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MERIDIAN, atualmente

D A M O N - Shadows from the past

- Conseguiu? Ela te viu? - Perguntei a Will assim que ele abriu a porta e se jogou no banco de trás de sua caminhonete. Kai arrancou com o carro logo depois, saindo da viela que estávamos escondidos.

- Claro que sim - Will afirmou, tirando o capuz da sua cabeça e a máscara, revelando seu sorriso travesso. - Ela ficou puta no começo, mas depois se assustou e ficou caladinha, queria ter visto a cara dela!

Eu também, mas ao menos, enquanto Lilith dançava como a puta safada que ela é, eu tive esse prazer de a ver daquele jeito quando as luzes se apagaram - cortesia de Kai - e eu fui dar um ''oiezinho'' inofensivo para ela enquanto ela dançava, o jeito que ela caiu na frente de todos aqueles idiotas que a comiam com os olhos e passou vergonha foi a melhor coisa da noite, ver ela no chão, assustada e tão vulnerável com seus inocentes olhos azuis arregalados de choque e puro medo apenas porque me viu de máscara só me faz pensar em como ela vai ficar quando se der conta que eu estou solto de verdade e prontinho para foder com toda a vida dela. E ela, muito pior que antes. A ideia

Se bem, pelo o que observei desde semana passada sobre ela e sua vida, e pelo o que Michael me contou, juntando as informações que coletei a observando, e tirando minhas próprias conclusões, já está bem fodida. Por escolhas dela. Escolhas egoístas e agora ela colhe o que planta.

E ela plantou meu ódio e vai colher minha vingança.

No entanto, ela merece pior, quero ela na sarjeta, lugar onde ela merece estar.

Se a Lilith de de dezesseis anos visse a de dezenove na rua, ela se chutaria na cara por estar em um lugar como aquele. Não sei o que aconteceu exatamente com ela nesses três malditos anos, e nem quero saber, mas gostei do resultado atual. Ela está diferente, não apenas o corpo - que está mais cheio, volumoso e apetitoso, parecendo uma mulher de verdade agora - ela parece mais séria e infeliz, seu rosto mais maduro e seus olhos travessos mais cansados, por mais que ela esconda com toda aquela maquiagem, consigo ver por trás de seus olhos, sempre consegui... O que me deixa muito feliz saber que, por mais que ela não admita em voz alta, ela já está com o corpo quebrado, e a mente eu mesmo vou cuidar desse tópico.

- Pegou o diário que o Damon falou? - Questionou Kai ao volante, olhando Will pelo retrovisor, que se apoiou entre os dois bancos da frente com os cotovelos e nos mostrou o caderno simples, mas com muitas folhas e uma capa dura e preta, apenas isso. Sem desenhos, adesivos e essas coisas por fora.

- Sim, estava de baixo do colchão dela como ele disse, to doido pra saber os segredinhos sujos da Princesinha Fane. - O idiota do Will começou a abrir o caderno, animado, mas arranquei da mão dele antes que pudesse ler uma página sequer. - Ei!

- Não, se alguém vai ler isso primeiro, esse alguém sou eu. - Disse sério, sem dar direito de Will contestar. Vi pela visão periférica ele revirar seus olhos verdes e bufar de descontentamento em seguida.

Coloquei o livro no meu colo e passei os dedos ásperos pela capa, estava mais velho e desgastado da última vez que vi, é claro. Fazia a porra de três anos. Lilith tem essa coisa a vida toda, o pai dela a ela quando ela tinha doze anos para expressar seus sentimentos e todas essas merdas emocionais, a filha da puta sempre foi meio complicada. Ela me contou uma vez, há muito tempo, disse que escreve o que sente aí, para não sentir mais. Para esquecer os problemas e seguir em frente. É a forma dela de amenizar a dor que sente. Todos os seus segredos, tristezas, frustrações, mentiras, dores e pontos fracos estão bem aqui. Nessas folhas gastas de papel amarelado.

Bem nas minhas mãos.

Uma arma contra ela agora. Uma arma letal que pretendo usar contra ela.

- Porra, eu que invadi a casa dela, só peguei essa porcaria porque você encheu o saco, perdi a oportunidade de ir num lugar cheio de strippers por isso, e você ainda diz que eu não vou ler? - Will resmungou com um tom dramático, típico dele. Não me dei o trabalho de o responder e ele viu que isso não tinha discussão, bufou de novo e voltou a se recostar no banco. - Tanto faz, como foi com vocês lá na boate que ela trabalha?

Kai balançou a cabeça com um sorriso de lado antes de explicar.

- Ela estava dançando quando eu cortei os fios da energia da boate, e foi Damon que deu as caras primeiro para dar ''oi'' a nossa antiga amiguinha. - Ele riu maldoso, me olhando. - ele disse que ela ficou de pernas bambas e caiu quando o viu. Vi só ela saindo do palco sendo ajudada por outra garota.

- É, e depois fomos dar uma visitinha para ela no provador. - Contei para Will com um sorriso orgulhoso.

