Crimson wish

❥ spoiler do mangá/anime ao longo do capítulo; 

❥Há descrição sexual ao longo do capítulo, boa leitura.

Desejo Carmesim +18


A luta estava prestes a começar e meu ser vibrava enquanto ia de encontro a área externa do palácio, sendo parada por uma mão hábil que segurou meu braço esquerdo e tive que fingir surpresa ao encarar o semblante do meu marido.

-- O que faz aqui? -- Desconversei, não poderia deixar claro minha intenção.

-- Tenho contas a acertar com a humanidade. -- desviei meu olhar para sua mão direita notando o cetro em suas mãos e Suspirei:

-- Meu bem você deveria estar cuidando do submundo não acha? Já que me mandou para cá.

-- Não há necessidade disso Sn, sou um rei esqueceu? -- Ironizou e ouvi vozes distantes indicando que não demoraria muito para termos companhia nesse corredor e apenas suspirei, não é como se minhas palavras fossem fazer alguma diferença. Por mais que Hades esconda visualmente sei que a dor de perder seus irmãos está lhe corroendo. -- Parece desaprovar minha escolha.

-- E algo mudará se eu disser que não quero te ver naquela arena? -- Fui enfática sem me importar com o risco que era revelar algo tão crucial, ele arqueou a sobrancelha como se desconfiasse de minhas palavras e em seguida me envolveu em seus braços apoiando o cetro na parede e com a ponta dos dedos da mão direita apoiou abaixo do meu queixo me fazendo olhar em seus olhos.

-- Não faça birra rainha, daqui a pouco nos vemos -- e assim roçou os lábios nos meus antes de os selar.

-- Pelo visto estamos atrapalhando... -- A voz veio de Zeus que riu levemente acompanhado de Aries e Hermes. Hades levou minha esquerda aos lábios e enquanto beijava o dorso olhava para ele de maneira ameaçadora.

-- Pelo visto meu irmão detesta ser interrompido. Se comportem queridos. -- Zeus Ironizou ainda rindo de nós conforme passava pelo salão acompanhado dos demais e a atenção de Hades retornou a mim:

-- Não irei demorar e depois quem sabe podemos partir. Quero passar uns meses em uma ilha longe de todo o trabalho assim como me pediu. -- Deixou um selar em meu pescoço.

-- Então que tal irmos agora? -- Sorri. Sim, estou disposta a largar tudo para não presenciar sua morte.

-- Imperatriz não seja assim. Agora faça o seu papel como uma soberana e torça por seu rei, mesmo que não precise. -- Beijou meus lábios afagando minha barriga de leve antes de sair.
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..
...

Qin Shi Huang é um guerreiro incrível, tão incrível quanto meu marido a luta deles dentre todas as que ocorreram foi a mais intensa e significativa, quando Qin perdeu o braço vi a humanidade se desesperar mesmo que mantivesse a esperança e o foco na arena, enquanto a torcida dos deuses praticamente clamava a vitória, mas, quando movimentos a frente a espada do imperador humano atravessou o peito de Hades foi impossível não sentir. Eu sabia que isso ia acontecer, eu tinha plana ciência de praticamente todas as lutas e mesmo assim, isso não me impediu de sofrer. Não me impediu de afagar minha barriga e sentir minha visão embaçar e nem me dei conta que estava a ponto de descer até a arena e vê-lo sucumbir de frente manchando assim sei combate. Os deuses estavam em silêncio enquanto eu contive esses sentimentos que pareciam dilacerar minha alma e parar piorar Hades desviou seu olhar para mim deixando um sorriso antes de finalmente morrer, durante a batalha seu foco estava na vingança, mas agora seu olhar me dizia que tudo estava em minhas mãos, como se agora o submundo e a criação desse bebê fosse apenas a minha responsabilidade, senti o mármore abaixo das minhas mãos racharem e o meu ombro ser tocado.

-- Sn, faremos uma pausa. -- Aphrodite tentava me consolar e eu só queria sumir nesse momento e assim assenti.

-- Essa praga já foi longe demais. -- Zeus sussurrou, estava sofrendo por seus irmãos e pelo orgulho grego estar sendo massacrado aos poucos, respirei fundo e pedi licença antes de passar pelos corredores, no momento da morte dele recolhi seu fragmento, mas não posso vê-lo agora, pois não tenho estrutura. Sinto raiva e ao mesmo tempo dói, novamente senti meu braço ser tocado.

