15. days of mourning
O grupos de jovens, junto aos Autobots e Whelie - o pequeno robo que Melanie havia convencido a se juntar ao lado deles quando ele havia lhe "atacado" na faculdade - estavam escondidos a alguns dias num castelo antigo abandonado sem sinal de internet algum. A única fonte externa de informação era o rádio e uma televisão velha e antiga que por alguma razão eles tinham encontrado ali e que por um milagre ainda funcionava.
Os decepticons haviam instaurado um caos no mundo. Vários locais haviam sido atacados, pessoas inocentes mortas e aparelhos eletrônicos hackeados mostrando uma verdade falsa e ameaças.
As intimações eram quase sempre as mesmas, eles queriam a localização de Sam Witwicky e Melanie Banes em troca de um momento de "paz", que todos sabiam que não ia acontecer tão cedo. Eles já haviam visto aquele filme antes e já sabiam o final trágico daquilo.
Os dois jovens adultos olhavam as notícias e se sentiam culpados por aquilo estar acontecendo, mas o pior de tudo era a culpa de que Optimus Prime havia morrido tentando salvar eles.
O silêncio entre Sam e Melanie era denso, interrompido apenas pelo som estático do rádio e pela fraca luz azulada da televisão piscando na sala fria do castelo abandonado. A poeira no ar parecia brilhar sob a iluminação fraca, como se o próprio lugar estivesse congelado no tempo, distante do caos que reinava lá fora.
Sam passou uma mão cansada pelo rosto, o peso do mundo sobre seus ombros. Ele olhou de relance para Melanie ao seu lado, o brilho das notícias refletindo nos olhos dela. Ela estava abraçando os próprios joelhos, o olhar fixo na tela, mas ausente. Só haviam os dois naquela sala, pois o restante haviam saído para tentar conseguir algo para comer.
- Eu não sei o que fazer - Sam quebrou o silêncio, sua voz rouca de preocupação.
Melanie piscou algumas vezes, como se voltasse para o presente, e virou-se para ele.
- Eu também não - sua voz era baixa, quase um sussurro. - Mas não podemos deixar que isso seja em vão.
Ele assentiu, mas ainda havia um vazio no peito. A culpa era sufocante.
Melanie percebeu. Ela estendeu a mão hesitante e segurou a dele, entrelaçando seus dedos. Sam olhou surpreso, mas não puxou a mão. Pelo contrário, segurou com força, como se precisasse daquilo para se manter de pé. Depois do beijo dele com Alice e tudo o que havia acontecido o clima ainda estava estranho entre eles.
- Eu queria que nada disso tivesse acontecido - confessou ele, os olhos marejados. - Queria que Optimus ainda estivesse aqui.
Melanie apertou sua mão com mais força.
- Ele acreditava em nós. Se estivesse aqui, diria para continuarmos lutando. Para não desistirmos.
Sam engoliu seco e assentiu, desviando o olhar para a televisão, onde mais destruição era transmitida. Ele não queria ver mais. Com um suspiro, desligou o aparelho, deixando-os apenas com o silêncio e a companhia um do outro.
- Só por um momento, podemos fingir que tudo está bem e nada aconteceu? - ele perguntou baixinho. - Que Alice não aconteceu, que Optimus não morreu e que o mundo não está nos caçando
Melanie hesitou, mas então se inclinou, encostando a cabeça no ombro dele. E ali ficaram, em um raro instante de paz em meio ao caos, mas que logo foi interrompido por gritos vindo do lado de fora. E ela sabiam de quem eram.
A Banes revirou os olhos, suspirando e se levantando, logo indo em direção onde Léo e Joshua estavam com os Autobots e discutiam. O Garrett e o Santinez não se entendiam e sempre estavam brigando, causando uma dor de cabeça no restante do grupo, exceto pelos autobots gêmeos que gostavam de encher o saco deles.
- Bee? - a ruiva chamou o líder dos alienígenas para perto de si. - Faça-os calar a boca por favor, nem que seja na base da violência. Isso está piorando a minha dor de cabeça. - e logo saiu de perto deles, voltando para dentro, tocando em sua testa e a massageando.
Ela se jogou num sofá abandonado dali e fechou os olhos. A lembrança de Optimus morrendo passava em uma espécie de repetição em sua mente e a última vez que ela havia conversado com ele, tudo voltava. Estava arrependida de não ter o escutado, de não ter o ajudado. Queria voltar ao passado e evitar tudo aquilo, mas sabia que era impossível.