O plano era nós dois a assustarmos enquanto ela estava no provador se trocando, mas ela nos sentiu antes, melhor, sentiu Kai, que estava exatamente atrás dela quando ela o percebeu e abriu a cortina, eu ia me aproximar também para o pavor dela ficar maior e se tremer toda, mas se não saísse antes, ela nos veria com mais lucidez e aí toda a diversão ia se acabar antes mesmo de começar.

- Viram ela pelada? - Questionou Will, em um tom mais baixo e malicioso. Segurei o caderno com mais intensidade nas mãos ao ouvir suas palavras. - Ela tá mais gostosa agora.

Não a vimos pelada, e, eu gostei disso. Não tenho problema de admitir. Muitos outros homens a veriam completamente nua, e eu não gosto nada dessa ideia. Agora que eu estou livre, ninguém mais toca, e fode com ela sem que eu permita.

- Não deu pra ver ela pelada pela cortina, Gênio. - Ironizou Kai, respirando fundo com todo aquele ar de pai certinho que só ele tem, como se ele também não quisesse a ver nua também. Ele sempre teve uma quedinha por ela. E pela Rika, é claro.

- Mas e o show dela? Nem peitinho? De nenhuma mulher? - Questionou, num tom de voz decepcionado. Eu e Kai negamos. - Que merda. Então não perdi nada.

- Você fala como um pervertido, Will. - Pontuou Kai e eu ri na hora. Ele estava certo, mas não podia julgar Will só porque agora ele não consegue pegar nem gripe.

A cabeça de Kai mudou enquanto ele estava na prisão, é como se sua mente negasse a vontade do corpo dele de transar, diferente de mim e Will que fodemos durante todas as semanas que se passaram desde que saímos, Kai não transou com ninguém, nenhuma garota sequer, e eu e Will tentamos empurrar umas bem gostosas para ele, mas ele recusou todas.

No Ensino Médio, ele ficou com Lilith, minha irmã, e mais outras mil garotas, como Will, como eu, mas depois do caralho que fomos obrigados a viver, algo nele mudou. Mudou todos nós, é impossível você ir parar no inferno e não se queimar, não queimar 90% de quem você é, exceto Michael que se safou, o único de nós.

E Lilith só não pegou o Michael porque era território proibido da puta da irmãzinha dela, Rika. E talvez, porque o veja como irmão mais velho, eu sei que ele a vê, agora Lilith... Do jeito que ela é uma vadia, não duvido de muito. Se Michael pedir, aposto que ela e Erika abrem as pernas sem pensar duas vezes para ele.

- Eu fiquei três anos na porra da prisão, eu só quero encher a cara e transar agora que estou livre. - Will ofegou, e senti a irritação em sua voz, vi pelo retrovisor ele se sentando de um jeito mais relaxado, enquanto passava as mãos no rosto.

Eu sei que ela não queria só isso, ele também queria ela. Porém, ela estava na Europa agora e por mais que esse mole não admita, tudo que ele queria era Stella Boyer, a garota que sempre fodeu e brincou com a mente dele de uma forma que nem eu consigo.

Mas isso não significa que vou parar de tentar.

- É, e se vingar das vadias Fane, como todos nós. - Acrescentei, para o lembrar do foco principal, Will não era que nem eu ou Kai, se enchesse demais a cara não ia lembrar nem seu nome, e eu não podia deixar que se esquecesse da porra dos três anos que sofremos naquele lugar, presos como animas e sendo tratados como se fossemos menos que isso. Eu tinha que o motivar.

Meu olhar se cruzou com o dele, ele cerrou a mandíbula assentido. Voltando a fechar os olhos logo depois, massageando o ossinho do nariz.

- Falando nelas... E quanto a Rika, vamos a assustar do mesmo jeito que assustamos a Lilith? - Will questionou novamente, isso porque, agora, era a vez dela participar da brincadeirinha. Como nos velhos tempos.

Estamos voltando para a cidadezinha pacata e idiota que nascemos e crescemos, Thunder Bay. Os Crist estão fazendo uma festa de despedida para Trevor, o otário que é irmão mais novo de Michael, e Rika estará lá sendo a namoradinha perfeita dele marcando sua ilustre presença, e será a próxima que estamos indo fazer uma visitinha surpresa.

- Não. - Eu disse, olhando a cidade de Meridian e seus grandes arranhas-céus luxuosos. - Rika não está vivendo como a Lilith, ela está mais próxima dos Crist, se a assustarmos demais ela vai correr como uma garotinha chorona que ela é, e contar a qualquer um deles e vai estragar tudo.

- Vamos ser mais sutis com ela. - Concluiu Kai, seguindo minha linha de raciocínio. Ele estava sério agora, a expressão focada, mas eu sabia que ele estava tenso, apertava o volante com força com seus longo braços.

- Michael não vai gostar quando descobrir. - Disse Will com um sorriso travesso. Ele avisou, mas estava claro que não ligava para isso. Nenhum de nós três ligava, era um lance apenas nosso.

- Que se foda Michael. - Respondi, revirando os olhos. - Merecemos isso. E é só o começo.

L I L I T H - Meridian, um dia depois...

