𝚝𝚎𝚗
— Aquilo fazia parte do seu plano? — A pergunta do Gojo foi alta o suficiente para você ouvir de dentro do banheiro, mas baixo o suficiente para que os vizinhos não escutassem.
— Aquilo o que? — Seu tom de inocência fez o platinado soltar uma risada alta.
— Você sabe do que eu estou falando — Ele entrou no banheiro, já que a porta estava aberta, e teve que se conter para não arquear as sobrancelhas quando lhe viu acabando a maquiagem no espelho — Sabia que Geto ia estar lá naquela hora? — Completou, mesmo tendo certeza que você já sabia sobre o que se tratava.
— É claro que eu sabia — Respondeu, não tentando ser modesta — No dia em que fomos jantar no mesmo restaurante que ele, coloquei uma escuta em um dos homens dele.
— E você não pensou em me avisar? — Tentou forçar um tom de indignação, o que só fez você soltar uma risada divertida.
— Eu não sabia se ia dar certo — Deu de ombros — Aparentemente, ele é novato e não participou de nenhuma conversa interessante nas últimas semanas.
Tudo bem. O Gojo estava impressionado, talvez até mais do que isso. Ele já praticou de diversas outras missões com centenas de agentes diferentes, mas nenhum deles chegava aos seus pés de resultados, e talvez até de loucura. Nem mesmo ele tinha percebido quando você implantou aquela escuta. Não era a toa que você era conhecia como Espectro e também não era por nada que seus serviços eram tão caros. Contratar você valia o preço, e muito.
— Caralho — Ele sussurrou, no meio de um suspiro alto, pouco antes de uma risada divertida espaçar dos lábios dele — Eu nem vou perguntar como você fez isso, mas parabéns.
— É o meu trabalho — Deu de ombros mais uma vez no dia, acabando de passar gloss nos lábios e se olhando uma última vez no espelho, antes de se certificar que estava pronta — E, agora, nosso alvo pediu para que você entrasse em contato com ele na próxima semana. Parece que temos uma vitória para comemorar.
— De fato, temos — O platinado respondeu, ainda com os olhos fixos em você.
Você não tinha medido esforços para ficar deslumbrante essa noite. Iriam sair com Sasuke e Fumiko, o que seria uma ótima oportunidade para fazer aquela mulher entender, de vez por todas, que não podia dar em cima do seu marido. Além disso, também tinha o pequeno plano de fazer o Gojo voltar a lhe provocar, somente para que ele lhe "convencesse" a transar com ele. Você estava mais do que decidida de que deixaria Satoru lhe foder até que você dissesse "chega", mas jamais admitiria isso em voz alta.
As íris azuis lhe comiam intensamente. Iam do seu rosto até o final do seu vestido. A peça de roupa preta ficou perfeita no seu corpo, principalmente no fino decote que ia em toda a extensão da peça, até chegar no índio da sua barriga. O tecido se ajustava perfeitamente na sua pele, mas abria mais no final, lhe permitindo andar de uma forma confortável.
Quando se encontraram com Geto na sorveteria, vocês tiveram pouco tempo para obter informações. Aparentemente, Yuji falava muito sobre Megumi em casa e isso fez com que, obviamente, Suguro fizesse uma pesquisa sobre vocês. Ele não falou isso em voz alta, claro, mas era evidente. Geto sabia diversas informações sobre vocês e não pareceu querer esconder isso. Para sua sorte, ele parecia ter gostado do Gojo, já que até o convidou para se encontrarem durante a próxima semana e "trocar uma ideia".
Quando eles saíram da sorveteria, você recebeu um olhar intenso de Satoru, que já sabia que isso fazia parte dos seus planos. Mesmo assim, não tiveram tempo para conversar sobre isso até agora. Depois do encontro com Suguro, você nem teve tempo de pisar direito em casa, já que teve que sair para comprar o vestido que usaria no jantar de hoje. Além disso, o platinado teve que enviar uma carta para Masamichi, por um canal 100% seguro de comunicação, informando o que tinha acabado de acontecer.
— Ainda temos algum tempo sobrando — Você disse, não tentando esconder um sorriso levemente pretensioso quando percebeu que ele não conseguia tirar os olhos de você — Quer finalmente saber o meu plano?
