𝚝𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢 𝚜𝚎𝚟𝚎𝚗

— Talvez eu tenha feito besteira, então — Megumi falou, a voz tão baixa que você quase teve dificuldade para ouvir, mesmo tendo um ouvido muito melhor do que a média.

— O que você fez, amor?

— Eu falei no corredor que Mei Mei era uma bruxa se achava que ia conseguir ficar com o papai — Ele não olhava nos seus olhos. Encarava o chão o tempo todo — Porque papai te amava e não ia trocar você por nenhuma mulher no mundo.

Seu coração se apertou ao ouvir aquilo. Percebeu que Satoru não corrigiu o mais novo. Mas precisava tirar esse aperto da cabeça e se concentrar no mais importante.

Estavam passando as novas notícias para Megumi e Mei Mei: tinham câmeras e escuta nos corredores. Então, toda a farsa da missão precisava continuar até que estivessem dentro do apartamento. Pelo menos até você e o Gojo pensarem em um jeito de resolver a situação. O que vocês adiaram para a próxima semana. Não tinham conseguido pensar em nada até aquele momento.

— Talvez eu tenha chamado ele de pirralho ingrato algumas vezes — A mulher mais velha disse, sem se importar muito.

Estavam todos na cozinha. Você e Satoru estavam sentados em bancos perto da bancada. Mei Mei estava atrás do balcão, porque tinham parado ela para conversar enquanto ela fazia o almoço. Ou fingia, pelo menos. Não que seus dotes culinários fossem excelentes como os de Satoru, mas como aquela mulher não sabia nem fritar um ovo? E Megumi estava em pé, ao seu lado, ainda olhando para o chão, com uma cara de quem estava quase chorando por estragar tudo.

— Não tem problema — Você disse, pegando o seu "não mais bebê" no colo e o colocando sentado nas suas pernas. Odiava quando ele chorava. Não porque era irritante, mas porque você sempre tinha vontade de chorar junto — Se, por acaso, o assunto surgir, é só Satoru dizer que você acabou ouvindo uma conversa minha e dele sobre o caso que ele teve com Mei Mei.

— Ai eu posso só dizer que você ficou irritado com ela porque é muito apaixonado pela mãe — O platinado levou uma das mãos até a cabeça do filho e começou a fazer um carinho tranquilizante. Pareceu funcionar, já que Megumi não parecia mais que ia chorar — Simples assim.

— Tá bom — Ele fungou, impedindo que as lágrimas escorressem pelas bochechas rosadas, e lhe abraçou, como um pedido de desculpas.

— Vocês não vão resolver isso? — A voz de Mei Mei fez com que você se lembrasse de que ela também estava lá.

— Não conseguimos pensar em nada até agora — Foi Satoru quem respondeu — Mas até a próxima semana devemos ter alguma coisa.

— Vou relatar isso — Soava quase como uma ameaça, mas o platinado apenas deu de ombros.

— Claro — Ele disse, se levantando da cadeira — É o seu trabalho mesmo.

A mais velha fechou a cara, se virou e saiu da cozinha. Megumi e você se encararam, obviamente ambos se segurando para não caírem na risada.

— Não precisam segurar a risada toda vez que ela sai emburrada — Satoru disse, se levantando da cadeira.

— Mas é falta de educação rir na cara dela — O mais novo respondeu, mas tinha um sorriso divertido e travesso no rosto.

— Eu preciso sair — Ao passar por eles, o platinado deu um beijo na cabeça do filho e um selinho nos seus lábios — Vou no banco resolver um problema no meu cartão de crédito e já volto.

Depois de ouvir as despedidas de vocês e seus planos com Megumi para jogarem uma partida de xadrez (não tinha sido muito surpreendente para Satoru que você fosse fenomenal no xadrez, mas ele sempre ficava intrigado com a empolgação do mais novo toda vez que você aceitava ensinar umas novas táticas do jogo).

Ele até tinha tentado jogar com você algumas vezes, principalmente porque ele raramente perdia as partidas com os outros membros da agência, mas, depois de você ganhar dele seis vezes seguidas, com apenas poucas jogadas, ele nunca mais lhe desafiou. Isso era demais para o ego dele, então deixou a tarefa de tentar lhe vencer com o filho.