- O Sr Torrance nega sua acusação de abuso sexual. - O juiz me questionou, sua voz grave me fez estremecer inteira, me encolhi sobre o olhar dele, cruzei os braços automaticamente e mordi o lábio inferior nervosa e culpada, até sair sangue. - Ele e sua defesa alegam que vocês tiverem relações íntimas consensuais. Sua defesa, Senhorita Fane, diz o contrário, você tem dois depoimentos, um a favor do Senhor Torrance e um contra - Ouvi o Senhor Crist ao meu lado bufar, senti a irritação dele irradiar, fechei os olhos com força. - Qual a sua declaração final? Está claro para mim que você foi vítima de um abuso sexual, o que não está claro, é se foi o Senhor Torrance seu agressor.

- Claro que foi! Esse doente abusou da minha filha! - O Senhor Crist gritou, iniciando uma guerra.

O burburinho na sala começou graças a ele, as discussões se iniciaram no tribunal. Ouvi alguém gritar que Damon era um abusador e que também tinha abusado a filha dele, acho que era o Prefeito Ashby, Winter o acusou do mesmo crime que eu, daqui há alguns dias seria o julgamento do Damon sobre esse caso. Meus ouvidos se desligaram, as lágrimas encheram meus olhos e senti o sangue parar dentro da minha boca conforme eu mordiscava meus lábios, eu não queria chorar agora, mas não conseguia evitar, tudo em mim doía. Tudo.

O Senhor Crist discutia com a defesa de Damon e com Gabriel Torrance, a sala ficou um caos e dividida entre os dois lados, a maioria do lado dele e eu não os culpo, eu preferia estar desse lado também.

Levantei o olhar e encontrei os olhos castanhos de Damon que tanto amo, ele já me olhava, como sempre. Parecia preocupado, sua expressão me avaliava, vi quando ele franziu as sobrancelhas e seu olhar focou no meu pescoço, senti a dor naquele lugar e coloquei o cabelo castanho por cima, cobrindo a pele exposta onde tinha um hematoma que eu ia alegar que foi ele que o fez. Ele ainda se importava comigo, mas isso ia mudar completamente dependendo do que eu iria dizer agora. Ele ia me odiar para sempre. Não sei como não me odeia, eu me odeio pelo o que fiz. E pelo o que vou fazer.

Eu só queria voltar no tempo. Mudar tudo.

O juiz bateu o martelo no palanque e o silêncio voltou a reinar no tribunal.

- Senhorita Fane. Estou esperando sua reposta.

O que eu iria dizer a seguir iria mudar minha vida e a de Damon para sempre, mas mais a dele. Eu ia estragar completamente e o destruir de fora para dentro... Mas era ele ou eu.

E eu me escolhi.

Acordei com uma dor de cabeça horrível. As costas suadas e senti minha veia pulsando no pescoço, podia ouvi-la pulsar. Latejava perto da nunca, abri as pálpebras e o sol que entrava pela janela aberta - provavelmente foi aberta por Nicolle - beijou meu rosto.

Rolei ficando deitada de costas no colchão e coloquei as mãos sobre os olhos e depois no pescoço, massageando onde estava dolorido, respirando fundo, maldito sonho... Ou pesadelo, exatamente igual aquele dia onde tudo mudou para sempre.

Eu nunca sonhei com isso, com esse dia especificamente, com tanta lucidez e com tantos detalhes, por que agora?

Porque ele voltou, sua burra, e você sabia que esse dia ia chegar.

Meu subconsciente avisou, e concordei mentalmente.

Aquele presente que eu ganhei, apenas ele poderia me dar, o bilhete entregou tudo. Se ele queria me enganar, não foi muito criativo e inteligente. Tenho plena certeza agora de que Damon estava na boate, me observando e querendo brincar com a minha mente, as luzes piscando, ele sumindo e aparecendo... Foi tudo planejado.

No entanto, o que me preocupa é que outra pessoa estava aqui, não tinha como ser ele, ou então agora ele é o Flash. Outro alguém estava me esperando no lugar onde eu deveria estar mais segura, o lugar onde eu e mais de trinta garotas moram, tomam banho, comem e ficam constantemente apenas de calcinha e blusinha andando pela casa porque se sentem seguras e confortáveis com outras mulheres, saber que um homem que nenhuma de nós convidou, até onde eu sei, esteve no nosso refúgio... É sinistro e preocupante. O pior é saber que entrou facilmente assim como saiu, a casa não tem um sinal de arrombamento.

Tem grandes chances de ser outro Cavaleiro que invadiu aqui, Kai ou Will, Michael estava na festa do irmão, Rika se lamentaria comigo se não estivesse.

Chuto Will Grayson III... Ele é mais idiota que Kai Mori e mais tarado, aposto que amou invadir uma irmandade da faculdade, não duvido que ele tenha roubado algumas calcinhas das gavetas para se divertir sozinho depois.

Abri meus olhos quando escutei Nick saindo do chuveiro, vi ela enrolada no seu roupão rosa e me sentei na cama, coçando os olhos para me acostumar a claridade do dia, e ela sorriu para mim indo em direção ao nosso guarda roupa, abrindo as portas e escolhendo seu look do dia.

