𝚝𝚑𝚒𝚛𝚝𝚢 𝚝𝚑𝚛𝚎𝚎
— A gente pode remarcar o jantar?
Você já tinha ouvido essa pergunta duas vezes antes, mais especificamente, nos dois finais de semana anteriores. Satoru tinha ficado muito ocupado "com o trabalho" e tinha pedido para remarcar o jantar de vocês duas vezes. Aquela já era a terceira. Você sabia que aquilo tinha haver com o fato de Suguro ter se machucado e o platinado ter cuidado dele.
Era muito estranho, para dizer o mínimo, ver o Gojo salvando a vida de quem deveria ser o alvo da missão em que vocês faziam parte. Se bem que você não o julgava. Muito provavelmente teria salvado a vida do Geto da mesma forma. Não queria que ele fosse preso, muito menos que ele viesse a morrer. Mas não falaria isso em voz alta.
— Eu juro que próxima semana a gente vai — Ele continuou a falar, fazendo você perceber que tinha ficado muito tempo calada.
— Não faça promessas que você não pode cumprir, Satoru — Você respondeu, olhando para a tela do seu notebook, sem se virar na direção dele — Qual o motivo de cancelar o jantar esse final de semana? Muitos pacientes pra atender no trabalho? — Você tentou, mas não conseguiu disfarçar muito bem o tom de deboche.
— Yuji vem dormir aqui hoje.
Naquele momento você desviou o olhar da tela na sua frente e olhou nos olhos do seu marido.
— E ninguém pensou em me contar essa parte?
— Eu achei que ia ser uma boa ideia e...
— Não tô perguntando se é uma boa ideia ou não, Satoru — Você se levantou da cadeira com as sobrancelhas franzidas — Tô perguntando se você planejava me contar que o filho do alvo da porra da missão vinha dormir na nossa casa.
— Pelo amor de Deus, [Nome] — Satoru também ficou exaltado — Yuji é amigo de Megumi.
— Ah, então Yuji pode ser o amigo de Megumi, mas quando eu falo sobre Suguro você diz "ele não é meu amigo"? — Fez aspas com os dedos na última parte — Quer saber? Foda-se o jantar. Vamos só cancelar logo ao invés de ficar remarcando toda santa semana.
Você não esperou ele responder. Apenas largou o trabalho como estava e andou em direção ao banheiro, se trancando lá dentro. Satoru também não tentou falar mais nada e apenas saiu do quarto, fazendo barulho ao bater a porta.
Não estava sendo fácil. As últimas semanas foram as piores. Seu relacionamento com o Gojo estava, literalmente, a beira de um colapso. E o pior de tudo: vocês não tinham a opção de pedir um divórcio. Chegava até a ser cômico.
Tudo teria sido mais fácil de você não tivesse se apaixonando por ele para início de conversa. Toda essa merda começou porque você se envolveu demais e agora estava sofrendo as consequências pelos seus atos.
Um "puta que pariu" muito sincero escapou de seus lábios, antes de você respirar fundo e encarar o seu reflexo no espelho. Queria que não envolvessem Megumi nessa história, mas ele era uma criança muito mais esperta do que deveria. Você nem conseguia se lembrar quantas vezes ele lhe perguntou se você e Satoru estavam bem ou se vocês iam se separar.
Nem tinha o que separar. Não existia um relacionamento oficial para acabar.
Tudo estava uma merda e, as vezes, você só queria poder ir embora de uma vez. Talvez tivesse sido mais fácil passar o resto da sua vida fugindo ao invés de aceitar esse emprego, que ia acabar lhe fodendo mais ainda ao final dele.
Mas é como dizem: tá no inferno, abraça o capeta.
Mesmo assim, teve que lutar contra as lágrimas que ameaçaram escorrer dos seus olhos, enquanto tentava recapitular a briga de minutos atrás. Não era a única. Vocês estavam brigando bastante recentemente e nem tinham como conversar direito sobre isso. Fazia parte da profissão: você tinha muitos segredos; Satoru tinha muitos segredos.
