006 - 𝐏𝐑𝐎𝐁𝐋𝐄𝐌𝐀𝐒
« . 𝑀𝐼𝑆𝑇𝐴𝐾𝐸. »
' 𝑝𝑟𝑜𝑏𝑙𝑒𝑚𝑎𝑠 '
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Os meus pés batiam repetidamente no chão, eu puxava a gola da minha camiseta algumas vezes, e podia sentir o meu peito inchar freneticamente a busca por ar. Os meus olhos rolavam pela grande e vazia sala do hospital, eu tentava manter o meu olhar em qualquer coisa que não fosse a pessoa a minha frente
Eu estava na última consulta, a que talvez decidiria a minha vida toda daqui pra frente. Meu coração quase saiu pela boca quando o médico disse que os resultados dos exames tinham saído
O médico anotava algumas coisas antes de falar qualquer coisa, e eu confesso que estava ficando cada vez mais nervosa com aquilo
- Senhor, dá pra me falar os resultados logo? - O mais velho olha pra mim e suspira
William: Ok, senhora Santiago. Eu tenho uma noticia ruim e uma boa. Qual prefere primeiro?
- Ruim, claro - Respondo rapidamente enquanto mordiscava os lábios em nervosismo
William: A notícia ruim é que sua saúde está realmente prejudicada, e o tratamento não é barato - Eu podia sentir meu coração dar uma cambalhota, eu podia jurar que as suas próximas palavras eram: "e infelizmente é câncer"
- E qual é a notícia boa então? - Me ajeito na cadeira
William suspira e olha pra mim novamente, aquilo soava em lamento, me deixando cada vez mais trêmula e nervosa
William: A notícia boa é que não é câncer - Sua expressão era neutra esperando minha reação
- Minha nossa - Sorrio desacreditada - Isso...isso é um alívio - Eu sorria enquanto me encostava na cadeira, agora sentindo como se um peso fosse arrancado da minhas costas
William: Eu vou continuar receitando remédios, ok? - Ele anota em uma folha novamente - Vai querer conversar sobre o seu tratamento agora?
- Não, eu estou de férias agora. Tudo que eu preciso saber é que eu não estou com câncer - Ele me entrega a folha com a receita do remédio - Muito obrigada doutor
***
- Louise da pra você parar de gritar? - Digo no telefone enquanto apertava o botão do elevador
Eu tinha acabado de contar sobre a minha consulta para ela. Com certeza Louise estava bem mais feliz e animada com a notícia. Ela já dizia imaginar a grande festa de comemoração, o que era um tremendo exagero devido a nem todos os problemas estarem resolvidos. Querendo ou não eu ainda tinha uma doença dentrode mim, e seu tratamento não era nada barato, de acordo com o médico
Pedri: Porque você está gritando? - Ouço uma voz de fundo na ligação
- Porque o Pedri está aí em casa? - Digo vendo o elevador se abrir
Louise: Lilice eu tenho que te falar uma coisa, só não surta tá? - Ela diz. Eu atravessava o corredor indo de encontro até a porta do nosso apartamento - O pedri apareceu aí em cada hoje de manhã, junto com o..
- Pablo? - Vejo o garoto no sofá da nossa casa, com o meu irmão deitado escorado ao seu lado enquanto assistiam a um desenho qualquer na tv. Ele me olhava calmamente, como se já esperasse que eu estivesse ali - Puta merda, Louise onde você está?
Louise: Se você pelo menos deixasse eu terminar de falar eu iria te explicar. O Pedri e o Pablo passaram aí em casa hoje mais cedo. O pedri me chamou pra dar uma volta na praia e eu expliquei que estava cuidando do Matt, e aí o Gavi se ofereceu pra cuidar dele
- Tá bom, eu me resolvo com você depois, tchau - Me despeço e desligo o telefone logo em seguida
Matt: Lilice! - O garotinho corre na minha direção com um sorriso de orelha a orelha - Você tá dodói? - Ele pergunta
- Não, baixinho. Por que da pergunta?
Matt: Eu vi a Louise dizendo pro Pedri que você tava no hospital, hoje mais cedo
- É apenas consulta do dia a dia não significa nada - Digo indo em direção a cozinha para fazer o almoço - Vai querer o que de almoço?
Eu tentava ignorar o fato de que Pablo estava na minha sala. Não era um total desconhecido para o Matt, Gavi era seu professor de futebol e também nos viamos sempre
Matt: Macarrão! - Ele diz animado
- Está bem vá lá se sentar - Eu me estico até o armário pegando um pacote de macarrão
Pablo: Vai querer ajuda? - Ele se apoia na bancada me vendo encher a panela de água
Ele não parecia o mesmo cara grosseiro das últimas vezes. Ele parecia calmo, como um cachorro indefeso
- Por favor, pegue o molho de tomate ali na dispensa - Eu não seria a única idiota a ficar o tratando mal, mas se ele voltasse a ser grosso, aí já é outra história
Pablo: Você estava no hospital? - Ele inicia a conversa enquanto colocava o molho na panela - É sobre aquilo que você falou no bar? - Minha vontade de soltar um: "não é da sua conta" Era enorme
- Sim - Digo simples - Me ligaram hoje durante o café, pedindo pra que eu fosse no hospital porque os exames já tinham saído
Pablo: E então? - Ele olha para o Matt checando se ele estava prestando atenção - Você está com câncer?
- Não - Sorrio olhando de relance pra ele, que estava concentrado fazendo o molho - Mas por outro lado eu tô com um problema no fígado e o tratamento não é barato - Suspiro
A cozinha fica um silêncio repentinuo. Essa situação era constrangedora para ambos os lados. Eu não entendia o motivo dele ter parado de me tratar daquela forma. Derrepente o seu mau humor tinha ido embora
Pablo: Então, eu e os meninos vamos ter um treino de futebol amanhã, eles pediram pra convidar vocês - Ele finalmente quebra o silêncio
- Vamos ver, provavelmente não temos nada pra fazer mesmo
Ele abre a boca pra falar mas é interrompido pela tela do seu celular acendendo
O sorriso que estava nos seus lábios derrepente desapareceu, e uma expressão séria e triste predominou o seu rosto
Pablo: Eu tenho que ir - Ele suspira enquanto se distanciava, sua voz parecia embargada
- Tá tudo bem? - limpo as minhas mãos com um pano de prato
Pablo: Está! - Ele diz em um tom grosseiro enquanto colocava seu celular no ouvido e saía pela porta
O Pablo Gavira gentil não foi uma coisa duradoura, não me surpreende tal coisa nele, não precisa conviver muito tempo com ele pra saber que o mesmo era bipolar
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