- Bom dia, Bela Adormecida. - Cumprimentou sorridente, começando a se vestir na minha frente mesmo, já estou acostumada. - Você tem cinco minutos pra se arrumar antes de irmos para a aula, já são oito e meia.

Na faculdade não tinha horário certo para você chegar, mas ainda assim eu não gostava de me atrasar e perder aula, desperdiçar a bolsa que conquistei e que muitos queriam.

- Que droga. - Respondi bufando, levantando num pulo da cama, esqueci completamente que tenho faculdade de manhã, e meu celular não tocou o despertador... Porque o deixei na bolsa que está no andar em baixo, depois de ontem hoje não seria nunca um bom dia, então não cumprimentei Nick de volta, eu já acordo naturalmente de mal humor, e agora com tudo isso voltando, todo o meu passado horrível, estou mais mal humorada.

Fui cambaleando para o nosso banheiro - ainda estava meio grogue de sono - todos os quartos tem um próprio.

Me observei no espelho e quase me assustei com meu reflexo, eu estava claramente cansada, olhos fundos, lábios ressecados, depois de achar aquele presente que me deu ânsia de vômito, tomei um banho longo e demorado, guardei a caixa macabra de baixo da cama e irá ficar lá até eu decidir o que irei fazer com ela, e fui dormir, não tinha muito o que eu fazer em casa, eu estava trancada no meu próprio quarto.

Patético.

E dormi mal, com aquela droga de sonho. E hoje estou arruinada, tomei um banho rápido, sem lavar o cabelo, hoje estava um pouco calor, o sol resolveu nos abençoar com sua glória, optei por vestir um shorts jeans e uma regata branca colada, usando uma jaqueta de couro mais cinza por cima, eu amava jaquetas de couro, e nos pés os clássicos Air Foirce brancos, passei uma maquiagem leve e fui para o prédio das aulas com Nicolle, fiquei em silêncio o caminho todo, Nicolle tagarelava sobre tudo que lhe chamava atenção, sobre esses assuntos banais de sempre.

Não éramos amigas, somos próximas...

Minha última amiga de verdade foi Stella Boyer, depois de toda a confusão há três anos e o término da escola, cada uma seguiu sua vida, crescemos... Ainda conversamos pelo Instagram as vezes, comentamos nos stories e postagens da outra, nunca achei que pensar isso... Mas sinto falta dela. E estou feliz que ela está bem, vivendo sua vida e estudando em Paris.

Enfim, Nicolle, ela é divertida e suas histórias sobre sua vida são engraçadas, todo dia acontecia algo engraçado ou icônico com ela, digno de filme, aquela garota popular dos filmes, bonita sem se esforçar, rica e sociável, todos a querem ter como namorada ou melhor amiga, ela é o tipo de garota que na minha adolescência eu mataria para ser.

E no dia a dia comum, adoro conversar com ela.

Só que hoje eu só conseguia pensar nele.

Maldito Damon Torrance, eu o procurei pelo olhar nas sombras, nos cantos escuros, nas salas vazias, a espreita nas portas esperando que ele me puxasse para uma sala de aula inútil e me enfrentasse, me olhasse nos olhos sem aquela máscara preta, e eu o procurei em todos os garotos altos de olhos escuros como a noite que encontrei pelo caminho.

Mas achei apenas olhos desconhecidos e não deveria estar decepcionado com isso.

Antes de entrar na aula, comprei numa lanchonete terceirizada pela faculdade dois donuts e uma Coca-Cola de latinha, bem saudável para comer numa bela manhã, eu sei.

No entanto, não posso evitar, quase não comi nada ontem o dia inteiro, estou varada de fome, e comer saudável nunca foi meu forte.

Irei comer antes da Professora Parker de Sociologia chegar, ela sempre se atrasava na primeira aula das segundas-feiras e essa, não seria diferente. Eu estava no meu primeiro ano cursando direito, e Sociologia está nas grades de estudo do primeiro ano, desde que terminei e a escola, eu tive uma espécie de ano sabático.

Depois da última Devils Night, fui mandada para um Convento Católico onde eu não faço ideia de onde era - mas sei que ainda era aqui nos Estados Unidos.

Odeio aquele lugar e tudo o que ele significa para mim. Perdi um ano na escola por conta disso, terminei ela no ano passado enquanto minhas colegas e amigas iniciavam suas vidas de verdade na universidade dos sonhos, no final do ano passado, me libertei dos Crist com a bolsa de estudos com 40% de tudo pago, eu tirei uma nota altissima na prova, mas por eu ser uma Fane e ter uma herança milionária e que eu posso usufruir com estudos - mas não tenho acesso ao dinheiro todo até os 21 - e por eu ter estudado uma vida inteira em uma escola particular, a bolsa que ganhei aqui na Mason Hill paga apenas essa porcentagem para mim.

Ainda sim, sou grata por isso, a Mason é uma faculdade com índices bons que aceitam bolsistas e isso é melhor que nada aqui em Meridian na parte Sul.

Rika já deve estar em seu apartamento esse horário, tenho que falar com ela, a propósito. Ela estava animada para vir morar aqui, depois mandei uma mensagem a ela.

