A luta entre Rhaenyra Targaryen e seu meio-irmão Aegon pelo controle sobre os Sete Reinos era intensa. Aegon achava-se merecedor de sentar-se no Trono de Ferro, enquanto Rhaenyra lutava por seu direito de nascença e herança. Quando as pessoas começaram a se declarar para um deles, sua luta dividiu o reino. Irmãos lutaram contra irmãos, dragões contra dragões. Quando terminou, metade estava morta. Foi um desastre para os primeiros anos do reinado da rainha legítima, mas com o passar dos anos a situação melhorou e, no final, o povo a nomeou como a Rainha Negra.

— E o que aconteceu depois, papai? — perguntou a garotinha agitada.

— Você já sabe o que acontece depois, querida. — falou enquanto puxava as cobertas para proteger a garota da brisa fria da noite.

A garota de cabelos prateados olhava fixamente para a figura à sua frente, esperando a resposta que ela desejava ouvir. Em resposta, um suspiro de rendição pôde ser ouvido pela garota, que sorriu vitoriosa.

— Tudo bem. Após Rhaenyra Targaryen exterminar todos os verdes, exceto Helaena e seus três filhos, a herdeira ascendeu ao Trono de Ferro e tornou-se a rainha mais querida de todos os tempos.

A jovem garota que ouvia a história bateu palminhas em resposta; ela sorriu para o pai e lentamente fechou os olhos. Não demorou muito para que a menina caísse no sono, então o homem levantou-se da ponta da cama da garota e apagou a vela do quarto, saindo e deixando a porta entreaberta.

Ele caminhou pelos corredores até chegar à porta de seus aposentos, que adentrou sem demora e fechou a porta. O homem tinha uma expressão um pouco cansada; ele caminhou até a cama onde sua esposa estava deitada, à sua espera.

— Laena manteve você muito ocupado, meu amor? — perguntou risonha.

— E como. Estou exausto. — sentou-se na cama e retirou suas botas uma por uma.

A jovem mulher de cabelos prateados engatinhou até seu marido e começou a massagear a região dos ombros do homem, acariciando delicadamente. Pouco a pouco, os ombros do jovem foram relaxando, e a tensão nos músculos foi aliviada.

Após perceber que os ombros do marido estavam relaxados, a jovem parou com a massagem.

— Obrigado, querida. Você é sempre tão atenciosa e gentil. Sou o homem mais feliz deste mundo por tê-la ao meu lado. — declarou, virando-se para sua esposa.

A mulher estava com suas bochechas levemente coradas devido à declaração inesperada do marido; ela realmente concordava com as palavras de sua sogra a respeito do marido, ele era um doce.

— Não seja bobo, Lucerys. — bateu levemente na coxa do moreno.

— Tudo bem, minha rainha, mas pelo menos me deixe bajulá-la. — aproximou-se da mulher e a abraçou, fazendo-a deitar-se ao seu lado.

— Você não tem jeito mesmo, Lucerys Velaryon. — falou, rendendo-se ao marido.

— Rhaena, meu amor, irei encarar isso como um elogio.

Os dois se entreolharam, logo em seguida caindo na gargalhada; ambos estavam felizes com suas vidas.

No fatídico dia do atentado contra a vida de Lucerys, ele viu a morte diante de seus olhos. Perdeu um grande amigo naquele dia; a dor de perder Arrax foi um choque que por um longo tempo não conseguia superar, mas Rhaena sempre esteve ali ao seu lado, lhe dando total apoio. Ambos criaram um laço para a vida toda e se uniram em matrimônio.

Casaram-se em Derivamarca, onde atualmente residem, seguindo fielmente os rituais da cerimônia, onde Luke prometeu que dali em diante eles seriam apenas uma carne e um coração. Foi quando Lucerys Velaryon e Rhaena Targaryen trocaram seus votos.

— Luke, eu te amo, e amo nossa pequena Laena, nossa filha. — Rhaena falou enquanto o abraçava.

Lucerys depositou um beijo na testa da prateada, e desceu o beijo para os lábios da jovem, com um selar singelo ele sorriu.

— Eu também te amo, Rhaena, e também amo a nossa menina, nossa doce menina. Ela se parece muito com você.

Rhaena apenas sorriu em resposta, Lucerys soprou a vela, deixando o quarto escuro. Ambos continuaram abraçados e assim pegaram no sono, um no conforto dos braços do outro.

Os dias e as noites em Derivamarca não poderiam ser melhores do que aqueles.