𝚜𝚒𝚡

Seus dedos digitavam freneticamente no teclado à sua frente, mas, mesmo sentindo uma provável tendinite chegando, eles não paravam de se mover. Seus olhos acompanhavam a todo momento as letras e números que apareciam na tela, sem deixar nada escapar.

Não foi muito difícil hackear as câmeras de segurança da cidade, sem deixar que ninguém identificassem os seus rastros. Também não teve problemas em conseguir acessar as linhas telefônicas da polícia, corpo de bombeiros e hospitais. Mas, o mais difícil, com certeza, era invadir dados de pessoas próximas a Geto. Você já tinha conseguido uma lista de todos os que trabalhavam para ele, tanto dentro de casa, quanto fora dela. Mas estava sendo um desafio enorme conseguir invadir alguma linha telefônica ou conversas no WhatsApp. Sem falar que era praticamente impossível acessar a rede de segurança da casa dele sem ser detectada.

Você nunca tinha visto algo tão bem protegido antes. Não era a toa que essa seria a missão mais difícil de toda a sua vida.

Mesmo com esse pensamento em mente, seus dedos e olhos não paravam. Você nem sabia mais quantas horas tinham se passado desde que se trancou no quarto, com seu mero notebook. Só percebeu que já tava ficando tarde quando teve que acender as luzes porque o sol já estava se pondo. Foi nesse exato momento em que você se lembrou de mandar uma mensagem para Satoru.

Você: Amor, não vou conseguir
buscar o Megumi na escola hoje.

Satoru: Tudo bem. Já estou
saindo do trabalho. Posso pegar
ele quando sair daqui.

Você: Obrigada <3

Lhe irritava o fato de que os celulares de vocês não eram criptografados, mas você entendia o motivo. Todas as linhas telefônicas estavam sobre constante vigia da equipe de Geto. Vocês não podiam correr o risco de eles perceberem que existam duas linhas com uma criptografia avançada na cidade. Levantaria muitas suspeitas. Além disso, você nunca precisava se justificar para o Gojo. Ele sabia sobre o seu trabalho, então, se você disser que não pode fazer algo, ele simplesmente não vai questionar.

O irritante era só ter que fingir ser gentil com ele.

Você ainda estava com raiva pelo beijo. Só não sabia se estava mais irritada com o fato de ele não ter pedido permissão, ou com o fato de você ter gostado.

Foi só um selinho, porra — Você sussurrou, para si mesma, depois de perceber que seus pensamentos não estavam mais na tela do seu notebook — Para de agir como uma adolescente virgem e volta a trabalhar.

Depois de suspirar fundo, você decidiu ouvir a si mesma e voltou a se concentrar em hackear o resto do que conseguia naquela cidade.

Mesmo que não conseguisse bisbilhotar diretamente as ações de Geto, conseguia fazer isso por meio de outras pessoas.

Pelas câmeras da cidade, descobriu que ele estava agora em um parque, junto com diversos seguranças. Suas sobrancelhas se franziram, mas, antes que você pudesse se perguntar o motivo de ele estar lá, conseguiu reconhecer Yuji ao lado dele. Isso significava duas coisas, a primeira era que ele estava em um lugar público nesse exato momento. Mas seria muito arriscado se você e Satoru fossem para lá agora, mesmo que Megumi fosse junto e você não imaginava que o Gojo iria querer envolver o Fushiguro em um encontro direto com um dos maiores chefes do tráfico japonês. Segundo, que as crianças já largaram da escola e em pouco tempo o platinado estaria de volta em casa com Megumi.

E você não estava errada sobre o segundo ponto. Do quarto, conseguiu ouvir o som do elevador chegando no seu andar. Era um som agudo e baixo, mas alto o suficiente para você ouvir com a porta do quarto aberta. Três pessoas saíram do elevador e a voz irritante da sua vizinha fez você revirar os olhos inconscientemente. Mas a conversa não demorou muito, já que Megumi interrompeu e pediu para que eles entrassem logo em casa.

O garoto de cabelos pretos era muito mais inteligente do que os garotos da idade dele. Muito mais. No início, você achava que ele seria um problema para a missão, mas, agora, tinha certeza de que ele era algo que você poderia usar. Satoru se importava mais com aquela criança do que com qualquer outra coisa no mundo. O Fushiguro talvez fosse a única pessoa capaz de manter o platinado na linha. E foi exatamente isso o que ele fez, mantendo o Gojo longe da loira sedutora.

