𝚝𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢 𝚝𝚑𝚛𝚎𝚎
Era de manhã. A claridade do dia passava pelas pequenas frechas das cortinas, mas era o suficiente para que vocês conseguissem enxergar, depois de seus olhos se adaptarem à pouca luz.
O apartamento inteiro estava muito silencioso. Claro, ainda era muito cedo. As pessoas normais estavam dormindo e se preparando para um novo dia de trabalho ou estudos. Somente os seus gemidos baixos e quase inaudíveis preenchiam o vasto silêncio do quarto de vocês.
Por sorte, Satoru não conseguia ver o seu rosto, enquanto lhe penetrava lentamente de lado. As suas pernas estavam enroscadas nas dele. Uma das mãos dele segurava a sua cintura, fazendo com que sua pele ficasse quente por causa do contato. O membro dele ia entrando em você de forma lenta e deliciosa.
O Gojo depositava alguns beijos demorados em seu pescoço, sempre tomando cuidado para não chupar a pele e deixar vestígios no seu corpo, pelo menos não em um lugar tão visível como o pescoço. As marcas de chupões e mordidas se concentravam mais na sua barriga, costas e seios. Nada que você não conseguisse esconder com facilidade.
Diferente das outras vezes, o platinado estava mais carinhoso e lento na cama. Você nunca reclamaria disso, até porque, toda vez que ele entrava completamente em você, acabava atingindo o ponto exato que lhe levava ao pico de prazer. Aquilo estava muito bom para você sequer pensar em se queixar.
Mas sabia que ele estava diferente. Achou que as coisas iriam ficar estranhas depois do que aconteceu poucas noites antes, quando ele se declarou e você estava bêbada o suficiente para não se lembrar muito bem disso. Mas, depois que ele saiu para dar uma volta, algo nele havia mudado. Tinha uma certa determinação nos olhos dele que você ainda não tinha visto.
Ele lhe segurava na cama como se não quisesse deixar você ir embora. As mãos dele eram firmes segurando o seu corpo, enquanto entrava e saia lentamente de dentro de você.
Estava quente, mesmo com o ar condicionado ligado. Seus olhos mal conseguiam ficar abertos e sua boca se recusava a ficar fechada. A respiração ofegante dele perto do seu ouvido contribuía para que os pelos da sua nuca se arrepiassem.
Mas foi quando ele tirou a mão de sua cintura e levou ao seu clítoris que você enlouqueceu. Levou uma das mãos até a boca para abafar os sons que insistiam em escapar dela. Satoru usava o polegar para fazer movimentos circulares no seu clítoris inchado, lhe levando às nuvens sem nenhum grande esforço.
O membro dele começou a lhe invadir com mais rapidez, mas ainda mantendo a mesma precisão de antes, sempre lhe atingindo no ponto ideal. Quando o dedo dele começou a também ir mais rápido, não levou muito tempo até você ter espasmos e gozar forte. Ao mesmo tempo, sentiu o seu íntimo ser preenchido com o gozo dele.
O Gojo se retirou lentamente de você e depositou um beijo casto no seu ombro, ainda sem lhe soltar.
As respirações de vocês estavam ofegantes, enquanto tentavam desesperadamente recuperar o fôlego. Ainda assim, os braços do platinado não deixaram de rodear a sua cintura, quase como em uma promessa silenciosa de que ele não deixaria você ir.
— A gente precisa se levantar — Você disse, por mais que o seu corpo implorasse para que você não se movesse.
— Posso dizer no trabalho que eu tô doente e pedir o dia de folga — Ele respondeu, dando de ombros — Eu sou médico, posso fazer meu próprio atestado.
Você riu e se virou na direção dele. Deveria ser um pecado acordar tão lindo assim de manhã. Os músculos do braço dele estavam saltando por causa da posição em que ele estava para apoiar a cabeça no braço. Os fios platinados estavam bagunçados de uma forma tão sexy que parecia 100% intencional. Ele era perfeito, não tinha mais como negar.
— Desde quando Satoru Gojo é irresponsável em uma missão?
— Desde que a gente começou a transar de manhã e o meu corpo implora pra que eu fique aqui e te foda durante o dia todo.
