𝐎𝐍𝐄-𝐒𝐇𝐎𝐓
FOI UM PÉSSIMA IDEIA SAIR SEM O MEU GUARDA-CHUVA! Esqueci de olhar o jornal mais cedo, pelo céu azul e nuvens totalmente separadas, achei que não choveria hoje. Tinha que chegar na casa de Jisoo antes do fim da tarde, agora eram exatamente 16:57, e ainda não estava nem na metade do caminho, como chegaria lá a tempo?
Não poderia arriscar sair debaixo desse to-do e molhar os papéis que estou levando, e estragar as flores que eu carrego em minhas mãos, não posso arruinar o dia de hoje. Nunca me perdoaria por isso. Mesmo que eu tenha uma mochila perfurada em meus ombros, ela não protegeria a carta e o buquê, mas não tenho escolha, tenho que chegar na casa dela antes das 18:00.
Guardo o pedaço de papel selado dentro da minúscula mochila que levo nas costas, seguro firme as tulipas amarelas e rosas embaladas em um plástico fino e saio correndo pelas ruas molhadas, escorregando no asfalto quando piso em falso, mas me recomponho e vou o mais rápido possível até o metrô, chegando encharcada perto do transporte de metal, passando pela sua porta um pouco antes que ela se feche.
Na minha mente se passa toda a rota do caminho para a casa de Jisoo, percebo que ainda tenho que pegar um ônibus, por não terem feito uma estação no bairro da morena. Quando chego na estação mais próxima - mesmo sendo um pouco longe - de sua residência, saio do metrô, subo as escadas rolantes, vendo várias pessoas passando apressadas com suas maletas e ternos, esbarrando umas nas outras pedindo desculpas esfarrapadas, falta de tempo para conversar adequadamente.
Chego no ponto de ônibus ofegante, espero até o horário do transporte, adentrando o e sentando no assento de couro sintético.
(...)
Bato na porta da mansão de Jisoo, esperando que alguém me atenda, arrumo meus cabelos que estavam desarrumados e molhados, torço a ponta da camisa branca agora quase transparente pela chuva que tomei.
Ouço uns cliques de fechadura, vejo a mãe de Sooya, seus cabelos negros presos em um coque bem feito, seu vestido cheio de flores batendo no meio de sua panturrilha, desço um pouco pra fazer um referência, enquanto ela me puxa para dentro, me perguntando o porquê de estar tão molhada e também pelas flores em minha mão esquerda, devido falar toda a verdade para a mais velha.
— Senhora Kim, eu vim hoje aqui porque estou completamente apaixonada pela sua filha — meu olhar se fixa em meu pés, não consigo encarar a mãe da garota que vive em minha mente, simplesmente meu nervosismo não deixa.
Escuto uma risada...
Uma risada? Olho para cima e vejo a morena segurando o ombro de sua mãe, soltando uma gargalhada alta enquanto seu corpo vai para trás, se curvando. Ela estava ali esse tempo todo? Se sim, não percebi, mas acho que fiz alguma expressão engraçada, porque até Sra. Kim começou a rir também, agora meu rosto está ardendo, queimando.
— Eu já sabia disso, Rosé! — a morena para de rir aos poucos, me encara.
— Vou deixar vocês sozinhas, — a Kim mais velha — tchau, meninas, juízo!
Ela sai com seu vestido florido e sua postura perfeita, deixando eu e sua filha sozinhas.
— Posso enterrar minha cabeça no chão agora? — isso foi mais para mim mesma do que para Jisoo, subo meu olhar até seus olhos negros, vendo o rosto angelical da garota que amo.
Sim, eu a amo. Não tenho dúvidas disso, passo todos os meus dias pensando nela, em como seria andar de mãos dadas, beijá-la, e fazer todas as baboseiras de mais bregas de casal possíveis, porque eu sou brega, e não tenho vergonha de ser.
A minha declaração para Soo, não fora muito diferente, quero mostrá-la o quanto a amo, sempre vou dizê-la o quanto eu a admiro, desde seus olhos escuros, até suas pequenas curvas. Peço para ter todo o tempo que o universo tem para demonstrar tudo que sinto, porque com toda certeza, alguns minutos serão praticamente nada do que vou e ainda tenho para fazer.
