Cap.13 - Por você

A luz invade meu quarto através das longas cortinas que voavam quarto a dentro em um vento caloroso de verão, me alertando que um novo dia havia começado, eu olho ao redor do quarto, seus tons de um laranja pêssego, as paredes trabalhadas em uma arquitetura antiga, nunca me senti tão em paz quanto agora.

Me viro para o lado vendo Jimin dormindo, apenas com uma fina camisola de seda que expunha os símbolos das fases da lua em suas costas, com um lençol que lhe cobria até sua lombar e então me apoio com meu cotovelo na cama, me aprochegando do mesmo, eu o olho com doçura e então arrumo seus cabelos por cima para não o acordar e me levanto, faço minhas higienes e visto minhas roupas, em seguida saindo do quarto.

Os corredores do Castelo estavam calmos, numa calmaria estranha, logo me concentro em ficar em silêncio e posso ouvir ao longe sons de crianças brincando na cozinha e vou até em direção à mesma, quando abro as portas do local vejo Seo-Yeon e Dal-Hae rodopiando a mesa de jantar enquanto uma empregada tentava os parar.

— Seo-Yeon! Dal-Hae! — Eu exclamo e vejo os dois pararem de correr quase que imediatamente.

— Tio... Q-quer dizer... Majestade... — A garotinha segura as bordas do vestido fazendo uma reverência a mim, quando a Dal-Hae apenas me cumprimenta com um acenar com a cabeça, encolhendo os ombros.

— Dal-Hae, você sabe que ela é mais nova que você, não fiquem correndo em volta da mesa, vão acabar se machucando meu filho... — Me abaixo ficando da altura de ambos, os olhando.

— É que o rabinho da Seo-Yeon é fofo, ele é todo felpudinho papai... Parece o de um gatinho arrisco! — Dal-Hae apontava para a filhote de Yoongi e Taehyung.

— Ele queria puxar tio! Eu estava fugindo do Dal-Hae! Ele é muito malvado! — Ela aponta para Dal-Hae, que apenas abaixa o olhar e pronuncia de uma forma quase que inaudível um "desculpa".

— Isso machuca filho... Não faça mais isso... Ok? — Acaricio os cabelos loiros e morenos que Dal-Hae tinha, por conter o poder dos dois reinos, o mesmo também possuía características mistas de ambos.

— Tá bom papai... Onde está o papi Jimin? — Dal-Hae diz dando um pequeno pulinho me olhando.

— Está dormindo... Quer ir acordá-lo?... — Pergunto e vejo um grande sorriso animado se formar no rosto de Dal-Hae.

— Quero! Quero! Quero! Vamos papai! — Ele me pega pela mão me puxando, porém eu apenas me levanto o pedindo que se acalmasse.

— Calma! Calma! Espere aí! Onde estão seus pais Seo-Yeon? E o Ha-Yeon? — Pergunto olhando para Seo-Yeon que da de ombros.

A garotinha tinha cabelos acizentados como os de Yoongi e uma mecha mais clara que ia de sua raiz até a ponta de seus cabelos da cor dos cabelos de Tae que eram um cinza mais claro, quase branco, a mesma tinha uma franjinha que a deixava muito fofa, era a primeira filha do Trisal.

O Ha-Yeon é um bebê chorão! Ele estava brincando com a gente, porém ele acabou tropeçando e caindo no chão! Os appas estão tentando o acalmar no Jardim... — Seo-Yeon fala balançando seu corpo, fazendo seu vestidinho azul floral rodopiar a medida que se balançava, era todo bordado em suas mangas bufantes e barras de seu vestido.

— Ele tem apenas dois anos Seo-Yeon, quem está sendo má agora é você... — Digo enquanto pegava Dal-Hae no colo, o mesmo estava um verdadeiro príncipe, com uma camisa creme bordada em dourado, que combinava com suas calças de algodão e umas botas de couro feita a sua medida. 

— Com licença, majestade... — Me viro ao ouvir Taehyung aparecer na porta da cozinha se curvando em minha direção.

— Sabes que não precisa dessa formalidade toda hyung... Por favor, somos amigos... — Caminho até o mesmo tocando seu ombro com minha mão livre, o fazendo olhar para mim.

— A família Kim está chegando... Estão todos muito felizes por mais um aniversário do Reino... Você está regendo muito bem meu amigo...

— Você não veio aqui me avisar disso, só para se livrar do compromisso de ajudar seus maridos a cuidar do Ha-Yeon não é?... — O olho de forma suspeita.

— O Ha-Yeon se machucou? — Ele me observa confuso, logo desviando olhar para Seo-Yeon que tentava se esconder atrás de uma cozinheira.

— Seo-Yeon... — Ele pronuncia o nome da pequena em um tom sério.

— Eu não fiz nada! Eu não fiz nada! — Ela sai correndo da cozinha mais rápido que meus olhos possam ver.

— Seo-Yeon! Volte aqui! Estou falando com você! Sua lobinha inobediente! — Taehyung sai em passos rápidos atrás de Seo-Yeon e eu apenas riu largando Dal-Hae no chão.

— Nós vamos receber o Eunwoo papai? Quando vou poder usar minha coroa? Eu fico muito bonita com ela! Quero ajudar o papai e o papi a por as deles também! — Dal-Hae gostava de celebrações, pois eram os únicos momentos em que podia se exibir como um príncipe sem restrições por usar sua coroa, porém certamente ela não pararia só na cabeça dele e isso me fazia rir bobo.

— Não iríamos acordar o papai Jimin?... — O olho inclinando minha cabeça e então o vejo arregalar os olhos.

— Sim! Sim! Sim! — Ele sai correndo da cozinha e então eu me viro para a cozinheira fazendo uma pequena reverência em desculpas pelo o incômodo.

— Me desculpe pelo o incômodo que ele lhe causou Hyun-ah... Ele acordou muito cedo?...

— Com o raiar do sol... Mas não se preocupe majestade... Sozinho ele não é incômodo algum, porém ele e a Seo-Yeon juntos, com o pequeno Ha-Yeon... Tornam isso aqui um furacão de sabores. — Ela diz rindo, adorava crianças.

— Imagino que tudo esteja bom Hyun-ah... Não faça tudo sozinha... Quero que tome o café junto conosco... Hoje é um dia importante... — Eu falo e então saio indo até Dal-Hae.

O mesmo brincava de guarda enquanto marchava em frente à porta do meu quarto com Jimin, completamente fofo e incansável... Ele com certeza tem toda minha pilha de quando eu era criança... Certamente sei o que Yoongi e Taehyung passavam comigo...

Eu me aproximo da porta e a abro com cuidado e então indico para Dal-Hae fazer silêncio e logo o mesmo entra no quarto na ponta dos pés me esperando a um passo do tapete, eu o ajudo a tirar as botas e então o mesmo sobe no tapete e logo escala a cama, sentando ao lado do corpo de Jimin.

— Bom dia! Bom dia! O sol está raiando à apenas algumas horas para o meio-dia! Bom dia! Os pássaros cantam é dia de alegria! Bom dia! Bom dia! A lua já dormiu é hora de comemorarmos com a família! Bom dia! — Dal-Hae cantava animadamente eu não pude conter um grande sorriso bobo ao vê-lo cantando.

Jimin resmunga se virando e aos poucos acordando vendo Dal-Hae e assim abrindo um grande sorriso, o puxando para um abraço, para o meio da cama.

— Oh meu garotinho... Já está acordado? Qual o motivo dessa euforia toda meu anjo? Papai te ama viu? — Jimin o enche de beijos, apenas ouço um Dal-Hae resmungar pelo aperto do mais velho.

— Nhaa.. Também... Te amo appa... Socorro... — Dal-Hae com muita dificuldade se solta do abraço do loiro e então se senta na cama dando pulinhos.

— Levante! Levante papai! Temos que receber os convidados! Eunwoo está aqui papai! Os tios do Reino da Lua vieram nos ver!

— Convidados? Eunwoo? Como... — Jimin se senta na cama olhando para Dal-Hae logo percebendo minha presença e então eu me aproximo, depois de tirar meus sapatos.