Você não deixou que suas bochechas ficassem vermelhas. Apenas riu e revirou os olhos, se soltando dos braços dele e se levantando da cama. O lençol escorregou pelo seu corpo nu enquanto você andava em direção ao banheiro. Antes de entrar lá, você virou apenas o rosto na direção do platinado, que lhe comia com os olhos, analisando cada centímetro da sua pele exposta. Aparentemente o round de mais cedo não foi o suficiente para ele.
— Você vem? — Sua pergunta saiu com um tom mais pretensioso do que você gostaria, o que fez com que o Gojo não falasse absolutamente nada, apenas se levantasse da cama em um pulo e lhe alcançasse, já colando os seus lábios de novo enquanto vocês andavam em passos tropeços até dentro do banheiro.
Acabaram transando de novo de baixo do chuveiro. Dessa vez, Satoru não parecia mais tão calmo e paciente quanto antes.
Por terem acordado cedo, não se preocuparam com a hora e tiveram tempo para se prepararem com a maior calma do mundo para o dia que estava pela frente. O platinado se arrumava para o trabalho, enquanto você apenas colocava roupas leves e confortáveis. Passaria o resto do dia acabando um relatório que Mei Mei levaria mais tarde para a agência.
Saíram do quarto para tomar café da manhã, com Satoru segurando a sua cintura e dando beijos no seu pescoço. Ele realmente não parecia querer lhe perder de vista naquele dia.
Você colocava café em uma xícara quando ouviu o elevador chegando no andar do apartamento de vocês, anunciando que Mei Mei tinha chegado. O Gojo estava com os braços entrelaçados na sua cintura, lhe puxando para um abraço. Suas costas estavam coladas no tronco de Satoru e o rosto dele estava enterrado no seu pescoço.
Sabia que deviam se separar antes da agente chegar, mas você não conseguiu. Fazia tempo que você e ele não ficavam juntos assim. Além disso, uma parte interna sua queria deixar claro, de uma vez por todas, que Satoru Gojo era seu. Não importava qual passado ele pudesse ter com Mei Mei. Agora, ele pertencia a você.
A porta foi aberta, mas Satoru também não se moveu. Ele continuou com o rosto enterrado no seu pescoço, respirando fundo, como se quisesse deixar o seu cheiro gravado na mente. Você não desviou o olhar para encarar a mais velha, mas sabia que ela estava olhando para vocês.
Um silêncio profundo se instaurou na cozinha por alguns longos segundos, até que ela o quebrou:
— Bom dia.
— Ah, bom dia — Você respondeu, como se estivesse surpresa que ela já tivesse chegado, mesmo sabendo que isso jamais seria o suficiente para enganar a mais velha.
O Gojo apenas depositou um beijo casto na sua bochecha e finalmente largou o seu corpo. Uma parte dele se recusava a se separar de você, mas ele sabia que tinha que continuar na missão. Além disso, pretendia continuar o que estavam fazendo mais cedo depois que voltasse do trabalho.
— A gente se vê mais tarde — Ele disse, especificamente olhando na sua direção, e saiu, como se Mei Mei nem existisse.
Você não olhou na direção da mais velha. Por mais que quisesse ver a expressão que ela estava fazendo naquele momento, não sabia se você conseguiria esconder a cara de apaixonada que estava estampada no seu rosto.
— Megumi já já sai do quarto — Você disse, quando percebeu que ela nem falaria nada, nem se moveria. Finalmente, depois de se acalmar um pouco, virou na direção dela — Acha que já consegue levar ele sozinha para a escola?
Já fazia um tempo que Mei Mei estava trabalhando como babá de vocês. A ideia era justamente ela tomar para si os trabalhos domésticos que você fazia. Isso lhe daria mais tempo para se dedicar à missão. A agência estava realmente desesperada para prender Suguro e nem tentavam disfarçar.
— Claro que eu consigo — Ela respondeu, ainda olhando na direção da porta, como se esperasse que Satoru voltasse e desse um beijo casto nela também. Mas, depois que percebeu que você a observava, a mais velha deu de costas e foi colocar as coisas no próprio quarto — Manda aquele pirralho vir logo. Se a gente demorar muito pra sair, vai começar a ficar muito quente lá fora.
Suas sobrancelhas se franziram.
— Eu sei que você não gosta de mim — Disse, exatamente calma — Mas não desconte isso no Megumi. Ele não tem nada haver com o seu conflito interno comigo.
— Acha que eu tenho um conflito interno com você? — Ela soltou uma risada falsa e debochada, mas isso não lhe irritou nem um pouco — O que você poderia sequer ter pra me fazer ter um tipo de problema?