O problema foi facilmente resolvido no banco. Aparentemente, tinham tentado clonar o cartão dele. Poderia muito bem ser apenas Geto tentando acessar o histórico de compras dele, mas esse cartão em especial era usado apenas para a vida comum de vocês. Os gastos com materiais para a missão eram feitos pela conta da própria agência, que você garantiu que seriam impossíveis de rastrear.

Na volta para casa, Satoru se perguntou se Megumi ainda estava tentando vencer você. Da última vez que conferiu, o placar estava 43 x 0 e ele nem precisava dizer quem estava ganhando.

Mas, assim que passou por uma barraquinha, ele parou. Ela não estava sempre lá, então alguma feira deveria estar acontecendo na vizinhança. O platinado olhou para os buquês de flores muito bem arranjados e se lembrou de uma conversa que tiveram, enquanto estavam tentando conhecer melhor um ao outro, no início da missão.

Você é uma daquelas mulheres que gosta de receber flores, chocolates e bichinhos de pelúcia? — Ele tinha perguntado, sentado na cama, enquanto você digitava algo no computador.

— Não gosto muito de bichinhos de pelúcia e prefiro comprar um KitKat do que receber chocolates caros — Você respondeu, ainda sem tirar os olhos da tela na sua frente.

— E as flores?

— Eu nunca recebi flores — Se você estava triste com essa afirmação, Satoru não soube dizer — Mas acho elas bonitas e cheiram bem — Deu de ombros — Não me importaria de receber algumas no futuro, quando essa missão acabar.

Só que a missão não precisava acabar para que você recebesse flores. O platinado mesmo já tinha comprado alguns buquês para você, indo contra algo que ele falava para muitas das amantes dele.

Para o Gojo, flores só representavam uma promessa de que algo surgiria entre o casal. Ele nunca planejou ter nenhum tipo de relacionamento com as mulheres com quem transava, então se recusava a dar buquês para todas elas. Até Mei Mei já tinha, várias vezes, dado indiretas de que queria receber flores dele, mas a resposta de Satoru era sempre a mesma:

Não sou um homem que dá flores. Isso significaria que eu quero alguma coisa séria com alguém, e eu não quero.

Deve ter sido por isso que Mei Mei implicou tanto quando ele comprou o primeiro buquê para você. Você não sabia o significado daquelas flores, mas, para Satoru, era uma demonstração de que ele queria sim algo sério com você.

Talvez um dia ele te conte essa história, mas talvez não.

Ele acabou parando na barraca e pegou um buquê de rosas. Elas tinham um degradê, indo de um rosa claro até um branco. Não sabia se você gostaria, mas tinha que testar. Fez uma nota mental para descobrir depois, provavelmente faria um complô com Megumi, quais eram os seus tipos preferidos de flores.

O resto caminho até o prédio foi rápido. Ele cumprimentou pessoas da vizinhança que vocês conheceram desde que chegaram na cidade. Algumas mulheres faziam vozes mais maliciosas do que seria normal, mas ele apenas respondia com um sorriso simpático e fazia questão de mostrar "sem querer" a aliança que tinha no dedo.

Depois de cumprimentar o porteiro, ele entrou no prédio e chamou o elevador, tentando não parecer nervoso com as flores que tinha em mãos.

Tentou afastar os pensamentos e imaginou o que ele, você e Megumi poderiam fazer a noite. Talvez veriam um filme ou jogariam alguma coisa que não fosse xadrez.

O elevador chegou no andar do apartamento de vocês, tirando o platinado dos próprios pensamentos. Ele olhou mais uma vez em direção ao buquê que tinha em mãos. Esperava muito que você gostasse.

Satoru não costumava ficar nervoso com essas coisas, mas estava. Não que ele não estivesse acostumado em comprar alguns mimos para você de vez em quando. Mas talvez essa leve ansiedade nunca fosse embora.

Ele saiu do elevador e foi em direção ao próprio apartamento, até que ouviu a porta ao lado ser aberta.

— Boa tarde, Satoru.

Sasuke tinha um sorriso trêmulo nos lábios, sínico e nervoso ao mesmo tempo. O punho do Gojo que não estava segurando o buquê se cerrou na hora. Ele precisava se controlar. Tinha dito a você que não mataria ele, mas estava sendo tão difícil se controlar.