- Me desculpe, Optimus. - sussurrou, a voz falhando no fim da frase. O peso da culpa era um fardo impossível de carregar, e ela se sentia pequena diante da imensidão da guerra que agora os cercava.
Bee entrou logo depois, sua presença silenciosa, mas reconfortante. Ele se aproximou e se abaixou ao lado dela, sua óptica azul brilhando com uma mistura de compaixão e determinação. Ele não precisava falar para que Melanie entendesse que ele também sentia falta de Optimus e que faria de tudo para honrar seu legado.
O silêncio entre eles foi interrompido por Sam, que apareceu na porta, os braços cruzados e a expressão séria.
- Precisamos tomar uma decisão - ele disse, olhando diretamente para Melanie. - Não podemos continuar apenas nos escondendo e lamentando. Eles não vão parar de nos caçar.
Ela suspirou, sentando-se mais ereta no sofá.
- Você acha que não sei disso? - sua voz saiu mais ríspida do que pretendia, mas ela não se importou. - Mas o que exatamente podemos fazer, Sam?
- Eu não estou falando em agir de forma imprudente. Mas nós precisamos encontrar os outros Autobots, reunir aliados. O mundo precisa saber a verdade.
Melanie fechou os olhos por um momento, tentando acalmar a tempestade dentro dela. O pior era que ele estava certo. Eles não podiam continuar parados enquanto os Decepticons espalhavam terror e mentiras.
Ela abriu os olhos e olhou para Bee, que assentiu levemente, indicando que também estava pronto para seguir em frente.
- Certo - ela murmurou. - Então, qual é o plano?
Sam soltou um suspiro aliviado e se sentou ao lado dela.
- Primeiro, precisamos encontrar alguém que ainda esteja contra os Decepticons. Alguém que tenha influência para ajudar a espalhar a verdade e saber um pouco dos símbolos que eu estou vendo.
Melanie arqueou uma sobrancelha.
- E você conhece alguém assim?
Sam hesitou por um momento antes de responder:
- Eu pensei em Simmons.
Ela revirou os olhos.
- Ah, ótimo. Isso com certeza vai ser um desastre. - bufou. - Se ele me estressar, vou mandar os gêmeos e Bunble fazerem xixi nele, viu.
Bee emitiu um som semelhante a uma risada através do rádio, e Sam deu um pequeno sorriso. Apesar de tudo, pela primeira vez em muito tempo, eles tinham um caminho a seguir.
O mundo ainda estava desmoronando, mas talvez, apenas talvez, eles ainda pudessem salvá-lo pela segunda vez.
No dia seguinte, Melanie, Sam, Leo e Joshua, junto a Bee e os gêmeos robôs, estavam em direção a uma cidade do interior, todos disfarçados. Eles estacionaram em frente a um açougue, o Garret e o Santinez desceram na frente, e logo desceram a Banes e o Witwicky.
- De todos os homens possíveis do mundo, tinha que ser ele a nossa ajuda. - a ruiva reclamou.
- Não reclame demais, ruivinha. - Joshua respondeu. - Podia ser pior, podia ser o seu padrinho por exemplo.
A Banes fez uma careta com a menção, nos últimos meses o padrinho da ruiva tentou contato com ela algumas vezes, pedindo uma chance de conversar com ela, mas ela havia o rejeitado pois ainda guardava mágoas dele. Afinal, ele havia lhe abandonado após a morte de seus pais.
- Até que pensando desse jeito, Simmons não é tão ruim assim. - suspirou ela, olhando para Sam e Leo que chamaram a atenção do mais velho com o tópico de alienígenas robôs.
- Vocês estão de brincadeira comigo! - o antigo agente do governo exclamou, logo expulsando todos os clientes do açougue e os levando para uma sala para o grupo e ele ter uma conversa particular. - Esses símbolos que você vê, garoto, são esses aqui? - pegou um arquivo e mostrou para Sam e o grupo.
- Onde conseguiu isso? - Joshua perguntou, olhando para o papel.
- Antes de ser dispensado, eu peguei para mim as coisas mais valiosas do setor sete. - ele disse, casualmente. - Mais de sessenta e cinco anos de pesquisa extraterrestre e todas nos levam à um fato inevitável: Os Transformers já estavam aqui. Antes de Megatron ser congelado, antes dos pais de Melanie e antes de vocês. - o homem jogou mais algumas folhas em cima deles. - Alguns arqueólogos encontraram esses símbolos em ruínas antigas por todo o planeta
A Banes pegou uma folha, analisando e percebendo que em uma dessas estava seus pais perto de um símbolo encravado numa pedra. E numa outra folha, eles estavam ali novamente, mas a mãe da ruiva estava grávida e com um barrigão e ela sorriu.