Eu e Nicolle nos sentamos nas cadeiras do meio que ficavam enfileiradas sob relevos como nos da sala de cinemas, no meio, sempre era o melhor lugar. Não muito afastado e confortável, dava para colar dos nerds, ninguém nos incomodava e as vezes era possível escutar as fofocas das garotas do fundão.

Enquanto eu comia meus donuts, percebi a ruiva sentada a minha esquerda olhando com um sorrisinho malicioso de lado seu celular, enquanto seus dedos com unhas de gel da cor azul escuro digitavam e se mexiam com rapidez na tela do aparelho.

E eu fiquei curiosa, disfarcei e me inclinei levemente para o lado dela para tentar ver qual era o assunto que prendia tanta sua atenção, porém ela percebeu meu movimento e cobriu a tela com a mão toda, me encarando.

- Sério? O quê? Eu estou curiosa! - Disse com um sorriso amarelo, enquanto engolia e terminava um donut, dando de ombros. Nicolle deu uma risada seca, rolando suas íris castanhas de volta para a tela do seu celular. - Se for o Derek você tem que mandar ele se foder logo, ele não merece você.

Digo, me referindo ao o ex tóxico dela o qual ela sempre reclama, termina e volta com ele. Não tenho o direito de julga-la, de qualquer forma, amar é como uma droga;

Tóxico para o coração e viciante para o cérebro.

- Eu já superei Derek. O esqueci. - Confessou, mordendo o lábio inferior. Os olhos pregados a tela. - O gatinho que estou saindo certificou-se de me fazer esquecer ele na cama, no dia que nos conhecemos.

- Uau, que bom, então. - Disse, feliz por ela. - Há quanto tempo estão ficando?

Sondei, querendo saber todos os detalhes que há muito tempo meu corpo sente falta. Há alguns meses que eu não saia com ninguém, não sei bem porquê, só não quero me envolver com ninguém agora.

- Há quatro dias. - Ela disse, me olhando rapidamente e levantando as sobrancelhas finas. - Ele vai vir aqui hoje, disse que está chegando, quer passar o dia comigo.

- Na faculdade? - Perguntei, meia chocada. Isso é meio inacreditável e meloso, eu não ia gostar de ter meu namorado, pior, ficante, no meu pé como um cachorro o dia inteiro. Ainda mais na faculdade.

Como iria me concentrar nas aulas? Não ia.

- Sim, não é fofo, ele é incrível e perfeito demais para ser real. - Nicolle falou de um jeito tão doce que quase cuspi o donut que eu tinha acabado de morder.

Eca, falando desse jeito o ficante dela parece ser o Ian Somerhalder, ou o Michael B Jordan. E olha que ela só o conhece há quatro dias.

- Claaaro que sim, Sr Perfeição, seu príncipe encantado. - Ironizei, após terminar o segundo donut, e eu ainda estava varada de fome.

Mas minha colega nem percebeu, estava hipnotizada pela sua nova conquista demais para ligar para minha piada, revirei os olhos.

- Qual o nome dele? - A questionei depois de suspirar e ver mais alunos entrando na sala de aula tomando seus lugares .

- Segredo. - Ela sussurrou olhando para mim com um sorriso ladino atrevido. - O que ninguém sabe é mais gostoso e não se pode estragar.

Ela está certa, no fim das contas.

Porém, minha curiosidade está gritando para saber quem é, tipo um sexto sentido... Não sei, é esquisito, nunca me interessei com quem Nicolle saí ou deixa de sair.

Deve ser porque meu período fértil está chegando.

- Não vai mesmo me dizer? - Ri seca, um pouco ofendida com isso. - Tá bom.

Dei de ombros, cruzando os braços sobre os seios, pensei que ela confiasse em mim.

- Me conte onde você vai todas os sábados, sextas e domingos de noite, e eu te conto o nome dele. - Exigiu, um silêncio pairou sobre nós quando eu me remexi desconfortável ao lado dela, ela sabia que eu não podia contar, não é que eu não queria, eu realmente não podia. Droga. Ela me pegou. - Viu, eu tenho os meus segredos e você os seus... - Ela fez uma pausa, encontrei o olhar dela, assentindo. - De qualquer jeito ele vai vir aqui e você o verá.

- Então por que...

- Bom dia, turma. Desculpem o atraso de cinco minutos... - A Senhora Parker adentrou a sala, me fazendo calar ao vê-la, sorrindo doce e com seu coque grisalho bagunçado, sua saia longa amassada. - Vamos iniciar a aula.

Se ela não tivesse a idade pra ser minha vó, diria que estava com algum aluno que tinha um caso. Como todo professor de faculdade. No entanto ela é só uma idosa de sessenta anos que se atrasa sempre pra cuidar de seus dez gatos e cinco cachorros. Além do marido acamado por um AVC recente, ela conta tudo isso nos primeiros cinco minutos que se inicia uma conversa com ela.

Sinto pena dela, tenho medo de um dia viver assim.

Pego meu material na mochila, notebook, caderno e estojo com canetas e os posiciono na mesa, nos primeiros 10 minutos, absorvo tudo o que ela diz sobre as leis e regras da sociedade, nos próximos 20, já estou rabiscando na ponta da folha do meu caderno alguma coisa aleatória, tudo isso que ela ensina já aprendi no primeiro ano do Ensino Médio...

