era a sua realidade.
"Eu estraguei tudo de novo."
"Eu sempre faço isso."
O que ele não entendia era por que não conseguia simplesmente se abrir para ela, para o que estava sentindo. Não era só um crush. Ele sabia disso. Mas algo dentro dele o impedia de se permitir. Talvez fosse o medo de ser vulnerável demais, de dar espaço para que alguém tivesse poder sobre ele. Talvez fosse o medo de se envolver e acabar machucado de novo.
Mas, ao mesmo tempo, ele não conseguia apagar a memória do beijo. O modo como tudo parecia tão… certo. Até a ligação. Até ela dizer que não significava nada.
Isso não podia ser o fim.
Ele queria resolver, queria voltar a falar com ela, mas as palavras estavam presas na garganta.
"E se ela não quiser mais saber de mim? E se isso já estiver acabado?"
Mas, no fundo, sabia que não podia simplesmente deixar isso ir. Estava cansado de se esconder, de se proteger o tempo todo. Se queria que as coisas fossem diferentes, precisava começar a ser diferente.
Talvez, só talvez, essa fosse a única maneira de parar de se sabotar.
***
Do outro lado do país, a música alta preenchia a casa. Walker, Leah, Aryan e Sophie andavam pelo lugar à procura de Liz, que havia sumido. O grupo já queria ir embora, mas faltava a brasileira.
━━━ Ei, aquela não é a Liz? — apontou Sophie para a garota sentada no sofá, que estava beijando alguém.
━━━ Ela tá beijando uma garota?
━━━ Isso é uma garota? — Walker franziu a testa, confuso.
━━━ É óbvio que. . . — Sophie começou, mas então hesitou. ━━━ Na verdade, eu não sei.
Walker riu.
━━━ Vamos lá descobrir então.
Ele pegou na mão da garota, mas Sophie o puxou de volta.
━━━ Espera. Eu aposto cinco dólares que é uma garota.
━━━ E eu aposto que é um garoto. A Liz não gosta de garotas.
━━━ Então vamos ver.
Os dois se aproximaram de Liz, que nem percebeu a aproximação até Walker falar:
━━━ Ei, desculpa atrapalhar aí.
Liz olhou para ele e sorriu, levemente bêbada.
━━━ Walkie-talkie e Sophie! — disse animada. ━━━ Esse é meu amigo Alex.
━━━ Amiga, na verdade — corrigiu a pessoa ao lado dela.
━━━ Sim, a Sophie é minha amiga.
━━━ Não, Liz — Sophie interveio. ━━━ Eu sei que sou sua amiga. Mas a Alex está dizendo que é sua amiga.
━━━ Tá, mas. . . eu sou uma garota — Alex explicou.
Liz piscou algumas vezes.
━━━ Você é? Mas seu nome é Alex e você tem cabelo curto e. . . parece um garoto.
━━━ Liz! — Sophie e Walker exclamaram ao mesmo tempo.
Alex cruzou os braços.
━━━ Você só ficou comigo porque achou que eu fosse um garoto?
━━━ Por que eu ficaria com você se você é uma garota?
Antes que Liz pudesse terminar, Walker a interrompeu.
━━━ Vamos embora.
Ele pegou a mão dela e começou a puxá-la para longe.
***
No caminho para fora da festa, Liz cambaleava um pouco, sentindo o efeito da bebida misturado à confusão do momento. Walker segurava sua mão firme, enquanto Sophie e os outros os seguiam logo atrás.
━━━ Liz, o que diabos foi isso? — Sophie perguntou, claramente chocada.
━━━ Eu só… estava me divertindo, tá? — Liz revirou os olhos, mas sua voz saiu um pouco arrastada.
━━━ Você confundiu a garota inteira! — Walker bufou, balançando a cabeça.
━━━ Como eu ia saber? Alex pode ser nome de cara também — Liz deu de ombros, como se aquilo não fosse grande coisa. Mas, por dentro, sentia um peso estranho.
Aryan, que estava mais quieto até então, a observou atentamente.
━━━ Você tá bem?
Ela riu, mas sem humor.
— Óbvio. Tô ótima.
Ninguém ali pareceu convencido.
***
Na manhã seguinte, Liz acordou com a cabeça latejando. A luz entrando pela janela parecia forte demais, e o gosto amargo da noite anterior ainda estava em sua boca.
Se virou na cama e pegou o celular. Nenhuma mensagem de Mason.
Não que ela estivesse esperando.
Mas o problema era que, apesar de tudo, queria que ele tivesse mandado algo.
"Para de ser ridícula," repreendeu-se mentalmente.
Mas a verdade era que, mesmo depois do que disse na ligação, ela não conseguia tirar Mason da cabeça.
Bufou e se sentou, passando as mãos pelo rosto.
Talvez fosse melhor assim. Talvez fosse mais fácil manter a distância.
Mas então, o celular vibrou.
Uma mensagem de Mason.
Seu coração acelerou.
Quando abriu, só havia duas palavras:
Podemos conversar?
Sim eu sei que eu sumi, mas o bloqueio criativo tá foda e eu tô com ele até agr, escrevi qualquer coisinha só pra vcs não ficarem sem, então por isso tá uma bosta.
E se vocês acham que o Mason e a Liz vão ficar juntos por agora, vocês estão muito enganados, ainda falta muito para acontecer e por isso vou começar a fazer capítulos maiores, porque não quero que a história fique muito grande.
Espero que tenham gostado do capítulo e estejam gostando da história.
Qual a parte favorita de vocês?
Personagem favorito?
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Bisous de Lia Mass
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