-- Você não está nada bem não é? -- Beel comentou e eu assenti, ele me ofereceu o braço e seguimos até sua sala de descanso, onde além de oferecer uma xícara de chá quente ele me deu lenços caso quisesse chorar.

-- O que você veio fazer aqui? -- Questionei e ele segurou minha mão em um afago.

-- No momento da morte do imperador, todo o submundo tremeu, Cérbero chegou a uivar antes de chorar sangue e todos os seres do inferno ajoelharam enquanto sentiam os tremores e as cachoeiras de lava parar, aula perturbação desse nível só ocorre em situações distintas e quando vi como Cérbero estava abatido soube que devia conferir e apenas subi para constatar que o imperador foi derrotado.

Desviei meu olhar e notei que minha outra mão foi do chá para minha barriga.

-- Eu vou ficar bem Beel, nós vamos. Só não podemos deixar que a morte dele seja vão, você veio vingá-lo? -- Sussurrei.

-- Também, além de ter meus próprios motivos para lutar. -- Respirei pesado.

-- Sabe que não precisa fazer isso, não é? -- O olhei nos olhos, o pouco que conversamos sei o quão reservado Beel é. E vê-lo em uma arena causará desconforto, não só para si, como também uma estranheza entre os deuses, além dos humanos que desconhecem sua verdadeira natureza e ele parecia ler tais preocupações em meu olhar.

-- Não se preocupe comigo rainha, apenas tenha o seu luto e se puder assista a minha luta. -- Sorri antes de me aproximar e deixar um afago em seus fios, as vezes creio que nutri um sentimento praticamente de irmão por ele e por isso lhe revelei o que mais queria:

-- Dália está aqui, ela vai lhe ver lutar e até mesmo antes. -- Beelzebub sempre me olhava com um brilho no olhar quando eu a mencionava, mesmo que tentasse esconder. Me despedi dele e segui até a minha sala está na hora de me apresentar...

Respirando fundo observei a minha sala repleta de lutadores e deuses, mas não faria diferença alguma. Só existe um deus ao qual faço questão de ver e pensando desse jeito encarei minha sala de descanso foi par ali que ele foi.

-- Ainda vai precisar de mim? -- A voz de Dália ecoou e tive de sorrir, tudo tornou-se tão claro desde sua primeira aparição.

-- Claro, não veio me auxiliar? -- ela concordou. -- Então continue com o trabalho, mas antes há um certo príncipe que está a sua espera... -- desviei meu olhar em sua direção apenas para notar o semblante se torcer em um sorriso  sem conseguir esconder.

-- Ele está na área de descanso e em breve estará na arena então se apresse. -- Pisquei e a mesma agradeceu antes de sair e assim voltei a encarar a porta da minha sala de descanso antes de finalmente a abrir e observar o local, meu coação chegou a bater mais forte, lá estava ele sentado em meu espaçoso sofá com os cotovelos apoiados na coxa e o rosto nas mãos como se tentasse entender o que estava acontecendo e provavelmente onde estava e diferente da outra sala, aqui Hades está tem todo o seu poder. 

Fui até ele apoiando minha mão do lado direito de seu ombro e o tocando com calma e observando seu olhar em mim como se exigisse uma explicação.

-- Sn... -- Sussurrou o meu nome e simplesmente o analisei, estava tão belo e ao mesmo tempo tão confuso. 

-- Meu amor você perdeu -- passei a mão por seu queixo distribuindo uma carícia de leve, Hades mesmo com as marcas de combate cicatrizadas continua incrivelmente belo, ouso dizer que vê-lo desse jeito me faz desejá-lo ainda mais.

-- E o que estou fazendo aqui? -- Caminhei pela sala sorrindo.