— Bom dia meu amor... — Eu dou um selar em Jimin ouvindo um leve resmungar de aversão a aquele tipo de contato vindo de Dal-Hae. — Nosso filho e eu viemos lhe acordar para que se arrume, esqueceu que hoje fará 5 anos que recuperei meu reino de volta? Além de fazer 25 anos desde que a guerra acabou...

— Pera- Isso quer dizer que- Jeon Jungkook! Por que não me acordastes antes?! Essa data é mais importante para você do que para mim! Eu quem deveria tê-los acordado! — Jimin tenta se levantar, porém eu o acalmo tocando suas mãos sobre os lençóis.

— Amor... Acalmasse... Você quem me ajudou a conseguir tudo isso... É um dia importante para todos... Esse dia representa muito mais do que uma conquista, representa nossas liberdades... De todos nós... Lembra de tudo o que passamos para chegar até aqui o dia de hoje?... — Toco o rosto do mesmo e então Jimin olha para Dal-Hae, tocando o mesmo.

— E como eu poderia esquecer?... Ainda teremos que contar toda nossa história um dia para Dal-Hae...

— Eu irei contar... Prometo...

☀️🌙

Acompanho Jimin até o jardim do Reino Kitsune e o vejo admirar e com a permissão de um jardineiro colher algumas flores a sua escolha.

— Gosta tanto de flores assim?... A mãe natureza não vai ficar com raiva de você por estar "ferindo as filhas dela"? — Falo enquanto o observava abaixado perto de um canteiro de margaridas.

— Essas flores não são flores mágicas nem de solo natural, são plantadas por nós portanto temos direito sobre sua vida e morte... Aliás... Você sabia que cada um dos 4 reinos principais do nosso mundo tem uma flor como símbolo? Assim como cada extremo do país tem uma estação específica... — Jimin fala pegando uma margarida ao seu buquê.

— Eu percebi uma leve diferença de clima vindo do Reino da Lua pro reino do sol... Mas não achei que isso era realmente simbólico... — Ele se levanta e me olha.

— O meu reino, o Reino da Lua ao oeste do nosso país tem como estação definida o outono, todos os seus dias é e será outono, o Reino que mais chove... Por isso sempre está tudo úmido, tem como flor símbolo o lírio branco... Mas é bem comum ver pelo reino o lírio da paz... — Jimin me mostra a flor de seu reino em meio aquele jardim.

— Lírio da paz? Paz onde? Só se for plantada a baixo de 7 palmos da terra mesmo... — Eu debocho.

— É... Bem, o Reino do sol, ao extremo leste, o seu reino, é o Reino do verão, tem como flor símbolo o Lírio-de-um-dia, pois essa flor desabrocha de manhã e se fecha durante a noite... — Ele me mostra essa outra flor.

— É... Acho que essas flores contam bastante sobre as histórias de nossos reinos, não me surpreende que sejam símbolos dos nossos reinos... — Seguro a flor que ele me alcança.

— O reino em que estamos é o Reino do extremo norte, o Reino da primavera, tem como símbolo, o girassol, ele sempre está virado para onde o sol nasce, ou seja, para o seu reino... — Ele se aproxima de um girassol o observando e então suspira olhando o horizonte e eu consigo entender perfeitamente o motivo de seu suspiro.

— Sente saudade de seu lar?

— Em partes sim... Nunca fiquei muito tempo longe de casa, mas sei que será necessário... E talvez um dia aquele lugar apenas será parte do meu passado, onde passei minha dolorosa e solitária infância... Não quero que meu filho tenha o mesmo tipo de passado que o meu... Quero que ele tenha muitos amigos e possa correr pelos campos e vilas do Reino como uma criança normal e principalmente livre... — Jimin passava a mão pela barriga e então eu posso ouvir o coração do meu filho bater em seu ventre. 

— Você ouviu isso? — Me aproximo de Jimin que me olha curioso.

— O quê?...

Eu acabo o surpreendendo quando me abaixo em sua frente, aproximando minhas orelhas híbridas de sua barriga, podia o ouvir perfeitamente, estava se mexendo, eu não pude conter minha felicidade esboçando um sorriso animado.

Ele está se mexendo Jimin! Está se mexendo! Posso ouvir seu coração bater bem sutilmente! É o nosso filho! — Eu o olho ainda de joelhos em sua frente, minha expressão muda após perceber a última coisa que tinha citado e então me levanto tossindo leve para disfarçar, por sorte não havia ninguém perto de nós.

— Eu... Eu estou tão feliz... Que... — O menor começa a chorar inconcientemente.

— J-Jimin? Ei! Ei... Não, não chore... Por favor... — Eu o abraço em uma atitude quase que inconsciente, vê-lo chorar doía meu coração, talvez por termos um vínculo maior agora e eu não estar negando isso, mesmo que não estivéssemos marcados.

— Eu... Estava com tanto medo de você ficar com raiva de mim e me rejeitar quando soubesse que eu estava grávido... Você... Você disse que não queria filhos... E eu disse que seria só depois do nosso casamento, m-mas eu...- 

— Ei! Ei! Jimin... — Eu o seguro pelas bochechas o olhando nos olhos cristalizados pelas lágrimas, podendo ver melhor a tonalidade verde, sutil que suas íris tinham. — Eu nunca o rejeitaria por ter engravidado Jimin... Você não fez isso sozinho e eu já tenho idade o suficiente para lidar com isso direito sem medo, sem ter que fugir... Eu quero isso Jimin e vou lutar até o fim do mundo pelo nosso filho, por você, por mim, por nós... E-eu ainda não sei o que eu sinto, eu não sei como posso confiar em você... Não depois de ter descoberto sobre minha mãe... Mas... Eu estou disposto a entender sobre os seus sentimentos e me abrir para os meus também... Não quero mais negar isso... Mas também não quero deixar que o destino me diga o que eu devo fazer... Quero fazer por mim mesmo... E se eu te amar de verdade, não vai ser só por influência do meu lobo...

Tento ser o mais sincero possível quanto ao que penso e sinto, queria que o pai de meu filho entendesse minha posição a isso tudo, eu não era um humano à um tempo atrás, como toda minha crença de quem eu era e o que eu tinha planejado para meu futuro tinha ido por terra e ter que lidar com um futuro incerto e totalmente novo havia me chocado bastante, mas ao passar dias nesta terra e me relacionar com as coisas daqui, pude perceber que eu estava mais do que em casa e não teria que me sentir um peixe fora d'água.

— Você acha que o que sinto é apenas porque eu ouço meu lobo? Eu não sigo somente meus instintos Jungkook... Eu... — Ele se afasta levemente e eu o seguro pelo o ombro.

— Amor... Vida... Não disse isso... Eu ainda não entendo direito como separar as coisas, entenda, tudo isso ainda é bastante novo pra mim, só estou aqui há um mês e alguns dias... A recém tive meus primeiros cios e... Minhas primeiras vezes... Meu primeiro filho e... Minhas primeiras responsabilidades como homem... Na terra, onde eu cresci, era tudo diferente, aqui eu nem sequer tenho um eletrônico pra me comunicar com alguém... Se você estiver longe de mim, como vou me comunicar com você? Se estivermos em perigo, como chamaremos ajuda? São preocupações que eu não sei ainda como lidar, tenho muita coisa pra pensar e...

— JK... Não... Jungkook... — O menor toca meu rosto e deixa seu cheiro sobressair um pouco para que eu pudesse me acalmar, estava a beira de um surto, suspiro encostando minha testa na dele, fechando meus olhos, inalando seu doce cheiro e seguro sua mão que estava sobre minha derme. — Estamos juntos ok? Como você me salvou do Yu Han, vamos resolver juntos, ajudaremos um ao outro... Vamos aproveitar o agora que estamos seguros, sim?... Tudo pode virar um caos de repente então não pense nisso agora, não enquanto estivermos bem...

Eu retiro a mão do mesmo de meu rosto e então beijo as costas da mesma e o olho concordando de leve com a cabeça.

— Tá... Vou deixar para falar o que eu sinto... Quando eu tiver certeza do que dos meus sentimentos... E vou falar o que eu penso quando for o momento certo... Viver o agora certo?... Ok, acho que consigo fazer isso... — Balanço a cabeça positivo e me afasto, logo ouço passos se aproximando e então me recomponho o mais rápido possível, olhando as flores que Jimin havia dado para mim.

