06 | Jardim
"Me diga por quê meu
coração queima desse jeito
quando vejo seu rosto."
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Merliah
EU NÃO ACREDITO NISSO! Onde meu irmão havia se enfiado e o que de tão importante ele estava fazendo para não atender o celular ou responder minhas mensagens? Jacob havia prometido, jurado pra mim que me ajudaria hoje. Pensei que ele fosse chegar pro almoço mas não, me deixou sozinha com papai para conversar sobre sua saúde. Não estava muito boa e ele era teimoso, uma mania feia dos Black. Sua consulta no médico era essa semana.
Paro de me lamentar enquanto olhava pro celular e resolvo me levantar da cama e ir até a sala, precisava de respostas.
— Pai, onde está o Jacob? — pergunto.
Ele larga a xícara de café e se vira pra mim, desprendendo a atenção da televisão.
— Foi ver o Sam, resolver coisas da matilha.
Meu sangue esquenta no mesmo momento e penso no quão grave seria esbofetear meu irmão lobo até minhas mãos doerem. Ele havia me prometido, será que esqueceu? Eu vou vou matar aquele cachorro.
— Maldito, bastardo, achado no lixo — praguejo.
Me esqueço que papai estava ali.
— Que linguajar é esse?
— Ele tinha prometido me levar à Forks, preciso comprar as coisas pro jardim.
— Faz isso amanhã.
Reviro os olhos. É claro que ele falaria isso, ninguém liga pros meus planos. Eu sei que Jake havia avisado que ficaria ocupado nas primeiras semanas do verão, afinal ele estava ajudando a Renesmee com todo o negócio da mudança, mas ele também disse que me ajudaria com o jardim.
— Amanhã? — indago, de cara feia. — E perder um dos únicos dias de sol daqui?
Forks não era conhecida por ter um clima agradável, nem no verão conseguíamos ver o sol as vezes. Hoje as nuvens estavam em pouca quantidade, os raios escapavam por entre as brechas e estava relativamente mais quente. Um dia perfeito para trabalhar no jardim afinal ninguém merece mexer com terra molhada.
Papai me encara, parecia bem humorado.
— Eu até te levaria querida mas aí só chegaríamos amanhã — ele brinca, batendo nas rodas de sua cadeira. — Onde está o James por sinal?
— Na biblioteca.
— Meu Deus ele não para de trabalhar nunca?
Pelo visto não.
— Ele não está de férias pai, não devia nem estar aqui por sinal. Tivemos sorte de deixarem ele trabalhar e fazer suas pesquisas a distância — explico.
As vezes penso se não era melhor ele ter ficado em casa, toda essa rotina parecia estar deixando ele cansado. Claro, ele nunca admitiria.
— E como se viam em Nova York? — pergunta.
— Desde quando ele começou o estágio nos víamos só nos fins de semana, as vezes nem isso. Ele está dando duro, estou ansiosa para sua formatura.
Papai parecia pensativo, talvez até preocupado. Uma mudança drástica de expressão.
— E por você tudo bem isso?
Eu não posso pedir a ele que se dedique menos ao sonho de sua vida só porque queria companhia. Acho bonito o que ele faz, lutar tanto por alguma coisa, queria ter essa perseverança.
— Eu queria ficar mais tempo com ele mas não posso fazer nada — respondo. — Já foi muito ele ter vindo comigo e é muito ele dedicar cem por cento do seu tempo livre a mim.
— Espero que ele pare com isso, a festa da fogueira está chegando e é contra nossas regras faltar. Sem contar que ele deixou minha caneca favorita azul com esses experimentos dele.
Dou risada, é claro que sua caneca favorita estaria envolvida na história.
— Vou comprar outra pra você — prometo, colocando minhas mãos em seu ombro. — E James já me prometeu que vai. Estou ansiosa, faz anos desde a última.
Muitos anos. Cada dia que passa sinto menos vontade de voltar pra aquela cidade barulhenta, fico pensando em como papai reagiria caso largasse a faculdade.
— Tudo continua o mesmo mas a comida está bem melhor, acredite — ele diz, colocando sua mão por cima da minha.
As comidas da fogueira são as melhores do mundo.