E nos minutos seguintes, a coisa se transforma num esboço profissional de um crânio, a sombra da caneta preta vai dando forma e profundidade ao desenho conforme seguro com mais força a caneta entre meus dedos e... Ele se transforma numa caveira.

Mas o que...? Por que eu fiz...

Meu pensamento para tentar entender o que eu fiz e porque desenhei aquilo é quebrado quando sinto uma figura alta, grande, com ombros largos e com um familiar cheiro de álcool e perfume caro sentar-se ao meu lado, droga, finalmente estou me dando conta das coisas e voltando a realidade, ele sentou-se no lugar que estava vazio, justo no meu lado.

Fecho os olhos e respiro fundo, segurando a caneta com força na minha mão, se fosse um lápis, eu a quebraria como um mero galho qualquer.

Minha boca seca, enquanto estou sentido o outro muito maior quanto ao que estava ao meu lado, sentar-se no entanto, ao lado de Nicolle.

Porra. Will Grayson e Damon Torrance nos encurralaram pelos lados, eles eram uma parede de músculos, ambos com mais de 1,80 centímetros de altura, era sufocante estar perto deles de novo, minha começou a formigar.

Damon ao lado direito de Nicolle, e Will do meu esquerdo. Cercando nossos lados.

Não precisei olha-los para saber que era eles.

Filhos da puta, o que eles queriam? Sabia que eles já tinham saído da sua prisão, e esperava que nos encontramos, mas não aqui. E agora.

Lambi os lábios que se secaram na hora ao sentir eles tão próximos de mim. Depois de tanto tempo. Três anos.

Encarei lentamente Will ao meu lado, ele sorriu cínico encostando seu joelho ao meu, seu jeans desbotado encostando na minha pele nua do joelho me fez querer apertar as coxas e me afastar dele, mas não me afastei como ele achou que eu faria e seu sorriso presunçoso cresceu, mostrando seus dentes brancos perfeitos.

Seu braço forte, agora com várias tatuagens, passou para trás da minhas costas e seus dedos brincaram na minha coluna, e estremeci quando sutilmente, senti os lábios dele se aproximando na minha orelha juntamente com seu hálito quente.

- É bom te ver depois de tanto tempo, Ratinha. - Ele sussurrou e eu engoli em seco, delicadamente o empurrando para o lado para não causar problemas. Droga, estou em aula.

- Não posso dizer o mesmo.

- Damon, você veio mesmo! - Nicolle disse no nosso lado, animada, quase gritando, me virei bem na hora que ela sugava o rosto dele como um Ceifador com um beijo, ou algo que deveria ser isso, mas que porra...?

Ele? Ele é o ficante misterioso dela?

Damon? Só pode ser brincadeira.

Os olhei incrédula, literalmente de boca aberta. Observando enquanto as mãos dele iam para a cintura dela e a apertavam com força enquanto o beijo rolava, senti náuseas.

- Isso te deixa quente? Com tesão? - Will sussurrou, atrás de mim, sua mão gelada sendo posicionada na minha coxa, coloquei a mão sobre dele e o empurrei para o lado, os olhos ainda focados em Damon, mas ele continuou com mais força, agarrando minha mão, subindo mais internamente, senti o calor no pé da barriga se acumulando, merda. - Ou com ciúmes? - Ele riu na minha orelha e fechei os olhos com força por um segundo antes de os abrir e sentir a voz dele nos meus ouvidos. - Os dois, você não mudou nadinha. - Ele concluiu, sua mão subindo cada vez mais perto da entrada do meu shorts, enquanto eu me senti em chamas. - Posso te ajudar com isso, pelos velhos tempos, Lily.

- Vai se foder, seu babaca. - Murmurei o fitando com ódio nos olhar, respirando pesado. Tirando sua mão de mim de vez. Ele desceu seus olhos esverdeados para os meus seios e me segurei para não o bater em seu belo rosto bem ali mesmo.

- Ah, eu vou foder você e Damon vai olhar, não se preocupe com isso. - Debochou, em um sopro sério com um tom baixo de divertimento, tirando a mão de mim finalmente, cerrei os punhos tentando me acalmar e tirar as palavras dele da minha cabeça.

Eles simplesmente voltaram pra isso? Sairam da cadeia e vieram me perturbar.

Que original.

- Pelo visto você e o Will se deram bem. - Comentou Nick, então lembrei que ela estava aqui e Damon ao lado dela.

Quando me virei e o encarei, fiquei sem ar, meus dedos dos pés se curvaram no tênis e cruzei as pernas por instinto, ele percebeu e sorriu de lado. Amava isso, me desconcertar. Nicolle não via nada, ele estava atrás dela. - A gente devia sair em um encontro juntos.

Meu Deus, cale a boca Nicolle.

Era o que eu queria dizer, mas o que eu disse foi:

- Claro que sim... Will é muito gentil pelo o que conversamos nesses... Dois minutos. Sei tudo sobre ele. - Forcei um sorriso, dando uma risada falsa e não me importando de esconder isso, meus olhos indo para ela e percebi o sorriso dela vacilar.