— Não achei que gostasse tanto assim de flores, devo pedir que enfeitem seu quarto com elas para que se sinta mais em casa majestade? — O rei se aproxima seguido por Hoseok e um guarda do rei.

— Não há necessidade meu rei, apenas gostaria de colocar essas aqui em um vaso, gostaria de pintá-las mais tarde... — Jimin mostra o pequeno buquê que tinha feito com algumas flores.

— Pedirei que separem instrumentos de pintura para você majestade... Com certeza será uma terapia para você... Mas enfim, o motivo que vim aqui é para lhe convidar para um piquenique, é a última lua crescente antes do seu cio... E de seu... Guarda Pessoal... Gostaria que tivessem um bom fim de dia... Se sentissem um pouco mais perto de casa e que aproveitassem a linda noite de nosso reino. — O rei Jung fala de uma forma travada, certamente Hoseok havia o insistido muito para convidarmos pessoalmente.

— Você virá conosco majestade? Será uma honra...

— Ah não... — Interrompe Jimin. — Não, não, esses tipo de coisa não são para mim, já não sou mais jovem para isso... Hoseok e seu guarda acompanhará vocês... Ele quem deu a ideia então, certamente adorará passar esse tempo com vocês... Provavelmente S/N irá junto então... Bom, espero apenas que se divirtam... — Paro para reparar melhor nas roupas do rei, a cultura de seu reino era bastante diferente da de Jimin, o Reino da Lua tem bastante influência japonesa, porém o Reino Kitsune do Norte tem influência chinesa em suas vestimentas e até mesmo em seu castelo, o que me deixou curioso a respeito dos outros reinos.

— Ah entendo... Quem sabe uma próxima então?... Quanto ao meu cio planejo passar dormindo, por eu estar grávido ele não é um grande incômodo... Passarei bem, obrigado pela preocupação majestade.

— Disponha... Se vocês puderem se recolher para se arrumarem para o almoço... O jardineiro real, irá liberar as bee para que cuidem do jardim... — O rei fala já vendo uma voando, saindo dali com o guarda pessoal dele.

— Você realmente virá junto conosco ao piquenique?... — Jimin olha com desgosto para o príncipe.

— Sim, mas não ficarei por muito tempo não se preocupe, tenho companhia mais interessante com a qual gastar meu tempo... — Hoseok vê uma abelha voando perto do mesmo e se assusta se afastando da mesma, quase indo de encontro com o chão. — É melhor entrarmos... Vamos... — O príncipe Kitsune é o primeiro a se retirar.

Jimin e eu nos entre-olhamos e então rimos indo tomar um banho para logo almoçar, dessa vez tinha mais pessoas na sala de jantar, tinha o conselheiro real do rei, e algumas pessoas que pareciam ser importantes no Reino.

O rei discute com Jimin, sobre dever ou não ajudar na busca contra os traidores do sol, porém Jimin nega, dizendo que o pai era responsável o suficiente para lidar com isso e que apenas cuidar para cumprir com sua parte do tributo era o suficiente.

Os outros prestigiam bastante Jimin pela visita e pela hospedagem no Reino, era realmente conhecido e seu status tinha grande influência até mesmo em decisões em outros reinos, mesmo que não fosse o rei e simplesmente um príncipe e devo admitir que vê-lo cuidando de assuntos reais era realmente sexy, podia não parecer, mas era muito inteligente, demonstrava uma destreza em planos de guerra que certamente me seriam bastante úteis quando eu começasse a procurar por aliados pelo país para lutarem ao meu lado.

De tarde Jimin passou o tempo todo em seu quarto pintando o vaso de flores que tinha criado com o que coletou no jardim, eu devia dizer que estava ansioso para ver o que o loiro estava pintando, porém Hoseok me distrai me chamando para treinar com o mesmo, eu havia evoluído pouco quando ao meu poder como príncipe, porém Hoseok não insistia em tentar me ajudar com isso.

Após um tempo treinando S/N vem para me ajudar com meu treinamento, já que o príncipe Kitsune tinha seus deveres para com os quais cumprir, ela me ensinou o básico sobre luta, a mesma não era tão experiente quanto Taehyung hyung, porém ainda assim eu quase ficava para trás quando se tratava de golpes surpresa para a mesma.

Depois de uma hora treinando, nós decidimos descansar e comer algumas frutas que também tinham alguns nomes diferentes nesse mundo.

— Onde você aprendeu a lutar assim? — Pergunto ao ver a forma diferente e incomum que a mesma atacava e defendia.

— S-sozinha... — Era nítido que estava mentindo, porém se a mesma não queria contar, eu não insistiria.

— Como está Do-Won?... — Digo enquanto comia uma "maxeira", maçã.

— Ele está melhor, está acordado e já andou por todo o quarto, porém não está liberado ainda pra sair andando por aí. Eu sempre que posso fico com ele para que não se sinta sozinho, ele é muito bom com jogos sabia? É inteligente...

— Jogos? Quais?

— Damas... Xadrez... Ludo... Jogos de tabuleiro em geral... Porém no Go ele não me ganha! — Ela diz orgulhosa de si e então eu sorrio.

— O rei Jung inventou um de piquenique, você virá conosco?... — A olho, parecendo confusa com minha pergunta.

— Piquenique?... O rei Jung?... Ele não gosta do ar livre... Prefere ficar enfurnado 24/7 naquele castelo que aproveitar toda a natureza mágica que temos... — Ela pende a cabeça me olhando com um leve olhar chateado.

— Bem... O Hoseok disse que faríamos um piquenique para aproveitar o último dia antes do cio do Jimin e do "meu". — Gesticulo enquanto falava.

— Ah! O Hoseok provavelmente vai usar isso como desculpa para tirar Yoongi e Taehyung daquele porão! Ele quer se aproximar mais deles...

— Eles... Digo, o Hoseok passou o cio do Yoongi com ele e com o Taehyung hyung... Eles... Realmente?... — Observo a mesma olhar para o horizonte esperando que completasse minha frase, porém seu pensamentos pareciam estar distantes.

— Ah? Ah, sim... Eles vão sim, eles se tornarão os reis do Reino Kitsune ao lado do meu primo... Terão dois filhotes... Porém meu primo não sabe disso... Decidi não contar para ele... É melhor eles se desenvolverem sozinhos... Estão indo até que muito bem, melhor do que eu imaginava... — Ela fala sem olhar direito para mim, ainda estava com a cabeça em outro lugar.

— Como você sabe disso tudo? É médium? Ou uma xamã?...

— É... Podemos se dizer que sim... Por quê? Quer saber do seu futuro? — A olho atônito, eu realmente estava curioso sobre.

— Você pode fazer isso?...

— Claro que sim! Me encontre nos meus aposentos essa noite... Irei realizar uma sessão com você... — S/N me responde com um grande sorriso, ela gostava disso, porém através de seu sorriso, escondia o medo, pelo jeito era proibido no Reino Kitsune por acharem que está ligado a bruxaria.

— Tudo bem... Pode me acompanhar de volta? Eu tenho que me arrumar, Jimin estava pintando... Ele já deve ter terminado, estou curioso para ver o resultado! — Me levanto abanando minhas roupas, tirando os vestígios de grama em minhas calças.

— Claro! Acompanho sim majestade! — Ela se levanta prontamente, eu a olho sério e logo acabo rindo anasalado.

— Não me chame assim... Não quero que me tratem diferente quando eu me tornar rei! — Falo em um tom manhoso, resmungando.

— Você irá mesmo se tornar um rei?... — O tom dela me causa dúvida.

— Eu não vou?...

— Pra ser sincera, eu não sei, já tentei ver milhares de vezes, mas é incerto... Não consigo prever direito o seu futuro... — Ela esconde os lábios, mostrando nervosismo, porém logo se vira me acompanhando de volta para o castelo.

Decidi não perguntar mais nada, não queria me sentir ainda mais ansioso e principalmente, não queria ouvir nada que me fizesse duvidar da minha capacidade, não queria me convencer de que eu não tinha chances de vencer essa guerra...