- Alguns arqueólogos e cientistas tinham a teoria de que esses alienígenas, que já estavam aqui e fizeram esses símbolos, estavam disfarçados e alguns ficaram. - a atenção de Melanie voltou para Simmons, mas antes guardou a foto em seu bolso. - Eles detectaram sinais de radioatividade nunca vistos antes, eu implorei para eles investigarem mas me rejeitaram e falaram que era bobeira e que eu estava obcecado.
- Megatron disse que tinha uma outra fonte de energia. - Sam diz, olhando as fotos dos possíveis alienígenas disfarçados. - E que esses símbolos em minha cabeça os levariam até lá.
- Já falou com seus amigos Autobots sobre isso? - questionou Simmons.
- É uma fonte antiga, antes deles. - a Banes respondeu antes do Witwicky.
- Então precisamos de alguém que saiba ler e traduzir esses símbolos. Algum decepticon, que não está tentando matar a raça humana e nem nosso planeta.
- Está em falta no estoque, infelizmente. - Joshua diz, brincando para aliviar o clima.
Melanie pensou em Whelie e em seu primeiro encontro com o robô. Ele era um decepticon antes dela o convencer a se juntar ao seu lado. E ele estava no porta malas de Bumblebee.
- Eu conheço alguém. - diz a ruiva, olhando para todos os homens dali e logo saindo daquela sala e pegando o pequeno alienígena que estava com Bee. Ela o trouxe no colo, e o colocou na mesa. - Pessoal, este é Whelie. Meu amigo decepticon. - o apresentou a eles.
Sam arregalou os olhos, junto a Simmons e Leo, enquanto Joshua apenas bufou e revirou os olhos. - Desde quando você tem um decepticon como amigo, Mel?
A ruiva deu de ombros. - Não importa. O importante é saber se ele consegue nos ajudar. - encarou o pequeno robô, séria, mas ainda amigável. - Nós precisamos de uma pequena tradução sua, Whelie. Será que você consegue, garoto?
- Posso....Posso tentar. - sorriu e logo se virou para onde as folhas estavam e as observou. - Isso é linguagem dos Primes, eu não sei ler isso, mas esses caras, nossa! Onde você arranjou fotos deles?
- Quem são eles? - Joshua perguntou.
- Os buscadores. São os mais antigos de todos, estiveram aqui há milhares de anos em busca de algo que eu não sei o que, por que eu sempre sou o último a saber.
- E esses buscadores estão vivos ainda? - perguntou Sam.
- Alguns sim, outros não.
- Você consegue a localização deles por acaso? - Melanie perguntou. Whelie assentiu.
- Então mostra. - Simmons ordena. O pequeno robô assente e logo se ajeita, projetando luzes verdes em um mapa que estava na parede perto deles. - O mais perto de nós é em Washington, DC.
☄️
O grupo saiu daquela cidadezinha e foi em direção a localização do buscador, que estava em um museu do ar e espaço. Eles criaram um plano, onde Simmons, Leo e Joshua eram a distração para os guardas, enquanto Sam, Mel e Whelie procuravam entre os aviões e aeronaves.
— Como você conheceu esse decepticon bebê? — Perguntou Witwicky, curioso.
— Ele tentou me atacar na faculdade para pegar o fragmento do cubo, mas o convenci a ser meu amigo. — deu de ombros, seguindo o pequenino.
O jovem negou com a cabeça, e logo os três pararam em frente a uma aeronave velha e toda enferrujada. Melanie fez uma careta. — É ele? — ela questionou.
— Sim. Esse cara aqui é uma lenda. — Whelie se virou para Sam e para Mel. — Toque o fragmento nele e veja a mágica acontecer.
Os dois jovens se olharam, inseguros, e logo o Witwicky passou o seguimento do cubo no buscador e então, bum! Algo de estranho aconteceu e ele começou a se transformar. Melanie arregalou os olhos ao perceber que enquanto ele se moldava, havia um símbolo na língua dos alienígenas.
— Merda! É um decepticon. — avisou a Sam, que arregalou os olhos e começou a dar passos para trás para se afastar dele.
— Decepticon? Tinha que ser! — Simmons exclamou, junto a Joshua, puxando Léo para esconderem.
— O que é um Decepticon? — o Spitz perguntou, com os olhos arregalados e os batimentos cardíacos acelerados e acima do normal.
— Nosso maior pesadelo. — respondeu Joshua.
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