-- Uma vez me perguntou qual era o meu poder, e é esse, eu decido quem vive e quem morre. Diante de mim os dons dos deuses não servem de nada, simplesmente pelo meu dom celeste. -- Ele agora me olhava atentamente: -- Digamos que todos os deuses são vigiados por entidades primordiais e essa que vós fala é uma delas, um ser tão supremo que por puro tédio aceitou a dádiva de caminhar entre os seus. -- Me aproximei novamente. -- Você meu belo e intangível imperador perdeu por orgulho e vingança, mesmo que lutasse por seus irmãos e pelos deuses, o que realmente te levou aquela arena foi a vontade de vingar Poseidon, no fim foi tão arrogante quanto ele. O homem que enfrentou os titãs sozinho capaz de por praticamente todos os deuses abaixo de seus pés foi derrotado por um simples humano e por quê? Eu lhe respondo, a convicção dele foi maior que a sua. Qin não lutou por vingança ou por querer derrotar o grande imperador do submundo e sim para proteger os seus, seja passado, presente ou futuro, mesmo que você lutasse pelos deuses e mantivesse a honra em combate ainda lutava com a dor da perda e a vontade de vingar seu precioso irmão -- toquei em seu queixo -- E eu não permito que você morra assim como salvei a todos independente das consequências.

Olhei em seus olhos observando o mesmo jogar os fios para trás e apesar desse não ser o momento estou a ponto de pular sobre ele, não só pelo meu desejo latente e sim por ter sentido a completa dor da perda, meu âmago chegou a se verter em dor enquanto senti as fisgadas em meu ventre e meu coração apertar, respirei fundo e deixei um tapa leve em seu rosto.

-- Nunca mais faça isso entendeu? Não importa se é pelos deuses ou por seus irmãos não permito. -- Senti algo molhar meu rosto e ele tocou só então compreendi que aquela eram as minhas lágrimas. Hades me envolveu em seus braços deixando um beijo em meus lábios, nem me dei conta do quanto estou sofrendo.

-- Eu não pensei em você peço perdão por isso, o ódio me cegou. Pelo visto minha mulher é mais emotiva do que demonstra. -- Novamente tomou meus lábios, me afastei batendo meus dedos em seu peito nu sujando as pontas com seu sangue e levando aos meus lábios.

-- Vá ver seu irmão, o queria tanto e agora o têm e é bem capaz dele estar tão confuso quanto você quando acordou. -- Me afastei e ele sorriu cruzando as pernas.

-- Entendo. -- Hades se levantou e veio até mim segurando minha cintura com força. -- Ainda estou em dívida com minha linda imperatriz. -- Sussurrou.

-- Terá tempo o suficiente para pagar daqui pra frente. -- Ele riu me olhando para o meu decote.

-- Não tenho pressa para ver mais ninguém além de ti. -- E assim meus lábios foram invadidos meu corpo foi impulsionado para cima e fui deitada no sofá, seus olhos pareciam me devorar e deixar implícito que não haveria calma. Hades enfiou a destra pelo meu vestido alcançando o meio de minhas pernas me encarando seriamente, eu não estou usando nada por baixo desse vestido pois não preciso. -- Isso tudo é tesão por me ver machucado ou vivo? -- Seus dedos deslizaram pra dentro e respirei satisfeita.

-- Você não está machucado querido, agora seja um bom rei e faça um trabalho decente -- mordi seu lábio inferior e ele balançou a cabeça.

-- Se eu for um bom rei você ficará insatisfeita. -- Ironizou me masturbando lentamente, chega a ser desconfortável estar com tanto tesão e ter que me segurar e pensando dessa forma nos virei no sofá sentando sobre seu quadril ataquei seus lábios enquanto minhas unhas corriam por seu corpo e assim desci, passando minha língua por seu pescoço beijando seu peito manchado em carmesim e mordendo de leve seu abdômen, abri suas calças e sem cerimônia alguma puxei seu pau pressionando minha língua bem na ponta, essa vontade infernal que queima dentro de mim parece não ter fim, sem pensar muito o deslizei por sua extensão comprimindo meus lábios em movimentos tão lentos quanto os seus dedos quando me masturbavam, seus dedos entraram em meus cabelos fazendo meus lábios afundarem até o talo e voltar, senti minhas coxas fraquejarem com esse movimento e continuei de maneira intensa até sentir seu sêmen descer pela minha garganta e ele ofegar.

Fechei meus olhos limpando até mesmo a gota que escorreu e ele riu, me derrubando no sofá e vindo para o meio das minhas pernas suspendendo meu vestido e se afundando de uma vez, Hades se movimentou com força segurando em meu pescoço e sufocando meus gemidos, seus movimentos cada vez mais intensos e sabíamos que não seria o suficiente ele me deu espaço para que mudasse e assim fiquei de joelhos e me apoiei no encosto me empinando bem para ele que logo voltou a me penetrar e se mover livremente eu estava em êxtase sentido suas costas coladas ao meu corpo arqueado por sua mão que insiste em puxar meus cabelos ele ia tão fundo e rápido acertando constantemente meu ponto g, Hades detesta rapidinhas, mas essa ele terá que aceitar que está sendo excelente. Comecei a me contrariar e ele apertou meus seios segurando os bicos entre seus dedos e ali acabei gozando, Hades se moveu mais rápido prolongando minha sensação e obviamente a dele também visto que estava próximo e quando gozou foi dentro me preenchendo e fazendo com que minhas pernas tremessem de leve.