S/N me acompanha até a frente de meus aposentos e então eu me despeço da mesma, tomo um banho e me visto para o piquenique, as empregadas pela tarde haviam deixado mais roupas para que eu pudesse usar durante nossa estadia, vejo uma que combinava comigo e a visto.

Meu hanfu era preto com detalhes em vermelho, em sua parte mais baixa girassóis em tons vermelhos eram estampados sobre o tecido preto do mesmo, certamente uma roupa de classe no Reino Kitsune do Norte.

*hanfu: roupa tradicional chinesa.

Percebi também que cada uma das extremidades do país que eu visitei tinham como roupas tradicionalistas o Japão, a China e a Coréia, o que me fez questionar qual era a roupa tradicional mais usada no Reino Kitsune do Sul, onde pelo o que eu entendi era predominante a estação do inverno.

Diferentemente do Kimono ou do Haebok, as roupas chinesas eram mais leves embora tivessem mais tecidos, suas mangas normalmente eram bastante largas e ao rodopiar seus tecidos se elevavam de uma forma elegante e graciosa.

Me olho por cima e então afirmo com a cabeça me achando bonito, o Hanfu me caía melhor que o kimono que eu usava no Reino da Lua, o que me fez pensar como Jimin estaria, kinomos caiam muito bem sobre ele, podia o admirar eternamente naquelas roupas, embora fosse um homem, seus kimonos eram de uma figura mais feminina, o que eu pensava que estava relacionado a sua classe ômega, mas na verdade era apenas por estética, totalmente gracioso.

Respiro fundo e então abro a porta saindo de meu quarto, me assusto ao ver Hoseok parado me observando.

— Sou tão feio assim?-... — Ele faz uma expressão triste, eu podia crer ter visto seus olhos se encherem de lágrimas quase que imediatamente.

— N-não! Não! É que... Eu não esperava que tivesse alguém aqui... Enfim, você está bonito, muito bonito, podemos ir?

— Vá na frente, eu tenho que buscar algo... Você sabe o que... Só tinha vindo conferir se você estava bem... — Ele balança o corpo enquanto falava.

— Por que eu estaria mal?...

— Achei que você sentia o que o Jimin sentia... Ah vocês não... Entendi... Mas calma! Ele está bem, só enjoo matinal! — O olho não entendendo bem o que o mesmo estava falando.

— Ok... Eu vou até o quarto dele ver como ele está... — Eu saio passando pelo mesmo, dou uma pequena olhadinha para trás e vejo o Kitsune me abanando com um sorriso besta no rosto.

Eu o ignoro e sigo até o quarto de Jimin, bato na porta, porém não recebo resposta e então entro no mesmo abrindo lentamente a porta o mesmo estava deitado sobre a cama, encolhido, estava arrumado, porém não parecia disposto a sair.

Jimin?... Tá tudo bem?... — Me aproximo do mesmo me sentando ao seu lado na cama e então o menor se vira para mim.

— Eu tô carente, ainda por cima enjoado! Não quero sair... — Ele se abraça em minha cintura escondendo o rosto em minhas roupas, não pude ver seu rosto, mas do pouco que vi fez meu coração acelerar, estava lindo.

As roupas do ômega eram vermelhas com detalhes em branco, o oposto do meu, assim como o kimono seu hanfu era mais feminino, o que fazia com que o pequeno volume de seu 1 mês ficasse aparente sobre aqueles tecidos.

— Não tem nenhum chá que você possa tomar para que melhore?... Não quero que saia se sentindo mal, não irá aproveitar o passeio... — Acaricio sutilmente seus fios loiros.

— Não quero chá... Os chás desse reino são horríveis... São muito forte... Vou me sentir ainda mais enjoado só pelo cheiro! — O mesmo resmungava, logo debatendo suas pernas sobre a cama.

— Bem... Não precisamos ir então... Eu vou voltar pra meu quarto e...

— Não! — Ele se levanta rápido, se sentando e me olhando com um beicinho. — Isso não! Não mesmo! Você vai ficar aqui! Vai dormir comigo! Você tem que me dar carinho! Seu alfa escroto! — Ele bate com a manga do hanfu em meu peito.

— Ei! Isso foi muito rude de sua parte! Agora mesmo que eu não fico! — Me levanto e o vejo me segurar pelo meu ante-braço com suas duas mãos.

— Você está sendo cruel! Eu ordeno que fique!

— E eu ordeno que me solte! Ande Park Jimin! Me solte! — Eu dou leves puxadinhas para que ele me soltasse, porém o mesmo apenas balançava meu braço fazendo manha. — Jimin! Já falei pra me soltar!

Eu puxo meu braço bruscamente, fazendo o mesmo ir de encontro às minhas pernas, em uma atitude rápida, para o mesmo não cair no chão eu me abaixo o pegando no colo, porém o peso do menor acaba tombando minhas costas de encontro ao chão.

Eu vou te morder! Você está sendo malvado! Besta! Besta! Besta! — Ele se senta sobre meu quadril e estapeia meu  peito, eu seguro seus pulsos para que parasse com sua revolta.

— J-Jimin... Sai de cima de mim... Pelo amor de deus... Se alguém entrar aqui...

Eu ouço alguns passos se aproximar da porta do quarto e então parar, eu inclino minha cabeça, tendo uma visão invertida de uma das empregada do Reino Kitsune e ela apenas deixa um pequeno copo de barro sobre a estante de bambu do quarto e sai apressadamente do recinto.

— Eu disse que não queria chá... — Volto meu olhar para o ômega que faz uma expressão emburrada e então eu o pego no colo o jogando em cima da cama.

Eu o olho nos olhos, o mesmo estava um pouco surpreso pela minha atitude, porém não abriu a boca para reclamar, eu sobrecaio meu olhar para sua boca, uma força quase que magnética me puxava para que eu selasse nossos lábios, o que fez minha respiração se tornar um tanto quanto ofegante pela resistência que estava tendo.

O cheiro do menor estava mais presente e aquilo me fazia me sentir ainda mais atraído pelo mesmo, acabo aproximando meu tórax do outro e percebo quando as pernas do mais velho se entrelaçavam a minha cintura me puxando para ainda mais perto, minha respiração quente sobre sua clavícula me fazia querer me deliciar sobre aquela pele lisa e branca, com algumas delicadas pintinhas de nascença, eu as beijo com suavidade sentindo o loiro abraçar meus fios com suas mãos.

Eu puxo o ar com a boca e então expiro levando meu olhar novamente aos olhos do outro que me olhava com desejo e amor, me aproximo de seu rosto e encosto nossos narizes, em um momento terno eu fecho meus olhos e selo nossos lábios, meu coração palpitava feito louco e meu lobo uivava em euforia por aquele momento, não era ele, nem o lobo de Jimin, era eu, eu mesmo havia feito isso porque eu queria, não era instinto, era um desejo real, era um momento real.

Separo nossos lábios vagarosamente e então percebo uma rebelde lágrima escorrer por um dos olhos do ômega, ele havia sentido o mesmo que eu, nossos corações estavam em sintonia e nossos sentimentos haviam se entrelaçado.

— Eu te amo Jungkook... De verdade... — Ele fala e eu sinto seu peito doer, como se implorasse para que eu dissesse o mesmo.

— Eu... — Desvio o olhar, olhando para nossa situação, me sentia confuso, embora soubesse que não havia nada além de eu mesmo ali.

— Não... Não estou mais enjoado... — Eu o olho, o vendo conter lágrimas que insistiam em se propagar pelos seus olhos, intrusas lágrimas. — Podemos ir... Mas você precisa sair de cima de mim para isso...

Eu me dou de conta que o mesmo não me apertava mais com suas pernas e então eu saio de cima do loiro, ajeitando minha postura e minhas roupas, o menor levanta e passa a mão pelas roupas que estavam um pouco amassadas pelo meu peso contra ele.

Não dizemos mais nada apenas o vejo me olhar como um convite para que saímos e então eu concordo com a cabeça, ele sai na minha frente e eu o sigo.

Uma hora após estávamos reunidos em um campo mais aberto, perto de um pequeno riacho, onde havia várias flores em volta de nós e algumas árvores de estatura média, de frutas.

— Você come framboesas demais! Me de isso aqui! — Yoongi tira as framboesas de Hoseok.

