ㅤㅤ ㅤㅤ 🏛️ 🎨 ˖ ִ ˑ 𝟎𝟎𝟓
Depois da discussão acalorada com o faraó egípcio Ahkmenrah perante todos os novos amigos do museu, Melody McPhee começou a questionar sobre os anos de estudo e todos os sacrifícios que havia realizado para defender sua tese sobre a figura histórica. O choque ao descobrir sobre a personalidade grosseira do faraó a deixou completamente desanimada, como qualquer fã desiludido ao descobrir toda podridão existente em seus ídolos.
Por alguns dias ela cogitou na desistência completa daquele que era o trabalho de sua vida, largando de lado todos os livros e anotações adquiridos desde o momento que ingressou na faculdade. Também deixou de frequentar o museu nas noites seguintes ao evento, preferindo esconder-se nos estabelecimentos que ficavam abertos vinte e quatro horas na cidade até dar o horário de regressar para casa. Naquela semana ela descobriu e saboreou quase todo o catálogo alimentício que era vendido nas lojas 7-Eleven.
No entanto, após inúmeras raspadinhas coloridas e uma breve infecção urinária devido à grande quantidade de corante ingerida com as bebidas, Melody percebeu que sua paixão pela história e o compromisso com o museu eram fortes demais para serem ignorados. Apesar do coração pesado e desgosto pela pessoa do faraó, ela decidiu regressar ao trabalho e enfrentar os desafios que a aguardavam. Não podia deixar que aquela maça podre estragasse o sonho de infância, com ou sem o faraó ela finalizaria sua tese e aproveitaria os prazeres do museu mágico, caçando pelas informações necessárias através dos métodos convencionais de pesquisa.
Ao passar pela gigantesca entrada do Museu de História Nacional, a jovem mulher não pode deixar de sentir um misto de nervosismo e altivez. Ela sabia que o seu relacionamento com Ahkmenrah seria tenso pelos próximos dias – talvez anos, mesmo assim estava determinada a provar todo seu valor e demonstrar que apesar dele ser o tema de seus estudos, não se fazia necessário. Não importava mais o que o faraó achava sobre ela, sua tese ou qualquer outra opinião que pudesse formar, ele teria que engolir sua presença no recinto, afinal o museu permanecia sendo um local público.
— Melody! — Comemorou Larry sorrindo radiante quando vislumbrou a companheira noturna aproximar carregando a mochila nas costas. Ele interrompeu o assunto que discutia com uma das funcionárias diurnas e correu até ela, abraçando fortemente e sem esconder o orgulho pela mesma não ter abandonado os estudos. — Estive preocupado, todos aqui na verdade. Pensei em perguntar sobre você para seu tio, mas o Jed ligou para sua casa e o Dr. McPhee disse que estava no trabalho. Achamos que estivesse em completa depressão, talvez até usando drogas... — A última parte do comentário a pegou desprevenida, fazendo com que um riso fraco e bem humorado escapasse pelas narinas — Isso não tem graça, mocinha! Os irmãos Clarke e Theodore saíram duas vezes para te caçar pelas ruas achando que estava largada em alguma sarjeta.
— Desculpe preocupa-los — Melody levou a mão até a bochecha do amigo, acariciando ternamente com o polegar — Eu até estava envenenando meu corpo, mas com raspadinha da 7-Eleven e alguns lanchinhos duvidosos. Fiquei dentro de um raio seguro de casa. — Ela ficou nas pontas dos pés e depositou um beijo sutil na bochecha do segurança — Mas obrigada pela preocupação.
— O que está acontecendo aqui? — O tom de voz exaltado do tio vindo do outro lado do grande salão de entrada do museu surpreendeu Melody, fazendo com que ela e Larry se afastassem para que o homem não tirasse conclusões precipitadas da relação amigável, o que não adiantou de muita coisa.
Caminhando apressado, ele cruzou todo o recinto fuzilando o segurança noturno com olhar desgostoso e expressões carrancudas. Não havia gostado em nada da cena assistida e apesar da Melody ser maior de idade, seu senso de proteção o impediam de vê-la como a mulher responsável que era, fazendo com que a considerasse como a eterna criança inocente deixada aos seus cuidados.
— Não está acontecendo nada titio, só dois amigos conversando — Respondeu Melody franzino a sobrancelha por alguns segundos e dando de ombros. — Eu estava contando para o Larry sobre minha última descoberta e ele me deu os parabéns.