— Por mim a gente podia até cancelar essa porra de jantar e pedir uma pizza — Satoru respondeu, depois de um suspiro cansado, finalmente desviando o olhar — Mas, sobre o plano, foi por isso que você ficou tão nervosa lá na sorveteria?
— Foi — Você passou por ele e saiu do banheiro, indo em direção ao quarto e se certificando de que todas as janelas estavam fechadas. Aproveitou que Megumi estava tomando banho no banheiro dele para fechar a porta do quarto de vocês também — Não consegui invadir o sistema de segurança da casa de Geto, mas fiz algumas pesquisas com o que eu tinha. Naquele dia que saímos para jantar e encontramos com ele, eu memorizei o carro dele e a placa...
— E colocou a escuta em um dos homens dele — O platinado interrompeu, também entrado no quarto e cruzando os braços na frente do peito, sem tirar os olhos de você, mas, dessa vez, com um ar curioso e não de malícia.
— Exatamente. Consegui descobrir que Geto iria tomar sorvete com Yuji por causa disso. Semana passada, eu pedi para Megumi falar 'pros amigos sobre o quão incrível era essa sorveteria que nós fomos.
— E então Yuji pediu para ir nessa?
— Eu imagino que sim — Respondeu, dando de ombros.
— Por que Megumi não me falou nada?
Por mais que essa fosse uma situação em que Satoru ficaria irritado, ele tinha um sorriso calmo nos lábios. Você tentou não prestar muita atenção nisso, mas era quase impossível. Aquele homem já era irresistível. Sorrindo, ele era um pecado.
— Eu pedi a ele — Explicou, se sentando na cama. Estava feliz que sei plano tinha dado certo, mas também estava cansada.
— Então você não confia em mim? — A pergunta dele foi sincera e, lá no fundo, triste.
Você franziu as sobrancelhas quando percebeu que ele realmente achava isso. Tudo bem que você nunca deu a entender que realmente confiava nele ou no trabalho dele. Satoru era uma pessoa, muitas vezes, brincalhão e irresponsável, que aparentava não querer nada com a vida. Mas, quando se tratava do trabalho dele e de proteger as pessoas com quem ele se importava, ele se transformava na pessoa mais competente que você já viu na vida.
— É claro que eu confio — Você não olhou nos olhos dele enquanto respondia, levemente envergonhada — Sei que as vezes parece que não. Mas...
Sua voz parou um pouco, enquanto você refletia no que estava prestes a dizer. Desde que a missão começou, pouco mais de um mês, o platinado tinha mudado muito. As coisas estavam indo bem assim e você sabia que o melhor era não mudar nada. Estava disposta a não falar mais nada, até que sentiu o colchão afundando ao seu lado. Nem precisou virar o rosto para saber que o Gojo tinha acabado de se sentar ao seu lado.
— Quando Masamichi me contou da missão, primeiro eu achei um absurdo — Foi a voz dele que quebrou o silêncio intenso que tinha se instaurado no quarto por longos e dolorosos segundos — Ter que brincar de casinha durante meses só pra conseguir pegar um cara da máfia? Isso não era uma missão para mim.
— E o que te fez mudar de ideia?
— Eu ainda não acho que eu seja o mais indicado — Ele confessou, no meio de um suspiro pesado — Mas eu aceitei por dois motivos. O primeiro é porque eu não queria deixar o Megumi com ninguém que não fosse eu. E o segundo... — Ele fez uma breve pausa, apenas o suficiente para fazer você, finalmente, virar o resto na direção dele. As íris azuis lhe fitavam de uma forma curiosa, mas cautelosa, como se quisessem entrar na sua mente, mas não tanto assim. Era até como se Satoru quisesse lhe conhecer, mas tivesse medo disso. Você não o culpava. Até você mesma estava assustada com essa ideia — O segundo é porque eu queria ter a chance de conhecer o único espião melhor do que eu — Ele deu de ombros, deixando que um sorriso divertido e leve tomasse conta dos lábios dele — Acabou que O Espectro na verdade é uma mulher e virou minha esposa de mentirinha durante uma missão quase que sem sentido.