— Poxa! São minhas frutas favoritas! Yoonie! — O mesmo se deita sobre o colo do mais velho tentando pegar as framboesas de volta, porém Taehyung as tira da mão do ômega.

— Até tu? Vou expulsá-los de meu reino! Vocês são cruéis! Trago coisas para comermos e não posso comer também?! — Ele volta a se sentar em uma postura ereta enquanto discutia com os dois.

— Não sei se percebestes majestade, porém somente tu comestes desse fruto, ninguém chegou nem a sentir o cheiro! — Taehyung falava ainda elevando a vasilha de madeira a cima de sua cabeça.

— Mas isso é porque vocês não pediram! Eu sei dividir! — O mesmo da um soco no joelho em afirmação a sua exclamação.

— É mentira, o Hoseok é péssimo em dividir alimento com os outros, principalmente frutas que ele gosta! — S/N chegava já roubando pequenas framboesas da tigela de Taehyung que se surpreende sutilmente com a presença da raposa.

Ouço Hoseok rosnar para a prima enquanto franzia o cenho, podia ver suas diversas caudas amostra e me surpreendo ao ver que o mesmo possuía mais de 4 rabos.

Para as raposas de espécie Kitsune, quanto mais caudas se tem, mais poder a mesma tem, porém até então tinha visto Hoseok mostrar 1 delas.

— Nem adianta me olhar desta forma! Sabes que é verdade! — Ela para entre Yoongi e Taehyung e nos olha.

— Que fazes aqui? Dissestes que não virias! Se eu soubesse tinha pedido que separassem mais frutas vermelhas! — O príncipe Jung reclama.

— Eu não vou ficar muito tempo, apenas vim pegar um ar, não quero deixar Do-Won sozinho, ele não confia muito no médico. — S/N ri.

— Leve algo para ele também, ele pode comer frutas certo? Talvez ajude a se recuperar mais... — Yoongi hyung fala separando algumas coisas para que S/N levasse para Do-Won.

Sorrio com os olhos ao ver Yoongi sendo mais sociável com os outros, embora ainda não esboçasse um sorriso naturalmente, estava tentando a se abrir mais com as outras pessoas, talvez por influência do príncipe Kitsune que o admirava besta por tudo que o menor fazia.

Meu olhar sobrecai ao de Taehyung hyung que parecia se sentir um tanto quanto incomodado com tanto carinho que o Jung tinha pelo ômega, porém não fazia nada para mudar ou impedir aquilo, para o Tae, os sentimentos, desejos e vontades de Yoongi hyung importavam mais para si, do que os dele próprio, por mais que isso pudesse o quebrar por dentro, ele não se importava, desde que o menor estivesse bem e ainda mais, feliz.

Yoongi alcança para S/N algumas frutas, enroladas e amarradas em um pano que cobria a cesta a qual Hoseok havia trazido para que nos deliciassemos com as maravilhas produzidas na cozinha do Castelo, os salgados realmente eram incríveis, mas nada se comparava com os doces do Castelo.

— Obrigada Yoongi... Se você não fizesse isso, eu teria que roubar por conta própria! Sou boa em ser furtiva!

— É, eu sei muito bem disso, e depois a culpa sempre caia em mim!

— Ninguém mandou ser guloso oppa!

— Oppa... Oppa... Eu não divido mais minha sobremesa com você! — O mesmo usa um tom mais alto pelo fato de sua prima já estar em retirada dali. — Aish... Tenho sempre que estar encobrindo as confusões dela! Enfim... Nós já vamos também! — Ele fala se levantando, seguido pelos meus hyungs.

— C-como assim, aonde vão? O sol a recém vai se pôr... — Os olhos confusos.

— Não seja inocente Jungkook... Vamos deixar vocês sozinhos é claro... Esse piquenique foi apenas uma desculpa para isso... — Taehyung hyung me olhava com um pequeno sorriso no rosto, ele estava ocultando para si um peso em seu peito por aquilo tudo, mas não queria chatear Yoongi.

— Sim, porém nós não vamos direto para o castelo... Hoseok disse que queria nos mostrar um lugar antes... — Yoongi fala passando as mãos pelo ombro do mais alto que apenas o olhava confirmando com a cabeça, era perceptível que ele não estava bem.

— É... Enfim, aproveitem esse fim de tarde! Tchauzinho! — Hoseok abana para nós e sai andando lado a lado com os outros dois, ele havia feito um bom trabalho em se livrar do guarda pessoal dele.

Eu os vejo partir com um suspiro e então olho Jimin, que esse tempo todo estava quieto, acho que ele também não era muito sociável como Yoongi.

— Quer ficar aqui? Podemos voltar se quiser...

— Não... O rei disse que a lua crescente vista daqui é bonita... E realmente acho que seja, veja, essas flores são fosforescentes... — Jimin aponta para as flores pelo o chão, elas eram ligadas diretamente ao solo, não possuíam caule, apenas raízes e suas pétalas.

— Como se chamam?... — Observo as flores enquanto ouvia Jimin falar.

— Uh... Luce di mezzanotte... Traduzindo, luz da meia-noite... Por causa do seu brilho à noite... — O loiro explica e então pega um doce, o mesmo tinha uma cor de um azul-nuvem, tinha um recheio de bolacha com um doce leite, eu o chamaria de alfajor, mas visualmente era mais parecido com um macaron.

Eu o observo comendo, meu olhar transmitia carinho e cuidado, era notável que o menor estava mais sensível e carente, isso o deixava extremamente fofo, ainda mais por não querer admitir isso diretamente.

— Qual é a flor símbolo do Reino Kitsune do Sul?... — O olho e acabo fazendo que nossos olhares se cruzassem e então eu mordo meu lábio inferior pensando que talvez aquele não tivesse sido o melhor momento para aquela pergunta.

— Bem... — O mesmo fala com a mão sobre a boca, para não ser mau educado e falar de boca cheia, após engolir parte do doce que havia mastigado, o mesmo pega um paninho e limpa os lábios, logo mantendo uma postura de alguém de classe.

Não consigo me conter e acabo me sentando de uma melhor maneira, já que estava sentado com as mãos apoiadas no chão, atrás de meu quadril e então dou um espaço para que ele comece a falar.

— Todos os dias do ano costuma nevar no Reino Kitsune do Sul, poucas pessoas de outros reinos que entram lá saem com vida, pouco se sabe sobre aquele reino, porém sua flor símbolo é a orquídea branca... Lá são criados grandes guerreiros e caçadores que lutaram com bravura ao lado do Reino da Lua à 20 anos atrás...

— Eles são tão bons assim?...

— Os melhores... Ninguém lida tão bem com armas brancas e arco e flecha quanto eles... São muito habilidosos em luta corpo a corpo também... Eles gostam de manter os segredos e problemas do reino para si, não se envolvem com outros reinos em assuntos econômicos e nem mesmo sociais... Raramente vimos algum Kitsune do Sul largar seu lar para viver em outros reinos... — Ele pega o doce, voltando a terminar de comer, era perceptível o quanto o mesmo estava resistindo para não comer o pequeno biscoito de açúcar.

— Qual a cultura oriental mais forte lá? Tipo... Aqui é a chinesa... Até sotaque eles tem... No seu reino é a cultura japonesa... É até uma obrigação saber o idioma... O meu reino pelo o que entendi e pude ver ele é completamente coreano, ainda que seja liberal nessa questão de culturas e religião pelo o que eu observei pelas vilas que passei... — Digo balançando a cabeça deduzindo.

— Bom... Eles também não tem uma cultura mais forte... Porém a família real tem costumes tailandeses... Eles gostam bastante de carne e são bem adaptáveis ao clima de outras regiões mesmo vivendo em um lugar tão gelado, suas roupas sempre tem algo azul que lembre o reino... — O menor fala enquanto olhava para cima, como se estivesse tentando lembrar de algo.

— Você sabe bastante sobre os Kitsune do Sul, você disse que tinham poucas informações sobre eles... Como sabe tanto? — O olho desconfiado.

— Ah... Ué... Eles fazem parte do território do meu reino... Eu tenho que saber o mínimo certo? — Seu tom é receoso, percebo também que não conseguia me encarar, o que deixava claro que estava mentindo.

— Quem foi? — Pergunto simples, fechando meus olhos.