— Não sei — Um sorriso malicioso tomou conta dos seus lábios — Talvez o homem dos seus sonhos.
O sorriso irritante dela morreu na hora. Você acabou se sentindo um pouco mal no final das contas, mas não deixou transparecer. Sabia que Mei Mei era realmente apaixonada pelo Gojo. Não que isso justificasse a falta de caráter dela, mas você sempre se perguntava se ela seria uma pessoa menos amargurada se ele tivesse correspondido os sentimentos.
— Você acha mesmo que é especial? — Foi a voz dela que lhe tirou de seus próprios pensamentos — Satoru só tá usando você pra foder e jogar fora depois, como ele fez com basicamente todas as mulheres da agência.
— Engraçado isso ser algo que ele faz com literalmente todo mundo — Você não demorou muito para responder, cruzando os braços na frente do peito — Porque agora nem isso você tem.
Você não esperou uma resposta dela. Caminhou pacientemente até o quarto de Megumi para apressá-lo gentilmente. Mei Mei também não falou mais nada quando você se virou de costas.
Satoru podia ter dormido com metade da população feminina de Tokyo. Isso não era algo que particularmente lhe incomodava muito agora. Aprendeu a conviver com esse fato. Além disso, mesmo que quisesse negar para si mesma, no fundo você sabia que o que vocês tinham não será só sexo. Pelo menos ele não tratava como se fosse e você se deixou acreditar nisso.
Talvez, só talvez, pudesse existir uma luz no fim do túnel para vocês dois.
[...]
Naquele dia o hospital estava particularmente cheio. Desde que vocês chegaram na missão, Satoru não se lembrava de um dia tão caótico quanto aquele. Os pacientes viam de muito e, além dos cuidados que a função dele como médico já exigia, ele tinha que ter o dobro de cautela por não ser um médico de verdade.
O platinado acabou tendo aulas como se fosse realmente um estudante de medicina, em uma missão que fez muitos anos atrás. Por causa disso, acabou também fazendo provas e fez quase que a faculdade inteira. Aquilo teria que bastar.
Além de tudo isso, a cabeça dele estava um pouco fora de órbita pelo mesmo motivo de sempre: você. Ele tinha se decidido a fazer você ficar. Utahime confirmou que algo estava acontecendo na agência e o alvo era você, além de ter se disponibilizado para tentar obter mais algumas informações. O Gojo ganharia sua confiança, mostraria que tudo aquilo não era de mentiria para ele, e faria com que vocês ultrapassassem juntos qualquer obstáculo para não se separarem no final.
Foi somente durante o intervalo que o platinado conseguiu parar para respirar um pouco. Se sentou em uma das poltronas da sua sala e pegou o celular. Tentou não deixar que um sorriso escapasse quando leu uma mensagem sua avisando que teriam uma reunião de pais para participar na escola de Megumi próxima semana. Quando o assunto era receber mensagens suas sendo uma esposa troféu, ele agia como um adolescente.
Teria que pedir para reorganizarem a agenda do hospital para que ele ficasse livre no dia da reunião. Isso não seria um problema, já que Masamichi deu um jeito de o reitor do hospital sempre atender aos pedidos urgentes de Satoru. Não se sabia ao certo qual era a relação entre os dois, mas já que era algo que acabava beneficiando o platinado, ele resolveu não ligar muito.
Já estava indo se levantar para mandar um e-mail à reitoria pelo notebook, quando o celular nas mãos dele começou a tocar. Não demorou para atender quando leu o nome do contato na tela.
— Eu ia até te ligar.
— Mentiroso — A voz debochada de Suguro fez com que ele caísse na gargalhada — A confusão da sua esposa com a nova babá tá tão foda que você esqueceu do seu melhor amigo?
Melhor amigo? O Gojo tentou não vacilar ao ouvir aquelas palavras. Claro que, em situações normais, eles dois seriam, com toda a certeza do mundo, melhores amigos, daqueles inseparáveis; que as famílias são amigas; que vivem viajando um com o outro; que conhecem um ao outro tão bem que palavras já nem são mais necessárias. Mas eram justamente nessas horas, em que Suguro demonstrava mais afinidade, que o platinado começava a se sentir extremamente culpado por mentir para ele.