A falta de diálogo só fazia o caos se intensificar ainda mais.
Você até estava ansiosa para o jantar, de verdade. Fazia uma eternidade que você e o Gojo não faziam algo diferente. Aquela talvez fosse até uma oportunidade de vocês tentarem fazer o relacionamento voltar ao que era antes. Mas, depois de ser cancelado três vezes, você não queria mais insistir nisso.
Era melhor que todas as suas esperanças fossem jogadas fora logo. Doeria menos assim. Seria mais fácil encarar o futuro se você não tivesse nenhuma expectativa de que as coisas dariam certo.
Duas batidas suaves na porta fizeram você afastar os próprios pensamentos. Eram leves demais para serem de Satoru. Por isso, você já abriu a porta esperando encontrar aquela criança de cabelos negros e olhos enormes. Megumi carregava um lobo de pelúcia que você e Satoru tinham comprado para ele da última vez que fizeram um programa em família, alguns meses atrás.
— Oi, meu amor — Você disse, se agachando para conseguir fazer cafuné na cabeça dele.
— Eu ouvi gritos — Ele disse, não olhando na sua direção.
Você suspirou fundo e se sentou no chão, trazendo o corpo pequenininho do Fushiguro para os seus braços. As costas pequenas dele estavam apoiadas no seu peito e os seus braços rodeavam o corpinho dele, o abraçando por trás, tomando cuidado para que a pelúcia não caísse dos braços dele.
— Eu e seu pai não estamos bem — Você explicou, porque sabia que não adiantava de nada tentar esconder algo dele. Infelizmente, Megumi era esperto demais — Isso não significa que a gente te ame menos, tá bom?
— Eu sei disso — Ele enfiou o rosto entre os seus braços, provavelmente tentando fazer com que você não percebesse que ele estava chorando — Vocês vão se separar?
— Não podemos — Um outro suspiro pesado escapou de seus lábios — Você sabe que a agência não ia permitir.
— Mas, se vocês pudessem, vocês iam?
Essa você teve que pensar um pouco antes de responder. Não tinha dúvidas de que amava Satoru, mas essa missão estava acabando com todo resquício de relacionamento que vocês tinham. Todo esse "casamento" foi baseado em mentiras desde o início e elas estavam acabando com vocês.
As mentiras agora estavam se acumulando cada vez mais. O laço que você tinha com o Gojo estava ficando cada vez mais fraco e você sentia que ele também estava se afastando de você.
— Acho que um tempinho separados ia fazer bem — Foi o que você respondeu, alisando os fios sedosos dele — Mas vamos conseguir dar um jeito.
— Então, você não vai embora quando a missão acabar?
Megumi finalmente se virou de costas e olhou no fundo da sua alma. Os olhinhos, grandes demais para o rosto dele, brilhavam com uma esperança não dita. O rosto inchado, entregando que ele estava mesmo chorando, quase fez você rir, se não fosse a pergunta que ele tinha feito antes.
— Eu não sei — Admitiu, não conseguindo segurar as lágrimas que queriam muito rolar pelas suas bochechas. Elas finalmente escaparam e você se viu sem meio de controlá-las — Eu queria muito ficar com vocês, Megumi. Mas não posso fazer isso.
— Por que? — Ele perguntou, agitado, tentando enxugar suas lágrimas com os dedinhos pequenos.
— Porque isso vai acabar com sua vida e a do seu pai e eu amo vocês demais pra fazer isso — Respondeu, mais para si mesma do que para ele, que lhe observava com as sobrancelhas franzidas, sem entender.
Do outro lado da porta do quarto, Satoru mordia a própria mão para não fazer nenhum barulho. Você realmente não queria envolver o platinado e Megumi nisso tudo por causa das consequências que um envolvimento deles traria. Uma vida de procurados. O Gojo até aguentaria isso, mas o mais novo?
— Eu não me importo — Ao ouvir a voz do Fushiguro, Satoru voltou a prestar atenção na conversa — Mas eu não quero ficar longe de você. Não quero que as coisas voltem a ser como antes da missão. Quero ele como meu pai e você como minha mãe. Eu não me importo se as coisas forem difíceis. Papai não pode deixar você ir embora.