— Isso é mais do que podemos dizer do nosso jardim — provoco.
Papai dá risada.
— Talvez a Leah esteja desocupada, por quê não pede a ela?
— É uma boa ideia, vou lá.
Pego meu cartão de crédito, celular e saio de casa com um sorriso mínimo por sentir os raios de sol em minha pele. É um ótimo dia para usar minha blusa de bolinhas!
Andei menos de cinco minutos até o restaurante de Sue, estava bem cheio devido ao horário de almoço. Um pequeno sino acima da porta tilinta quando eu entro, a primeira coisa que vejo é Seth em frente a uma das mesas. Ele olha pra mim e acena com a cabeça, retribuo com um sorriso mais animado do que eu esperava.
Sigo até o balcão mas não tinha ninguém então vou pra cozinha, espero que não seja contra as regras ou algo do tipo.
— Leah? — chamo, mas não parecia ter ninguém aqui também o que é estranho para um restaurante, certo?
Estava prestes a ir embora quando Sue sai de trás de uma das paredes com duas bandejas na mão, um garoto vinha atrás dela com mais comida. Ela sorri quando me vê.
— Oi querida — me cumprimenta.
Abro espaço para que ela coloque as bandejas no balcão enquanto o garoto passa direto indo em direção as mesas.
— Oi Sue, a Leah está ai?
— Não, foi entregar uma encomenda no final da praia — responde, tenho vontade de fazer bico. — Precisa de alguma coisa?
Nego com a cabeça.
— Só queria perguntar se ela estava livre para me levar a cidade, precisava comprar algumas coisas e ainda não tenho carteira — explico enquanto ela assente, não tenho carteira e nunca iria ter. — Mas tudo bem, eu pego um ônibus.
— Ah, não seja por isso o Seth leva você.
Automaticamente olho pra ele que ainda estava parado na mesma mesa de antes e seus olhos se encontram com os meus. Provavelmente ele ouviu seu nome.
— Não precisa... — eu tento dizer mas sou impedida.
— Seth! — Sue grita.
Ele é rápido em se livrar do que quer que os clientes falavam e em questão de segundos se aproximava de nós. O cabelo comprido preso em um rabo de cavalo na nuca, um avental preto amarrado em sua cintura. As mangas de seu moletom de zíper iam até o meio de seus braços.
— Oi — ele diz.
Aceno com uma das mãos.
— Pode levar Merliah até Forks? Ela precisa fazer compras.
Seth demora poucos segundos para responder, analisando minha expressão e provavelmente consultando seu bom senso sobre ser uma boa ideia me levar ou não.
Meu rosto queima, não queria exigir isso dele.
— Claro — concorda.
Nego com a cabeça, lançando um olhar desesperado para Sue e depois para ele. Não queria que minha companhia o fizesse se sentir mal.
— Não precisa, eu não quero atrapalhar.
— Não atrapalha — ele garante dando um sorriso fraco.
Percebo como seus traços pareciam joviais, como se ele fosse um adolescente ainda. Claro, ele era alto e grande, — cortesia dos lobos — com certeza era isso que dava a ele a impressão de ser mais velho. Os olhos pequenos se fixam aos meus por segundos o suficiente para fazer meu coração arder.
Puta que pariu Merliah, se firme agora mesmo!
— Tudo bem — concordo, desviando o olhar.
Seth tira o avental e coloca na bancada enquanto Sue tira as chaves de dentro do bolso. Ela as entrega pro filho, o encarando com um olhar sério.
— Tomem cuidado, nada de correr — ela pede.
Ele assente dando um sorriso adorável. Seguimos pro lado de fora em silêncio onde um carro bege nos esperava, não sou boa com marcas e modelos então não sei especificar, só sei que era quadrado e grande. Ouço as portas se abrindo.
— Seth, realmente não precisa fazer isso — começo, antes que ele entre. — Sei que sai do trabalho agora, não precisa perder sua tarde comigo.
Ele ergue os ombros, transmitindo indiferença.
— Eu não tenho nada melhor pra fazer.
Não sei se isso me conforta ou não. Seth entra no banco do motorista e abre a porta do carona pra mim, a puxo e fecho novamente entrando no banco de trás em seguida. Ele me olha confuso pelo retrovisor.