— Quem foi o quê?...

— Não se faça de sonso Park Jimin! Você sabe do que eu estou falando, não minta! — Eu exijo, me mostrando o quanto eu estava incomodado e cansado de suas mentiras.

— ... Foi com o primo da princesa do Reino Kitsune do Sul... A pedido meu para meu pai... Ele se chama Kunpimook Bhuwakul Bambam... — O loiro fala baixo.

— Quê? — Eu o olho sem entender a pronúncia correta do nome do indivíduo.

— Bambam... Apenas Bambam... Eu tive curiosidade em conhecer os Kitsune do Sul... Então uma semana antes do meu cio pedi para que meu pai o contatasse...

— Ah... Tá bom... Entendi... — Demonstro frenesia em meu tom.

— Você queria o quê? Que eu ficasse sofrendo sozinho esse tempo todo enquanto te esperava? — O menor se exalta e então eu o olho com raiva, o ignorando. — Kookie... — Usa manha em sua fala.

— Não me chama assim... — Digo chateado, sem o encarar.

O ômega suspira e então engatinha até mim, que estava sentado na posição de uma flor de lótus, o mesmo se senta em meu colo, com suas pernas uma de cada lado das minhas coxas e envolve seus braços ao lado de meu pescoço, eu apenas inclino minha cabeça para poder o olhar, ainda sério e claramente nada contente com o que eu havia ouvido.

— Devo chamar isso de ciúmes?... — Dou de ombros.

— Chame do que quiser... Não preciso saber de suas maravilhosas noites nos braços de outro híbrido... — Eu tendo desviar meu olhar, porém fugir de seus braços era uma tarefa difícil.

— Jeon... Isso não vai acontecer nunca mais...

— Como ocorreu com Yu Han? Você não queria mais nem falar comigo, ou me ver direito! Eu tenho tudo para ter um grande ódio de você sabia? Por que não falou sobre minha mãe? — Volto a o encarar, inconformado.

— Eu já te expliquei o porquê, ainda vamos salvar ela... Mas precisamos primeiro reunir aliados... — Ele diz enquanto arrumava os tecidos de meu hanfu sobre meus ombros.

— Ele pode usar ela contra mim Jimin! Olhe! — Aponto para o sol que se puserá. — Ela está fazendo isso todos os dias na esperança que eu seja um bom filho e cumpra com o meu dever! Ela está lutando e sobrevivendo a cada dia esperando que eu tome uma atitude logo! — Eu abaixo minha cabeça decepcionado comigo mesmo.

Sinto o olhar piedoso do outro sobre mim e sinto suas macias mãos tocar meu maxilar fazendo com que eu volte a levantar minha cabeça para o olhar.

— Eu... Park Jimin... Filho de Park Ji-Hyun e de Park Min-Joo, príncipe de todas as terras do Reino da Lua, prometo a você, Jeon Jungkook, filho de Jeon Hyang-so e Jeon Ye-Jin, príncipe de todas terras e províncias do Reino do Sol, que lutarei até o fim e dedicarei minha vida a ficar ao seu lado, independente do que houver... — Ele para um pouco buscando coragem de continuar e logo se declara. — Eu te amo Jungkook... Nunca menti quanto à isso... Eu juro... — Vejo lágrimas se formarem nos olhos do ômega que tremia nervoso.

Eu em uma atitude quase que instintiva de querer protegê-lo seguro o rosto do menor com minhas duas mãos e junto nossos lábios em um selar com paixão e dor, que logo se torna um beijo necessitado e com desejo.

Seguro os fios loiros do ômega com minha mão direita e então o guio para que se deitasse sobre o lençol que tinha abaixo de nós, ao deitá-lo as luzes fosforecentes das flores começam a iluminar o local em que estávamos, trazendo uma iluminação natural à noite que se fazia presente aos poucos naquelas terras, em suas cores de roxo e azul.

Eu abro uma passagem em meio aqueles tecidos que me davam liberdade de beijar e mordiscar aquele pescoço e clavícula branca que o ômega tinha, sinto-me ser abraçado pela minha nuca, fazendo com que eu me aproximasse do corpo do menor abaixo de mim e dessa vez era a vez de Jimin iniciar um beijo intenso e molhado.

O deslizar de nossos lábios e o entrelaçar de nossas línguas me fazia arrepiar por inteiro, era como se eu pudesse sentir um choque estático em meu cérebro me pedindo e me dizendo para fazer mais.

Posso sentir perfeitamente nossos cheiros se misturarem e meu lobo se agitar, mas não poderia e não queria que o deixasse tomar conta, eu queria fazer aquilo por mim mesmo, queria o ter para mim e somente para mim por uma primeira vez.

Os movimentos circulares de nossas línguas, queria explorar cada parte de sua boca, sentir todos os seus gostos e sensações, seu beijo era como a melhor bebida da qual eu podia provar, me sentia embriagado.

Em um momento de puro capricho acabo chupando o lábio inferior do outro, depositando uma mordida de maneira que o puxasse morosamente, para que o loiro se sentisse provocado, ainda mais em meio ao meu sorriso sacana entre esse ato e o olhar de ânsia do loiro que assim que eu largo seu lábio, o vejo morder o mesmo com relutância a ceder à luxúria armazenada dentro de si.

Vejo Jimin segurar suas roupas, quase as rasgando de tanto que as retorcia para se conter aos seus desejos mais depravados que continha.

— Por que está hesitando agora uh? — Me afasto um pouco do outro, apertando a cintura do menor, o vendo resmungar baixinho.

— N-Não me provoque se não for até o fim... — Ele dá um tapa em meu ombro e logo o segura com firmeza, cravando levemente suas unhas ali, o vejo levar a mão esquerda até a frente dos lábios, os precionando sobre sua boca.

— Por que amor?... Não me diga que não gosta de mim assim?... Não foi você quem pediu para que eu fosse com mais calma e que o preparasse primeiro?... — Me refiro a nossa a primeira vez.

Eu deslizo minha mão sobre as coxas expostas do ômega, passando por debaixo daqueles tecidos, subindo minha palma até a virilha do mesmo, o vendo agora morder seu indicador esquerdo, certamente estava rezando aos deuses para que o perdoassem pelos seus pensamentos impuros.

Me aproximo até uma das orelhas do mais baixo que não evitava meu olhar fixo aos seus e então sussurro em uma voz rouca:

— Me diga que quer isso... Me diga que me quer... Que quer que eu te torne meu... E que eu seja seu...

— E-eu quero... Eu quero Jungkook... Meu amor... Por favor... Por favor... Faça isso... Me tenha... Me tenha como quiser... Me ame... Me ame de uma vez... Eu necessito do seu amor, eu necessito de você, por você... — Sinto o ômega me abraçar com seus braços e pernas e então eu sorrio e olho em seus olhos, segurando o corpo pequeno do mesmo em uma de minhas mãos, pelas suas costas.

— Prometo que irei fazer essa ser a melhor de nossas vezes até aqui... — E com essas últimas palavras eu selo nossos lábios...

[...]

☀️🌙

— Sabem, eu sempre gostava de vir aqui quando criança... Nossos parentes mais próximos viviam numa aldeia próxima daqui, porém... A maioria morreu lutando na guerra dos reinos... Minha parte favorita é aquele jardim coberto ali! — Hoseok fala apontando para o jardim que era ligado por um pequeno caminho de pedras e baixos arbustos nas linhas da estrada no qual os três caminhavam.

— Vocês tem um índice de mortalidade por idade mais alto que nós híbridos de lobos não? — Yoongi pergunta vendo o rosto do Kitsune se tornar temeroso.

— As raposas em si vivem apenas de 3 à 4, tem as que conseguem viver mais tempo... Eu devo viver até meus 220 anos por ser um híbrido e um Kitsune... — Ele explica receoso.

— Você realmente não sente cheiro nenhum, tipo, nenhum tipo de cheiro? — Taehyung indaga curioso.

— Das classes não, mas sinto claro o cheiro de café, de plantas como relix e morta... Mas pude sentir bem suavemente o cheiro de pedaço de nuvem que Yoongi tem, você tem... Cheiro de... Orvalho?...

— Amadeirado e morta... — O alfa responde simples.