Foi nesse momento que uma lágrima pesada escapou do olho esquerdo dele, tão intensa que fez todo o corpo de Satoru estremecer.
Ele lhe amava. Nunca tinha sentido algo assim antes por uma mulher. Já tinha abdicado de qualquer tipo de romance, mas não conseguiu se controlar ao conhecer você. Era como se você fosse exatamente o que estava faltando na vida dele. O peito dele se apertava de uma forma confortável toda vez que via você. Quando você não estava por perto, um desconforto começava a percorrer os nervos dele.
Era estranho.
Era incrível.
Não podia deixar você ir. Satoru precisava pensar em alguma coisa para fazer dar certo. Essas mentiras idiotas envolvendo a missão estavam fodendo o relacionamento de vocês. Elas precisavam acabar. Vocês deveriam ser uma equipe, não inimigos.
Ele nem se lembrava mais em que ponto as coisas começaram a ficar tão ruins. Estava tudo caminhando para um futuro lindo, mas, do nada, o caos reinou entre vocês.
Megumi também não deixaria barato. Nunca perdoaria o Gojo se ele não fizesse você ficar. Mas a questão era essa: você não podia ficar. Eles que teriam que ir com você e isso o mais novo não entendia. Megumi nunca conseguia compreender o que abriria mão ao escolher ficar com você, não com a idade que ele tinha. No futuro, ele poderia muito bem acabar se arrependendo das escolhas do presente.
A cabeça de Satoru parecia que ia explodir.
E talvez fosse mesmo, se a campainha não tivesse tocado logo depois, fazendo com que a atenção dele se desviasse. O platinado já sabia quem estava atrás da porta e, justamente por isso, usou o dedão para enxugar a lágrima que tinha escorrido pela bochecha e saiu de perto do quarto de vocês.
Colocou a melhor máscara que conseguiu, para esconder qualquer tipo de sentimento que ele estava tendo naquela hora e abriu a porta com o melhor sorriso que conseguiu colocar no rosto.
— Fala, Suguro.
O Geto estava bem melhor. Ainda se movia com uma leve dificuldade, mas era um milagre ele conseguir estar de pé. Todo o crédito vai para o atirador terrível que puxou o gatilho. As balas não pegaram nenhum ponto crítico e o moreno não teve dificuldades maiores em se recuperar.
— Obrigado por receber Yuji aqui.
Eles se cumprimentaram com um aperto de mão e os dois entraram no apartamento. Como de costume, Satoru bagunçou os cabelos de Yuji, que não parava de perguntar onde Megumi estava.
— [Nome] deve tá trocando a roupa dele — Foi o que ele respondeu, mas o Gojo sabia que, na verdade, você provavelmente estava acalmando o filho de vocês e fazendo o possível para não ficar nítido o rosto inchado por causa do choro — Tenho certeza de que já já ele vem.
Assim que acabou de falar, o quarto de vocês se abriu e você e Megumi saíram de lá. O rosto de Yuji se iluminou e ele foi logo dar um abraço apertado no de cabelos negros.
— Obrigado por me convidar — O Itadori falava, mais rápido do que deveria ser possível e mais animado do que deveria ser saudável — Eu nunca dormi na casa de um amigo antes. O que a gente vai fazer? Jogar videogame? Jogo de tabuleiro? A gente vai poder comer besteira, ou os seus pais não deixam? Será que a gente pode ficar acordado até mais tarde?
— Yuji — Suguro interrompeu o filho, que parou de falar e olhou para ele — Se você não respirar enquanto fala, vai acabar desmaiando.
Isso arrancou uma risada sincera do Gojo e fez com que o Itadori ficasse vermelho, mas tinha um sorrisinho sapeca no rosto dele.
— Sim, vocês podem comer besteira, mas não exagerem — Você respondeu, nitidamente se controlando para não rir também — E podem ficar acordados até... meia noite tá bom? — A última parte você falou olhando para o Geto.
— Por mim, tudo bem.
— Meia noite, então.