— Sabe que eu não mordo certo? Bom, pelo menos não você.
O motor começa a fazer barulho.
— Não sento no banco da frente — sou sincera.
— Por quê?
— Eu não gosto — desconverso, franzindo as sobrancelhas. — Podemos ir?
Ele pigarreia antes de concordar.
— Claro.
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— Meu pai vai me matar — murmuro, encarando o mundo de sacolas que ocupavam todo o carro.
A risada de Seth reverbera dentro do ambiente fechado, me fazendo sorrir instantaneamente. A situação era mesmo engraçada.
— Claro, você comprou a loja inteira!
— Você me deixou confusa, gostava de tudo que a gente via.
Quando chegamos na loja nos surpreendemos ao ver tantas opções. Os adornos de jardim eram tão bonitos, as mudinhas também. Eu fiquei confusa e toda vez que pedi ajuda ao Seth ele me deixou mais confusa ainda, praticamente me fez ter vontade de levar todas pra casa.
Comprei bem mais coisas do que precisava, esse jardim vai ser o mais enfeitado do mundo. Fala sério, eu comprei até um elfo.
— Sou um cara fácil de agradar mas você pelo visto é muito manipulável — ele diz, me provocando.
Faço careta.
— Eu só gosto de ouvir a opinião dos outros.
— Bom, então a minha opinião é que o Billy vai te matar por gastar todas as suas economias com sementes e areia.
— Cala a boca! — rebato.
— É verdade, você cedeu ao capitalismo!
Ele solta uma risada, novamente me fazendo acompanha-lo. Encontro seus olhos pelo vidro do retrovisor sentindo a sensação quente se espalhar por meu peito novamente. Pigarreio e me remexo no banco de trás.
Felizmente ele pareceu não perceber minha mudança repentina de postura.
— Vou sair desse carro — decreto, cruzando os braços.
Ele revira os olhos como se duvidasse da minha afirmação.
— Se sair do carro vou ficar com todas as suas compras, vendendo um pouco todo mês eu me sustento o ano inteiro.
Abro a boca em um "O", colocando a mão no peito e me fingindo de ofendida.
— Seth Clearwater você é insuportável! — exclamo.
— Consumista! — rebate e damos risada.
Ele ri com certeza da minha expressão de vergonha enquanto eu tentava me esconder tapando a minha cara.
Costumava comprar demais. Há alguns anos atrás quando comecei a namorar o James eu resolvi fazer macarrão numa noite, comprei coisas demais e taquei tudo num mesmo molho o que acabou não ficando muito bom. Sem falar na quantidade, fiz comida o suficiente para um batalhão.
E ele ainda fingiu que estava bom.
Seth estaciona em frente a minha casa, pela porta de vidro da entrada conseguia ver meu pai lendo o jornal na sala. Pequenos raios de sol iluminavam a fachada, talvez eu plantasse alguma coisa lá também.
— Bom, está entregue — ele diz, se virando pra mim. — Quer ajuda com as compras?
Encaro tudo o que estava em volta de mim com tristeza, nunca conseguiria levar tudo pra dentro sozinha.
— Quero.
Demoramos alguns minutos pra deixar tudo na antiga garagem de Jake, ele havia construído outra pra estacionar o carro e essa agora estava lotada de tralhas de todo tipo e duas motos enferrujadas.
— E o que vai fazer com tudo isso? Replantar uma floresta? — provoca Seth com um sorriso divertido nos lábios, encarando a quantidade de compras que havíamos acabado de colocar ali.
— Vou cuidar do jardim aqui atrás. Minha mãe costumava fazer isso, depois minhas irmãs e então eu, mas acho que desde que fui embora ninguém se preocupou com isso.
Ele faz careta.
— Não é muito a cara do Jake regar florzinhas.
Dou risada, realmente não conseguia imagina-lo fazendo algo do tipo. Penso em todo o trabalho que iria ter pelo resto da tarde e no quão ruim seria ficar sem companhia, estar com Seth me animou bastante, ficar com ele era confortável.
— O que vai fazer agora? — pergunto.
Ele disfarça bem sua supresa.