- Sou Damon Torrance, Nicolle falou muito de você. - Damon finalmente disse algo. Seus olhos brilhando em divertimento enquanto estendia sua grande mão para me cumprimentar. Ele quase parecia um cara decente, seu cabelo liso e castanho estava quase arrumado, com gel por ele todo, mas uns fiapos pequenos e que ninguém além de mim repararia estavam soltos, ele vestia uma camisa preta que destacava seus músculos e uma jeans azul normal, parecia um cara normal e não o doente que ele é.

Cerrei os olhos na direção de sua mão com alguns anéis de prata, e então para ele mesmo.

Qual era o joguinho dele? Fingir que não me conhecia? E para que? Eu não ia cair nessa e participar desse teatrinho.

O silêncio fúnebre reinou entre nós, podia sentir a camada de tensão fazer-se presente entre nós, e ele arqueou a sobrancelha em desafio.

Bem, eu não ia participar dessa. Não hoje.

- Não liga pra ela, Lilith as vezes não está de bom humor - Começou minha colega, sua mão no bíceps dele. - Damon, essa é a Lilith, minha colega de quarto. - Nicolle pigarreou apontando para mim, explicando sem graça.

- Ah, ele sabe muito bem. - Sussurrei para mim mesma, revirando os olhos e me recostei na cadeira, focando a atenção na professora que continuava sua aula escrevendo algo na lousa, e ouvi Will rir ao me lado, bati no peito dele para ele se calar, mas não adiantou, idiota.

- Vocês se conhecem? - Bem, talvez não sussurrei tanto assim para mim mesma, pois Nicolle perguntou um minuto depois, eu já tinha guardado meu material, minha cabeça doía e eu queria sair daqui o quanto antes.

- Sim, a Lilith vivia na cola do Damon na escola, como um cachorrinho obediente e... - Will sacaneou e eu não era obrigada ouvir as merdas que saem da boca dele.

Era tudo mentira e esse otário sabia disso.

- Vai se foder. - Praguejei, e joguei a mochila no ombro, passando por Nicolle que me encarava com uma cara de tacho e interrogação, parei quando Damon não encolheu suas pernas para eu passar, o ignorei e passei por cima delas, ouvindo sua risadinha sarcástica e sentindo seu olhar queimar nas minhas costas enquanto eu saia da sala de aula.

Porra, por que eu queria ver ele mesmo? Bem, nem lembro mais, já o vi, vi mais do que gostaria e espero que agora ele suma do planeta terra. Da galáxia.

Me direcionei ao banheiro feminino olhando o caminho todo para o chão de mármore do edifício, estava quente, sentia minha temperatura pelando e precisava me refrescar.

Coloquei a mochila no chão e tirei minha jaqueta, a colocando em cima da pia quando entrei no banheiro. Liguei a torneira e molhei as mãos. Joguei água no meu colo e braços, só não joguei no rosto porque estava de maquiagem e...

- Ei, você não pode entrar aqui! - Uma garota protestou atrás da divisória que tinha na frente da entrada do banheiro feminino, colocada ali especialmente para nos dar mais privacidade.

Desliguei a torneira praguejando baixinho e olhando por de baixo da parede, vi sapatos masculinos, clássicos Jordans pretos de basquete.

Ouve uma pequena discussão entre ele e ela, e então vi as sapatilhas amarelas da garota saindo derrotada e a porta principal do banheiro se fechando por dentro, os tênis aqui dentro agora.

Respirei fundo.

- Sério mesmo? Me seguiu até aqui, Damon? - Ri baixo, colocando uma mão na cintura enquanto ele saia de trás da parede divisória e aparecia na minha frente, olhos baixos e postura tão calma que estranhei.
Começando a vir até mim com uma lentidão horrível.

- Sabia que aqui é um banheiro público e feminino? Você não devia estar aqui. Não pode estar.

- Eu posso estar onde eu quiser. - Se aproximou mais, sem parecer preocupado com o que eu acabei de lhe avisar. - Se você estava tão preocupada com isso, não devia ter entrado aqui.

- Claro, eu sabia que você ia me seguir porque você deixou isso bem claro. - Ironizei, mantendo a compostura enquanto ele se aproximava mais, com seu olhar predador costumeiro que me dava arrepios. Isso não mudou nada. Levantei o queixo e ri, apontando o dedo indicador para ele. - Se pode estar onde você sempre quer, por que estava atrás das grades esse tempo todo? - Me fiz de sonsa, seu sorriso sumiu e o meu cresceu: - Ah é, porque eu te coloquei lá.

- Não devia estar orgulhosa disso. - Ele alertou. - Quero dizer, você foi esperta pra caralho, mentiu melhor do que nunca e se livrou de mim por três anos... - Ele sorriu e deu uma risada sinistra, passivo-agressivo. Ele estava começando o jogo mental fodido dele.

Mais um passo.

E mais um.

E eu não retrocedi, era isso que ele queria, queria que eu fugisse e corresse, porque era isso que esse merdinha sádico gostava.