Satoru nunca se sentiu assim. Ele era um agente secreto. Literalmente o trabalho dele era mentir. Mas, quando o assunto era o Geto, ele não queria mais mentir. Só queria ser ele mesmo.
— Na verdade, as coisas se acertaram — Ele respondeu, se lembrando de que tinha que falar alguma coisa — A gente conversou. Foi como você disse, não demorou pra que [Nome] descobrisse que eu tinha um caso com a babá muitos anos atrás.
— E como ela se sentiu em relação a isso?
— Ela disse que não ligava muito, mas que queria que eu parasse de evitar chegar em casa só porque a babá 'tava lá.
— Caralho — Tinha um barulho alto no fundo, como se fosse a buzina de um navio — [Nome] é realmente uma pessoa muito tranquila. Preferir que você fique em casa, mesmo com uma ex amante lá, é realmente uma coisa que nem todo mundo faria.
— Acho que tranquilo não é a palavra — Um suspiro pesado escapou dos lábios de Satoru. Eram nesses momentos em que ele começava a misturar mentira com verdade, apenas para poder desabafar, nem que fosse um pouco, com Suguro — As vezes eu sentia que ela só tava pouco se fodendo.
— Faz quanto tempo que vocês não fazem alguma coisa diferente?
— Tipo no sexo?
— Na cama também, mas não só isso — De novo, o barulho da buzina — Quando eu te conheci, vocês costumavam sair bastante só vocês dois, como se fossem encontros mesmo. Mas, recentemente, vocês não têm feito nada disso.
— Chamo ela pra sair, então?
— Eu faria isso — Uma breve pausa, depois ele falou algo que Satoru não conseguiu identificar o que era, provavelmente porque o moreno tinha colocado a mão em cima do microfone do celular para falar com outra pessoa — Você também podia comprar um buquê na volta pra casa.
— Não sei se ela é muito fã de flores.
— Você nunca deu um buquê de flores pra sua esposa?
Porra. Claro que ele já teria dado um buquê de flores se eles fossem um casal de verdade, que se casaram faz anos e têm até um filho. Era por isso que Satoru não podia se deixar levar demais.
— Claro que já dei — Mentiu, agradecendo a todos os seus pelo fato de o moreno não conseguir ver o rosto dele naquele momento — Mas não sei dizer se ela realmente gostou ou só fingiu que sim pra me deixar feliz.
— Não custa nada tentar — Até que não era uma ideia ruim. Satoru já tinha decidido fazer você se apaixonar ainda mais por ele de qualquer forma. Fazer alguns gestos românticos durante os dias só faria com que ele atingisse esse objetivo ainda mais rápido — Eu preciso ir agora. Tenho que resolver algumas coisas. Quer se encontrar no bar amanhã?
— Por mim, pode ser — Um sorriso divertido tomou conta dos lábios dele — Só não sei se você vai poder. Nunca vi um herdeiro tão ocupado — Era uma jogada. Satoru precisava ver de tempos em tempos se o Geto já estava disposto a compartilhar informações mais confidenciais com ele, como a existência da gangue.
— Os imóveis começaram a me dar trabalho ultimamente — Mais barulho no fundo — Mas isso vai se resolver logo. Até mais tarde.
— Até.
A chamada foi encerrada.
Faltava pouco tempo para o platinado precisar voltar ao trabalho. Algumas coisas tomavam conta dos pensamentos dele e ele tinha pouco tempo para organizar tudo.
Mas isso vai se resolver logo.
Talvez essa fosse uma informação importante que Suguro tivesse deixado escapar. Mas, mesmo assim, algo preenchia a mente dele com mais urgência: que tipo de flor você gostava?
[...]
Suas costas doíam, como de costume. Depois de passar seis horas seguidas sentada na frente do seu notebook, preparando o relatório que Masamichi pediu, seu corpo implorava por sua cama. Teria que entregar aquilo para Mei Mei antes de ela ir embora e o tempo já estava quase se esgotando.
Pelo menos não teria que se preocupar com pegar Megumi na escola, já que a mais velha estava fazendo isso por você. Logo ela voltaria com o mais novo e você poderia se livrar dela até o dia seguinte.
O som do elevador chegando foi o que fez com que você voltasse a digitar freneticamente no teclado do notebook. Mei Mei entrou pela porta da frente, segurando a mão de Megumi, com um sorriso simpático no rosto. Mas, assim que os dois passaram pela porta e ela foi fechada, o mais novo largou a mão dela e começou a andar em direção ao quarto, fechando a cara e não falando mais nada.