Eu sou completamente apaixonada por esse deus.

...

Assistimos a luta de Beelzebub deitados minha cabeça repousava em seu peito enquanto sua destra distribuía carícias em meus fios.

-- Me conte sobre você Sn. -- Senti ainda mais macio os seus lábios deslizarem tais palavras..

-- O que quer saber? -- Olhei em seus olhos.

-- Tudo. -- Meus fios ainda estavam meio úmidos após o nosso banho, então senti sua mão deslizar por eles era tão confortável que fiquei mole e por um momento me pareceu sábio não lhe dizer que provavelmente eu apaguei seus filhos e toda a sua descendência da história quando assumi o lugar que deveria pertencer a Perséfone, afinal aquilo que não ocorreu não precisa ser mencionado. Sendo assim apoiei minhas mãos em seu peito e o encarei profundamente.

-- Bom digamos que acima da sua existência estão os verdadeiros deuses desse mundo aqueles que se estalarem os destruiriam a tudo e a todos, nós somos detentores da criação, morte e devoção, destruidores de mundos e universos, navegantes além da existência se sobrepondo a ela mesma. -- Respirei entediada. -- Parece arrogante não? -- Ele concordou. -- Também acho, mas a verdade é que a criação é tão ampla e derivada do vazio que não há como dizer que minha vida era interessante e por isso que eu desci, depois de te assistir por muito tempo eu decidi que queria lhe conhecer pessoalmente e não imaginava ser tão bem recebida. -- Alisei seu peito e ele levou minha esquerda aos lábios beijando.

-- Uma recepção muito digna. -- Ironizou.

-- E como. --  Suspirei, se for parar para pensar Hades não me amava ele gostava de estar em meus braços assim como eu, mas a convivência e pelo visto o exílio mudou isso, além das curtas demonstrações de carinho que para mim são mais do que válidas e por impulso pressionei nossos lábios voltando a recostar minha cabeça em seu peito. --  Agora temos um vida a mais em mãos, comentei observando a próxima luta e os fragmentos em meu salão. 

-- Espero que seja só a primeira. 

Havia me esquecido por completo desse traço familiar de Hades, o deus capaz de tudo por seus irmãos. Me pergunto se Adamas, Zeus e Poseidon fariam o mesmo e claramente obtenho o não como resposta.

-- Primeiro deixe que essa criança nasça e depois conversaremos sobre suas vontades de ter mais filhos e se eu concordar talvez, só talvez. Possa realizar o seu pedido. 

-- Até lá te convencerei. -- Balancei minha cabeça de maneira negativa ele sabe exatamente como  vai me convencer.

As lutas se aproximavam do fim e juro que por essa não esperava, Bruhilde seria a última valquíria a lutar ao lado dos humanos e eu estou muito ansiosa para ver a cara de Odin quando se der conta de que perdeu antes de seu corpo se dissolver por completo e sinceramente não estou querendo salvá-lo, Rasputin era astuto e incrivelmente habilidoso igualando o combate e deixando tudo mais emocionante e por um momento ambas as torcidas estavam eufóricas pela luta e se esquecendo em milésimos de segundo o verdadeiro motivos de estarem ali, mas no fim o grandioso deus pereceu. O silêncio que se espalhou foi incrível e até mesmo meu marido mostrou-se descrente, aquela era a primeira vez em milénios que os deuses perdiam. 

-- E então meu bem o que acha que devo fazer? 

-- Hm? -- Fiz círculos em seu peito com a ponta do meu indicador em um carinho mínimo.

-- Deixa de ser cabeça de vento Hades, se esqueceu que eu lhe expliquei no começo por que foi que ficou vivo? 

-- Perdoe minha falta de tato imperatriz, eu ainda estou absorto na perda de Odin. -- Voltei a deitar em seu peito.

-- Meu bem não se preocupe com isso e sim com o fato de que eu ainda não decidi se o trago de volta ou não. 