Mamãe! — Por algum motivo, que você imaginou que fosse encenação, o grito de Megumi fez um sorriso brotar nos seus lábios — Chegamos.

— Oi, meu amor — Você respondeu, finalmente tirando os olhos da dela e se levantando da cadeira em que estava, só tendo tempo de se abaixar até que o mais novo se jogasse nos seus braços — Como foi o primeiro dia de aula?

— Foi muito legal — Enquanto falava, ele se desfez dos seus braços e começou a explicar, com um brilho enorme nos olhos — Os outros alunos são muito legais — De repente, ele tirou o sorriso do resto — Tem uma menina irritante na minha sala, acho que o nome dela era Nobara, mas, tirando ela, o resto do pessoal é muito legal.

— Alguma coisa me diz que você vai acabar sendo amigo dessa menina.

— Credo — Ele fez uma cara de nojo, mas depois o sorriso voltou a preencher os lábios dele — E eu consegui falar com o Yuji hoje, mas só por um segundo. Os seguranças seguem ele até na escola.

— Isso é ótimo — Você franziu as sobrancelhas e foi de novo até o computador, se lembrando de que a escola também tinha câmeras — Mas não precisa ter pressa. Construir uma amizade com ele vai demorar algum tempo.

— Eu sei, mas ele parece ser um cara legal.

Você não conseguiu identificar bem o tom que ele usou para falar isso. Claro que Megumi sabia que a amizade dele com qualquer uma dessas crianças seria temporária. Mas ele ainda era uma criança. Ainda não sabia do peso que era viver uma vida de mentirinha e ter que se desfazer dela depois. De todos vocês três, o garoto seria o que mais sofreria quando essa missão acabasse.

"Mas isso é um problema pro Satoru resolver" Você enfiou esse pensamento na sua cabeça e se forçou a não pensar mais sobre esse assunto.

— O que descobriu? — A voz grossa do Gojo não lhe assustou nem um pouco. Você tinha ouvido e acompanhado os passos dele desde que ele saiu do elevador. Mas isso estava ficando mais difícil com o passar do tempo. Você sabia que ele estava se forçando a ser mais silencioso perto de você, principalmente porque ele sabia que não conseguia ouvir você chegando. Ele se sentia afetado pelo fato de você conseguir ser imperceptível e ele não. Mas isso só conseguiu arrancar um sorriso divertido seu.

— Algumas coisas — Você respondeu, ainda tentando hackear o sistema de segurança da escola — Consegui invadir algumas coisas, mas as câmeras da casa de Geto são praticamente impossíveis e se eu tentar interceptar as linhas telefônicas dele e das pessoas que trabalham com ele, vão me descobrir.

— Acho que você não é tão boa no seu trabalho quando todo mundo acha que é — O deboche dele só serviu para lhe deixar ainda mais irritada — Conseguiu alguma coisa?

— Geto está em um parque agora.

— Então vamos para lá.

— Seria arriscado e teríamos que levar Megumi para um encontro direto com ele — Você desviou os olhos do notebook por um segundo, só o suficiente para ver a expressão de aflito no rosto do platinado — Imaginei que você não iria querer isso. Para sua sorte, eu sou tão incompetente no meu trabalho que também descobri que ele vai sair para jantar com uma modelo hoje.

— Sabe o restaurante?

— Já fiz nossas reservas — Respondeu, com um sorriso vitorioso no rosto, e fez questão de se virar para que o platinado visse — Também achei uma babá para ficar com o Megumi de noite.

— Eu não preciso de uma babá — Ele protestou, com um pequeno biquinho nos lábios — Posso ficar sozinho em casa.

— Eu sei que pode, mas crianças da sua idade geralmente precisam de uma babá — Você respondeu, colocando a mão, delicadamente, no topo da cabeça dele — Então seja um bom menino e finja ser uma criança normal, pode ser?

— Tudo bem! Vou dar o meu melhor! — Ele gritou, empolgado, e você aceitou isso como uma vitória.

O mais novo falou algo com o platinado, mas você não estava mais prestando atenção. Alguns pensamentos sobre esse plano ainda rodeavam a sua mente.