A de cabelos azuis estalou a língua e tirou o sorriso do rosto. Sabia que Megumi não gostava dela pela afeição que ele tinha por você. No início, antes mesmo de toda essa missão começar, Mei Mei tentou se aproximar do Fushiguro quando tinha um caso com Satoru. Todo mundo sabia que a única alma com quem o platinado se importava era o garotinho de cabelos negros. Mas não era uma tarefa nem um pouco fácil se aproximar dele. O Gojo guardava aquela criança à sete chaves. Agora que ela finalmente tinha a oportunidade perfeita de conquistar a criança, Mei já era odiada. Não tinha mais o que fazer.
A impaciência dela começou a crescer quando percebeu que você estava atrasada. Claro que a Espectro já tinha percebido que ela chegou no apartamento e o fato de você ainda não ter vindo com o relatório significava que ele ainda não estava pronto. Mei Mei com certeza cobraria hora extra por causa disso.
Os lábios dela se separaram, na intenção de gritar por você, mas o som da fechadura eletrônica se abrindo a interrompeu. Um sorriso pretensioso tomou conta dos lábios dela enquanto ela se virava para olhar Satoru entrando, mas ele se desfez assim que viu o que ele tinha em mãos.
Um lindo buquê de lírios rosa pêssego estava na mão esquerda dele, enquanto ele usava a outra mão para fechar a porta. O coração da mais velha se apertou por um momento. Todos sabiam que o Gojo não dava flores para ninguém. Todas sabiam que nunca iriam receber um buquê dele.
— Você ainda não foi pra casa? — A voz dele a tirou dos próprios pensamentos.
— [Nome] ficou de me dar o relatório que Masamichi pediu — Ela saiu do transe, agora olhando diretamente para as flores na mão dele — O que é isso?
— Um buquê de flores — Ele respondeu, com as sobrancelhas levemente franzidas, como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo.
— Você não dá flores pra ninguém, todo mundo sabe disso.
— Achei que fosse sensato fazer um agrado pra minha esposa de vez em quando — Ele olhou para o buquê. Tinha achado que Mei Mei não estaria mais no apartamento quando ele chegasse. Era realmente problemático ela ver as flores quando todos na agência sabiam que Satoru era conhecido por não presentear nenhuma de suas amantes com elas.
— Podia ser qualquer coisa, mas por que você escolheu justo flores?
Ele abriu a boca para responder. Não sabia ao certo o que falar, mas nem precisou pensar muito sobre isso. Logo quando as primeiras sílabas iam sendo formadas na ponta da língua dele, você apareceu pelo corredor, distraída com os papéis em suas mãos.
— Me desculpa a demora — Disse, ainda sem olhar para a frente. Quando chegou perto o suficiente, entregou os papéis na direção da mais velha — Acho que as folhas ficaram fora de ordem, mas qualquer um que ler vai entender e... — Só então; você percebeu duas coisas: (1) seu marido de mentirinha tinha chegado em casa e (2) tinha um buquê muito lindo de flores nas mãos dele — O que..? — Não conseguiu completar.
— São pra você — Ele disse, estendendo o buquê na sua direção, que o pegou meio relutante — Quando eu tava voltando do trabalho, passei por uma feirinha e vi elas. Me lembrei de você.
Não sabia dizer se ele estava sendo sincero ou se estava encenando na frente de Mei Mei, mas isso quase arrancou uma lágrima sua.
— Percebi que eu geralmente não faço nenhum desses atos mais românticos — Ele usou uma das mãos para colocar uma mecha de cabelo sua atrás da orelha, enquanto você ainda olhava para ele com os olhos arregalados — Então, pode se preparar, porque a partir de agora eu vou ser o marido mais romântico que existe.
Ele selou os seus lábios bem na frente de Mei Mei, sem se importar com a presença dela, quase como se ela não estivesse lá. Você não conseguiu ver o rosto dela, já que seus olhos estavam fechados por causa do beijo, mas conseguiu ouvir ela pegando a bolsa em cima do balcão e disparando para fora do apartamento.
Isso talvez desse algum tipo de confusão mais tarde, mas, naquele momento, você não poderia ligar menos. Todo o cenário fez com que você se lembrasse de algo: aquele era o primeiro buquê de flores que você ganhava na vida.
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