Você não conseguiu evitar de gargalhar com a brincadeira dele. A quebra do clima sério e tenso de antes fez com que o seu corpo acabasse relaxando um pouco. Era inegável que você gostava desse clima mais leve e agradável que se instaurou entre vocês. Você nunca gostou muito de interagir com pessoas, por mais que seu trabalho, geralmente, lhe obrigava a isso. Mas, agora, não era um incômodo conviver com Megumi e com Satoru. Só que o problema era que esse pensamento lhe assustava e muito. Você já sabia qual seria o seu destino quando essa missão acabasse, e ele não envolvia nenhum dos dois. Quando você acabasse esse trabalho, teria que sumir da vida de Megumi Fushiguro e Satoru Gojo para sempre. E isso não era algo que você podia controlar.
— Fui eu quem pedi que você fosse meu parceiro nessa missão — Você completou o que ia falar antes, fazendo as sobrancelhas do platinado se arquearem em surpresa — O Senhor Yaga me deu uma lista de agentes indicados para a missão.
— E o meu nome estava lá? — Você riu com a surpresa dele, mas logo explicou.
— Não. Eles não queriam que você fosse porque você é uma pessoa instável e difícil de controlar — Seus olhos ainda estavam fixos nos dele, enquanto vocês dois estavam sentados lado a lado na cama, conversando como se se conhecessem a anos — Eu fiz uma pesquisa dos espiões da agência por fora da lista e acabei encontrando o seu nome.
— Mas, se eu sou uma pessoa tão instável e incontrolável como eles falam, por que você me escolheu? — Não tinha como dizer se ele se sentiu ofendido com aquilo ou não. Você sabia que Satoru era plenamente consciente sobre os próprios defeitos, mas também sabia que ele não gostava quando outras pessoas apontavam eles.
— Porque eu não precisava de um parceiro estável e controlável — Respondeu, deixando que um sorriso leve brotasse nos seus lábios, ao mesmo tempo em que você lembrava de toda a sua pesquisa sobre o platinado e de quando você finalmente decidiu que ele seria o seu parceiro nessa missão — Eu precisava de alguém inteligente, que conseguisse se inserir em qualquer contesto, que conseguisse se adaptar a qualquer situação. Eu precisava do melhor agente que aquele lugar poderia me fornecer.
— E no fim você escolheu o único homem que jamais conseguiria se casar na vida real?
De certa forma, aquelas palavras doeram, não só em você, como nele também. Ambos sabiam que o Gojo não era uma pessoa que criava laços com as outras, ou que conseguia manter um relacionamento sério, ou sequer que se importava com essas coisas. Satoru nunca manteve nenhum relacionamento sério na vida. Os poucos que começavam sempre acabavam em traição. Era quase como se ele fosse incapaz de se manter fiel a alguém. E você sabia muito bem disso.
— Sim — Respondeu, com um pequeno sorriso no rosto, que, com muito esforço, não parecia triste — Eu já sabia que você nunca seria o marido perfeito.
— Então por que me escolheu mesmo assim?
O rosto dele estava próximo ao seu. Tão próximo que você se questionou se ele conseguiria ouvir o seu coração acelerado. As íris dele estavam vidradas na sua, fazendo você perceber que nunca tinha as visto tão de perto. Com certeza, aquela era a parte do platinado que você mais gostava. Os olhos dele faziam com que você se perdesse em seus próprios pensamentos e se esquecesse do mundo a sua volta. Todos os seus sentidos ficaram embaralhados quando ele lhe olhava daquele jeito, como se ele realmente se importasse com você. Era uma ideia um tanto assustadora, porque fazia com que você imaginasse um mundo ideal, onde o "vocês" daria certo.
— Porque não importa o papel que você tenha que assumir — Você não desviou o olhar, nem quando a distância entre vocês parecia ficar ainda menor — Se for por uma missão, você consegue interpretar qualquer um.
Você só teve tempo de fechar os olhos. Quando percebeu, os lábios de Satoru já estavam colados com os seus.
Seu estômago estava embrulhado e uma certa ansiedade tomava conta do seu corpo. mas não era uma sensação ruim. Vocês já tinham se beijado antes, até porque tinham que fingir ser um casal feliz aos olhos dos outros. Mas vocês nunca tinham se beijado assim. Sem fingimento ou mentiras. Naquela hora, vocês não estavam se beijando por causa da missão. Estavam fazendo isso porque queriam.