— M-morta? Poxa... — O beta abaixa as orelhas. — Desculpe, acho que errei feio...

— Não tem problema, não é sua culpa... — O maior fala e logo desvia olhar.

— Sobre aquele dia... — Se refere ao cio de Yoongi.

— Prefiro não falar sobre isso. — O alfa fala diretamente querendo já sair do assunto que nem sequer tinha se iniciado.

— Tae... Eu... — O acizentado tenta se pronunciar, porém é interrompido.

— Está tudo bem meu amor... Não estou chateado com você... Só queria poder entender isso de uma maneira mais simples, porém.... É difícil... — O alfa fala tocando os ombros do ômega que o olhava fixo, porém o alfa acaba desviando o olhar para o ruivo que abaixa o olhar se sentindo culpado.

— Eu... Eu não queria me meter... Mas quando você me disse que ele estava me chamando... Meu coração... Me disse que eu não deveria o recusar... E-eu prometo que daqui a duas semanas quando ocorrer novamente eu não irei me meter... Não tenho esse direito... — O mesmo pega seu leque, escondendo o seu rosto, não queria que viessem o quão fragilizado havia ficado.

O alfa ia falar algo, porém preferiu manter-se em silêncio, não queria falar nada errado e muito menos ser precipitado.

O ômega fica dentre os dois perdido sobre o que fazer ou o que dizer para melhorar aquela situação então apenas decide mudar de assunto.

— Ahn... Pode nos mostrar o jardim? Ele parece lindo só por fora... — Olha para o beta que levanta as orelhas e sorri.

— Claro!

O beta tira um molho de chaves de um de seu cinto que estava coberta pelos tecidos do hanfu do mesmo que era completamente branco apenas com algumas linhas em vermelho, sem contar em seu cinto.

O ruivo então se aproxima da porta de madeira do lugar que estava tomada por algumas ervas daninhas e heras, assim como as paredes e teto daquele lugar que não era cuidado e aparado tinha um tempo.

Hoseok destranca a porta e a abre, o interior do Jardim era repleto por flores mágicas e luminosas, dentro do local também tinha algumas árvores de frutas como um pessegueiro, uma laranjeira, uma macieira e uma pitangueira, porém o que mais chamava a atenção ali era o balanço que havia no meio do Jardim, que lembrava um pouco o do filme da Cinderela.

Na parte mais atrás do Jardim tinha uma outra porta que dava para um tipo de casa que parecia ter coisas para cuidar do Jardim adequadamente.

— Uau... Isso aqui é realmente lindo... — O ômega falava olhando o jardim e se aproximando o balanço, passando a mão pela corda que prendia o mesmo ao teto do lugar.

— Incrível não? Vamos... Me deixe te balançar! — O príncipe se aproxima do ômega que o olha suspeito.

— Me balançar? Tá doido? Isso aqui vai despencar no momento em que eu me sentar! — O outro demonstra furor, olhando o ruivo dos pés a cabeça.

— Poxa... Eu os trouxe aqui apenas para isso... Claro, para mostrar o lugar também, mas também porque eu queria poder te balançar! — O beta fala sem deixar de sorrir.

— Aish... — O ômega olha o alfa como se pedisse permissão, que lhe é concedida com um acessar de cabeça. — Tá bom! Mas só um pouco viu?! Se eu cair, me perdoe de antemão, mas irei te xingar e irei esquecer que tu eres um príncipe! — O menor fala, se sentando no balanço.

— Tudo bem! Aceitarei os xingamentos e a culpa, deixarei até que me bata caso isso faça se sentir melhor! — O ruivo diz enquanto já puxava o assento que era feito de madeira.

— C-como assim Hoseok?! Eu posso mesmo acabar ca-

Antes que pudesse terminar sua frase Hoseok solta o balanço em um impulso, fazendo Yoongi ir alto, pela altura o ômega fecha os olhos sentido sua barriga gelar e seus ombros estremecer em medo de cair, porém ao abrir os olhos novamente podia ver as folhas caídas do ambiente se elevarem com o vento que seu balançar e suas roupas geravam.

Yoongi estranha o fato de não estar mais se sentindo ser impulsionado e então olha por cima de seus ombros vendo Hoseok controlar as cordas do balanço através de seu poder como príncipe e então o mesmo usa do mesmo para que as cordas do balanço se suspendessem por conta própria e abrisse o teto do ambiente para que Yoongi pudesse ir ainda mais alto, que ao sentir o impulso, fecha novamente os olhos por sentir o mesmo frio na barriga de antes.

Após se acostumar com a intensidade daquele balançar abre os olhos novamente, agora podendo ver o exterior do lugar pelo teto ter sido aberto, tendo uma visão linda do pôr do sol e do levantar da lua em extremidades opostas ao horizonte.

Parando para analisar o céu noturno recente acima de si, podia perceber pequenas estrelas aparecendo a medida que o céu escurecia, tendo uma linda visão do céu aberto sobre sua cabeça, o qual não via a tanto tempo, por sempre estar dentro de casa, por estar preso em algum canto ou até mesmo por estar dentro da floresta com árvores de grande e alto porte.

Entretanto com certeza aquele céu era o céu que conhecia desde criança, era um azul único e infinito, distante da realidade humana, o qual ninguém podia admirar mais que eles naquele mundo, uma abóbada celeste que viveu e presenciou tanta coisa naquele solo, um céu que tinha tantos segredos guardados para si em suas estrelas e naquele momento, naquela noite, seria mais uma de suas confidências guardadas e seladas em seus pontos mais brilhantes e mágicas...

Após um tempo observando Yoongi encantado com aquela cena, Hoseok vai diminuindo a intensidade do balançar e vai fechando o teto do local novamente, fazendo com que as cordas, voltem a ficarem presas no lugar em que estavam antes.

Quando o balanço para de se mover o ômega se levanta um pouco bambo, sentia seu peito ter sido preenchido de um sentimento que a muito tempo não experimentava por causa da sua depressão, a esperança, a vontade de viver o amanhã como se fosse o último, a vontade de querer vivenciar a intensidade das pequenas coisas que tinha em sua volta, de correr, pular, gritar, sorrir, rir, o desejo pela vida outra vez.

— Você está bem?... Como foi?... — O ruivo o olhava levemente nervoso pela expressão abstrata que o menor transmitia.

— Estou... Foi... Foi epifânico... — O mais velho responde quase que sem palavras para descrever o que havia sentido.

A expressão do príncipe e do alfa acabam mudando para uma surpresa repentina, Taehyung observava o ômega com grande espanto, pois fazia anos que não via e sentia seu peito ser preenchido por algo tão bom quanto o sentimento da ligação que Yoongi estava o proporcionando naquele momento.

Uma lágrima escorre pelo rosto do ômega e então o alfa corre para o abraçar, por mais que fosse e demonstrasse ser forte, o maior não conseguiu conter ou esconder suas lágrimas, estava muito emocionado para pensar em ter que bancar o durão por mais algum tempo.

— Meu amor... Céus... Isso foi incrível... Você é maravilhoso Yoongi...

— N-não fui eu Tae... Isso foi... Graças ao Hoseok... — O menor aponta para o beta e então o alfa se vira lentamente na direção do ruivo que estava apreensivo quanto o que esperar do maior, porém sua tensão toda vai embora ao ouvir o híbrido de lobo se pronunciar.

— Eu agradeço eternamente por isso Hoseok... Você tem a minha devoção... — O alfa fala firme fazendo uma pequena reverência com a cabeça.

Hoseok sente um calor súbito se fazer presente em seu peito, além de seu coração bater em uma sintonia mais ritmada, o beta nunca havia se sentindo daquela forma em toda sua vida, estava encantado e apaixonado por aqueles dois, como nunca esteve por ninguém antes, queria poder fazer tudo pelos mesmos e ter a aceitação não do ômega, quanto do alfa lhe fazia se sentir completo, sem mais privações ou medos que o acorrentassem.

Em meio ao seu sentimento de êxtase borboletas com asas em tonalidades de rosa, roxo e azul brilhante saem de trás de vasos de flores, jardineiras e de lugares que talvez nem fossem possíveis se esconderem, elas sobrevoavam o ambiente, criando uma áurea de conexão entre os três, logo o ruivo é retirado de seu transe pelo alfa que volta a se pronunciar.