— É? E qual foi? — Perguntou o Dr. McPhee cruzando os braços descrente do que a garota dizia.
— Acho que vou utilizar o microfone para anunciar por todo o museu — Sorrindo ladino, a egiptóloga caminhou até o quiosque de informações da entrada e ligou o microfone. Por mais que as estatuas ainda não tivesse criado vida, ela soube por Jedediah que eles eram capazes de absorver informações antes do pôr do sol. — Boa tarde pessoal, meu nome é Melody McPhee e antes de todos irem embora gostaria de compartilhar algumas informações interessantes sobre o nosso querido faraó Ahkmenrah, principalmente por essa semana ser o aniversário da sua morte. De acordo com os registros recentes desenterrados de sua tumba, ele foi considerado o pior de todos os faraós por seus seguidores. Mas não por ele ser cruel, muito pelo contrário, ele era apenas um reizinho mimado que não sabia fazer nada além de reclamar e beber. O que explica a forma que foi mumificado, já que ele é um completo idiota. Ainda estamos caçando por mais informações sobre ele e parece que o verdadeiro motivo de sua morte não é aquele que está nos livros. Mas não darei spoiler sobre o meu trabalho antes de qualquer publicação, como é ótimo ter voz para narrar as histórias REAIS daqueles que já se foram. Isso é tudo por enquanto, não deixem de visitar nossa ala das miniaturas antes de partir e comprar lembrancinhas, o museu fechará dentro de uma hora.
Apesar das informações soltas sobre o regente do antigo Egito serem falsas, as pessoas demorariam para terem a noção de que tratava de blasfêmias e levariam como verdade por algum tempo. Entretanto se o faraó não modificasse o tratamento direcionado a ela, Melody não hesitaria em encontrar lacunas nas pesquisas de campo para incrementar com o máximo de teorias mirabolantes que fariam Ahkmenrah ser considerado o maior dos idiotas pelos próximos anos até algum outro pesquisador a contestar.
Com a sensação de vingança breve aquecendo momentaneamente o seu coração, ela reaproximou do tio dando o melhor sorriso, o qual encarava a sobrinha com misto de surpresa e confusão. Por ter conhecimento sobre a verdadeira razão do comportamento incomum da egiptóloga, Larry preferiu afastar dos membros da família McPhee para poder rir em particular longe do diretor do museu.
Melody sempre havia se orgulhado da capacidade de manter o profissionalismo independente das situações difíceis, mas o confronto com seu ídolo a levou até o limite, fazendo com que fosse discrepante em suas ações e comportasse de modo infantil. Mas não deixaria Ahkmenrah a trata-la daquela forma, prejudicando os anos de estudo e trabalho árduo. Não podia deixar que as impressões ruins e quebra de expectativas definissem toda sua experiência no museu. Aquele lugar sempre foi como uma segunda casa, um local mágico encantador e não seria o faraó que estragaria sua experiência. Apesar da mágoa, ela faria de tudo para manter sua paixão e reafirmar o compromisso com seu trabalho.
E falando sobre trabalho, o Dr. McPhee aproveitou que o carregamento com as peças leiloadas haviam chegado naquela tarde para ordenar que a sobrinha fizesse a catalogação e parte da curadoria, pelo menos das que eram relacionadas na sua área de conhecimento. Assim ela passaria grande parte da noite ocupada dentro da sala de vidro, ficando longe do Larry e da ameaça que ele poderia representar ao seu frágil coração jovial.
Catalogar novas peças não era considerada por Melody uma tarefa divertida de ser feita, por mais que adorasse descobrir mais sobre cada uma delas, o trabalho monótono era sobrecarregado de burocracia. No entanto, estre esforço particular provou ser o oposto quando a noite caiu. Seguindo as regras da magia existente dentro das paredes do museu, os itens ganharam vida e começaram ase comunicar com ela, fosse as estátuas desgastadas de barro até os delicados vasos de porcelana com desenhos de pequenas criaturas místicas. Eles sussurram histórias sobre suas criações, algumas lhe contaram anedotas sobre os donos anteriores, descreveram todos os lugares que viajaram até chegarem ao museu e lhe revelaram segredos ocultos inexistentes dentro dos livros de história.