Nesse momento já estávamos sentadas no sofá comprido e branco de sua casa, conversando sobre coisas as quais gostamos muito, poderia ficar sempre vendo seu enorme sorriso quando fala algo que a deixa animada, e abraçá-la ao vê-la chorando com algum filme de romance com final triste, quero passar meus últimos dias e noites com ela.
— Gosto de como você me encara. — minhas palavras saem mais rápido do que meu pensamento. Jisoo me encara, — Isso, exatamente assim, você me olha como se estivesse olhando uma obra de arte das mais lindas que já viu, e eu me sinto muito bem com o seu olhar, ele me traz paz, alegria, a sensação de estar segura e que nada nem ninguém poderia me machucar, eu te amo, Jisoo, com toda minha alma.
As lágrimas quentes dela se chocam em meu rosto ao mesmo tempo que seus lábios sugam os meus, me beijando ferozmente como se fosse um animal selvagem e eu, sua presa.
Nunca achei que um beijo teria gosto de ameixa, mas surpreendendo todas minhas expectativas, ele tem este gosto estranho mas mesmo assim, maravilhoso.
Sua língua se move junto com a minha, um beijo desengonçado no começo, mas ao descobrirmos aos poucos o que a outra gosta, nosso beijo fica cada vez mais gostoso e viciante, nem ligamos direito quando ficamos ser ar, nos separando por apenas poucos segundos, para encostar nossos lábios outra vez.
Sua mão está arranhando minha nuca, enquanto a minha sobe do seu quadril após um aperto demorado, chegando em seus seios que ficaram maiores desde o início de sua adolescência, simplesmente mais lindos do que já eram.
Ao ouvirmos passos vindo da escada nós duas nos separamos nossos lábios, ficando abraçadas, tentando disfarçar nossas respirações ofegantes, mesmo sendo totalmente visível nossos troncos subindo e descendo repetidamente e lábios inchados pós-beijo.
— Garotas, sei que esse fim de tarde foi de muitas emoções, — novamente a mãe de Jisoo aparece, falando com nós duas. — Mas acho que Rosé vai querer tomar um banho quente, para não resfriar pela chuva que tomou, certo? — seu olhar vai direto para mim e só aí percebo que ela quer que eu levante de seu sofá e vá tomar um banho, rezo para não ter feito uma cara de idiota de novo, Jisoo me leva até seu quarto e vai até seu closet pegar roupas secas para mim.
Olho para minha mochila e me lembro que trouxe roupas extras e meus produtos de higiene, quando lembro de avisá-la sobre minhas coisas na mochila, Jisoo bate na porta, me dando um leve susto.
Abro a porta de seu banheiro e vejo a garota segurando uma muda de roupas, me olhando de cima à baixo, arregalando-os ao me ver só de roupas íntimas. Como se nunca tivesse visto antes.
— É... Aqui estão as roupas! — ela olha para cima tentando conter o rubor de suas bochechas, mas para sua tristeza, eu já o vi, mas me contive e não ri.
Abro um pouco mais a porta, dando uma vista melhor para a garota de cabelos longos, vendo-a desviar o olhar do meu rosto por um certo tempo, jurei que pude ver um pouco de baba descendo pelo canto de sua boca.
— Lembrei que tempo roupas em minha bolsa, não precisarei das suas, Soo! — mordo meus lábios levemente.
Encarando o piso liso de seu quarto, ela fala:
— Porra, não faça isso, Rosé, por favor!
— Por quê? — um sorriso começa a aparecer no canto dos meus lábios, Sooya não é de falar palavrão, o que será que aconteceu?
— Eu não vou resistir a sua sedução, querida, então não faça isso. — sua pupila fica cada vez mais dilatada.
Sem falar nada, mando um beijo para ela fechando a porta devagar, mas antes de fechá-la, me viro e balanço um pouco minha bunda.
Certo... Isso foi demais!
Nunca tinha provocado ninguém antes, vamos dizer que não sou a pessoa mais seduzente de todo o mundo, então isso me deixou um pouco animada, digamos.
Entro no box, e ligo o chuveiro em temperatura morna, fazendo um rabo de cavalo em meu cabelo antes de tomar meu banho.