-- E o que te impede? 

-- Digamos que não vou com a cara dele, então meu amor faça a escolha você, mas seja rápido pois o fragmento que recolhi se não for usado se dissolverá. -- Avisei e ele suspirou afagando minha cintura.

-- Salve-o de uma vez, não fará muita diferença não é?  -- Concordei deixando meu querido esposo a par de mais algumas situações ao meu respeito e quando olhei para o teto notei uma pequena rachadura, assim como o fato de que Hades desde que retornou não foi ao encontro de seus irmãos. 

Poseidon fora salvo por mim enquanto Adamas ressuscitado através do meu poder e os métodos científicos de Beel ocasionado na ressurreição do deus da conquista cheio de dúvidas e no fim espero de forma paciente que eles se resolvam de uma vez, o ragnarok fora encerrado e os humanos sentenciados a mais mil anos de vida e enquanto isso passei a me perguntar o que seria de mim agora. Se uma vez no fim de tudo isso eu deveria retornar para o meu lar vazio e sem sentido depois de uma experiência tão grandiosa, fora que agora estou grávida e essa é mudança inesperada nos planos dos celestiais, foi então que me recordei de mais palavras distorcidas enquanto estávamos no submundo:

"-- Você enfraqueceu, mas ainda é uma das celestiais que mais dão trabalho, por que não verte esse torneio em capricho e o manipula como bem entender? -- A voz do tempo parecia completamente distorcida como se... Não fosse ele."

Por um momento me senti ridícula por não ligar os pontos mais rápido talvez fosse o cansaço daquela noite que mexia com meus instintos os embaçando, mas agora tudo está aguçado e não foi o tempo que veio a me importunar com palavras tão distorcidas e sim o meu próprio pai, alisei minha barriga imaginando como ficarei linda grávida, mais ainda do que já sou e por um segundo me pareceu que ir embora não era uma opção.

Me levantei deixando os braços ternos de Hades que se apressou em por o sobretudo.

-- Irei anunciar a libertação de todos e preciso verificar como farei pra que não bagunçe a cabecinha de vocês. -- Pisquei deixando meu rei com um sorriso nos lábios, ele passou primeiro pela porta enquanto eu pedi um tempo para me arrumar, mas ao passar pela porta foi como se nada existisse. Casa parte da minha sala era um grande nada.

-- A quanto tempo Sn...

Tal voz me deixou ciente de que meu tempo havia acabado, respirei pesado sentindo um vazio me dominar.

-- Olá meu pai, não posso dizer que estou feliz em lhe ver pois será uma mentira. -- Fiz uma curta reverência e ele riu.

-- Eu vos avisei que Sn estaria mais  volúvel que antes. 

Revirei os olhos.

-- Só me tornei volúvel pela vida medíocre que há aqui, sabem o que dizem quem nunca comeu melado se lambuza! -- Ironizei. 

-- E estamos vendo o quanto se lambuzou. -- Meu pai não possui olhos e sim grandes pontos de luz como se galáxias inteiras habitassem no local que deveria haver seus orbes que agora encaravam minha barriga. 

-- Então já comemorou o fato de que irá se tornar vovô?  - Se meu pai tivesse uma expressão provavelmente seria a de ironia e um revirar de olhos aborrecido, mas manteve a neutralidade de sempre.

-- Sn...Você está quebrando no mínimo umas trinta e cinco regras ao gerar um deus com os poderes de um ser celestial. Essa cria terá poder o suficiente para ser um novo Caos, consegue imaginar a algazarra que irá ocorrer na terra, nos céus e no inferno? -- Tempo me explicou o que eu já sentia em meu corpo.

-- Então o que querem que eu faça? Pois abrir mão de um filho é algo que não farei. 

-- Ah Sn não me diga que já se apegou a essa mero zigoto... -- A voz veio de Cânone, á deusa do silêncio, criada especialmente para ouvir mais do que deve não dizer uma palavra, porém rompeu as leis ao decidir que falaria nem que fosse através de seus olhos e respiração que não deveria existir, Cânone assim como eu já foi até a terra, se encantou pelos humanos e sua música e poemas antes de retornar e permanecer em seu trabalho.

-- Se me apeguei ou não, não te interessa e se a conversa acabou estou voltando. -- Só havia um problema, cadê a minha saída? Eu estou presa aqui.