O processo de preencher a papelada outrora burocrático, transformou-se em uma legre troca de informações e, com o auxílio das mesmas que apontavam o que Melody deveria ou não colocar nos tópicos, ela conseguiu terminar a tarefa em tempo recorde. Com os formulários em mãos, a historiadora e egiptóloga assumiu o papel de guia turístico para os novos moradores do museu que possuíam mobilidade, explicando como a magia funcionava e as regras da mesma, além de pedir para que todos regressassem até aquela sala antes do amanhecer, pois muitas delas precisavam de cuidados e limpezas específicas que somente os funcionários especializados seriam capazes de fazer.
No momento que Melody alcançou o salão principal do museu para despedir-se das novas peças que ainda permaneciam ao seu lado e não tinham dissipado da tour quando reencontraram com membros do passado, ela deparou com todos seus amigos reunidos no recinto. Eles a aguardavam ansiosos pelo reencontro, preferindo ficar em um lugar que tinham certeza que ela passaria ao invés de saírem caçando pelos extensos corredores.
— PERNUDA! — Gritou Jedediah Smith no microfone, anunciando para todos os presentes que a amiga finalmente saiu da sala hermética.
— Melody! — Tomando a dianteira, a líder indígena Sacajawea correu até a historiadora e a abraçou pelos ombros, pegando-a despreparada com o gesto.
— Sabia que é proibido tocas nas peças do museu? — Zombou Melody levemente petrificada com o contato firme e caloroso.
— Eu deveria te dar uma bronca. Onde você esteve? — Ignorando o comentário brincalhão da outra Sacajawea afastou do abraço, mas não soltou-se completamente dela, apertando ambos dos seus ombros enquanto exigia explicações. — Estávamos preocupados. Você mentiu para o seu tio dizendo que estava vindo para cá, Jedediah teve que agir rápido no telefone. Pensávamos que tinha desistido de tudo.
— Eu sei gente, desculpa preocupar vocês — Pediu Melody sentindo as bochechas corarem e o sentimento de culpa invadir seu coração. Ela sabia que aquilo que fez havia sido errado e perigoso, mas necessitava de um tempo longe do museu para colocar as ideias no lugar — Prometo que não vou fazer de novo e que vou passar o número do meu celular para o Larry.
— E para mim, pernuda — Falou Jedediah cruzando os braços e forte sotaque sulista — Só achamos o número da sua casa na ficha, seu tio chegou a ficar interessado no plano de internet que tentei "vender".
— Onde você esteve? — Sacajawea insistiu saber, virando a egiptóloga na novamente na sua direção.
— Conhecendo todas as lojas da 7-Eleven em um raio de cinco quilômetros de casa. Não sai do meu bairro. — Respondeu Melody sorrindo sem humor — E depois eu peguei uma infecção urinária e fiquei dois dias em casa.
— Não pensou em ligar para nós? Ficamos todos preocupados — A líder voltou a repreende-la como se estivesse falando com uma adolescente rebelde. — Lewis e Clarke quase não voltaram de manhã, eles poderiam ter virado poeira.
— Eu já pedi desculpas, está legal? — Melody afastou da indígena e cruzou os braços na frente do corpo — Precisava daquele tempo para mim. Como vocês reagiriam se descobrissem que a pessoa de quem é fã na verdade é um grande filho da...
— LINGUAJAR! — Advertiu Theodore Roosevelt interrompendo o palavrão que a egiptóloga estava prestes a soltar.
— Da mãe! Eu ia dizer filho da mãe. — Mentiu Melody lançando olhar irado na direção do ex-presidente dos Estados Unidos. — Estive repensando muito sobre a minha vida, sobre as coisas que estou fazendo, se tudo isso realmente vale a pena.
— Você não devia deixar que as ações do Ahkmenrah a impeçam de seguir seu caminho — Para surpresa da Melody, a pessoa que estava a apoiando no microfone dessa vez não era Jedidah, mas imperador César. Ele não era um grande fã da historiadora desde que ingressou, mas diferente do faraó eles ainda conversavam. — Sua dedicação e paixão pela história são inestimáveis, principalmente pela egiptologia. Não deixe que os conflitos pessoais atrapalhem seu julgamento.
— Até tu, Brutus? — Suspirando, a morena rumou para próximo da bancada.
— Você sabe que eu nunca disse essa frase, não sabe? — Perguntou César sorrindo de apoio e sem mostrar os dentes.