Me visto com meu short moletom e minha blusa folgada com estampa de desenho animado, saindo do banheiro, encontrando Kim em sua cama mexendo em seu celular, virando seu rosto para me ver saindo do banheiro.
— Minha mãe nos chamou para jantar, espero que esteja com fome.
— Estou com um pouco de fome sim, mas quero um beijo seu primeiro. — largo minha mochila ao lado de sua cama, me arrastando até ela, deixando um selinho demorado em seus lábios carnudos.
Ela puxa um pouco mais, soltando seu telefone, me beijando, segurando minha cintura, apertando o local. Suas mãos passam por debaixo de minha blusa dando a acesso aos meus seios descobertos pela falta do meu sutiã pelo mesmo estar molhado.
Solto um gemido baixo ao sentir suas mãos frias massageando meus pequenos seios, quando a mesma ia tirar minha blusa, lembro-a que sua mãe está nos esperando no andar debaixo.
Chegando na cozinha, vejo uma mesa posta para o jantar, sento-me em uma das cadeiras, Jisoo sentando ao meu lado e sua mãe em minha frente, vejo um homem de cabelos grisalhos e alto entrar no cômodo, Sr. Kim me comprimenta, sentando ao lado de sua esposa, em frente a sua filha.
Jantamos em silêncio, a pai de Jisoo faz algumas perguntas, e uma delas e sobre o que vim fazer, já que sempre que venho, aviso.
Olho para Jisoo e ela começa a explicar ao seu pai o que fui fazer lá, eles tiveram uma conversa séria sobre a sexualidade de Jisoo, ele aceitou super bem, mas deu vários avisos e nos alertou sobre o mundo tóxico que há lá fora, o quanto pessoas LGBTS são vítimas de várias atrocidades só por serem “diferentes” dos outros.
Acho que nunca vi um adulto falar de uma maneira tão respeitosa sobre o tema sexualidade, então me senti muito acolhida ao ver uma pessoa tão importante como ele me aceitar do jeito que sou.
Pensei que a família Kim era totalmente conservadora em relação à Jisoo, mas descobri que eles influenciavam a filha a curtir sua adolescência da melhor forma, se descobrir e descobrir seus gostos.
Poderia dizer que essa família é perfeita, se não, afirmar.
(...)
Deito ao lado de minha garota em sua cama, agarrando sua cintura a puxando para mim. Ponho meu rosto em seus seios deitando em cima deles, enquanto a mais velha escolhe um filme para assistirmos.
— O que você acha de Frozen 2?
— Eu acho perfeito, Soo! — subo meu rosto para um beijo rápido.
Me aconchego em seus seios, beijando a parte deles que estava exposta sob seu pijama de seda. Eu gosto desses momentos, apenas nós duas, agora namorando, ficaram milhões de vezes melhores. Ela é a minha garota, minha, e eu sou somente dela.
— A babá está escorrendo, linda. — eu mal percebi que estava encarando o seu belo rosto, mas ela parece gostar disso, eu também gosto.
— Precisará pegar um balde, eu vou babar muito te olhando, — deixo vários selinhos sobre seu rosto. — se acostume.
— Acho que posso me acostumar, vai ser muito difícil! — ela chora, copiosa.
Eu poderia me casar com ela aqui mesmo, sem anéis, sem cerimônia, sem pessoas ao nosso redor, me casar com a minha alma, meu espírito, com o meu ser.
Espero que isso dure até minha morte, não suportaria perdê-la, jamais. Sinto falta dela só de imaginar em ver ela indo embora, isso não vai acontecer, eu sei, eu farei o possível e o impossível para que isso não ter nem chances.
Eu a amo demais para deixá-la.
Ela é a minha amante,
Meu tudo,
Isso que há entre nós,
O que sentimos uma pela outra,
É uma chama,
Que não tem como ser apagada;
Nós queimamos ao mesmo tempo que fazemos nosso próprio ar, um ciclo sem fim nem começo, somente um ciclo.
— Jisoo, — chamo sua atenção que estava direcionada para a tela da TV. — seja minha amante para todo o sempre.
— É claro, meu amor, eu serei.
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