Por isso, quando o Fushiguro saiu do quarto, você voltou seus olhos para o notebook de novo, apenas para acabar de hackear as câmeras da escola. Foi mais fácil do que você pensava. Mesmo que dentro das salas não tivesse nada, você tinha uma visão geral dos corredores, quadras e auditórios. Isso teria que ser o suficiente por enquanto. Também tentou hackear as linhas telefônicas e os celulares do diretor e dos professores. Isso demoraria mais algum tempo e você se deu o luxo de continuar amanhã.

Depois de mais um suspiro cansado no dia, você desligou o notebook e se levantou da cadeira, tendo que esticar um pouco as costas para que elas parassem de doer. Tinha passado muito tempo sentada e agora estava toda travada.

— Que horas é a nossa reserva? — Satoru perguntou, tirando o blaser que usava e o colocando em cima da poltrona.

— Daqui a duas horas — Você respondeu, indo até o armário e procurando seu vestido mais arrumado. Vocês não tinham trazido muitas roupas para a cidade e, mesmo que tivessem recebido dinheiro da agência para fazer compras, ainda não tinham tipo tempo de fazer absolutamente nada. Por sorte, você tinha trazido consigo um vestido que usou em uma de suas missões como a Espectro, de uma vez que teve que invadir uma festa privada de um bilionário dos Estados Unidos.

— O restaurante é tão chique assim? — Satoru perguntou, olhando diretamente para o vestido que estava em suas mãos.

De fato, ele era bem mais do que arrumadinho. A cor vinho fosca combinava muito com o seu tom de pele e o corte se ajustava perfeitamente no seu corpo. As alças caídas, o decote acentuado e a fenda relativamente extensa na coxa esquerda ainda deixavam ele mais sexy do que o esperado. Só então, você se lembrou que o objetivo da sua missão nos Estados Unidos era seduzir alguns diplomatas estrangeiros e conseguir ter acesso aos celulares deles.

— Eu não tenho outra roupa — Disse, olhando mais uma vez para o guarda-roupa — Além disso, a modelo que vai com o Geto hoje vai estar com um vestido ainda mais arrumado.

— Como você sabe disso?

— Vi algumas conversas dela com as amigas no WhatsApp — Respondeu, dando de ombros, como se não fosse nada demais, e foi em direção ao banheiro, jogando o vestido em cima do balcão.

— Você nunca invadiu meu celular, né? — Para sua surpresa, O Gojo lhe seguiu até lá dentro e a expressão dele estava um misto de brincadeira com preocupação.

— Não estou interessada em ver os nudes que você manda para suas amiguinhas — O sorriso debochado no seu resto fez ele revirar os olhos — Decidi me poupar desse trauma.

— Trauma? — Ele perguntou, com a voz levemente mais rouca e baixa, enquanto se aproximava cada vez mais de você — Se quiser, eu posso te mostrar pessoalmente — Agora, o ouvido dele estava muito próximo ao seu ouvido — Aí você me diz se ficou com trauma ou não — Sussurrou a última parte.

Seu corpo tremeu, mas você era bem treinada ao ponto de não deixar que ele percebesse isso.

— Prefiro não arriscar — Respondeu, no mesmo tom provocativo que ele, mas tinha um sorriso sínico em seus lábios — Agora sai do banheiro que eu vou tomar banho.

— Por que? Não posso tomar banho com minha esposa? — Ele brincou, finalmente se afastando de você — As pessoas vão estranhar se não tomarmos banho juntos — Concluiu, dando de ombros.

— Sai logo daqui.

Depois de lhe lançar uma piscadela provocativa, o platinado atendeu ao seu pedido e saiu do banheiro, fechando a porta atrás de você. Somente quando ouviu os passos dele saindo do quarto, você se deu o luxo de soltar um suspiro fundo.

Aquele homem era estupidamente atraente. Você sabia que não podia, e nem devia, se envolver com ele, mas estava ficando cada vez mais difícil resistir. Era impossível não notar o quanto a camisa social que ele estava usando se ajustava perfeitamente ao corpo ridiculamente sexy dele. Ou como o blazer não fazia ele ficar menos gostoso. Muito pelo contrário.

Caralho — Você sussurrou, pouco antes de se olhar no espelho e perceber que faltavam poucas horas para a reserva — Eu preciso me concentrar.