— Eba! — Os dois gritaram de uma só vez.
— Vamos lá pro quarto de Megumi — Você disse, andando em direção ao corredor e fazendo um sinal para que as crianças lhe seguissem — Vou arrumar sua cama, Yuji, e pegar os jogos de Megumi. Podem brincar do que quiserem.
E, assim, você levou os dois furacões de animação junto com você, que ainda tagarelavam, ao mesmo tempo, sobre o que fariam durante a noite. Você nem sabia dizer como eles conseguiam entender um ao outro e ainda continuarem falando ao mesmo tempo.
Mesmo quando você desapareceu dentro do quarto, Satoru ainda tinha um sorriso bobo no rosto, olhando para o local em que você desapareceu do campo de visão dele. Teria, provavelmente, ficado assim por horas, se não fosse o som da risada baixa de Suguro.
— Vocês estão bem? — Ele perguntou e o Gojo não soube responder na hora.
— Como assim?
Com um gemido baixo de dor, o Geto se sentou em uma das cadeiras da sala de estar. Ele ainda estava com dificuldades para realizar determinados movimentos, mas nada que fosse muito preocupante.
— Eu vi sua cara, Satoru — Respondeu, depois que conseguiu achar uma posição em que ficasse confortável — Eu sei que você não tá bem.
Uma das sobrancelhas do platinado se arquearam. Ele era um bom agente, excelente, na verdade. Para isso, tinha que saber atuar melhor do que os indicados ao Oscar. Ele tinha consciência das próprias qualidades. Então, como o moreno conseguia ler as expressões dele tão bem, mesmo quando elas estavam mascaradas?
Na verdade, já fazia um tempo que Suguro fazia isso. Talvez desse o primeiro encontro deles no bar. Mesmo assim, o Gojo ainda não conseguia compreender aquilo muito bem. Ele conseguia enganar até as pessoas da própria agência do serviço secreto. Por que ele não conseguia mentir tão bem para o Geto também?
— Se não quiser falar sobre isso, eu entendo — Foi a fala do moreno que fez Satoru perceber que passou muito tempo sem responder.
— Não é que eu não queira conversar — Disse, depois de um suspiro fundo. Não podia falar sobre você dentro daquele apartamento, justamente porque você conseguiria ouvir tudo — Eu ainda tô tentando entender o que tá acontecendo.
— Crise no relacionamento?
— Alguma coisa nesse sentido — Ele também se sentou, no sofá ao lado do amigo — Mas tenho certeza de que as coisas vão se resolver.
— Conhecendo vocês dois, eu também tenho certeza — Suguro também olhava para onde você tinha sumido com as crianças — Isso tem alguma coisa haver com o que eu te contei?
— Não — O platinado se apressou em responder, rezando para que Megumi e Yuji tivessem fazendo tanto barulho que você não conseguisse ouvir aquela conversa — Eu não contei pra ela.
— Então é esse o problema? Porque, se for, pode contar.
— Não é esse exatamente o problema — Outro suspiro cansado escapou dos lábios dele — E eu não acho que contar seja a melhor opção.
Ele ainda não sabia o que você faria com essa informação.
— Você não quer falar sobre isso agora — Aquilo não foi uma pergunta.
— Hoje não — Satoru respondeu, com um sorriso agradecido — Talvez essa semana se a gente for pra um bar eu topo me abrir.
— Combinado, então.
Eles se calaram quando ouviram a porta do quarto dos meninos se abrindo. Você saiu de lá rindo, andando na direção deles como se não tivesse tido uma discussão com o marido cinco minutos atrás.
Ainda assim, Satoru sabia que você não estava completamente bem.
— Tem alguma coisa que eu precise saber sobre a dormida de Yuji? — Você perguntou, quando chegou junto deles na sala.
— Só que ele tem medo do escuro.
— Vou deixar a luz do abajur acesa durante a noite, então.
Você não estava próxima de Satoru. Isso seria estranho, já que vocês sempre fizeram questão de aparentarem ser o casal perfeito na frente de Suguro.
Loucamente apaixonados.