O selinho era leve e cauteloso, muito diferente do que você imaginava que seria quando o assunto era o Gojo. Mas era como se ele estivesse levemente assustado e até surpreso com o que estava acontecendo. Você nunca poderia o culpar, até porque se sentia da mesma forma.
Somente depois que raciocinou direito o que estava acontecendo, o platinado resolveu se entregar completamente ao momento. Devagar, ele pediu passagem com a língua, que foi imediatamente consentida por você.
Nem ele mesmo sabia o que tinha feito, mas, já que estava aqui, fodasse. Por mais que tivesse medo desse novo sentimento assolando a mente e o corpo dele, Satoru queria aquilo. Ele queria se entregar a você e ver no que isso ia dar. Ninguém jamais tinha despertado tanto interesse nele desse jeito. Você bagunçava todos os sentidos dele; você fazia com que ele agisse de formas que ele achava que nunca agiria; você fazia com que ele quisesse correr atrás; você fazia o Gojo repensar se ele realmente nunca seria capaz de ter um relacionamento sério.
Suas línguas se moviam em uma perfeita sincronia, como se tivessem sido feitas para ficarem juntas. Seus lábios colidiam constantemente um no outro, de uma forma tão harmoniosa que faziam todos os pelos do seu corpo se arrepiarem.
Você não escutava mais nada ao seu redor. O bagulho dos carros, dos vizinhos andando, das portas batendo. Nada disso importava. Você já não conseguia mais ouvir nenhum deles. Os únicos sons que conseguia ouvir eram seus suspiros fracos e o som das batidas altas do seu coração.
Quando você já estava sentindo um pouco de falta de ar e ameaçou quebrar o contato de seus lábios, uma das mãos de Satoru foi parar na lateral do seu rosto, lhe puxando mais para perto, impedindo que você fosse para longe, e intensificando ainda mais o beijo. Esse seria o momento perfeito para ele esquentar as coisas e fazer com que você se deixasse levar e acabasse sem roupa na cama. Mas, por algum motivo, o platinado não queria acelerar as coisas. O beijo estava bom demais para ser quebrado. Ele só queria aproveitar aquela sensação, já que não era sempre que isso acontecia. Na verdade, até onde ele se lembra, nunca tinha acontecido. Mesmo fazendo um enorme esforço para se lembrar, o Gojo não conseguiu recordar de nenhum beijo que tinha feito ele querer só aproveitar o momento. Ele não se lembrava de lábios que tinham conseguido o prender por tanto tempo.
Mas, por mais que não quisesse que ele momento terminasse nunca, até ele acabou ficando sem ar uma hora. Devagar, vocês desfizeram o contato. Seus olhos ainda estavam levemente fechados, enquanto Satoru encarava os seus lábios, sem acreditar no que tinha acabado de acontecer.
Não tinha mais como negar para si mesmo. O Gojo tinha criado algum tipo de sentimento por você. Ele podia não saber explicar ainda, mas sabia que, de alguma forma, você tinha se tornado uma pessoa relativamente importante para ele. Isso era perigoso, além de proibido.
Você era a parceira dele nessa missão. Tudo o que poderia acontecer entre vocês era apenas fingimento. Vocês não poderiam se envolver pessoalmente, até porque, quando essa missão acabasse, cada um iria para o seu lado e, provavelmente, vocês nunca se encontrariam de novo.
Satoru era conhecido por ser um agente impecável. Ele já interpretou diversos papéis em milhares de missões diferente e algo assim nunca tinha acontecido. Mesmo assim, ele sabia exatamente o que fazer. Diria para você que isso foi um erro e que não aconteceria de novo. Lembraria a você que isso tudo não passava de uma missão e que vocês eram só parceiros. Mas, ainda que já tivesse todo um discurso em sua cabeça, a única coisa que ele queria fazer era continuar aquele beijo de antes.
Por isso, de forma involuntária, a mão dele foi parar na lateral do seu rosto novamente, já preparada para puxar você mais para perto de novo e dar continuidade ao beijo de antes. Mas, no momento em que a mão dele tocou sua pele e seus olhos se abriram para, finalmente, encarar ele, a porta do quarto de vocês abriu de uma vez, fazendo com que vocês dois dessem um pulo.