Dizer essas palavras em voz alta não ajudou muito. Durante todo o banho, você só conseguia pensar em o que Satoru faria se você realmente cedesse. Talvez ele estivesse só brincando ou testando você e, assim que você cedesse, ele apenas lhe cortaria e diria que vocês não deveriam fazer isso por causa da missão. Mas, outro lado de você acreditava que, caso você concordasse, ele iria com tudo para cima de você.

Sinceramente, você não sabia qual das duas opções lhe deixava mais aflita.

Não sabia dizer se o banho demorou mais do que o esperado, mas, assim que terminou, apenas secou seu cabelo e colocou o vestido. Ele estava um pouco mais apertado do que antes, provavelmente porque sua missão nos Estados Unidos foi a muitos anos atrás. Mesmo assim, ficou perfeito em você.

Sem se dar o luxo de ficar se olhando no espelho, você saiu do banheiro rapidamente, para que o Gojo pudesse tomar banho também e, finalmente, vocês irem para mais uma etapa da missão.

— Finalmente saiu do ba... — Mas o platinado não completou a frase. Os olhos dele estavam presos em você, mais especificamente no seu corpo. O contato visual que ele fazia era tão intenso que foi o suficiente para lhe deixar nervosa. Ele já tinha lhe lançado olhares maliciosos inúmeras vezes, mas nunca daquele jeito.

Satoru? — Você perguntou, pausadamente, com as sobrancelhas levemente franzidas.

— Eu vou tomar banho agora — Foi isso o que ele respondeu, antes de se levantar da cama e passar reto por você, sem nem mais olhar na sua direção, sem nenhuma piadinha provocativa.

Você tentava intender o que tinha acontecido, mas, antes que as engrenagens do seu cérebro começassem a funcionar, viu, de relance, a hora no relógio digital que ficava em cima da cabeceira do lado da cama do platinado.

Merda! — Sussurrou e disparou para a penteadeira que ficava no fundo do quarto.

Maquiar não era uma de suas maiores habilidades, nem de longe, mas sabia o suficiente para ficar minimamente aceitável. Por isso, afastou todos os seus pensamentos que envolviam Satoru Gojo e ficou exclusivamente em acabar de se arrumar.

Dentro do banheiro, a testa do platinado estava apoiada na parede. Os olhos azuis estavam fechados, enquanto ele se perguntava um milhão de vezes o que estava acontecendo com ele. Pela primeira vez, Satoru ficou sem palavras ao ver uma mulher, e você apenas tinha colocado um vestido sexy.

Patético — Ele sussurrou, quase inaudível, sabendo que qualquer som que ele emitisse poderia ser ouvido por você, mesmo que por trás da porta fechada.

Satoru não sabia explicar o que estava acontecendo. Ele já tinha participado de diversas missões com centenas de mulheres diferentes. Mas, em nenhuma delas, ele não foi capaz de controlar as próprias ações (ou pensamentos).

No início, era só uma brincadeira. Mas, agora, o Gojo precisava que você cedesse, nem que fosse só um pouco. Se tinha um pensamento constante na mente dele, era que, caso ele recebesse essa chance, a agarraria com todas as forças. Ele faria você ceder e teria você completamente entregue a ele, mesmo que fosse só por uma noite. Não importava mais se a missão fosse falhar por causa disso e, sinceramente, ele não achava que você realmente iria desistir dela se vocês transassem. E ele não estava errado.

Se forçando a colocar a cabeça no lugar, Satoru entrou de baixo do chuveiro gelado, sentindo todos os pelos do corpo se arrepiarem com a mudança repentina de temperatura. Não demorou muito tempo lá, até porque vocês já estavam atrasados. O tempo era curto e vocês ainda não tinham nenhum plano. Provavelmente, só iriam improvisar.

Depois de se secar com a toalha, ele não perdeu tempo em vestir as roupas que tinha separado enquanto você tomava banho, pentear o cabelo e colocar um relógio caro no pulso. Ele não precisava se esforçar muito para ficar atraente, mas, por algum motivo, ele tinha a sensação de que deveria fazer um mínimo esforço para poder, pelo menos, chegar aos seus pés.