— Nada demais, ocupar meu tempo lendo ou ouvindo música. Só me encontro com a matilha de noite.
— Quer me ajudar? — pergunto, desviando meu olhar do dele.
Fico receosa com a resposta que ele pode dar, sei que não faz o estilo dele ser grosso de graça mas poderia acontecer.
— A regar florzinhas?
Reviro os olhos.
— Não bobo, a arrumar os canteiros e me livrar de todas essas ervas daninhas — explico apontando para a beirada de casa, onde costumavam ter lindas roseiras agora havia um matagal horroroso. — Está quente, pegar um pouco de vitamina D faz bem.
Ele cerra os olhos.
— Está se aproveitando de mim.
— Não tenho força pra arrancar esse matagal todo sozinha — admito.
Seth abre um sorriso gigante.
— Você tem sorte por eu ser o lobo mais novo, bonito e esperto de La Push. O mais forte também.
— Você não é o mais novo — é a primeira coisa que digo.
Seu sorriso ganha um ar convencido quando dou a entender que ele realmente era as outras coisas. Faço careta, sentindo o sangue esquentar meu rosto.
— Mas pelo visto sou o mais bonito — ele rebate.
Desvio o olhar e passo por ele, pegando um pacote de adubo no chão.
— Já estou me arrependendo — murmuro.
Ouço sua risada enquanto ele pega outro pacote daqueles e vem atrás de mim.
— Relaxa, só não prometo que vou ficar calado porque não consigo.
— Eu entendo bem isso — admito.
Largamos os pacotes no chão ao lado de casa.
— Por onde começamos?
— Arrancando esse mato todo — digo, só de pensar já ficava cansada mas ninguém mandou querer um jardim bonito Merliah. — Vou pegar a enxada.
— Eu pego — ele diz e dá de ombros, voltando pra garagem.
Foram agradáveis as horas passadas com Seth Clearwater, ele realmente era divertido. Divertido de uma maneira convencida e fofa, claro, provocante também. Me lembrou muito a mim mesma quando criança, como se tivéssemos invertido nossos papéis.
Deixar a terra boa para a plantação demorou bastante tempo, quase dei umas cinco enxadadas na cabeça de Seth, foi ai que ele decidiu que eu não poderia mais usar aquilo. Com as mãos foi muito mais demorado e ele se gabou por ter ido mais rápido, apesar da competição injusta.
No final da tarde estávamos destruídos, sujos de terra da cabeça aos pés, sentados em frente ao riacho que passava ao lado da garagem. Já estávamos na segunda garrafa de refrigerante.
— Não sei se lembra mas brincávamos aqui — ele diz, apontando para a beirada do riacho.
— De Barbie.
— Enchemos o cabelo loiro da boneca da Rachel de lama.
Dou risada, eu me lembrava perfeitamente. Era uma tarde de verão, por algum milagre estava quente e não tínhamos aula na escola da reserva. Eu e Seth passamos lama em nossos corpos e nos corpos de todas as bonecas, o único problema é que parece que em cabelos loiros de Barbies a mancha de barro não sai.
— Ela ficou furiosa comigo, tive que pedir desculpas mil vezes.
Seth dá risada, bebendo mais um gole do refrigerante.
— Você era insuportável.
— Eu era uma criança — me defendo.
— Uma criança insuportável. Você puxava o meu cabelo o tempo todo.
Ele tinha um cabelo tijelinha que vivia caindo em seu olho, me lembro de quando ele tinha onze e resolveu mudar o visual. Ele odiou o corte novo.
— Isso porque você era idiota e não se defendia.
— Meu crime sempre foi ser bonzinho demais.
— Concordo — eu digo, bebendo do meu copo. — Leah mandava em você como uma marionete.
— Ela ainda faz isso.
— Fiquei sabendo que ela vai se mudar.
Seth suspira, não me pareceu animado com o assunto. Eu sabia como ele se sentia, quando fui embora chorei por duas semanas, todos os dias com saudade de casa e principalmente de Jacob. Liguei pra ele várias vezes e ele me ignorou em todas — o coitado ainda estava tentando aprender a lidar com a história do lobo. Mas então ele foi me ver e tudo voltou ao normal.