— Mamãe, a babá chegou — Os olhos de Megumi revezavam entre olhar para você e para o Gojo. Seus olhos não estavam fixados no mais novo, até porque você estava tentando esconder as bochechas rosadas por causa da vergonha — O que foi? — Ele perguntou, desconfiado.
— Filho, vai abrir a porta para ela, por favor? — Foi Satoru quem falou, não você — Sua mãe não está se sentindo muito bem.
— A mamãe 'tá doente?
— Acho que não, mas vou tirar a temperatura dela para ter certeza — A voz do Gojo era calma e doce, nada muito diferente de como ele costumava tratar o Fushiguro — Eu só preciso que você atenda a porta, pode ser?
— Pode! — Como sempre, Megumi respondeu muito empolgado, mas, dessa vez, você não conseguiu ver os olhos cintilantes dele, já que seu rosto ainda estava encolhido perto do ombro — Melhoras, mamãe.
— Obrigada, querido — Você respondeu, baixo, ainda sentindo seu rosto queimar só com a ideia de olhar para o rosto de Satoru de novo.
O que caralhos tinha acabado de acontecer? Você tinha se deixado levar de vez. Deixou que a atração que você sentia pelo platinado tomasse controle totalmente do seu corpo. Você nem percebeu direito quando começou a beija-lo. Nem tinha ouvido quando Megumi se aproximou do quarto de vocês e você sempre ouvida tudo.
Você já sabia disso, mas agora era mais do que evidente: Satoru era perigoso para você. Ele fazia com que você esquecesse de tudo ao seu redor e, por mais que isso seja incrível, era péssimo para sua postura de agente. Você precisava dos seus sentidos em perfeita ordem para completar essa missão, mas o platinado bagunçava tudo totalmente.
Por mais que tentasse evitar, suas bochechas ainda estavam vermelhas e você ainda estava completamente envergonhada. Sabia que Satoru só estava brincando com você porque queria lhe levar para a cama. E aqui estava você, totalmente caidinha por ele. Seria verdadeiramente patético, se ele não estivesse caidinho por você também.
— [Nome], eu... — A verdade era que o Gojo não tinha ideia do que falar, mas ele sabia que precisava dizer alguma coisa, qualquer coisa que fosse.
— Estamos atrasados — Você falou na frente dele, se levantando da cama.
Como num passe de mágica, você não estava mais envergonhada ou desconcertada. Agora, você estava com um sorriso firme no rosto, como se nada tivesse acontecido. Satoru franziu as sobrancelhas, enquanto se perguntava se aquilo era tudo encenação ou se o que aconteceu antes realmente não significava absolutamente nada para você.
— Acho que eles já estão nos esperando — Você continuou, ainda com aquele sorriso no rosto, pegando sua bolsa em cima da cabeceira — Parece que lá tem aquela sobremesa que vimos no Instagram semana passada. Podemos pedir ela.
— Claro.. — Ele respondeu, de forma pausada, ainda com as sobrancelhas franzidas — Vamos logo, então.
O Gojo resolveu afastar o que aconteceu da mente dele. Vocês tinham uma missão e precisavam focar nela. Por mais que irritasse ele, teria que afastar todos os sentimentos que tinha criado por você. Ele era alguém incapaz de manter um relacionamento com outra pessoa; alguém que nunca ligou para os sentimentos dos outros; alguém que nunca quis chamar uma mulher de "sua". Satoru tinha certeza de que, seja lá que tipo de sentimentos eram esses que você despertou nele, ele conseguiria só enterrar tudo, como se nunca tivessem existido.
Ao mesmo tempo, você se lembrava quem era. Não combinava com sua postura de Espectro ser abalada por uma paixonite tão ridícula e sem sentido quanto aquela. Você e Satoru nunca poderiam ter um felizes para sempre. Não adiantava de nada nutrir esse tipo de sentimento por ele. O platinado só estava brincando com você, nada além disso. Ele queria lhe foder e era por isso que tinha lhe beijado. Por mais que você também quisesse transar com ele, toda a relação de vocês não poderia passar dessa linha: sexo. Você não poderia, jamais, sequer pensar em se apaixonar por aquele homem.
Vocês dois estavam em uma missão. E, quando isso finalmente acabasse, se separariam e nunca mais olhariam para os rostos um do outro. Quando vocês concluíssem a missão, seria como se nunca tivessem se conhecido.
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