O que caralhos eu 'tô pensando? — Ele sussurrou, mas, dessa vez, um pouco mais alto do que antes. Assim que percebeu o que fez, o platinado arregalou levemente os olhos e se voltou para a porta do banheiro.

Como se nada tivesse acontecido, ele foi até lá e a abriu. Para a sorte dele, você não estava mais no quarto. Por isso, ele deixou que um suspiro pesado escapasse dos lábios suavemente rosados.

Assim que o susto passou, o que não demorou muito, o Gojo pegou a carteira dele, que estava em cima da cabeceira, e saiu do quarto, lhe procurando. Não precisou muito esforço para lhe encontrar, já que, assim que ele chegou no corredor, conseguiu ouvir a sua voz.

— Então, se comporte bem, okay?

— 'Tá bom, mamãe — A voz levemente abusada de Megumi fez um sorriso involuntário tomar conta dos lábios de Satoru.

Quando ele chegou na sala, conseguiu ver você de costas, ainda falando com a babá que tomaria conta do filho de vocês. Ela era uma senhora, mas não tão velha. Tinha um rosto simpático e parecia ser muito tranquila. Ouvia atentamente a tudo o que você estava falando, até que os olhos dela se voltaram levemente na direção do Gojo.

— Minha nossa, esse é o seu marido? — A senhora perguntou, com as sobrancelhas arqueadas, o que acabou arrancando uma risada divertida sua.

— É sim.

Só então, você se voltou na direção do platinado, que teve que lutar contra todos os instintos para não arquear as sobrancelhas em surpresa. Agora, você estava totalmente pronta, com o cabelo feito e maquiagem no rosto. E... puta merda. Se Satoru já lhe achava linda sem nada, ele não conseguia nem encontrar palavras para descrever o quão perfeita você estava.

— Boa noite — Ele se forçou a dizer, desviando o olhar de você e encarando a babá — Agradeço muito por poder cuidar do nosso filho hoje.

— Não precisa agradecer por nada — A mulher se apressou em dizer, de uma forma simpática — Megumi parece ser uma criança encantadora. Além disso, soube que é aniversário de casamento de vocês. Meus parabéns.

— Muito obrigado — O Gojo respondeu, daquela forma simpática dele que faria o coração de qualquer mulher parar — Vamos? — Finalmente, ele voltou o olhar para você de novo.

— Sim, eu já chamei o táxi — Assim que acabou de responder, você se abaixou até que seus joelhos tocassem o chão. Baixo o suficiente para dar um beijo na bochecha de Megumi — Qualquer coisa, meu número está anotado na porta da geladeira — Antes que ele pudesse responder, você completou — Ah, e nem pense em ficar acordado esperando a gente voltar.

— Tudo bem... — Ele era tão fofo que fazia você querer morder as bochechas dele, mas você se contentou em dar outro beijo, dessa vez no topo da cabeça dele.

— Tchau, filhão — Satoru falou, enquanto estava passando, bagunçando os cabelos negros do mais novo enquanto isso — A gente já volta.

Assim que fecharam a porta do apartamento, vocês se entreolharam, mas isso não durou muito tempo. Mesmo que o clima estivesse o mais pesado possível, vocês nunca poderiam demonstrar isso em público, principalmente no hall.

— Acha que ele vai ficar bem? — Você perguntou, com um sorriso meio triste no rosto, mesmo sabendo que o Fushiguro poderia se virar até sozinho.

— É claro que vai — Satoru respondeu, com aquele ar confiante de sempre, usando as duas mãos para rodear a sua cintura e lhe trazer para mais perto — Hoje é nosso aniversário e merecemos aproveitar um pouco.

— É verdade — O sorriso em seus lábios parecia tão real que até fez o platinado ficar confuso. Mas, o que mais o chocou, foi quando você se inclinou para frente e selou os seus lábios. Era um selinho inofensivo, algo que o Gojo conseguia lidar bem, mesmo com a vontade imensa de arrancar esse seu vestido fora ali mesmo. Mas, quando você pediu passagem com a língua, ele realmente questionou se conseguiria se segurar. No momento em que ele deu a passagem, você enfiou a língua na boca dele, transformando o selinho em um beijo sedento. Mas, que só demorou poucos segundos. Logo depois, você se afastou dele, com um sorriso malicioso no rosto — Merecemos nos divertir.

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