— Pois é, no fim do verão, vai pra Califórnia.
— Lá é bem... Quente — eu digo, pensando em como manteriam Alex numa cidade ensolarada.
— Alex morou lá por bastante tempo, a maioria deles só sai a noite. Parece que estão bem com isso.
— E você já decidiu o que vai fazer?
— Implorar ao Charlie para sair do meu sofá?
Dou risada. Pelo que me lembro já faziam anos que Charlie morava com eles mas a implicância de Seth era palatável. Isso me parecia ciúmes.
— Não sei se agora é o momento para me mudar — ele começa, desviando o olhar.
— Por que não?
— Me sinto cada vez menos parecido comigo, entende?
— Não.
— Eu só... Ando meio mal humorado e eu não sou mal humorado. Não é querendo me gabar mas eu sou gentil, engraçado e pra cima mas não me sinto assim ultimamente.
Na verdade já havia percebido isso, principalmente por conta da falação de Jacob na minha cabeça para me lembrar a todo momento. Isso me deixava triste mas não era só ele que se sentia mais diferente a cada dia.
— É por minha causa?
— Não é por sua causa, é toda a situação — responde, uma resposta típica dele, queria amenizar as coisas. — Eu não conheço você mas gostaria de conhecer, gostaria muito... E eu me preocupo com seu bem estar, as vezes só consigo dormir quando tenho certeza que você está bem. Longe de você eu me sinto estranho mas perto me sinto muito confortável, mesmo que não sejamos próximos. Tudo isso me deixa maluco, essa coisa de imprinting realmente não faz sentido nenhum.
— Seria mais fácil se eu não tivesse um namorado — murmuro e então sinto meu rosto esquentar.
Desde quando comecei a imaginar esse tipo se coisa? Eu não tinha que pensar como seria caso estivesse solteira.
— É, seria — ele concorda, o que só piora as coisas.
— Eu conheço você e sempre gostei de você, sei que em algum momento vai se encontrar de novo. O Seth de sempre deu as caras hoje, logo logo só ele irá existir e sua versão mal humorada vai embora. Eu tenho certeza.
Ele dá um sorrisinho.
— Talvez — murmura.
— Talvez? Garoto, se continuar com essa cara de poucos amigos por aí não vai ter lobo que me impeça de te dar uns tapas.
Uma risada escapa de sua boca exibindo todos seus dentes perfeitos, os olhos ficam ainda menores por conta das bochechas saltadas. Nossas risadas se encaixam, meu coração queima.
Ele para de arder no instante em que James aparece por trás de Seth. A mochila nos ombros balançava a medida que ele se aproximava. Tenho o sentimento de estar fazendo alguma coisa errada, isso me alarma e me ponho de pé imediatamente.
O sorriso de Seth desaparece.
— Oi — James diz com um sorriso, parando ao meu lado. Ele não se aproxima muito, provavelmente evitando o suor e a terra.
— Oi, não sabia que chegava agora.
— Acabei a reunião mais cedo — explica e se vira. — Oi Seth.
— Oi — ele murmura, ficando de pé. Suas mãos são rápidas em pegar o moletom e o vestir, tampando seus braços que antes estavam descobertos por conta da camiseta branca que usava.
— O que estão fazendo?
Seth olha pra mim, esperando que eu responda.
— Nada demais, Seth estava me ajudando a arrumar o jardim.
James olha em volta. Os canteiros limpos, o adubo já na terra e pilhas de ervas daninhas no canto.
— Fizeram um bom trabalho — ele diz, sorrindo para nós. — Não quer entrar e comer alguma coisa? Trouxe um bolo maravilhoso, pelo menos é o que parece.
Seth nega com a cabeça, dando passos pra trás.
— Não vai dar eu... Tenho que trabalhar ainda hoje.
— Bom, tudo bem — James assente.
— A gente se vê — eu digo.
Ele sorri fraco em minha direção e dá meia volta, praticamente correndo para longe daqui.
Suspiro, eu sabia muito bem que em dias de semana ele só trabalhava até o almoço.
Espero que tenham gostado :D
Quero saber a opinião de vocês sobre o capítulo e as atitudes dos personagens...
Música: Heartburn - Wafia.
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