— Aquele é um pé de laranjeira... — Ele aponta para a árvore e logo sobrecai o olhar sobre o príncipe. — Você tem um sutil cheiro de laranja... Eu gosto de laranja... — Aquela era a forma do alfa se declarar sem ser tão indiscreto.

O beta não conseguia evitar de sorrir e logo rir de nervoso, não sabia como poderia lidar com aquilo, chorava em uma felicidade abundante que nunca achou que poderia sentir em sua vida por ser um beta e não poder sentir o vínculo com sua alma gêmea e nem ao mesmo se sentir atraído ou reconhecer o cheiro de seus amados.

— Sabem... Em dias difíceis... Em que eu me odiava apenas por existir... Eu sempre me refugiava aqui... Era meu lugar segredo, meu esconderijo, de paz e harmonia em que eu podia me sentir conectado afundo com o mundo o qual nasci... E sentir a esperança que ainda havia mais por vir... E poder compartilhar isso com vocês... — Uma borboleta se aproxima do ruivo, pousando na ponta de seu dedo indicador, chamando a atenção do beta que logo volta a olhar seus amados. — É a melhor coisa que eu poderia desejar em toda minha vida... Vocês, são a melhor coisa que aconteceu em minha vida... Obrigado por terem sobrevivido e terem me dado a oportunidade de tê-los conhecido nessa vida...

O alfa e o ômega sorriem e se entre-olham, seus olhares eram de uma singularidade e cumplicidade que não podia ser descrito em palavras, conversavam com olhares e naquele momento, haviam decidido que se permitiriam abrir novamente para mais pessoas em suas vidas, principalmente Hoseok, que agora eram seu mais segredo vínculo.

☀️🌙

(No Reino da Lua...)


Namjoon após escolher os melhores livros da biblioteca, alguns livros infantis para Seokjin ler para Eunwoo e também algumas coisas que os mesmos pudessem precisar, é acompanhado até a prisão de ambos para lhes entregar o que havia separado.

— Você tem dez minutos... — O guarda fala trancando Namjoon na cela e então se afasta para que pudessem conversar a sós.

— Meu amor... Eu senti tanto sua falta... — Namjoon ia abraçar Seokjin que sai do abraço do mesmo o olhando torto.

— O que você faz aqui? Como te soltaram? Não me diga que se vendeu à ele para que tivéssemos um maior conforto aqui e não fôssemos mortos... — Seokjin o olha desconfiando torcendo de pés juntos para que estivesse errado.

— Não tive escolha... Iram mandar matar Eunwoo... Assim como você, eu nunca me perdoaria se ele acabasse morrendo por minha causa... — Namjoon abaixa a cabeça como um pedido de desculpas.

— ¿Vamos a morir papá? Que hicimos mal? — Eunwoo se aproximava lentamente com as mãos sobre seu pequeno corpo, estava com medo.

— Não! Não meu amor... Não vamos morrer... Eu nunca permitiria que fizessem isso... — Seokjin se aproxima do menor, se abaixando a altura do mesmo, limpando as lágrimas que desciam pelo rosto do mais novo.

— Não vamos filho... Mas papá Namjoon não poderá os ver tão cedo novamente... O papai vai ter que trabalhar e muito... Mas olha... Trouxe seus brinquedos favoritos uh? — Namjoon se abaixa pegando um ursinho de pelúcia e o apertando, fazendo que o urso fizesse um barulhinho fofo.

Eunwoo estende a pequena mão e pega o ursinho o abraçando e se escondendo nos braços de Seokjin, que levanta o olhar abatido para o alfa que o olhava agora por cima.

— Trouxe seus livros favoritos e alguns outros que achei interessante e a sua cara... Alguns para ler pro Eunwoo antes dele dormir e outras coisas que me foram permitidas trazer... Desculpe por não ser muito... — Namjoon remexia no saco mostrando alguma das coisas que havia trazido para seu amado, seu tom era triste, estava com seu coração partido e não havia nada que pudesse fazer para mudar aquela situação.

— Está bem... Você sabe se poderei ao menos lhe escrever? Nem que seja uma vez por semana?... — O ômega pega as coisas receoso, suas mãos tremiam, estava se segurando mais que nunca para não chorar.

— Não... Vão dar a desculpa de que irá me distrair e me atrapalhar em meu serviço... — O alfa não conseguia nem ao menos olhar direito nos olhos de seu amado, estava envergonhado por ser fraco.

— Quantas horas de descanso você tem?...

— 5 horas... Divididas em três momentos do dia... 24/7... Não posso mais ter uma manhã de sono completo... — O alfa levanta o olhar apenas para demonstrar o quanto estava exausto, porém através de um olhar sem forças estava o medo da falha e do erro, a única forma de lhe precionarem e lhe forçarems a algo era através de sua família a qual deveria proteger custe o que lhe custasse e seu ômega, Seokjin, sabia disso.

— Deve ter algo que eu possa fazer, o príncipe Jimin...

— Ele fugiu... O rei provavelmente o quer morto agora... Ele e o "bastardo"... Só nós resta sobreviver da maneira que pudermos e proteger Eunwoo agora...

— Mas... Eu ainda posso ser útil... Eu... Posso... — Seokjin abaixa o olhar, Namjoon sabia exatamente o que aquilo significa e não podia deixá-lo se arriscar por tão pouco.

— Não... Não faça isso... Não há necessidade de se prosti- — Namjoon sobrecai o olho sobre Eunwoo que apenas observava tudo enquanto segurava firmemente o ursinho nos braços. — Não precisa fazer favor algum ao rei... Eu aguentarei da forma que eu puder... Não se preocupe...

— Você vai acabar se matando dessa forma! Ao menos tem 3 refeições por dia?!

— Uma...

— Namjoon, por favor me deixe...

— Não! Já falei que não... Não posso permitir isso... Como um alfa não posso me dar ao luxo de ter que suportar isso apenas porque estou sendo fraco... Tire essa ideia de sua cabeça... Cuide do Eunwoo... Eu cuido de mim mesmo... — O mesmo fala se afastando já se aproximando da grade, vendo o guarda se aproximar para a abrir.

— Namjoon... Namjoon! — O ômega exclamava enquanto o guarda abria a cela e o alfa saia pela mesma. — Eu te amo... — O ômega junta as mãos em frente ao peito como se rezasse uma prece enquanto via a pose firme do alfa se ir embora e lágrimas rolarem pelo rosto de ambos.

— Eu também o amo... Mais do que à mim e a minha vida... Eu amo vocês... Sinto muito... — As últimas palavras foram ditas antes do alfa ser empurrado pelo guarda para que se retirassem.

— Namjoon! Namjoon! Por favor... Fique conosco... Permaneça... Vivo... — O de cabelos rosados vai correndo até as grades da cela as tremulando chamando pelo seu amado, logo deixando que as palavras de sua boca fossem perdendo o vigor junto com suas pernas que aos poucos hesitaram em se manter em pé, o fazendo se sentar no chão lamentando pelos fatos que estavam ocorrendo naquele momento.

Enquanto Namjoon era levado de volta para a biblioteca o mesmo pode ouvir uma pequena conversa do rei com algum servo o que acabou-lhe chamando bastante a atenção.

— Mande está carta em retorno ao Reino Kitsune do Sul, diga que estou contratando um de seus melhores guerreiros para que lute ao meu lado contra os traidores do sol e junto a eles... Quero que deem um fim à criança no ventre de meu filho... Se ele tiver sorte... Sobreviverá e voltará com vida para mim... Em nome de seu rei, Park Ji-Hyun.

End.

Capa da fic feita por: gguukmong

Obrigado por ler
e até o próximo capítulo!

Desculpe todo e qualquer erro de escrita!
Espero que tenham gostado e continuem acompanhando o meu trabalho!
Obrigado pelo apoio e por terem lido até aqui!

🦋 I Never Stop!🌹 

Flores símbolo de cada reino:

Reino do Sol (Lírio-de-um-dia)

Reino da Lua (Lírio Branco)

Lírio da Paz

Reino Kitsune do Norte (Girassol)

Reino Kitsune do Sul (Orquídea Branca)

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