ㅤㅤㅤ• ݈݇⎼ 𝐏𝐫𝐨𝐥𝐨𝐠𝐨
ㅤㅤㅤO clima da capital estava agitado naquele dia, tomando todos os seus habitantes com a sensação de êxtase constante. O maior evento do ano estava prestes a ter o seu início triunfal, e por todo lugar, imensas telas exibiam a contagem regressiva tão aguardada.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ3... 2... 1...
Vários fogos de artifício estouraram pelos céus quando o número zero apareceu nos viroses, sendo seguido pela sirene de início dos Jogos. Mas enquanto a algazarra tomava conta do centro da capital de Panem, um clima mais calmo e sereno tomava conta do ponto mais alto da cidade.
Elysia, com seus recém-completos 14 anos, estava sentada no chão frio do luxuoso palácio, imersa em um livro de botânica. A mesa de centro à sua frente, feita de madeira escura e decorada com entalhes intrincados, exibia desenhos de flores delicadas que a loira prateada adorava tocar com a ponta dos dedos, sentindo a textura das pétalas gravadas na madeira. Eram fascinantes.
Seus olhos azul-claros deslizavam atentamente por cada palavra nas páginas amareladas, como se sua própria sobrevivência dependesse de absorver cada detalhe. Atrás dela, uma cadeira de madeira maciça permanecia vazia, enquanto um visor enorme dominava a parede, transmitindo os Jogos Vorazes ao vivo. Elysia não nutria interesse por aquele "espetáculo" que divertia tanto o povo da Capital, mas algo em específico naquele momento prendeu sua atenção de forma inesperada: um garoto, provavelmente de sua idade, que lutava com uma agilidade impressionante na arena.
Ela se endireitou sem perceber, cravando as unhas na borda da mesa enquanto acompanhava seus movimentos ágeis com olhos atentos. A cada golpe certeiro, a cada decisão rápida, ela sentia um inexplicável desejo de torcer por ele.
━━ Quem é ele, vovô? ━━ indagou, a voz suave e hesitante. Usou sua visão periférica para observar o homem atrás de si, sentado na cadeira antes vazia. O presidente Snow, seu avô, com a postura sempre rígida, fazia a madeira ranger levemente quando se mexia, como se até os móveis protestassem contra sua presença. Mas, dessa vez, ele estava imóvel. Apenas um leve pigarro quebrou o silêncio.
━━ Este é Finnick O'dair, tributo do Distrito 4 ━━ respondeu Snow, sua voz ecoando com frieza pelo vasto cômodo.
O silêncio voltou a reinar, quebrado apenas pelos sons brutais da arena: ossos se partindo, lâminas rasgando carne. Uma sinfonia cacofônica de violência. Era algo que Elysia geralmente ansiava que terminasse logo, mas não Snow. Ele assistia com uma satisfação evidente, os olhos brilhando com o reflexo das cenas sangrentas. Para ele, aquilo não era apenas entretenimento, era uma obra-prima de controle e dominação.
A loira voltou a fitar o visor, sua mente um turbilhão de pensamentos - A crueldade do espetáculo a perturbava profundamente, mas havia algo em Finnick, uma chama que o diferenciava dos outros tributos, algo que ela não conseguia ignorar.
Quando novamente se virou para seu avô, Elysia captou o exato momento em que ele sorriu de canto, um sorriso frio e calculado, como quem pressentia uma vitória iminente.
━━ Veja, minha querida ━━ disse Snow, a voz baixa e fria. ━━ Esse é o nosso legado. O poder, o controle. Não importa o que aconteça, nós somos Snow, e Snow, assim como a neve, sempre cai por cima de tudo .
Elysia franziu o cenho, os olhos retornando à tela. As palavras dele pesavam em sua mente como uma pedra. Algo estava profundamente errado naquela visão distorcida. Finnick lutava por sua vida, como tantos outros antes dele, enquanto Snow via tudo aquilo como um jogo, uma exibição de sua supremacia.
━━ Mas a neve não dura para sempre... ━━ murmurou Elysia, os olhos fixos na figura do garoto na tela. ━━ A neve pode sim cair por cima de tudo, vovô, mas o calor do sol sempre surge para derretê-la. Ela não é indestrutível. Nada, e nem ninguém é.
Snow desviou o olhar para a neta, a sombra de um sorriso desaparecendo lentamente de seu rosto. Ela não piscou, seus olhos azuis atentos enquanto deixava que as palavras ficassem suspensas entre eles, enquanto na tela, Finnick continuava sua luta desesperada.
A neve sempre cai... mas até mesmo a neve sucumbe ao calor de algo maior.
"E quando os dias se tornam mais longos e o sol brilha com força, ela derrete; escorre pelas montanhas, transforma-se em rios que correm livres, e no final, o que resta dela é um traço daquilo que um dia foi... uma lembrança apagada pela primavera."
• Prólogo bem pequenininho gente, só para abrir um contexto.
Espero que vocês tenham gostado, NÃO SE ESQUEÇAM DO VOTO!!!
Primeiro Capitulo sai em breve.
Beijinhos e até a próxima!!
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