Isso só podia significar que você ouviu a conversa dos dois. Tinha consciência que o Geto sabia da "crise" que o relacionamento de vocês estava passando. Por um lado, isso aliviava um pouco Satoru. Por outro, ele queria que você precisasse fingir nem que fosse para ficar perto dele um pouco.
— Bem, vou despachar aquela mala sem alça aqui, então — Suguro disse, fazendo um pequeno esforço para se levantar, mas disfarçou o suficiente para que você não percebesse se fosse uma pessoa normal — Eu preciso ir resolver algumas coisas do trabalho. Muito obrigado por receberem ele, de novo.
— Não precisa agradecer — Foi você quem respondeu, se aproximando dele para dar um abraço — É sempre um prazer receber vocês aqui.
Satoru conseguiu ver os olhos dele brilharem. Realmente, a impressão que você tinha dele era muito importante para o Geto. Afinal, era a esposa do melhor amigo dele.
Depois disso, Suguro se despediu do platinado, que o deixou na porta, e foi embora, afirmando que voltaria para buscar Yuji no outro dia, antes do almoço. Com alguma insistência, Satoru conseguiu convencer o amigo a almoçar no apartamento de vocês, para dar mais tempo a Megumi e Yuji.
Quando a porta se fechou, você tirou o sorriso do rosto e virou de costas, começando a andar em direção ao quarto novamente.
— Tem alguma coisa que você queira falar pra mim? — A voz dele fez com que você parasse de andar no meio do corredor.
Estreitou os olhos, suspirou fundo e se virou novamente para o seu marido, em toda sua magnitude.
— Não, Satoru — Sua voz era ríspida, mas não irritada ou mal educada — Tem algo que você queira dizer pra mim?
Queria. Mas não era a hora. O platinado ainda tinha que pensar muito sobre um bilhão de coisas antes de poder ter uma conversa séria com você sobre todos os problemas que lhes rodeavam.
— Não — Respondeu, baixinho.
Você assentiu com a cabeça duas vezes, bem devagar, tentando pensar no que dizer ou fazer.
— Certo — Disse, voltando a andar em direção ao quarto — Eu vou ver como os meninos estão antes de eles dormirem, pode ficar tranquilo — Quando chegou na porta do quarto, se virou mais uma vez na direção do platinado — Boa noite.
— Boa noite — Ele respondeu, hesitante.
Definitivamente, dormiria no sofá naquela noite.
Você voltou para o quarto com a cabeça a milhão. Satoru falando sobre o relacionamento de vocês combo alvo da missão, depois de ter salvado a vida dele, era a maior loucura que você já tinha visto na vida. Certo que você também não deixaria Suguro morrer e gostava dele o suficiente para ter conversas mais profundas. Mesmo assim, tudo aquilo era estranho demais.
Com as mãos no teclado, você começou a trabalhar (ou, mais uma vez, a fingir que estava trabalhando). Seus dedos se moviam sem você prestar muita atenção. Estava mais concentrada em pensar em soluções para resolver o seu problema com o Gojo.
Queria resolver as coisas, mas se continuassem mentindo um para o outro, não resolveria nada. Mesmo assim, uma parte de você ainda acreditava que assim talvez fosse melhor. Iam se separar eventualmente. Essa missão não duraria para sempre.
Falando nela, os seus olhos fixaram em algo na tela do seu notebook que lhe chamou atenção. O porto. Você deveria estar analisando o som da buzina do navio para ver se achava algo para incriminar Suguro e fazer uma prisão.
Acontece que: você tinha acabado de achar.
Um porto e um navio que não tinham absolutamente nenhuma vinculação com o nome dele. Depois de semanas procurando em todos os cais da cidade, você finalmente achou o dele. Pelo vídeo, dava para ver claramente as mercadorias contrabandeadas e os carregamentos de armas. O ideal seria que fizessem a prisão dele bem aí, para já pegar a mercadoria em flagrante e não ter nada que ele pudesse alegar em um tribunal.
Depois de meses nessa missão, você finalmente tinha achado algo para acabar com ela.
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