Caçar, caçar sua mente e fazê-la seu parque de diversão pessoal do terror. Ele estava cara a cara comigo agora, nossos narizes quase se tocando, o lugar entre minhas pernas pulsava e minha respiração acelerou conforme ele corria o olhar por cada canto do meu corpo, cada curva, com esmero e desejo em seu olhar penetrante.

- Você se livrou de mim por três anos. - Sussurrou no meu ouvido, as mãos no bolso de sua calça, as minhas em punhos ao lado do meu corpo, sua voz rouca tão perto de mim fez meu estômago se revirar. - Mas não vai se livrar agora. E nem mesmo orações para qualquer entidade divina vão me afastar de você.

Encarei os lábios naturalmente vermelho dele primeiro, e então seu olhos quais eu poderia facilmente me perder na imensidão escura deles se não estivesse sã, se não já tivesse vivenciado isso antes.

- Era pra eu sentir medo? - Perguntei, genuinamente curiosa. - Você era melhor nisso antes, sabe. Mais criativo. A sapatilhas, foi você, certo? É tudo o que você tem na manga? - Provoquei. Ele não me respondeu, deu um passo a mais para frente e nossos peitos estavam se tocando agora, eu tive que levantar a cabeça para cima para olha-lo. Vendo seu queixo bem definido. - A cadeia te deixou mais fraco.

Brinquei e vi seus olhos ficarem mais escuros. Mais intensos e selvagens. Ele foi pra frente com força e rapidez, e não me deu tempo de reagir. Fui para trás por instinto e ele me prensou na parede de azulejo do local com seu corpo, me forçando a abrir as pernas e colocando seu joelho entre elas, a minha camisa subiu um pouco na parte de trás e o frio da parede fez meu corpo ir para frente e empurra-lo com as mãos, mas ele pegou meus pulsos e o os colocou acima da cabeça, como se não fosse nada.

Comparada com a força dele eu realmente não era nada perto dele. Damon sempre foi alto e forte. Mas agora que saiu da cadeia... Ele parece mais como um homem agora. Mais forte, alto, com uma presença mais dominante que me faz questionar se o banheiro é pequeno demais para ele ou se eu estou encolhendo, porque muito alto eu sei que ele é.

Porra, tentei me soltar de seu agarre o rosto dele foi para o meu pescoço e senti seu hálito quente na minha pela fria, enquanto ele sorria.

- A cadeia me deixou sem sexo. - Sussurrou rouco, moendo sua joelho na minha intimidade, gemi ao sentir a fricção, senti a risada dele de novo ao perceber minha reação ao corpo dele. ㅡ Você me magoou, não foi fazer uma visitinha intima nenhum dia sequer para mim. - Ele tocou seus lábios gelados na minha pele do pescoço que fervia, o empurrei de novo e ele se forçou mais em mim. Perdi o ar. - E agora, eu quero recuperar o tempo perdido... Vou foder você de todos os jeitos que você pode imaginar. Sua mente. Sua vida. Sua bocetinha apertada. Tudo, Lily.

Ele mordiscou minha pele do pescoço, senti o ar denso, a garganta se fechando e meu corpo querendo convencer a minha mente a se render a ele, Damon soltou meus pulsos e agarrou minha cintura, senti seu pau na minha coxa, e quando sua boca ia encontrar com a minha eu o bati no rosto, minha mão marcou sua bochecha.

Meu cinco dedos marcados em sua pele. Por um momento me arrependi, ele é o Damon.

E ele já me odeia o suficiente pelo o que eu fiz.

Ele retrocedeu, aproveitei a oportunidade de liberdade, catei minhas coisas e sai de perto da parede, ele não ia me encurralar de novo. Ele me encarou com o labios sorrindo como um maldito psicopata, não parecia que eu tinha o machucado, e deu uma risada cruel, gostou disso.

- Eu não sei qual é a sua e não quero saber, mas você vai ficar longe de mim e da Nicolle. - Disse, séria. E tentei soar firme e forte, mas minha voz falhou. Minha garganta estava seca. Minha respiração ofegante e minhas costas suadas. Aquele lugar específico e traidor implorava para eu friccionar minhas coxas, mas não iria fazer isso com Damon aqui. - Eu não seu brinquedinho e ela também não. Vê se cresce, seu otário.

Eu sai do banheiro antes que ele pudesse formular sua resposta, enquanto arrumava minhas tralhas e andava pelos corredores longos querendo convencer a mim mesma que não estava fugindo dele, esbarrei em outra pessoa, levantei os olhos em alerta temendo que fosse Will, Michael, Kai ou até mesmo Damon.

Engoli em seco, mas de alívio quando percebi que não era nenhuma dessas sombras do passado.

Mas não durou muito.


01| Depois de acho dois meses voltei, com o capítulo dois, perdão pela demora, ele já tava pronto, eu só tava com cu doce pra postar, mas eu estava com vergonha de postar ele porque acho que me exaltei demais escrevendo, mas aí eu lembrei que é Dark e DN KKKKKKK Enfim, não gostei muito do pov do Damon porque ele em si é muito difícil de pensar como ele agiria porque ele é muito complexo 😭

2| Não se esqueçam de votar e comentar, por favor! E desculpe os erros de português, não revisei. Até a próxima. Perdão de novo pela demora para atualizar<33

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