— Será? — Brincou Melody piscando um dos olhos.
— César tem razão, pernuda. E além do mais, você pode escolher qualquer outra pessoa para escrever. Somos vários e te ajudaremos no que for preciso para conseguir seu mestrado. — Disse Jedediah apoiando a melhor amiga.
— Vocês são adoráveis, mas não posso recomeçar a minha tese. Vou continuar escrevendo sobre o mal agradecido do faraó — Disse Melody estendendo o nó do dedo indicador para que tanto Jedediah quanto César pudesse trocar um cumprimento.
— Tudo bem, pernuda! Só estamos tentando ajudar. — Sorrindo, Jedediah socou com sutileza o dedo da maior.
— Aceito ser o tema do seu doutorado — Falou César imitando o gesto do melhor amigo e sorrindo animado.
— O que vai fazer agora? — Perguntou Larry aproximando da outra única pessoa humana genuína dentro daquele museu que não fazia parte das exposições e apertou seu ombro.
— Vou terminar a tarefa que meu tio mandou na sala dele — Respondeu Melody sorrindo de canto e erguendo as pastas repletas com as fichas sobre as novas peças — Revisar as informações, anotar no meu caderno aquelas que precisaria provar que são reais e passar a caneta aquelas que não pareçam ser uma grande história fantasiosa.
— Eu posso te ajudar se quiser.
— Obrigada, Larry. Mas assumo daqui. — Sorrindo sem mostrar os dentes, usou a pasta para bater com sutileza no braço do segurança antes de apontar com o objeto na direção da sala do tio no final do corredor.
— Você está bem mesmo, minha querida? — Perguntou Theodore quando Melody passou por ele. — Sabe que somos seus amigos, pode conversar conosco.
— Eu sei — Assentiu a egiptóloga — Só quero ficar sozinha. — No momento que disse a palavra "sozinha", o macaquinho Dexter montou sobre seu ombro e abraçou com ternura sua cabeça — Tudo bem, pode vir junto. Só precisa prometer que não vai fazer bagunça, preciso trabalhar de verdade.
No fundo Melody ainda não estava cem por cento decidida quanto ao rumo da sua pesquisa, principalmente se continua alimentando os artigos sobre os anos de poder da família de Ahkmenrah ou mudaria para outra era. De qualquer forma precisava estar dentro do lugar que mais amava, primeiro por ele ser muito melhor que qualquer estabelecimento da 7-Eleven. Segundo que não daria o gosto da desistência ao faraó, Ahkmenrah havia cometido o seu pior erro ao comprar briga com ela, pois a historiadora estava determinada em ser o seu pior pesadelo nos próximos dias, só tinha que descobrir como.
━━ 🎨. VIVA ESTOU, VIVA ESTOU! VOU VOLTAR ATUALIZAR. (leia no ritmo da música Lerigou)
━━ 🎨. Brincadeiras a parte, aparentemente sai do bloqueio criativo com MQF. Finalmente as pessoas humilhadas estão sendo exaltadas. Mas não vou falar que foi fácil, foi difícil, foi intenso, mas pelo menos veio aí.
━━ 🎨. Atenção, quero votos e comentários. Todos os capítulos tem mais de 1k de views, quero manter essa média. Principalmente pelo TANTO que vocês me cobraram atualizações dessa fanfiction no privado. Se vocês que me cobraram atualizações não aparecerem aqui, juro que vou ir na casa de cada um de vocês e soltar uma das pragas do egito antigo.
━━ 🎨. Obrigada por acompanharem, espero que tenham apreciado esse capítulo. É sério, pelo amor que tem por Ahkmenrah, votem, comentem e até espalhem a palavra para que mais pessoas possam acompanhar a fanfiction.
━━ 🎨. Não temos Ahk nesse capítulo, mas teremos nos próximos. SIM, próximos pois estou realmente voltando com a fanfiction. Mas não é por isso que vocês vão desaparecer, vocês cobram cobram cobram e do nada desaparecem.
━━ 🎨.Aproveitem e leiam minhas outras fanfictions, tanto aqui no perfil quanto nas collabs que participo. Quem precisar de premade ou gif, saibam que eu tenho uma premade shop e um gif shop, fiquem a vontade para fazer os pedidos.
━━ 🎨. Isso é tudo por enquanto, beijos no fundo do coração de vocês. Com amor, Barbie.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top