-- Eu deveria tirar seus poderes ou ainda pior lhe aprisionar por cem mil anos seu filho nasceria e seria entregue ao pai suas memórias apagadas, de que um dia você existiu em suas vidas e ainda lhe faria assistir a vida daqueles que você ama seguir em frente e não poder fazer nada. 

As palavras de meu pai me deixaram meio atônitas, mas não poderia demonstrar se não ele se valeria disso.

-- Não pode tomar meu poder, mesmo sendo o primordial da criação meu poder é somente meu e esse dom você não detém.

Ele distorceu sua face no que pareceu ser um sorriso macabro.

-- Seu poder pode deixar de ser seu com apenas uma ordem minha, então aquiete essa língua!

O tempo interferiu antes de me deixar pronunciar mais alguma coisa.

--Sn você quebrou todas as regras e segundo o seu pai serei eu a lhe passar sua sentença: você não é mais bem vinda aqui e como punição viverá entre aqueles que tanto diz amar como uma mera deusa. Seu poder será dado a mim pela metade enquanto você amagará na terra o que tanto quer, nem mesmo quando tiver seus filhos. -- Ele esperou pela minha reação e fiquei confusa -- Sim filhos, ou acha mesmo que Hades irá se contentar com um? Continuando, nem mesmo quando tiver seus filhos e desejar pelo silêncio você o terá, quando quiser a paz que somente o vazio pode lhe fornecer e rezar pelo descanso do qual foi tirada perecerá sem ele e se ainda assim ouvir resquícios da deusa que um dia você foi recolheremos seus fragmentos e tentaremos novamente.

Por dentro eu rir, quem em sã consciência acha que irei implorar pelada voltar? E outra ele não pode simplesmente retirar o meu poder, todos aqui sabem disso.

-- Deve estar se perguntando como tiraremos o seu poder -- dessa vez foi o meu pai a falar. -- É simples aquilo que te dei, o seu poder de escolha sempre foi meu, mas no momento que se fundiu a você acaba por tornar mais difícil o confisco, porém, não impossível.

Respirei fundo imaginando como ele faria isso e foi então que pensei na cena em minha sala. Dália completamente nua e com o olhar perdido e as rachaduras no teto indicando fraqueza em meu domínio. Em todo esse tempo eu estava certa, Dália foi enviada para me punir, afinal não havia generosidade no tempo.

-- Pelo seu semblante vejo que entendeu. Metade do seu poder é o suficiente para que jamais regresse.

-- E quanto ao que eu fiz? -- Me referi ao trabalho.

--Permanecerá, daremos um jeito para que no fim todos se lembrem das lutas e de sua  transgressão, assim como faremos com que as vidas salvas por ti adentrem os períodos do Ragnarok, sem que saibam da sua interferência. Também permitiremos que Hades continue com tais memórias sendo o único além de Dália a saber de seus feitos e agora não tem mais nada pra você aqui, pense bem antes de passar por aquela porta.

Um clarão se abriu em minha frente.

-- Se ficar tudo estará bem -- Cânone comentou.

-- Se for saiba que seu filho deve ser bem doutrinado ou vira conosco contra a sua escolha. -- Tempo informou e tive que sorrir.

-- Esse bebê tem o meu sangue e pelo visto será forte o suficiente para bater de frente com qualquer um de vocês, então não me ameacem ou eu mesma o criarei para isso. -- Informei levando tempo a rir, essa é a primeira vez em milênios que vejo isso acontecer e assim fui em direção a porta sem me importar com mais nada, porém, pude ouvir tempo dar sua última palavra:

-- Não, você não vai. Ao invés dessa ameaça infundada será uma excelente mãe e a melhor das governantes. -- Essa também foi a primeira vez que tempo não me deu enigmas e sei que suas palavras são completamente sinceras e ali eu rompi o último laço que possuía com o universo afinal uma vida longe de tudo que construí seria simplesmente... Vazia e eu jamais abriria mão de sentimentos tão interessantes e uma vida com tantas opções apenas para habitar o universo, afinal me tornei a imperatriz do submundo um lugar tão indesbravável quanto o cosmos.

Tentei não narrar muito as lutas pra não ter muito spoiler ao longo do capítulo;

Isso que dar gerar um infernal, continue assim Sn que a escritora adora essas cenas. Enfim, esse foi o último capítulo, nos vemos no epílogo até lá. 

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