Seria muito fácil tirar a vida daquele homem e fazer parecer um acidente ou um suicídio.

Tão fácil...

Mas ele se recuperou, respirou fundo e apenas respondeu, com um sorriso confiante:

— Boa tarde, Sasuke.

Satoru se virou para entrar em casa novamente, mas o comentário do outro homem fez com que a mão dele parasse antes de alcançar a maçaneta digital.

— [Nome] tá em casa? — O platinado ainda não tinha se virado na direção do som. Ouvir seu nome saindo dos lábios daquele homem fazia o sangue dele ferver de uma forma que ele nunca tinha sentido antes. O autocontrole dele nunca esteve tão próximo do fim — Eu preciso falar com ela.

— Pra que? — A voz do Gojo saiu mais fria e rígida do que ele esperava — Vai chamar ela pro seu apartamento enquanto sua esposa tá viajando de novo?

Agora, os olhos azuis e furioso de Satoru estavam cravados em Sasuke, como uma lâmina.

— Aproveitando que estamos falando sobre esse assunto — O platinado colocou um sorriso no rosto, um sorriso que era tão assustador quanto seu rosto sério. Ele achou que tinha feito efeito, principalmente quando o outro homem deu um passo para trás — Eu tô pouco me fodendo se sua vida sexual com sua esposa esteja na merda — Ele se aproximou dois passos de Sasuke e percebeu que o outro homem estava se segurando para não andar mais ainda para trás — Também não dou a mínima se você quiser trair ela com outra mulher qualquer — Agora, Satoru estava bem perto de Sasuke, tanto que teve que inclinar o rosto um pouco para baixo para encara-lo — Mas quero deixar claro uma coisa: [Nome] é minha mulher. Se ficar de gracinha com ela; se falar com ela de novo; se olhar pra ela; se você sequer pensar nela, se lembre que eu sei onde você mora e seria pateticamente fácil matar você e fazer parecer que foi um acidente.

— Achei que você fosse médico — A voz de Sasuke saiu baixa e fraca, o que só aumentou o sorriso do platinado.

— Eu sou e também já trabalhei como médico legista várias vezes — Deu de ombros, como se não estivesse falando nada demais — Eu sei bem como esconder meus rastros.

Depois que percebeu que o outro homem não iria falar mais nada, o Gojo deu as costas para ele e seguiu para o apartamento. Ainda estava muito puto com toda a situação e não descartou a ideia de cometer um homicídio dentro do apartamento vizinho. Mas, querendo ou não, estava se sentindo melhor. Não esperava que Sasuke fosse falar com você de novo e, se ele falasse, poderia aceitar a proposta de Geto para "dar um jeito nele".

Assim que entrou no apartamento e fechou a porta atrás de si, os olhos dele se cravaram em um ponto na sala de estar. Mais especificamente, na sua cara de raiva, enquanto estava sentada no sofá com um livro em mãos.

Ele sabia que você tinha ouvido. Então, o melhor que pôde fazer foi mostrar o buquê em mãos e colocar o melhor sorriso cúmplice no rosto.

— Comprei pra você.

Suas sobrancelhas continuaram franzidas e seu olhar nem sequer desceu na direção das flores. Depois de estreitar mais ainda os olhos, suspirou e colocou o livro de lado, no braço do sofá, se levantando e começando a andar em direção ao platinado.

— Te pedi pra deixar essa situação pra lá — Você disse, cruzando os braços e nitidamente muito irritada com a situação.

— E eu juro que meu plano era dar "boa tarde" e entrar no apartamento sem ter que olhar pra cara dele — Satoru coçou a nuca, quase como se estivesse com vergonha — Mas aí ele falou o seu nome e disse que precisava falar com você. Me desculpa, amor, mas eu perdi a cabeça.

— Satoru, você não pode sair ameaçando matar as pessoas e fazer parecer um acidente.

— Mas ele obviamente tentou te comer e você é minha, e só minha — Ele se aproximou um passo, ficando bem perto de onde você estava — Eu sei que você é uma mulher forte, que não precisa de proteção, que dá muito mais medo do que metade dos caras que eu já conheci na minha vida e que você consegue resolver suas broncas sozinha. Mas você ainda é minha. Não consigo nem imaginar o que eu faria se aquele filho da puta encostasse um dedo em você — Ele levantou o buquê em mãos mais uma vez, o deixando bem próximo de você, e suavizou os olhos intensos — Então, vai aceitar as flores? — A última parte ele falou relutante, bem diferente da voz firme que acabou de fazer um dos discursos mais incríveis que você já ouviu.

— Aceito e obrigada — Você respondeu, pegando as flores da mão dele e se virando para procurar um vaso — Mas aceito isso como um gesto fofo do meu marido, não como um pedido de desculpas.

Você achou o vaso e colocou água dentro, depois pegou uma vodka em uma das prateleiras e colocou dois shots dentro dele (sim, isso realmente funciona). Assim que colocou as flores dentro do vaso, não conseguiu impedir que um sorriso escapasse de seus lábios. Mas, quando sentiu mãos fortes apertando a sua cintura, o sorriso sumiu e o seu corpo inteiro congelou.

— Consigo pensar em um pedido de desculpas melhor — Satoru sussurrou no seu ouvido, pouco antes de morder o lóbulo da sua orelha.

No momento em que ouviu um pequeno gemido escapando dos seus lábios, o platinado lhe girou de onde estava e lhe colocou de frente para ele, atacando seus lábios logo em seguida.

Suas mãos foram parar na nuca dele quase que involuntariamente, enquanto você intensificava ainda mais o beijo. Satoru agarrou a sua bunda, a puxando para cima, fazendo com que você entrelaçasse as pernas na cintura dele.

— Cadê Megumi e Mei Mei? — Ele perguntou, entre os beijos ferozes que dava nos seus lábios.

— Saíram pra ir na livraria — Você respondeu, já sem fôlego.

— Perfeito — Ele lhe colocou sentada na bancada da cozinha, quebrando o beijo e lhe empurrando para deitar em cima do granito — Sempre quis te comer aqui.

— A gente só tem uns cinco minutos até eles chegarem — Você disse, com os olhos arregalados e nitidamente com medo de que o seu filho chegasse e visse o pai com o rosto entre as suas pernas.

— É mais do que o suficiente — Ele empurrou a saia do seu vestido para cima, até que ela chegasse na sua cintura, e arrancou a calcinha que você vestia em um só movimento — Consigo te fazer gozar em três.

Você já estava pronta para reclamar ou protestar, mas assim que sentiu a língua dele passando por toda a sua intimidade, todas as palavras escaparam da sua língua, dando lugar a um gemido manhoso.

Satoru sabia como lhe satisfazer melhor do que ninguém. A língua dele primeiro lhe explorava por completo, enquanto as mãos grandes agarravam suas coxas, as mantendo separadas. Depois, ele dava uma atenção especial ao seu clítoris, fazendo você arquear levemente as costas e fechar os olhos com força.

Mas era sempre quando ele enfiava dois dedos de uma vez que ficava quase que impossível que segurar um orgasmo e fazer aquilo durar mais. Ele sabia disso. E era justamente por isso que o platinado começou movimentando os dedos bem devagar e não tão fundo. Queria que você aproveitasse mais as sensações indescritíveis que ele estava lhe proporcionando.

Seu corpo inteiro pegava fogo e você não conseguia pensar em mais nada. Teve que agarrar com força as bordas do balcão, ou iria gritar alto o suficiente para que o prédio inteiro escutasse.

A língua dele ainda estimulava o seu clítoris de maneira preguiçosa, mas, ao se lembrar de que vocês tinham hora para acabar com isso, ele retirou a língua e começou a chupar seu ponto sensível com uma força que quase doía. Os dedos dele começaram a entrar mais fundo, já encharcados com o seu lubrificante, e em um ritmo mais rápido.

Cada vez que os dedos dele entravam completamente em você, atingindo o seu ponto mais sensível, seus olhos reviravam ainda mais e sua boca se recusava a ficar fechada.

Seu corpo inteiro tremeu e os espasmos nas suas pernas eram tão fortes que Satoru teve que usar a mão livre para lhe imobilizar e poder continuar o trabalho, até que você fosse incapaz de sentir mais prazer.

Quando tudo acabou e ele tirou os dedos e a boca de perto da sua intimidade, apenas um pensamento se passava em sua cabeça: você não tinha durado nem três minutos.

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